2023/04/28

PEDRO JORDÃO: Compositor musical nascido a 22 janeiro de 1937; reside actualmente em Leiria.


Pedro Jordão nasceu em Lisboa, a 22 de janeiro de 1937 e reside atualmente em Leiria, donde é a sua família. Foi autor, compositor, professor, tradutor, escritor e instrutor de ioga. 

...

Conheci-o há uns anos, nos Serões Literários das Cortes, pela mão de Carlos Lopes Pires. Em 2017, coeditou um CD duplo, com música e voz do próprio e poemas de Carlos Lopes Pires.

Nesta oportunidade, lembrei-me de editar o vídeo que se segue, com música e piano de sua autoria.

Espero, muito em breve, escrever uma crónica sobre a sua vida e obra, no mensário local, "Notícias de Colmeias", em que é director e fundador, o meu jovem amigo, Joaquim Santos. Colaboro com este mensário há quase 10 anos. Com muito prazer, até porque sinto muita ligação à imprensa local, que nos devia merecer muito mais atenção, particularmente, através de apoios logísticos e financeiros da parte das autarquias locais.


As imagens são uma minha perspectiva de anteontem, 26 junho de 2023.


2023/04/25

"Falando de Acácio de Paiva" 2013: Transcrição do discurso do autor, no momento da apresentação pública do livro

 https://dispersamente.blogspot.com/2013/09/acacio-de-paiva-lancamento-do-livro.html


 O meu discurso de apresentação do meu livro acima
(ver o link acima com coisas acerca do livro)

Minhas Senhoras

Meus Senhores

 

Que mais poderei acrescentar ao que já aqui foi dito com o maior brilhantismo pelos oradores que me precederam?

Quer o Dr. Orlando Cardoso, quer o Dr. Arménio Vasconcelos, conseguiram, como era expetctável, duma forma clara e precisa, falar sobre  o poeta, jornalista e dramaturgo de mérito reconhecido mas pouco lembrado, que é o ilustre leiriense, Acácio de Paiva.

Como autor do presente trabalho, só me resta agradecer toda a disponibilidade e complacência com que se referiram ao livro “Falando de Acácio de Paiva” como se de uma obra-prima da literatura se tratasse. Bondade a vossa, caros amigos, que para tão altos voos não tenho asas.

Esta minha intervenção visará, muito simplesmente, deixar aqui uns tópicos sobre as razões que me levaram a deitar mãos a este empreendimento.

Ocorre-me começar desta forma:

 «Quanto a glória… tanto se me dá…como se me deu deu!...»

Era assim que chegava a exclamar Acácio de Paiva sempre que os seus amigos o aconselhavam a que publicasse os seus escritos, a sua espontânea, prolífica e dispersa poesia, em particular, lançados aos quatro ventos no efémero dos jornais e revistas.

Na verdade, o único livro que Acácio de Paiva publicou foi, como é sabido, “Fábulas e Historietas”, ilustradas por Vasco Lopes de Mendonça, em 1929.

(sobrinho de Rafael e Columbano Bordalo Pinheiro)

Poder-se-á, então, perguntar sobre a razão que me levou a mim, a aceitar o desafio de escrever um livro sobre Acácio de Paiva?

Pois bem.

Há muitos anos que, aqui e ali, muito especialmente com o advento da Internet, comecei a escrever notas soltas e transcrições dos seus poemas que, só meia dúzia de pessoas, as que tinham acesso ao livro, edição da Câmara Municipal de Leiria,  1988, Antologia de Poesia de Acácio de Paiva, conheciam da sua existência. Eu próprio só comecei a perceber da real qualidade e emoção da sua poesia por influência da minha mulher Zaida. Foram muitas as vezes em que a ouvi recitar os seus versos, muito especialmente, aquele soneto a Leiria, que começa assim:

 Minha terra velhinha! Assim te quero,

(…)

Em diversas oportunidades, sempre que se falava de Acácio de Paiva e da falta que se sentia de mais informação sobre a sua vida e obra, na ausência de outros voluntários, lá me propunha eu, ciente, no entanto, de que a tarefa de coligir a informação que se sabia existir, mas que estava muito dispersa, requeria o máximo de dedicação e entusiasmo.

Bem posso garantir que o livro que agora é dado à estampa acaba por ser o corolário de imensas tentativas goradas até que, finalmente, no ensejo do 150º Aniversário do Nascimento de Acácio de Paiva, e por insistência da Junta de Freguesia de Leiria, se está a consumar a sua edição.

O real objetivo deste livro é precisamente dar a conhecer ao público em geral que o “Altíssimo Lírico” e o “Maior Humorista dos Poetas portugueses”, Acácio de Paiva, desenvolveu uma atividade literária muito mais abrangente do que a que é comummente divulgada.

Não foi só um poeta, um grande poeta.

Demonstrou, outrossim, ser um grande jornalista, seja como redator, cronista e crítico com colaborações assíduas nos mais conceituados jornais e revistas da época, e numa vastidão de jornais locais espalhados um pouco por todo o país, seja como diretor que foi dos suplementos do Século, o Século Ilustrado e o Século Cómico, initerruptamente durante três décadas, seja também a escrever como tradutor e autor consagrado para o Teatro de Revista, tão em voga à época da sua vida durante os primeiros lustros do século vinte.

 

Nunca será demais relevar que esta publicação só foi possível, graças ao apoio editorial da Junta de Freguesia de Leiria, cujo estímulo da sua Presidente, Laura Esperança, foi determinante para o autor se impor a si próprio como que um dever e uma obrigação moral de coligir toda a informação esparsa sobre a vida e obra de Acácio de Paiva, de modo a que este trabalho pudesse ser tornado público ainda no decorrer deste ano de 2013, precisamente o ano em que se comemoram os 150 anos do seu nascimento.

Convém que conste, muito sinceramente o digo, que os inevitáveis caprichos do Tempo e «de espaço», poderão ter aqui o seu quinhão de responsabilidade por algumas lacunas que possam vir a ser encontradas. De qualquer modo, o autor, assume-se, desde já, em qualquer circunstância, o único responsável pela escolha  do método de abordagem da estrutura do presente livro e do seu conteúdo, por muito incompleto que ele se possa apresentar.

Não me vou alongar em mais considerações já que, na Introdução, escrevo o quanto baste para se entenderem os objetivos que se pretendem alcançar e que, reiteradamente, aqui e agora voltam a ser referidos.

 Uma coisa é certa.

Não se espere que este livro seja um tratado académico de História Literária.

Na sua generalidade, os textos (enquanto reflexos dos pressupostos críticos e biográficos de quem os escreveu) e fragmentos de jornais e revistas aqui coligidos pretendem, muito simplesmente, contribuir para se compreender a «atmosfera» em que decorreu a vida literária de Acácio de Paiva, nas suas múltiplas facetas; como poeta lírico e humorista, jornalista, cronista, crítico literário e dramaturgo.

Se conseguir que Acácio de Paiva passe a ser objeto de mais atenção por parte dos críticos literários encartados e, dessa forma, a sua obra se torne mais acessível ao grande público, leiriense e não só, dar-me-ei por muito feliz e compensado pelo trabalho despendido.

Não posso terminar sem deixar aqui o penhor dos meus agradecimentos a várias pessoas, sem cujo apoio não teria conseguido levar a cabo esta extraordinária missão que foi escrever o livro que agora se apresenta à vossa consideração:

1) à minha mulher, Zaida Manuela, que, sobretudo durante estes últimos nove meses, dias e noites com poucas pausas para descanso, me aturou com toda a paciência deste mundo, sempre “falando de Acácio de Paiva”;

2) à sra. Presidente da Junta de Leiria, Dra. Laura Esperança, pela sua persistência e espírito de missão que demonstrou ao conseguir motivar-me para este trabalho;

3) à hemeroteca digital da Câmara Municipal de Lisboa;

4) aos serviços da Biblioteca Afonso Lopes Vieira, em Leiria;

5) aos Arquivos Distritais de Leiria e do Porto;

6) aos meus amigos, que tão bem deram voz a alguns poemas de Acácio de Paiva: a Isabel Soares; o José Vaz; o Paulo Costa;

7) à minha neta Mafalda que compôs a capa/contracapa deste trabalho;

8) aos meus amigos da tertúlia de poetas da Biblioteca Municipal de Alcanena e dos Serões Literários das Cortes;

9) aos meus amigos da blogosfera, particularmente, do blogue “ColipoLeiria”, de Ofélia Pereira, pela qualidade e oportunidade de   variadíssimas informações que tem vindo a coligir e a partilhar na internet;

10) ao Luis Camilo Alves, bisneto de Acácio de Paiva, pelas informações importantíssimas que me proporcionou e pela sua disponibilidade em colaborar comigo no decorrer deste trabalho;

11) e, claro, à boa compreensão das netas de Acácio de Paiva, que muito me ajudou a conseguir o equilíbrio do texto concernente a alguns dados mais intimamente familiares, que doutro modo, poderiam resultar em eventuais imprecisões que, como é de esperar, num trabalho deste género, serão de evitar a todo o transe. Bem bastam as gralhas que, inadvertidamente, conseguem, ainda assim, escapar à malha densa que terão de ultrapassar…

É com enorme comoção que consagro as páginas deste livro à memória de Acácio Sampaio de Teles e Paiva (Leiria, 1863 – Olival, 1944).

Para terminar - muito agradecendo o favor da vossa paciência e atenção - gostaria de o fazer dizendo um soneto que Acácio de Paiva dedicou, enternecidamente, à sua neta Constança… aqui presente e que, desta forma, também saúdo…

 

Leiria, 6 de Setembro de 2013

António Almeida Santos Nunes

 

 

A MINHA NETA

Tens um mês de nascida – e eu tantos, tantos

Que nem posso contar! Endoidecia!

Quantos mais te verei, minha Maria

Constança, filha do meu filho? Quantos?

 

Chegarás tu a conhecer-me um dia?

Terás paciência para ler os cantos

(Teu pai que os mostre aos teus olhitos santos…)

Onde eu tentava uns longes de poesia?

 

No berço ainda, não me compreendes…

Viverei até ver-te mulherzinha?

Até que fales? Brinques? Deus o sabe!

 

Com teus dedos, no entanto, já me prendes

E na palma, que é nada ao pé da minha

Meu coração já largamente cabe!

 

Acácio de Paiva

 

p. 133 “Acácio de Paiva – Poemas”, ed. CML 1988

2023/03/21

Largo da Sé em Leiria - ano de 2001


 Esta foto tem data de 17 setembro de 2001.

Refere-se ao estado do Largo da Sé em Leiria, antes dos bancos que lá foram instalados. O banco que tem sido acompanhado desde a data mais antiga em que tirei fotografias está colocado na parte mais ao fundo, junto à Rua D. Sancho II. 

Já não havia os padreiros (acer pseudo-plátanos de que tenho fotos do seu abate à traição da população de Leiria). No seu lugar foram plantados estes jacarandás. 

2023/01/31

Notícias de Colmeias: Encadernação do ano de 2022


O director deste Mensário, o meu prezado jovem amigo Joaquim Santos, veio a minha casa entregar-me uma encadernação muito cuidada dos doze "Notícias de Colmeias" referentes ao ano de 2022.
Já é o 7º ano em que colaboro assiduamente com esta prestimosa publicação.
O "Notícias de Colmeias" não é somente um jornal local. É muito mais que isso. É um instrumento de difusão da cultura, da economia, do desporto, da religião, da política, em suma, de tudo o que possa interessar não só às pessoas e instituições desta região do concelho de Leiria, mas também todos os que se preocupam com a diversidade de assuntos tratados neste Mensário.

Ando há tempos a pensar em me lançar na organização duma base de dados sobre os conteúdos deste jornal. Pelo menos daqueles dos últimos 7/8 anos em que me tenho ligado mais intimamente através das minhas colaborações.
Vamos lá a ver se serei capaz de tal empreendimento...


 

2023/01/24

Quarto crescente da lua em que se vê a parte invisível ao olhar humano 23jan2023 - centro oeste de Portugal

 




Carreguei esta montagem vídeo depois de a ter publicado meu Facebook. Achei-lhe muita piada pela minha surpresa em ter detectado que este quarto crescente da lua foi captado pela objectiva da minha máquina Nikon P1000 de tal modo que se consegue ver a parte da lua invisível ao olhar humano normal.

2022/12/24

Fomos às Fontes

 


24 dezembro de 2022, Fontes, Cortes - nascente do rio Lis.
(Mário Marques da Cruz, Bruno Nunes, António Nunes)
Eu e o Bruno tínhamos ido em duas motas, dar uma voltinha de mota, para eu desemburrar...
Inesperadamente, demos de caras com o Mário. Grande e velho amigo...)



A mota do Bruno ficou tapada. É pena. Uma mota de categoria...

2022/12/21

Há amigos que nos estragam com mimos

 


este homem transporta
ele carrega uma árvore
uma folha uma rosa
este homem
de certeza que sabe
ele transporta
ele carrega a gentileza
ele está no caminho

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Hoje, no FB, o meu amigo Carlos Lopes Pires mimoseou-me com este poema.

Eu agradeci da maneira como consegui:

António DAlmeida Nunes

Até me faltam palavras para responder a tanta amabilidade. Mas uma ressalta, pelo menos: amizade.
Gostaria de deixar aqui, agora, um poema. Só que o poema não se revela só porque se quer. O poema mostrado por palavras é um prodígio, transcende-nos enquanto não retomamos o fôlego...


2022/11/13

As minhas crónicas no mensário "Notícias de Colmeias", Jesus Cristo e Carlos Lopes Pires...

Nota: 

Sou frequentador de Blogs desde os primórdios do seu aparecimento. Comecei a aparecer na própria www nos anos 80. Fiz variadíssimas experiências a construir as minhas próprias páginas web com o uso directo da linguagem html. Numa fase incipiente, só porque recebi algumas dicas do meu filho, que é Engº de Informática.

Há dias, encontrei nos arquivos digitais a minha crónica para o "Notícias de Colmeias" de Março de 2021. 

...

(por exemplo)

«JESUS CRISTO

(Parte II)

 Prezados leitores

 Antes de começar a escrever a II parte da crónica que comecei no mês passado quero aproveitar este ensejo para transcrever o seguinte poema de Carlos Lopes Pires: 

hoje encontrei Deus
pousado na nossa nespereira
 
ele não faz milagres
ou coisas difíceis de acontecer
 
ele não ordena chuva
e chove
 
nem que as árvores tenham sombra
ou que a luz brilhe na água
 
por vezes
encho o meu coração
de mais e mais ignorância
 
e vou então junto dele
e digo-lhe baixinho ao ouvido
 
sei que és tu

(*)

A poesia de Carlos Lopes Pires é qualquer coisa de transcendental para o comum dos mortais. Consegue transportar-nos para o mundo em que estamos inseridos e levar-nos a pensar no quão maravilhoso é o facto de estarmos vivos, ao mesmo tempo que, indelevelmente, nos confronta com o facto de nós sermos uma parte do universo mutável no tempo que nós não controlamos. Fazemos parte dum mundo em movimento constante e regido por regras ditadas pelo próprio universo. Por Deus…

(mas que nós, enquanto seres vivos e dependentes da nossa capacidade de pensar  e interagir com todos os elementos que nos acompanham nesta aventura universal, temos que ser capazes de aprender a usar os dons que nos são inerentes e que, numa primeira fase, só instintivamente, os conseguimos valorizar.)

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 Voltemos ao tema que vos propus. Falar de Jesus Cristo e do significado e consequências da sua missão na Terra no sentido duma ligação com Deus.

Se tentarmos ser racionais seremos confrontados inapelavelmente com muitas perplexidades. Mas a História é aquilo que os homens deixaram registado com todos os vestígios que vamos encontrando e que vamos interpretando segundo a lógica do nosso pensamento em cada momento.

... »

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Era isto.

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