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2010/03/17

LEIRIA - Rua Christiano Cruz

Esta rua localiza-se na área da antiga Azinhaga da Encosta do Castelo de Leiria, junto ao seu Portão Norte. Nesta zona da cidade quase não circula vivalma. A Rua Christiano Cruz é praticamente invisível aos visitantes e mesmo muito dos locais não sabem sequer da sua existência. E é pena porque se reporta a um personagem aqui nascido e cuja biografia é digna de realce e merecia maior destaque na história de Leiria.
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De facto,

Christiano Cruz
 Senhoras à mesa do café, 1919, pintura a óleo sobre cartão, Centro de Arte Moderna, FCG
 Catálogo /Retrospectiva (1892-1951) - Maria Raquel Florentino
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Christiano CRUZ (1892-1951)

Christiano Alfredo Sheppard Cruz nasce em 1892, em Leiria. Morre em 1951, na cidade de Silva Porto, em Angola. 

Autodidacta, o seu único guia artístico era o desenho da imprensa, e contou com um ambiente pró-republicano no seio familiar, que o preparou para a sátira anti-monárquica e para a crítica social. Posteriormente, distancia-se dela operando uma verdadeira ruptura estética dentro da caricatura.

Ficou conhecido como um “romancista do traço”. Colocava as suas faculdades ao serviço da Ideia e criou aquela que ficou designada como “caricatura impessoal”. Esta pretendia afastar-se da ênfase meramente política, usando o humor como filosofia e atacando os costumes de uma identidade social portuguesa, que conhecia como mesquinha, provinciana e castradora. Sentia uma verdadeira obrigação de educar o povo através da arte, sabendo que a resolução da crise não se situava meramente na esfera política mas numa questão de filosofia existencial, de mentalidades. Dentro da caricatura política, tinha admiração apenas por Rafael Bordalo Pinheiro, fazendo os possíveis para se distanciar e criticar todos os seguidores do mestre. “Não façamos crítica, façamos Arte!”, ficou conhecida como uma das grandes máximas, assim como a sua guerra aos “bota-de-elástico”.

Estes pressupostos correspondem à sua primeira fase, que vai de 1909 até cerca de 1913, considerada como a fase de estilização, em que se liberta dos barroquismos iniciais e desenvolve um traço por vezes quase abstracto. Um novo código de humor só podia ser servido por um novo código plástico e pela criação de uma nova forma de percepção que fosse mais rápida. Era nesta lógica que construía as suas personagens ultra-sintéticas, que se aproximam do moderno cartoon. Neste período, é considerado um verdadeiro “mago da ironia”, e defende que a melhor forma de atingir os seus objectivos é não atacar os indivíduos mas as situações, articulando de uma forma coerente título e legenda.

Em 1910, muda-se para Lisboa, onde irá prosseguir estudos em Medicina Veterinária, juntando-se a Stuart de Carvalhais, Jorge Barradas, Pacheko, António Soares e Almada Negreiros, com quem funda a Sociedade dos Humoristas Portugueses.

Na segunda fase, a partir de 1913, o traço evolui para um certo expressionismo, próximo da corrente austríaca do mesmo período, nomeadamente Schiele e Kokoschka. Afasta-se dos humoristas, embora continue a apresentar-se nas exposições dos modernistas.

Na terceira fase, afasta-se da caricatura e envereda pela pintura. Senhoras à Mesa de Café, de 1919, revela a face de um mundanismo que criticava, num jogo de sedução e crueldade. A violência do tratamento do suporte, a definição brutal dos contornos das figuras e o cinismo que transmitem entram em consonância com as cores frias aplicadas no vestuário, que, por sua vez, contrasta com o vermelho dos lábios, concedendo-nos a ilusão da vida nocturna e de todos os seus cenários de engano. As regras da representação tornam-se instáveis nos ângulos agudos e oblíquos, como se verifica na mesa e nos elegantes copos. Retoma aqui o tema mítico do eterno feminino cruel, nas poses refinadas destas mulheres, com frios objectos de ourivesaria, em atitudes de conspiração e intriga. A mão de uma das personagens assemelha-se a uma pistola, tornando-a cúmplice de crimes premeditados, que se festejam com sorrisos maliciosos. Esta pintura é uma das últimas que realizará.

Em 1916 é incorporado no exército e, no ano seguinte, no Corpo Expedicionário Português, para combater na Primeira Guerra Mundial. Neste período, até à altura do Armistício, em 1918, quando regressa a Portugal, realiza uma série de croquis que relatam cenas de guerra(*), tratados com uma espontaneidade instantânea, como se fossem feitos por um repórter de guerra.

Em 1919, inicia-se uma outra fase: parte para Lourenço Marques, Moçambique, começa aí a sua retirada do meio artístico e exerce a sua profissão de médico veterinário. Este abandono definitivo da carreira artística, que ficou de certa forma mitificado, revela uma atitude que não deixará de se revestir de uma consciência moderna, de um desencantado niilismo.
CARLA MENDES
In
http://www.camjap.gulbenkian.pt/l1/ar%7BD2B27546-03B0-4185-A5F8-0B5ACC3E203C%7D/c%7B342aa3de-ff90-4fdc-9aa3-0f1d507b3275%7D/m1/T1.aspx
(*) Ver: Rodrigues, António, 1956-2008-  Christiano Cruz - Cenas de Guerra
» Consultar também, Gonçalves, Alda - Toponímia de Leiria - 2005, JFL (pág. 141)

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2010/03/05

Destruição de livros pelas Editoras


Na capa do jornal I de hoje.


Já se sabia, mais ou menos veladamente, que as Editoras utilizam este processo para se desfazerem de milhares de livros que não conseguem escoar através dos circuitos comerciais.

Dificilmente se poderá aceitar que esta prática das Editoras tenha que ser a derradeira decisão para desocupar os armazéns dos seus livros por vender.

Tanta biblioteca, quer no território português quer nos restantes países lusófonos, para não falar de outros países em que se falam outras línguas, que receberiam esses livros de braços abertos!

Nesta oportunidade desde já me apresento como voluntário para receber uma parte desses livros e proceder à sua distribuição gratuita ou a preços simbólicos, em condições a combinar.

Destruir livros por mera estratégia mercantil?

Inadmissível!
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2009/12/16

Da Ilha de Moçambique, com amor pela Língua Portuguesa


Porque sinto a Ilha de Moçambique - que conheci em 1970 - como se lá tivesse deixado uma parte do meu ser Cósmico e Lusófono!...



Excerto do excepcional texto do Prof. Dr. Fernando Baptista
Da náutica dos mares... à «coyta de amor»
do «cuydar» da nossa língua.(1)
inserto no Boletim Nº1 da ACLAL de Novembro de 2009. (*)

(…)
1.1. A palavra dos grandes poetas e escritores da CPLP e a língua portuguesa como insuperada
memória e arquivo dos legados fundamentais duma cultura polifónica, inter-continental e
inter-oceânica

"Sopro pulmonar tornado paixão / de música", a inspirar "a escrita suprema de imaginar por música as coisas"2 e a transmudar-se em "ânfora cantante"3, é A PALAVRA plasmada nos textos dos grandes poetas e escritores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que, mais do que nenhuma outra palavra, transporta elevatoriamente a nossa língua, fazendo-a ascender à sua mais alta potência comunicacional, noética e semiósica, à sua mais acabada configuração estético-literária e à sua mais dilatada e globalizada projecção cartográfica, resultante daquela que foi e, em certa medida, ainda continua a ser a sua odisseica navegação, errância e diáspora pelas sete partidas do mundo...
(…)

1) O presente texto reproduz, no essencial, uma conferência proferida em 20 de Maio de 2009, na Cidade da Beira / Moçambique, na Delegação do Instituto Camões.

3Na graciosa e «arqueológica» metáfora grega de Alberto de Lacerda
Oferenda I, Lisboa, IN.CA, 1984, poema “Esta língua que eu amo»,
pp. 316-317. Carlos Alberto Portugal Correia de Lacerda, de seu nome completo, nasceu na Ilha de Moçambique, em 20 de Setembro de 1928, e faleceu em Londres, em 26 de Agosto de 2007.
(*) Pode-se ler na íntegra, este e outros belos textos de apologia da Língua de Camões, a partir do lugar da internet (aqui).
Ver também o blogue da ACLAL – Academia de Letras e Artes da Lusofonia.

2009/09/27

José Craveirinha - Encontro de Poetas em Alcanena


A presidir a este encontro de Poetas, os Drs. Daniel Café e Óscar Baptista, na Biblioteca Municpal de Alcanena.

A brochura sobre José Craveirinha, 24 páginas A5, que foi distribuída aos presentes, entre os quais se encontrava a Delegação de Leiria, constituída por mim, Zaida Paiva Nunes, Soares Duarte e Luísa Soares Duarte. Uma das facetas interessantes, destes encontros mensais de Poetas, é o escalão etário de muitos dos participantes. Tenho pena de não me poder alongar muito em pormenores sobre este encontro mas aqui ficam os documentos fotográficos, que já muito poderão dizer, por ora.

O snr. Manuel da Gertrudes, poeta, 95 anos, a ler o manuscrito de um seu poema recente.


O mote principal para este encontro foi o maior Poeta Moçambicano, José Craveirinha. Mas também houve ensejo de se falar do Movimento Elista Internacional, que , nos próximos dias 1, 2, 3 e 4 de Outubro, no Palácio da Independência ao Largo de São Domingso, em Lisboa, levará a efeito a XXVI Convenção Internacional da Comunidade Lusíada".
-
A propósito de José João Craveirinha ( Lourenço Marques, 28 de Maio de 1922 - Maputo, 6 de Fevereiro de 2003) falou-se da sua Biografia ( de destacar a sua própria "Auto-Biografia", uma obra de inestimável valor literário e sentimental) e de muitos dos seus poemas, tendo-se dado especial ênfase:
- Um homem nunca chora
- Reza, Maria
- Sementeira
- Ao meu belo pai ex-imigrante
- O meu luto


Pela minha parte, gostaria de aqui vos deixar:

Imprecação

... Mas põe nas mãos de África o pão que te sobeja
e da fome de Moçambique dar-te-ei os restos da tua gula
e verás como também te enche o nada que te restituo
dos meus banquetes de sobras.


Que para mim
todo o pão que me dás é tudo
o que tu rejeitas, Europa!

Nota à margem - enquanto componho esta nota, lá dentro, na sala onde está a Televisão, ouve-se José Sócrates, a fazer o seu discurso de Vitória, nas Eleições Legislativas Portuguesas, que tiveram lugar hoje.
A ver vamos como é que se vai Governar Portugal a partir de agora com o Parlamento muito mais fragmentado que até aqui. PS sozinho como no tempo de Mário Soares? Durante quanto tempo? Com que apoios parlamentares? 


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2009/07/22

VIVA LEIRIA - Vivam os choupos do Largo Cónego Maia

VIVA LEIRIA

Um slogan sugestivo! Apelativo!

E temos razões para satisfação por vivermos em Leiria:

1) Hoje tivemos o privilégio de estar à conversa com Mia Couto, na Livraria Arquivo, em Leiria. Fiquei encantado com a sua candura, simplicidade e com a enchente de leitores seus admiradores. O espaço da Livraria estava todo tomado, até à escadaria e até ao rés do chão. Falou-se especialmente do seu novo livro: "JESUSALÉM".
Em dado passo, apreciei a sua forma fácil de explicar porque é que os Moçambicanos não sentem necessidade de contar anedotas sobre os Portugueses como acontece com os Brasileiros. É que os Brasileiros ainda não conseguiram cortar o cordão umbilical com Portugal. O Brasil é independente porque foram os portugueses, eles próprios, que deram início a uma nova Nação. Foram os Portugueses que iniciaram a construção da grande Nação Brasileira. E Viva o BRASIL!

2) Soube hoje, através duma entrevista que o Diário de Leiria(*) me fez, que a requalificação do Largo Cónego Maia vai ter início na próxima semana. O projecto inicial não sofreu alterações de fundo, mas houve a serenidade e consciencialização ambiental suficientes para permitir alterar um aspecto, para mim e muitas mais pessoas, fundamental.

NÃO SE VÃO ABATER OS DOIS CHOUPOS que já lá estão há quase 100 anos!

Por isso, repito: VIVA LEIRIA!

(*)(ler artigo aqui)

2009/04/21

Onde está o 25 de Abril?!...

Como imaginam que devem estar os corações dos que acreditaram nos ideais subjacentes a uma Revolução, que só a força imparável do Povo, levou avante! A revolução dos Cravos? A revolução da Liberdade? A Revolução da Paz?
E o Tempo, o que nos trouxe?
PAZ, PÃO, SAÚDE, SOLIDARIEDADE?!...

Eu queria acreditar que andei mais de 25 anos a lutar por uma causa, que não era fácil, nem milagrosa, bem o sabia!...

E agora?...O que é que podemos esperar do futuro de Portugal, passados estes anos todos?
Fui mobillizado com 21 anos para Moçambique. Entretanto, raramente alguém nos dava emprego enquanto não estivéssemos livres do serviço militar. Parece que me estou a ver entrar no Convento de Mafra, onde estava aquartelada a Escola Prática de Infantaria, depois duma viagem em que me meteram num comboio rumo ao desconhecido, para me prepararem para a Guerra, que era o nosso passo obrigatório, ou para a Morte, de milhares de jovens, ou para o começo da vida para os sobreviventes. Hoje, esses sobreviventes, continuam a lutar para que lhes seja reconhecido o tempo de serviço militar para efeitos de cálculo do valor da reforma, que o tempo já o aceitaram para esse efeito. Só que não se come o Tempo!... E quantos veteranos dessa famigerada guerra colonial não morreram já, sem que lhes tenha sido dado o devido reconhecimento?

Desgraçadamente sinto que não conseguimos preparar um Futuro mais risonho e próspero para os nossos filhos e para os nossos netos!
É com amargura que antevejo que se tem de começar quase tudo do princípio. É certo que vamos comemorar o 35º Aniversário da Revolução dos Cravos num ambiente dramático de Crise global. Mas nós, portugueses, estamos numa situação extremamente complexa, que nos vai obrigar a um esforço maior que muitos dos outros povos, incluindo os da Comunidade Europeia.
Claro que não vamos baixar os braços!
Mas já estamos cansados de apertar o cinto...alguns de nós...a maioria...

Quem sabe se umas chineladas das gerações dos nossos netos não surtissem efeito? Pelo menos teriam o condão de envergonhar alguns dos que, desde o 25 de Abril de 1974, outra coisa não têm feito que andarem a viver à custa do Orçamento!...

Há muitos anos que perdi o entusiasmo de usar o Cravo vermelho no 25 de Abril!
Não sei que força, agora já a envelhecer, me está a dar, que o vou colocar este ano, bem à vista, na lapela do casaco!...

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2009/04/07

Ilha de Bazaruto - Moçambique - poema na II Antologia de poetas lusófonos

Que me desculpem todos os poetas que participaram da II Antologia de poetas lusófonos, edição da Folheto - Edições & Design, 2009, oriundos de variadíssimos países, alguns que nem são propriamente os históricos países de língua oficial portuguesa. Sabendo que o Editor e o autor me concedem tacitamente este privilégio.
Transcrevo o poema de Isaías Gomes dos Santos. E permito-me subscrever o sentimento por Moçambique, que dele emana com tanta nostalgia! A fazer-me recordar Nampula, Ilha de Moçambique, Tacanha, Maputo (nos anos 60!)...o nascimento da minha filha Inês (Nampula, 1969), hoje mãe de dois outros amores da minha vida: a Mafalda e o Guilherme.

NO BAZARUTO, MOÇAMBIQUE

No Bazaruto
sopra forte o vento
e o que escuto
não é um lamento
mas uma saudação.
.
Ribomba forte o trovão
em toada frenética e repetida
grinalda rica e bem tecida
imposta no peito de nossas gentes;
manifestações claras e eloquentes
do que ficou na alma e no coração.
.
Lugar único de cumpleaños
assim entendeu a manuela
o Carlos Dias e também ela;
deste paraíso terreal
ficámos todos, afinal,
cativos para sempre e todos os anos.
.
No Bazaruto
sopra forte o vento
e o que escuto
não é um lamento
mas uma saudação.
-
nota: A pequena ilha de Bazaruto fica na parte Sul da Costa de Moçambique, perto do Maputo.

2009/04/06

Mosteiro da Batalha - Apresentação da II Antologia de Poetas Lusófonos

A Orquestra Filarmónica das Beiras em plena actuação nas Capelas Imperfeitas do Mosteiro da Batalha, a anteceder a sessão de apresentação da II Antologia de Poetas Lusófonos
Já no Auditório do Mosteiro da Batalha.
A Mesa que presidiu à sessão, podendo destacar-se o Director Editorial e autor do Preâmbulo, Adélio Amaro (2º da esquerda para a direita), o Engº Carlos Henriques, Vereador da Cultura da Câmara Municipal da Batalha, o Director do Mosteiro, Dr. Júlio Órfão e o Dr. Arménio de Vasconcelos, autor do Proémio e que dissertou sobre a História da Poesia e a sua influência na Cultura dos Povos em geral e da Lusofonia em paticular. O último da direita é Nuno Brito, Açoreano de S. Miguel, que participou na sessão cantando e tocando à viola várias canções conhecidas, nomeadamente "Amar-te perdidamente" duma telenovela recente da TVI.
Graça Magalhães, natural de Moçambique, residente actualmente em Viseu. A declamar o poema "Mãe".
Carmindo Carvalho de Moimenta da Beira dizendo "Sorriso sarcástico".

(CONTINUA)
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2009/02/23

ELOS INTERNACIONAL da COMUNIDADE LUSÍADA


Sabe o que é o Movimento Elista Internacional? (mais)
Sabe que as Bodas de Ouro deste Movimento Lusófono, cultor da Língua e da Cultura Lusíadas, se vão realizar em Leiria, em Outubro do corrente ano? (mais)
-
...
Aguardamos opiniões e sugestões, preparação de teses, comunicações e recomendações (art.º 12.º do Capítulo VI ), conselhos úteis, planeamento - planejamento - para a viagem a Portugal do maior número de Convencionais do amado Brasil, dos queridos países africanos e demais Continentes que a todos queremos como verdadeiros irmãos (Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo-Verde, São Tomé e Príncipe e o sofrido Timor-Lorosae), todos dentro da sala de visitas do nosso coração lusitano, a todos, aqui, saudamos e nos damos a conhecer, oferecendo a nossa casa e a nossa mesa, como é nosso apanágio, como todos sabem.
Que um manto macio, colorido com as cores de todas as bandeiras de todos nós, com muitos elos como moldura, cubra o nosso recíproco sentimento.
O Director da XXVII Convenção ( a das Bodas de Ouro ).
Salvé CE Eduardo Dias Coelho, de Santos para todo o Universo.
ARMÉNIO VASCONCELOS
(in http://elosclubedeleiria.blogspot.com/2009/01/conveno-internacional-bodas-de-ouro.html)
excerto
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2009/01/28

Sorrisos e Reflexões de um Blogue

No passado dia 25 do corrente mês, o jardim do Seminário Diocesano de Leiria, apresentava-se, assim. Uma acácia mimosa, a remar contra o temporal que se instalou em Portugal, há já mais de um mês. Frio polar, ventos cortantes, chuvas diluvianas, nevões siberianos, estradas cortadas e automobilistas imobilizados e desapoiados. Mas ela aí está. Bonita, como uma acácia mimosa que se preze de o ser. Das primeiras flores do ano a tentarem alegrar-nos a vida. Ou não fosse uma acácia. Qual crise global qual quê?
Que também me trouxe à memória aquelas belíssimas acácias das ruas de Nampula, anos 69,70,71. Coincidências, precisamente hoje, o JL - JORNAL DE LETRAS, uma das referências literárias das letras portuguesas de maior gabarito, publica o seu número 1.000. Para ajudar à comemoração desta efeméride, o JL publica e oferece aos seus leitores um livro de poemas, uma pequena antologia, onde se agrupam alguns dos mais importantes nomes da poesia lusófona e onde se pode confirmar a pujança da criação poética no espaço que lhe é correspondente. Um dos participantes dessa antologia é precisamente Mia Couto com o poema "Viagem". Diz, Mia Couto, nos seus últimos versos:
...
Se chorasse, agora,
o mar inteiro
me entraria pelos olhos
.
De coincidência em coincidência tive conhecimento da existência do livro, cuja capa mostro abaixo. Da Editora "Afrontamento". Encomendei-o. Estou ansioso por ler as palavras que vários autores escrevem sobre Moçambique. Deixarei aqui a devida nota do que, então, ler.


Este post foi inicialmente idealizado para deixar aqui a minha reflexão/congeminação sobre o estado actual do Mundo. De qualquer modo nem tudo podem ser lamentações e apreensões. Temos que aprender a compensar esse estado de espírito com a Vida que brota da Natureza e com as nossas recordações de outros tempos e de outros estados de alma...
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Que Mundo é este?
O que é que se passa? De repente ficou diferente, parece que já não temos confiança em nada nem em ninguém. E começamos a ser tomados pelo medo, quase pânico! Andamos todos à deriva. Será que o campo magnético da Terra perdeu o tino, já não temos a certeza do rumo a seguir?
E nós, aqui nos blogues, a darmos palpites uns, extremamente distraídos outros!
A questão é que alguns de nós, cá nos vamos afadigando em escrever, todos convencidos que podemos dar o nosso contributo para melhorar a vida, nas suas infinitas vertentes.Decerto que vamos conseguindo, com mais ou menos êxito, alertar as pessoas e as instituições, sensibilizando-as para a beleza do nosso planeta, para o que julgamos estar a funcionar bem ou mal em termos de organização da sociedade, a filosofar, a transmitir os nossos sentimentos mais íntimos através da poesia, etc.Será que vai valer a pena todo este esforço? Voluntário? Enquanto nos apetecer? Será que veremos o resultado acumulado de todas as nossas energias direccionadas para estes objectivos mais nobres?Que futuro andamos a construir? O que andamos a fazer deste planeta? A Economia terá de superar a preservação das condições ambientais para que valha a pena viver em harmonia, uns com os outros e com a Natureza?
E agora, que a economia global, num ápice, parece estar a desmoronar-se, por artes mágicas sabe-se lá como e porquê? E o grave da situação é que ninguém parece em condições de resolver em tempo útil o dilema em que nos estamos a colocar. Anda tudo num alvoroço medonho que não augura nada de bom para a Humanidade.
Não podemos baixar os braços, temos que nos animar, temos que voltar a acreditar nos valores morais, espirituais e éticos. É certo que não podemos ser todos materialmente ricos, mas podemos e devemos colaborar na reconstrução duma sociedade mais justa e solidária!
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2008/12/09

"Rostos de Moçambique"




Ana Roque de Oliveira expõe, até 12 de Dezembro corrente, na Loja JA, do IPJ de Leiria, a exposição de fotografia "Rostos de Moçambique", integrada no Ano Europeu do Diálogo Intercultural.
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2008/11/29

Ilha de Moçambique - Mesquita 1969


O casal Nunes, na mesquita da Ilha de Moçambique, em 1969. Em Moçambique, apesar de, nessa altura ser uma colónia portuguesa, as várias raças e religiões, conviviam dentro da maior normalidade, sem sobressaltos significativos. Aquele território era povoado por muitos Muçulmanos e Indus, particularmente pela proximidade com da zona Arábica e da Índia, para além de Cristãos, como era óbvio. Claro que teremos que excluir as situações de guerra de libertação, promovidas pelas forças guerrilheiras, naturalmente mais politizadas à medida que o andar dos tempos lhes ia dando cada vez mais força anímica e os Portugueses ficavam "orgulhosamente" sós. O nosso isolamento internacional e problemas internos atingiram tais proporções, que levaram ao sucesso do Movimento das Forças Armadas Portuguesas em 25 de Abril de 1974.
Fiquei a gostar de Moçambique.
Espero bem lá poder voltar, nem que seja só em turismo
.
Nota: Este post dedico-o especialmente aos meus amigos de Moçambique que estão a visitar este blogue com alguma regularidade. Um grande abraço para todos os Moçambicanos!
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2008/09/15

Ilha de Moçambique

Ligação à Ilha de Moçambique, por ponte. Penso ser interessante ampliar a foto e ler o painel.
Ligação mais a Norte, por via marítima. Em 1970, passei 5 dias de férias nesta belíssima Ilha. Lembro-me que estava nesta praia e tive ocasião de assistir à chegada dum barco do mesmo tipo, transporte de pessoas e mercadorias. As pessoas mais importantes eram transportadas às cavalitas de membros da tripulação, para não molharem o calçado e a roupa. Pelos vistos hoje não haverá grande diferença.

ps.: As fotos agora apresentadas foram tiradas em Abril deste ano por um amigo que se deslocou a Moçambique, em missão de trabalho.
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2008/07/09

Maputo - Moçambique


Fotos recentes tiradas por um amigo meu em Maputo - Moçambique. Aprecie-se (clic em cima da foto) a arte e cor dos trabalhos de artesanato e pintura expostos. Tal como eu os cheguei a ver ao vivo de 1969/71, quer em Maputo (na altura, Lourenço Marques) quer em Nampula.

2008/05/14

Feira do artesanato em Maputo




Como já o referi noutras oportunidades, cumpri o serviço militar em Moçambique, entre 1969 e 1971. Aterrei em Lourenço Marques (MAPUTO) e lá permaneci colocado na CSCA durante um mês.
Um amigo meu, antigo combatente da Força Aérea, também lá esteve mais ou menos pela mesma altura. Voltou àquele país muito recentemente e tirou as inevitáveis fotografias nestas circunstâncias.
As que vos apresento agora referem-se à feira semanal do artesanato, que se realiza todos os sábados, em Maputo.
Voltarei a este tema de rever Moçambique, 37 anos depois...
...
Entetanto, cá continuo de volta das declarações electrónicas para o Papão do Fisco...e o tempo a escorrer por entre os dias que até parecem que estão a minguar à medida que o dia 30 deste mês se aproxima. Com tantas aflições ainda me dá uma coisa ruim!?...
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2008/04/01

Nampula, Ilha de Moçambique


O Presidente da República Portuguesa, Prof. Aníbal Cavaco Silva, fez recentemente uma visita por mais um dos países da Lusofonia (no sentido universal do termo) e pelo incremento das relações empresariais entre as duas nações, Portugal e Moçambique. (as fotos da montagem são do site da Presidência da Rapública).

Esta viagem fez-me recordar inevitavelmente dois anos da minha vida. Jovem, militar a cumprir o serviço obrigatório, recém-casado.
Em 13 de Junho de 1969 parti de avião para esta zona, em missão de serviço militar. Como era do SAM, consegui ter comigo a minha mulher, Zaida, e a Inês, minha filha, que nasceu em Nampula em 1 de Setembro de 1969.
Passámos uma semana de férias na Ilha de Moçambique. Uma ilha Índica e lindíssima, habitada por pessoas de diversas culturas e religiões...
Até parece que estou a ver o "Boeing 727" da TAP a partir, em 1971, levando a bordo a Zaida e a Inês (menos de 2 anos de idade), eu a ter que ficar mais 3 meses, lavado em lágrimas, já com saudades, naquele momento redobradas...

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2006/09/01

ANIVERSÁRIOS de PESSOAS IMPORTANTES

Hoje faz anos a minha filha Inês!

A Inês com 1 ano de idade, Setembro de 1970, Nampula, Moçambique. O pai, "este que vos está a escrever", estava a cumprir o serviço militar obrigatório. A mãe, a Zaida, levou-a para Moçambique, já com 7 meses e tal de vida. Convém referir, no entanto, que só viu a luz do dia, umas semanas depois. Conseguimos este feito porque eu era alf. miliciano do Serviço de Administração Militar e passei os dois anos nesta cidade. Bem bonita, por sinal, com acácias vermelhas, muitas acácias, pelas ruas/avenidas e no jardim "Felgueiras e Sousa" e com um perfume que perdura na minha memória, até aos dias de hoje. Mangas e papaias colhidas directamente da árvore. Fabuloso! Que saudades! Como será Nampula na actualidade?

Já com 10 anitos! Um dia de passeio, algures pelo pinhal de Leiria, um raminho de flores para oferecer à mamã! Lembras-te Inês?

2006/07/07

MOÇAMBIQUE 2.n

Não tenho à mão material preparado para colocar neste meu post, nesta excelente oportunidade e na sequência da minha declaração recente de que pretendia deixar aqui o meu testemunho do que foi a minha vida em Moçambique, entre 1969 e 1971.

Mas não poderia deixar de aproveitar o ensejo duma nota recebida hoje para aqui vos indicar o link abaixo, no qual poderão observar alguns aspectos da cidade da Beira dos anos 70.

http://kaliynka.blogspot.com/2006/06/minha-cidade-beira.html
Mantenho a promessa: voltarei a este tema: Moçambique.

2006/06/16

OLÁ MOÇAMBIQUE!

A corrente contínua do Pensamento levou-me hoje a Moçambique. Uma terra que eu e a minha família temos no coração. A minha filha nasceu em Nampula, em 1969.
Em 13 de Junho de 1969, faltava um minuto para a meia-noite, Sexta-feira, partia do Aeroporto de Lisboa, rumo a "Lourenço-Marques", um Boeing 707 ou 727 já não me recordo, da TAP. No seu interior, baptismo de voo, um jovem, militar miliciano, mobilizado pelo Governo, um pouco pasmado, olhava as luzes da pista a passarem cada vez mais rápidas, a acompanharem o turbilhão das ideias que lhe toldavam e como que lhe anestesiavam o cérebro.
O que o iria esperar no destino desta viagem? ...
...
» Dia da Independência: 25 de Junho de 1975
(Voltarei ao tema...)
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asn