2020/09/13

No dia 12 de Setembro de 2020, no jardim da Casa-Museu João Soares - Cortes-Leiria, lançamento do livro de poesia "onde as maçãs crescem" de Carlos Lopes Pires

 


Registei a entrada deste livro de Carlos Lopes Pires no blogue da minha biblioteca e deixei lá mais algumas dicas:

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Aqui vai ficar o registo que me for possível publicar relativo ao lançamento do livro de Carlos Lopes Pires, "onde as maçãs crescem":

Um fragmento de vídeo da parte final da sessão. (o dia estava quente, 33ºC às 18h30+-)

https://business.facebook.com/613447628761736/videos/658116104837973/

outro, da parte inicial da apresentação do próprio autor (que me possa desculpar da qualidade algo deficiente do vídeo. ...)

https://business.facebook.com/613447628761736/videos/748952695665548/

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Permito-me ir guardando apontamentos que vou apanhando aqui e ali:

O MUNDO ONDE AS MAÇÃS CRESCEM
Com uma obra literária já perto dos trinta títulos, Carlos Lopes Pires lançou no passado dia 12 de Setembro de 2020 um novo e volumoso livro de poesia, agora com o título “onde as maçãs crescem”. Produzido pela editora Hora de ler, de Leiria, o novo trabalho tem 202 páginas e foi apresentado no jardim da Casa-Museu João Soares, nas Cortes (Leiria), com intervenções do editor, do autor e dos dois amigos Luís Vieira da Mota, a quem o livro é dedicado, e António Nunes.
As contingências pandémicas não impediram que, com os devidos cuidados, a sessão contasse com a presença de um bom grupo de amigos que partilharam as considerações dos intervenientes e ainda três temas musicais com letra de Carlos Lopes Pires e música e voz de Pedro Jordão. A encerrar, algumas pessoas da plateia disseram vários poemas do livro, após o que autor deu os habituais autógrafos, num espaço dominado pelo grande painel de fundo onde se representa o “Cristo dos Pescadores”, trabalho de cerâmica de Hein Semke (escultor, ceramista e pintor nascido em 1899 em Hamburgo, na Alemanha, mas fixado em Portugal desde 1932, tendo falecido em Lisboa, em 1995).
É um livro bem burilado, de um homem amadurecido e desapegado de convenções. Da sua leitura sobressai a reflexão que o autor faz «sobre o significado das palavras e dos nomes, particularmente sobre a morte e o seu sentido, sobre a esperança, sobre o amor nas suas diversas vertentes…» Dois exemplos simples: «não temas a morte// há uma janela/ e uma rosa// um nome/ que se abre/ em ti». Ou: «morrer/ é apagar-se/ o teu nome// na janela».
Dentro do livro encontra-se outro – o das ilustrações de Fulvio Capurso, um excelente “discurso” através do desenho, com uma espantosa intensidade interpelativa.
Encomendas a: horadelercf@gmail.com
-
a que se seguem estas fotos, que fazem parte do mesmo "post":














*****

Uma foto de João Paulo Marques (amigo vintage de Carlos Lopes Pires, segundo ele próprio no seu FB). Eu a dizer umas coisas acerca do autor e da obra, como intróito para a apresentação formal de Luis Vieira da Mota


..

(em edição)



2020/09/03

Celestino Alves: um pintor de excelência (1913-1974)

Recebi por e-mail da minha amiga e Dra. Celeste Alves o convite abaixo.
Como não tinha ainda nenhuma referência ao pintor, que foi seu pai, Celestino Alves, aqui deixo algum material alusivo a esta personagem de tantos pergaminhos na área das Belas Artes.
Espero poder estar presente na inauguração desta exposição em Leiria.




CELESTINO ALVES

Celestino de Sousa Alves nasceu em Setúbal em 1913 e faleceu em Lisboa em

1974. Estudou em Setúbal e Lisboa, cidade onde, em 1936, concluiu o Curso

de Pintura na Escola Superior de Belas Artes.

Foi professor do Ensino Técnico em Setúbal, Faro, Caldas da Rainha e Lisboa,

tendo, durante quatro anos, leccionado a disciplina de Desenho na Sociedade

Nacional de Belas Artes. De 1960 a 1962 fez parte do 1.º Conselho Técnico da

mesma Sociedade. Em 1957 foi designado vogal extraordinário da Junta

Nacional de Educação e no mesmo ano foi agraciado com o grau de Oficial da

Ordem de Instrução Pública.

Pintor neofigurativo, distanciou-se, na década de 1960, das formas de

representação das paisagens iniciais, optando pela abstração. Realizou

exposições individuais em Lisboa, Faro, Estoril, Setúbal e Leiria e participou em

várias exposições colectivas. 

Foi galardoado com a 1.ª medalha em pintura na Sociedade Nacional de Belas-

Artes; com os Prémios Silva Porto (1944) e Sousa Cardoso (1947); obteve a

bolsa José Malhoa (S. N. B. A.), e esteve representado na 1.ª Bienal de S.

Paulo (1951) e na Exposição Hispano-Portuguesa de Sevilha (1952).

As suas obras estão representadas em vários Museus nacionais e

internacionais, Câmaras Municipais e Embaixadas, na Colecção das

Fundações Calouste Gulbenkian e da Galp e em muitas outras colecções

particulares, nacionais e estrangeiras.

O seu nome faz parte da toponímia de Almada, Lisboa e Setúbal.

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Fontes:

Manuel Lopes, “Setubalenses de Mérito” (de João Francisco Envia, edição de autor, 2003, Pág. 137, 138 e 139) Fon

“Quem É Quem”, (Portugueses Célebres, Círculo de Leitores, Edição de 2008, Pág. 37).

Pamplona, Fernando, “Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses, Livraria Civilização.

Arte Moderna portuguesa do Património da Petrogal.

Wikipédia

2020/08/21

Coisas... poesia e outras coisas... que vão acontecendo pelas redes sociais...

 Em troca de postais no FB com o meu amigo e mestre Carlos Lopes Pires. Para que conste deste meu auxiliar de memória.

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já algures disse e escrevi que há mais de comum entre um poema e o abraço entre dois amigos, que com a literatura. o antónio nunes, no seu facebook, dirigiu-me um poema. o que se segue foi suscitado pela sua leitura.
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às vezes imagino
alguém no mundo
que acorda de manhã cedo
e vai caminhar até onde
nunca mais se veja
e que alguém há de abrir uma janela
ou fechar uma porta
como se acenasse
e talvez
haja sempre uma criança
a fazer desenhos engraçados
a que poderá chamar
pessoa pássaro sol
Tu, Rui Pascoal, David Teles Ferreira e 20 outras pessoas
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Comentários

  • amanhece
    o silêncio acorda
    estremunhado
    com pouco tempo
    para os preparativos
    duma viagem no tempo
    hoje é um dia de emoções
    vigorosas como o tempo
    são rios que nasceram
    no mesmo lugar
    separaram-se em vários percursos
    e agora estão a juntar-se novamente
    rumo ao incógnito infinito
    estão perto da foz
    confiantes
    é assim que tem de ser
    (a caminho da Foz...
    há coincidências, sim...
    uma pomba branca com flores muitas flores paira sobre nós, seus filhotes...
    -
    um grande abraço, Carlos)


Exposição dedicada aos 150 anos de nascimento de Ernesto Korrodi - Agosto de 2020 no Banco das Artes Galeria (ex-Banco de Portugal - Leiria)

 Saudações de muito afecto aos leitores e navegantes internautas que aqui aportem.

Não tenho sido muito assíduo, ultimamente, por causa do Facebook, Twitter e outras redes sociais, que nos têm andado a desviar a atenção para o mais mediático.

Tenciono, doravante, voltar a este blogue com mais frequência.

Hoje vou deixar aqui uma reportagem breve e algo ligeira sobre uma exposição que fui ver recentemente ao "Banco das Artes Galeria" em Leiria, instituição dependente da Câmara Municipal de Leiria.

Espero em breve, poder dar nota dum catálogo completo que a Câmara está a editar dedicada aos 150 anos de nascimento de Ernesto Korrodi.

Sobre Ernesto Korrodi:












Endereço no FB do Banco das Artes Galeria:


NOTA:

Mais se pode alcançar neste blogue seguindo este link:

https://dispersamente.blogspot.com/search/label/ernesto%20korrodi

2020/08/15

Domenico Modugno- La mamma





A mãe



Eles estão todos lá ao lado dela

já que um grito os avisou:

"Mamãe está prestes a morrer".



Eles estão todos lá ao lado dela,

todos os filhos dele estão lá

com o que ele amaldiçoou,

voltou de braços abertos para ela.



Todas as crianças estão lá,

em torno dela isso vai,

em seus jogos não há mais

o lindo jogo dos porquês,

Oh mãe!



E eles a aquecem com beijos,

os olhares doces e infelizes,

mamãe está morrendo.



Santa Maria cheia de graça,

a estátua está lá, na praça

e você, estendendo os braços,

ja canta "ave Maria",

Ave Maria.



Tem tanto amor,

muita dor,

perto de você,

Oh mãe.



Amo aquilo

não vai acabar

perto de você,

Oh mãe.



As pessoas estão lá fora da porta

que está esperando sob o sol,

Mamãe está prestes a morrer.



Bom vinho é oferecido,

não há ninguém que o queira?

É a sua homenagem a quem morre,

para aqueles que viveram como ela.



É estranho dizer, mas é assim,

ninguém chora, mas há aqueles

uma guitarra vai levar,

a canção de ninar vai soar

para mamãe.



E o ar esta cheio de musicas

e outros sons doces,

Mamãe está prestes a morrer.



Enquanto isso, as mulheres, em voz baixa,

para que você possa dormir

como uma criança quando é noite,

já cantam a Ave Maria,

Ave Maria.



Tem tanto amor,

muita dor,

perto de você,

Oh mãe.



Amo aquilo

não vai acabar

perto de você,

Oh mãe.



E nunca, nunca, nunca

vai abandonar você.

-

(à minha mãe, 96 anos, em dias de luta implacável contra a morte...)

https://lyricstranslate.com

2020/06/25

Gira sol, gira...

(25-06-2020-lourais barreira leiria-dia de sol sombra-24ºC)

Ao girassol

o SOL gira gira
oh sol sinto-me vivo
ao sentir o teu girar

que o teu olhar
se reflicta no nosso
e continuemos a girar
oh a girar e olhar
o futuro

com o fulgor da vida
plena
sem medo

com entusiasmo e vigor
desconfinadamente
milhões de pixels no universo
da nossa mente

ainda que saibamos
que não somos senão um
no universo

Actuação dum helicóptero no combate a um incêndio florestal.

https://www.youtube.com/watch?v=7gBsAWNb58E&feature=youtu.be
Da janela de casa tive ensejo de realizar este vídeo. Um documento ilustrativo da forma como o apoio aéreo por helicóptero pode ser fundamental para evita a propagação irremediável da propagação dum incêndio florestal que podia ser de grande envergadura.

2020/06/08

tudo é movimento


tudo é movimento 
polos de natureza e
intensidade variáveis 
que se atraem e repelem 
em mudanças de forma 
a girarem em campos magnéticos

com fotões a intrigarem o tempo 
na sua ligação incomensurável com o espaço 

2020/04/01

Carlos Lopes Pires: o seu 26º livro publicado, “aquele que não ouvirás mais”


Hoje, fui ver o que o OneDrive da minha conta tinha armazenado, já que me estava a dar a mensagem de que estava cheio. Pus-me a verificar se podia apagar "tralha" para ficar com algum espaço para uma emergência. (há muita tralha, sim, porque o "OneDrive" suga e armazena tudo o que apanha no nosso computador. Ainda bem, porque há coisas que lá ficam e, mais tarde, nos espantam)...
Encontrei este meu texto (umas palavras que eu li, fez um ano, por altura do lançamento do 26º livro de poesia de Carlos Lopes Pires).
Penso que deve ficar registado neste eu blogue:

---

No lançamento do livro de Carlos Lopes Pires
“aquele que não ouvirás mais”.


De há uns tempos a esta parte, mais precisamente desde que nos conhecemos nos Serões Literários das Cortes, que tenho dado comigo a constatar que a poesia de Carlos Lopes Pires é, também para mim, algo de transcendente, que nos transmite uma sensação complexa de simplicidade com que devemos encarar os vários aspectos e momentos da nossa vida.
Ao lermos os seus poemas somos transportados para uma dimensão que não julgava tão acessível ao comum dos mortais.
Quando se fala de Poesia poderemos, talvez, encará-la sob três aspectos:
1) O autor, acima de tudo, escreve, observando regras quase matemáticas de métrica e rima;
2) O objectivo do que se escreve é passar uma mensagem de eloquência e de cultura primorosa em todas as áreas do saber e do estar, na literatura inclusive;
3) Um poema não tem de obedecer a nenhuma forma específica nem abordar temas e questões concretas, explicitando ao leitor o que se julga que ele deverá interpretar da linha de pensamento do seu autor.
Parece-me cristalino que a poesia de Carlos Lopes Pires só pode ser enquadrada no ponto 3 anterior, ainda que ele não precise que lhe seja atribuído nenhum rótulo. A Poesia para Carlos Pires é precisamente aquilo que nos tem deixado ao longo dos anos, e, particularmente neste seu 26º livro publicado, “aquele que não ouvirás mais”.
Não quero nem me devo alongar nesta minha singela intervenção, mas não podia deixar de referir aqui e agora dois pormenores decisivos que poderão justificar o tempo que vos estou a tomar.
Assim:
Todos nós temos altos e baixos no entusiasmo como encaramos a leitura e apreciação do que se vai escrevendo na área da Poesia. Acontece até que frequentemente nos inquirimos sobre o que é de facto a Poesia de que tanto se fala ultimamente. A verdade é que muito se está a escrever a pretexto de que se trata de poesia e ficamos naquela indecisão de sabermos se a poesia é ou poderá via a ser, algum dia, enquadrável num formato dito literário. Devemos integrar a Poesia na Literatura, nos precisos termos em que tradicionalmente esta se entrincheira?
É dos compêndios académicos e da tradição clássica que a poesia é a mais antiga das formas literárias. No entanto não será a Poesia muito mais que uma forma por que a Literatura se manifesta? Não deveremos nós alargar a ideia de Poesia para além do mero uso da palavra com que se constroem textos literários?
-
Está à vista de quem me estiver a ouvir que eu não sou a pessoa indicada para dissecar esta questão.
Permitam-me, no entanto, evocar algumas reflexões que o nosso querido amigo e poeta Carlos Pires já deixou escritas e à nossa disposição.
Diz Carlos Pires num seu texto de 2017 acerca de Poesia, começando pelo título: Poesia: a revelação iluminada.
Prosseguindo: “A poesia diz o que não pode ser dito, revela o segredo e, embora este escape, a poesia  deixa no Mundo e no Outro a marca desse segredo e desse mistério.”
“Por ser um olhar de espanto iluminado ele é e traduz no poeta esse estado de encantamento, talvez de epifania ou simplesmente de revelação iluminada. É por isso que toda a poesia tende para o misticismo (ou religiosidade ou transcendência). Em grande medida creio que a poesia pode ser entendida como um diálogo, uma ligação com o Universo.”

Há que ler com atenção este texto.

Tenho que o dizer agora, não me considero um poeta na acepção tradicional/convencional do termo, mas estou a dar comigo a ensaiar a escrita de poesia – pretensiosamente, talvez – sentindo que a mensagem de Carlos Lopes Pires me está a cativar sobremaneira.
O seu estilo e forma de encarar o Homem/Natureza integrado no todo Universal estão a conseguir ser, para mim, como que uma trave mestra do edifício poético que eu imagino.
Por isso mesmo já me habituei a admitir a sua dimensão de Mestre e a minha qualidade de mero discípulo aprendiz.

Era só isto que eu queria dizer, que me sinto como que a palmilhar a luz rumo ao indefinido e com a intenção de aproveitar os anos que me poderão restar de ser terrestre para continuar com os meus ensaios poéticos nas abertas do tempo e do espaço em que me for possível situar.

Obrigado, Carlos, pela Mensagem que nos estás a conseguir transmitir duma forma decidida e contundente sob o rótulo da complexa e aparente brevidade do teu discurso poético.

Leiria, Museu do Papel e/ou Casa do Zé-Pato (S. Romão), em 23 de Março de 2019
António d´Almeida Nunes

(caro leitor perdido por este sítio incógnito. Pode ser que tenha curiosidade em espreitar:
https://poesiadumaprendiz.blogspot.com/ )

2020/03/15

in blogue "O Diário dum Jardim"

As últimas plantas/flores que foram plantadas no meu Jardim.
Também serve para deixar aqui uma referência a este meu outro blogue, um outro dos velhinhos que ainda tenho activos:




Acerca desta planta:





2020/02/24

Um poema de Carlos Lopes Pires no meu 73º aniversário: uma honra

in Facebook:

hoje é o aniversário do meu amigo antónio nunes

estas
são as coisas que nos faltam
antónio
as nuvens
e a chuva que nos toca
sem nunca ficar em nós
assim como o azul do céu
que nunca nos pertence
e não nos pertencem as casas
os corredores ou as portas
entreabertas
as sombras que por lá andam
e se misturam connosco
onde só há ausências
já agora
também não nos pertencem
as flores
nem os dias de praia
avós pais tios filhos netos
os amigos ou as mulheres
que amámos
à espera
que um dia
tudo nos pertença

-
comentário no FB:
António DAlmeida Nunes Um grande abraço, Carlos. A vida é o inexplicável mas que nós julgamos ser algo que nos pertence por direito próprio. Quem sabe se não temos razão. Afinal nós estamos na vida. digo eu...