2017/10/06

As primeiras estrelícias no meu jardim ao fim de 20 anos a mudar a planta de lugar.
















As primeiras estrelícias que conseguimos produzir no nosso jardim a partir duma planta que trouxemos da Madeira há cerca de 20 anos. Foi uma grande surpresa. E logo com todo este esplendor.
A estrelícia ou ave do paraíso, de nome científico Strelitzia reginae, é uma planta herbácea, perene rizomatosa originária da África do Sul, com aproximadamente 1,20 m de altura, de folhas duras, grandes e ovoladas com pecíolos bastante compridos. É cultivada em jardins de regiões tropicais e sub-tropicais e bastante apreciada pela beleza das suas flores, que com aproximadamente 15 cm são de cor laranja e azul e assemelham-se à cabeça de uma ave do paraíso.

O termo científico desta planta "Strelitzia reginae" do Latim = estrelícia da rainha, em homenagem à rainha Carlota de Mecklemburgo-Strelitz, esposa do rei Jorge III de Inglaterra, morta em 1818. (WI)

2017/09/19

Zaida Nunes apresenta livro de poemas de Clara Paulo em Porto de Mós



-
O presente vídeo tem uma duração de cerca de 10 minutos.
Será divulgado via FB uma versão mais sintetizada para maior comodidade de quem quiser tomar conhecimento do que foi esta sessão. O local recomendado pelo Presidente da Junta, José Gomes dos Santos, foi a histórica e airosa  Casa de D. Fuas Roupinho (também do Barão de Porto de Mós, já no decorrer do séc. 19/20). Daqui se podem admirar soberbas vistas panorâmicas sobre o Serro Ventoso, Serra dos Candeeiros e outros montes com silhuetas belíssimas.

No dia 16 Setembro de 2017 teve lugar uma interessante apresentação do livro de poemas de Clara Paulo no auditório da Junta de Freguesia de Porto de Mós.

O Presidente da Junta, José Gomes dos Santos, foi incansável para que todo este evento decorresse num ambiente muito agradável e digno. Teve a amabilidade de me oferecer o livro "Ventos da Memória - Porto de Mós/ S. Pedro e S. Paulo onde se apresenta a freguesia que é uma agregação de duas freguesias históricas. Silva Neto foi o seu primordial autor, tendo embora tido a participação brilhante de outros ilustres portomosenses.

Fui ao FB da Clara Paulo e respiguei de lá este texto do meu amigo, companheiro de tertúlia, escritor, jornalista etc e editor consagrado, Carlos Fernandes, que é uma obra-prima de poder de síntese:
-
"CLARA PAULO APRESENTOU POESIA EM PORTO DE MÓS

O livro de Clara Paulo, “Veredas do silêncio”, foi relançado, desta vez no auditório D. Fuas Roupinho, na Junta de Freguesia de Porto de Mós, no dia 16 de Setembro de 2017. A apresentação esteve a cargo de Zaida Paiva Nunes e contou com a presença do Presidente da Câmara de Porto de Mós, João Salgueiro, do Presidente da Junta de Freguesia de Porto de Mós, José Gomes, do Secretário da Junta de Freguesia de Pedreiras, Victor Semião, e do editor da Textiverso, Carlos Fernandes. Acompanhadas ao piano por Beatriz Domingos, disseram poesia Zaida Nunes, Noémia Silva, Ilda Silva, Leonor Rita e a própria autora, Clara Paulo. A ilustrar musicalmente a sessão esteve o tenor António Alves. Teceram considerações os autarcas presentes. Sala cheia para uma sessão cultural memorável. [Fotos Clara B. Marques]." (*)
Segue-se uma sequência de fotos (*) de primorosa qualidade, como a Clara Marques nos tem habituado, aliás.
-

As fotografias que se seguem são, umas de minha autoria, outras da Maria Padrão, grande amiga e que nos acompanha com frequência. Obrigado, Maria.

Álbum de fotografias:















O tenor António Alves, que nos brindou com 3 excelentes representações líricas.

A autora, Clara Paulo e o Presidente da Câmara de Porto de Mós, João Salgueiro.




Zaida Paiva Nunes





 José Gomes dos Santos - Presidente da Junta de Freguesia de Porto de Mós






 Zaida Paiva Nunes e Maria Padrão




 Um pormenor do hall de entrada da Casa D. Fuas Roupinho, almirante ao tempo de D. Afonso Henriques

O espetacular livro que me foi oferecido pelo sr presidente da Junta, José dos Santos. Obrigado, caro amigo.

2017/09/11

Artur Franco, um pintor de raça e harmonia. Um leiriense com luz para o mundo.

(In Diário de Leiria de 11 setembro 2017 p.8)

Em modo DISPERSO…  (XLIV)  
Artur Franco, um pintor de raça e harmonia. Um leiriense com luz para o mundo.

Costuma-se dizer que por detrás dum grande homem está normalmente uma grande mulher. No caso presente este aforismo popular confirma-se plenamente. Na última exposição de pintura de Artur Franco que teve lugar em Agosto no Atelier Municipal Mouzinho de Albuquerque, na Batalha, fomos recebidos (eu e a minha mulher) com a grande cordialidade que lhes é unanimemente reconhecida, pelo casal Artur e Lurdes Franco. Facilmente se constata que Lurdes Franco é quem organiza o trabalho administrativo e de decoração da Galeria, para além de ser um dos polos importantes que atuam na inspiração do artista duma forma determinante. Há tempos que tencionávamos ter de nossa posse um trabalho bem dimensionado, em aguarela, deste grande pintor leiriense e cuja fama já há muito transvasou a nossa região e até o nosso país. Entrámos na Galeria e após uma observação inicial estabeleceu-se  como que um amor à primeira vista com um quadro que podemos referenciar com o nome próprio de “ponte Monet”.
A propósito deste quadro, penso ser de interesse realçar alguns pormenores: trata-se duma versão em aguarela da célebre ponte japonesa localizada no jardim exótico da “Casa Claude Monet”, no Palácio de Argentier, na Normandia, e que o próprio Monet pintou várias vezes em todas as horas do dia variando a luz. Uma delícia de cores e de sensações em reflexos…


E falámos largamente sobre todos os quadros expostos, as estórias que os envolvem e as razões objetivas e subjetivas que decidem o artista a definir o tipo de trabalho a que dedica a sua atenção e empenho. Há momentos para tudo. E refere particularmente o trabalho como retratista, que é uma das suas facetas. Recebe com frequência encomendas para quadros que retratam famílias inteiras. Confidenciou-me que desafios desse tipo, constituem, normalmente, pretextos para estabelecer relações de muita intimidade com todas as pessoas retratadas, e que representam geralmente experiências de vida inigualáveis e irrepetíveis, pela vivência que lhe proporciona com ambientes sociais os mais diversos. Nessas alturas tem de vir ao de cima a  faculdade de conseguir aliar a sua arte pictórica à sua disponibilidade para a interação psicológica com as pessoas e a comunidade em que se inserem. Só assim se conseguem retratos autênticos, em que as cores, os olhares, os traços fisionómicos têm de ser transpostos para a tela com a fidelidade e fiabilidade imprescindíveis para que toda a família e amigos se sintam felizes ao se reverem. 
Passámos horas a conversar e um ponto muito interessante que devo realçar é o do seu “Livro de Honra”. É uma obra prima de dedicação da Lurdes já que ela consegue surpreender-nos não com um simples repositório de mensagens mais ou menos circunstanciais de quem visita as suas exposições, mas a que acrescenta uma infinidade de recortes da imprensa e outras notas que conseguem proporcionar-nos uma ideia mais precisa de variada e de grande brilho que tem sido a atividade artística do seu marido. São várias décadas de vida artística que ali estão expressas à vista de quem melhor quiser perceber a vida dum grande artista plástico e homem de princípios e ideias precisas.
Muito mais poderia agora biografar-se acerca de Artur Franco. O essencial, porém, está já mais que dito e escrito em tudo quanto é jornais e revistas de Leiria e outros, que reportam a sua atividade como pintor exímio quer na aguarela quer no óleo. Prefere, no entanto, a aguarela, segundo nos revela.
Artur Franco tem 67 anos de idade e a sua Galeria de Exposição Permanente e Atelier de trabalho é facilmente localizada na Av. Heróis de Angola, Leiria, em frente à Igreja de S. Francisco. Obrigado Artur, pela tua amizade e pelo vigor da tua Arte.

António Nunes

nunes.geral@gmail.com

2017/09/04

Nos meus 70 anos de vida. Obrigado, Carlos Pires

No dia dos meus 70 anos (em forma de agradecimento a um e-mail que recebi do Carlos Pires em   fevereiro 2017  )


Carta de agradecimento 
Carlos Pires


Acuso a receção da tua carta, poeta
e quero dizer-te que a li
atentamente
e reli-a
uma, duas, várias vezes
quero agradecer-te as coisas
simples que nela dizes 

a vida é e não é
aquilo que nós pensamos ser
sem conseguirmos chegar 
a lado algum

afinal o que é a vida?
o que pensamos ser a vida?
o que queremos que ela represente?
o que seria a vida sem poetas?
um pouco de nada a querer ser tudo?

a vida será o tempo que passa?!
o voo dos pássaros sobre o mar?!
o tempo partido em fragmentos?!
o vento que nos quer falar?!

queria responder à tua carta, poeta
com palavras em tinta de chuva
que pudessem dizer coisas 

mas não estou a conseguir
hoje dei comigo a querer ser tempo
tempo que me foge 
não sei se porque me falta
se porque me ando a perder
nele

o tempo hoje
é um número
70

                          espero bem viver
                          o que me faltar
                          simplesmente

O arrojo de falar da poesia de Carlos Lopes Pires

Apresentação do livro de poemas de Carlos Lopes Pires em 1 abril de 2017 no auditório da Casa-Museu João Soares.
(pelo sim pelo não talvez tenha interesse ver o meu vídeo https://youtu.be/42x9zVdWVYU )

A este propósito e porque me permito, às vezes, o arrojo de
me referir à poesia do meu amigo e "irmão" Có-Có Carlos Lopes Pires
---


ato de contrição (para o Carlos Pires) Uma campainha soou e o som não era um simples toque eram palavras estranhas que não podia ignorar diziam coisas de alarme que queriam dizer coisas que eu teria de decifrar e não ficar na eterna ignorância e falavam estranhamente de formigas e de muito céu e de maçãs e de tardes azuis estariam a interrogar-se sobre um livro de poemas e de como o tratar naquela sua capa de adeus com letras em branco e silfos e um menino verde e azul e uma formiga a ajudar-nos a ver como era Deus a minha ignorância talvez seja poesia também mas «a minha poesia é uma ignorância» é um livro bonito com uma poesia infinitamente maior que toda a minha ignorância Esta é a minha penitência mas não me sinto penitenciado o suficiente ... antónio n

2017/09/03

Aquilino Ribeiro e Lénine


Transcrito do "Facebook" de Aquilino Machado de 2set2017


Uma bela estampa de Aquilino Ribeiro, em 1924. Nascera no Século XIX, na Beira Alta. Mas entre a data desta fotografia e o seu nascimento já tinha saracoteado pela Lisboa revolucionária, quando os Republicanos lutavam contra a ditadura de João Franco. Evadira-se da Esquadra do Caminho Novo, por envolvimento na explosão acidental ocorrida a 17 de Novembro de 1907, na Rua do Carrião. Tinha então vinte e dois anos.
Em 1908, conhece o seu primeiro exílio de seis anos, na cidade de Paris, onde por duas vezes se depara com Anatole France, aprende a arte de brincar com as ideias e tem o sortilégio de cumprimentar diariamente um russo chamado Vladimir Ilhitch Ulianov que os profanos só mais tarde conheceram sob o seu pseudónimo revolucionário de Lénine, quando prepara o seu primeiro livro, "O Jardim das Tormentas, na biblioteca Sainte-Geneviève.
Um admirável mundo novo, para quem nunca teve medo de "passar por utopista, de construir nas nuvens, de arquitectar repúblicas imaginárias".
- Muito mais se pode consultar sobre Aquilino Ribeiro no grupo do Facebook:

2017/08/30

Será que sou Poeta?! na pura aceção do termo?!


Decidi-me. Vou preparar um livro sobre poesia. Será que me posso considerar um Poeta na aceção literária do termo?! Será que é poeta quem quer?! Bastará querer para se poder ser poeta? Eu penso que sim. Sinto a poesia como uma forma de dialogar intimamente com o meu Eu mas na expectativa de poder chegar ao Outro. Comecei este ´post` sob um impulso inexplicável. Acabei de ver um vídeo e ler um texto alusivo ao que de estranho para nós, Homens, parece estar a acontecer no nosso Planeta no seu conjunto e do próprio Universo. 
É assustador atentar nas interrogações que os próprios cientistas estão a levantar. Parece que o mar se está a comportar duma forma estranha. Diz que o Atlntico está a recuar em relação à terra. Mas que, em contraste, se estão a formar ondas alterosas no Pacífico. Que o grau de inclinação da Terra em relação ao posicionamento do seu campo eletromagnético e à sua translação à volta do sol se está a alterar no sentido duma maior verticalização...
...
Voltemos à poesia. Pretensão minha, talvez, mas a verdade é que tenho escrito uns ensaios poéticos. Não sei se algum dia conseguirei fixar-me numa linha de rumo, num fio condutor preciso...

Há dias escrevi este "poema" que deixei, de improviso, ao sabor do momento, no Facebook do Grupo de Poesia de Alcanena. Já aqui falei deste grupo, penso eu. É só confirmar no Índice Temático deste blogue. Já o farei.

É assim:


o dia a hora o vento lesto
calor brutal numa onda de fogo
é o verão da morte
no crepitar das folhas finas pontiagudas 
das árvores esguias queimadas
fantasmas dissimulados nas estradas
homens mulheres crianças
envoltas no pavor da morte
embrenham-se no desconhecido
perdem-se em imagens terríveis
mudas de espanto e terror
esfumam-se em espirais de dor
a televisão repete aqueles momentos
ininterruptamente
demoniacamente
mistura-os e confunde o próprio tempo
com fotografias vídeos
reportagens indiscretas em direto
inflamando a própria incandescência
com palavras eivadas de demência
vidas e sentimentos
são convertidas em teatro
num palco inimaginável
um corrupio de lamentos
e de tantos fingimentos …
este verão
já é da Morte

jun2017-Leiria
as-nunes

---

Outros ensaios dispersos pelo Facebook e papéis........... que vou encontrando aqui e ali


---

Eu e o Outro

A prescrutar o tempo
Eu ao lado do Tempo

Eterno e Velho amigo
Sempre comigo a conspirar
Etéreo e incógnito trilho
Onde quer que ele vá dar
 
Congeminações e embaraços
Quantos entrelaçamentos
Nesta teia infinita de laços
Dobados ao longo dos tempos

A vida é tudo e é nada
Talvez um mito cósmico
Que nos limita a jornada
O Outro em mim atónito

Eu um átomo ou menos
Duvidoso de si e do Outro
Sentindo-se mui pequenos
Neste mundo e no outro

Seremos,
Eu e o Outro
Eu?!

as-nunes
jan17

---

Onde quer que ele vá dar
 
Congeminações e embaraços
Quantos entrelaçamentos
Nesta teia infinita de laços
Dobados ao longo dos tempos

A vida é tudo e é nada
Talvez um mito cósmico
Que nos limita a jornada
O Outro em mim atónito

Eu um átomo ou menos
Duvidoso de si e do Outro
Sentindo-se mui pequenos
Neste mundo e no outro

Seremos,
Eu e o Outro
Eu?!

as-nunes
jan17

---


Já andava desanimado
Com tamanha desfaçatez
Uma aveleira que nem sequer
Dava ares da sua função
Que é dar avelãs
Triste sina a dela e a minha

Há  dias surpreendeu-me
Mostrou-se enfeitada com
Uns adornos disfarçados na folhagem
Depois de consultada a enciclopédia
Feitas as devidas análises

Aleluia
Uma aveleira que afinal dá avelãs
Sem ser às escondidas
Mistério desvendado
As avelãs que apareciam no chão
Não vinham do céu, não…

primavera 2017

(…)A terra produziu plantas, ervas que contêm semente segundo a sua espécie, e árvores que produzem fruto segundo a sua espécie, contendo o fruto a sua semente. E Deus viu que isso era bom." (Gênesis 1, 11-12)

---


Acantonaram-nos para aguardar
o regresso ao Continente
apartamentos em camarata 
uma aparelhagem de som
topo de gama volume máximo

Ouvimos “This is Africa”
parece que é agora
neste momento
que voga no pensamento
evocação com tantos anos
sons cores ventos africanos

Aquela música ainda é africa
o som cheira a tambor
o cheiro ouve-se em clangor
isto é africa

A comissão já tinha terminado
agosto 1971 já era passado
o volume do som alto
o quarto pequeno
´flats` de oficiais milicianos
a espera exasperante

Na minha ideia
só a Zaida e a Inês
dia e noite sem descanso

O tempo parece que estaca
a rendição já está feita
nosso alferes só mais um pouco
devo estar a ficar louco

Um alguidar está cheio
bebidas misturadas muitas
confraternização e farra geral
adeus em algazarra d´arraial

Finalmente o bilhete de avião
aeroporto de Nampula
moçambique fim de verão
nostalgias já comigo vão


Isto ainda é África …

2016 - an

---


Carlos Pires
27/04/2017

para Pedro, Carlos, Luís, mim, Ivone, Clara, Clara, Fernando, Rita, pedro, Aurora, Paulo, Maria, José, Rui, Celeste, Cecília, Ana, Catarina, fulvio, Luís, Orlando, Aninhas, Ana, Cristina

se um dia me encontrares
à tua porta

acena-me antes de uma janela
faz riscos no bafo das vidraças
desenha um coração
tão pequeno

um sol
com olhos nariz e boca
onde eu possa ficar
                              (a noite que mão alguma alcança, 2018)
-

Recebido por e-mail, ao qual respondi:

para Carlos, Pedro, Carlos, Luís, Ivone, Clara, Clara, Fernando, Rita, pedro, Aurora, Paulo, Maria, José, Rui, Celeste, Cecília, Ana, Catarina, fulvio, Luís, Orlando, Aninhas, Ana, Cristina
-

Os amigos e o vento

cheguei a casa
olhei pela janela
o vento levava consigo
o tempo
o sol e os pássaros

e eu com ele

não sei se gostaria
de saber
o que  serei eu
nesse sítio
para onde o vento
me leva

adeus amigo

28abr17

---

em agosto 2017, também em troca de recomendações inter-irmãos Có-Có, no nosso fórum/Cúria:

em vez d´olhos 
veem-se bugalhos
presos a sete ferrolhos
o mundo em frangalhos
nós cerrados nos sobrolhos
do tempo como espantalhos

noites de insónias 
o corpo sem espaço
os algoritmos do software
a decidir pelo homem
o próprio momento 
da sua auto destruição

Que alucinação?!

Rezemos muito
Que não nos falte cocó

---


A todos os poetas

a todos os poetas e os que não
ou porque não sabem que o são
ou porque não querem que se saiba
ou porque as duas

gosto dos vossos poemas
com que nos vão presenteando

de todos
arrisco-me a dizer
antes mesmo de os ler
entre o saber e o ser
neste limbo de não ser
mas querer saber ser

apetece-me responder
mesmo na dúvida suprema
de saber que não sei
como e porquê

pré-sintonia cósmica
também vi essa vossa rosa


António A. S. Nunes

an-jan17

---

Ser poeta
é dizer do seu sentimento
num dado tempo
não perceber
que já está a viver
uma sucessão de momentos
quais instantâneos
dum filme de curta metragem
numa duração indeterminada
sem notar
que o tempo voa
qual pássaro sem forma
que nos trespassa
e nos interroga
sem esperar pela resposta
que sabe que não a temos…

as-nunes16

jun-pª nova-pedrógão