2008/03/07

AS ÁRVORES NO ESPAÇO PÚBLICO

"Normalmente, associa-se a Árvore da Sabedoria, cujos frutos vencem o olvido e a ignorância, à aprendizagem e à medição do tempo natural e efémero da vida; analogia que não esconde o desempenho das árvores na fecundidade e no equilíbrio dos ecossistemas.
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Dada a sua longevidade, conhecem várias gerações e inscrevem nos seus anéis a memória dos tempos idos, pelo que nalgumas culturas são consideradas sagradas. Contudo, apesar de garantirem a vida na Terra, não estão livres do maior perigo: a estupidez humana.
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Os cotos que sobram da monda representam o que de mais vil há no homem.
Dando-nos sombra, lenha e fruto, mesmo em meio urbano, as árvores não se ficam pela função decorativa. A arborização coadjuva as mais racionais directrizes urbanísticas e arquitectónicas e, mesmo quando as não há, logra qualificar os sítios, aumentar a higroscopicidade e a estabilidade dos solos, absorver o ruído automóvel, purificar o ar, conter o vento, etc. Donde, não podermos continuar a resumir os "espaços verdes" aos canteiros residuais dos loteamentos, relvados das rotundas e floreiras dependuradas nos separadores das vias. ...
Na cidade, como no campo, há árvores que fazem lugares. Não entender isto, é não entender nada.
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Por que motivo os planos municipais de ordenamento do território, que supostamente servem para cuidar do bem comum, ignoram a paisagem?
Quando o desrespeito pelo ambiente e a violência de medidas administrativas gratuitas excede o habitual, dividimo-nos entre a tristeza e a repulsa. Infelizmente, na sociedade portuguesa vulgariza-se a tolerância para com estas atitudes insensatas e despóticas, seja pelo temor de represálias ou por simples indolência; "apagada e vil tristeza" que tolhe o avanço para um qualquer futuro não hipotecado. Ainda assim, as árvores, na sua beleza vertical, merecem o melhor da nossa sensibilidade e inteligência.

Nota: Para perceber a motivação do que acabo de expor, v. http://sombra-verde.blogspot.com, http://ocantarozangado.blogspot.com e http://dias-com-arvores.blogspot.com"

Artigo publicado pelo arquitecto Francisco Paiva na última edição d' O Interior.

Pode ler-se o artigo na íntegra, cujo presente excerto, retirei com a devida vénia, do sombra-verde, em: http://sombra-verde.blogspot.com/2008/03/rvores-no-espao-pblico.html

2008/03/06

Casa Museu - Fundação Mário Soares


Subindo para o edifício da Casa Museu-Fundação Mário Soares, nas Cortes - Leiria. Fui devolver um livro que tinha trazido de empréstimo da Biblioteca João Soares: "Antologia da Literatura Portuguesa". O jardim implantado num declive não é de grandes dimensões mas muito agradável e com uma esplendorosa exposição à luz solar.

Um pinheiro manso monumental e busto de João Soares, pai de Mário Soares.

Painel de azulejos intitulado "O Cristo dos Pescadores", de Hein Semke, instalado no recanto superior do jardim, junto ao edifício e ao pinheiro manso.
Informações mais pormenorizadas podem ser obtidas no sítio .
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2008/03/05

Podas em Leiria

Depois de ler o "sombraverde" decidi-me por dar publicidade a esta foto. Ontem, 9 horas da manhã. O contraste luz sombra produz alguns efeitos artísticos (?), mas seria necessário fazer estas podas tão drásticas? Aqui mesmo ao sair do centro de Leiria.
Em compensação, uns minutos antes, tirei esta foto, junto à Sé de Leiria. Uma olaia em plena floração antes mesmo de deixar cair todos os seus frutos. A Prima Vera anda um tanto acelerada, parece-me. Ainda vêm por aí uns dias de geada e lá se vai o trabalho adiantado!...
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2008/03/02

Leiria de contrastes




1- Da Travessa da Fonte do Pocinho, ao fundo um monumento particular evocativo a N.S. de Fátima.
2- As plantas sempre à espreita da sua oportunidade. Nas escadinhas que seguem para a zona da Fonte do Pocinho. Mesmo ao pé da Escola Secundária Domingos Sequeira, em Leiria, no sopé do monte do Castelo. (Trata-se da erva-andorinha ou erva das verrugas...(*))
3- Depois de uma noite de farra e a habitual falta de respeito pela necessidade de dormir das pessoas que ainda (todas idosas) teimam em viver nas poucas casas com condições de habitabilidade no Largo da Sé. Veja-se a manifesta prova de falta de civismo dos utentes do bar do nº 8. Os próprios concessionários do "Pharmácia Bar" não estão isentos de responsabilidade por estes desacatos. Frequentíssimos, aliás, apesar das muitas chamadas de intervenção da Polícia, altas horas da madrugada.
4- O grupo do "El Corte Inglés" a tomar conta de mais um belo edifício em Portugal. Este painel de azulejos é um dos mais antigos e típicos da cidade de Leiria. Aqui funcionava uma padaria.
- Fotos tiradas hoje, por volta das 11 horas. O dia estava a começar cinzento...

- Quem pode informar do nome e características da plantinha das escadas da Fonte do Pocinho?

(*) Em 07/03/08, Paulo Araújo <pvaraujo@sapo.pt> escreveu:
Paulo Araújo deixou um novo comentário na sua mensagem "Leiria de contrastes": O nome científico dessa planta é Chelidonium majus - em português, é conhecida como erva-andorinha. Consegue viver agarrada aos muros mas também se vê pelos campos; é das plantas silvestres que primeiro florescem. Embora não pareça, é da família das papoilas.

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2008/03/01

Flores do meu jardim

Fotos de hoje. Uma manhã solarenga, luz clara, ar puro e fresco. Encosta virada a Nascente, vale do rio Lis ao fundo, Cortes sob a protecção de N. Sra. da Gaiola, Sra. do Monte lá em cima, na encosta virada a poente.

Como ficar indiferente ao impressionante espectáculo que as flores dum simples jardim duma casa rural-urbana nos proporcionam nesta época do ano? Todos os anos, ininterruptamente. Que energia superior promove todo este desabrochar da Natureza nas suas múltiplas formas e matizes, ciclicamente?
Até quando?...
Esta composição foi realizada com o uso do programa "Picasa" da Google. Duma forma simples, incrivelmente fácil!...
As fotos desta composição foram tiradas hoje com uma máquina digital "Nikon" D50 na forma automática de fotografia.

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2008/02/29

Francisco Rodrigues Lobo e Camões

Esta foto foi tirada em Leiria, há 15 dias. Estamos a registar uma perspectiva do Jardim Luís de Camões (ameixieira de jardim, uma acer negundo,logo atrás uma grevillea robusta, uma pimenteira bastarda, estátua ao grande poeta bucólico Francisco Rodrigues Lobo, em ponto mais alto um freixo com perto de 100 anos seguramente, o chão remodelado mas que veio alterar drasticamente a configuração histórica do jardim alma de Leiria.
Ampliando-se, também se poder divisar a silhueta da Igreja do Santuário de N. Sra. da Encarnação.
Repisando o tema: Nota-se a falta das tílias monumentais que foram derrubadas há mais ou menos 2 anos. Quanto a mim, por pura incúria!
Não esquecerei essas tílias, a fragrãncia das sua flores, a sombra espantosa da sua copa, a sua presença imponente e pintada dum verde insubstituível que deixou de encher os nossos olhos...
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2008/02/26

Sentir de pai

"Nem sempre o que achamos bom para os filhos é o melhor para eles..."

Fiquei a pensar nesta reflexão porque não vejo forma de deixar de olhar para os meus filhos (A Inês e o Bruno, ambos com 30 e tal anos, diferença de 4 entre eles) e ver os meninos que já foram com uma nitidez impressionantemente actual.
Os seus filhos são como se meus também o fossem. As alegrias e sucessos deles sinto-os como meus também.
Mas preocupa-me sobremaneira o decurso das suas vidas, as vicissitudes por que passam, eu querer ajudar para além do que humanamente me possa ser permitido.
Como conciliar as nossas acções com o sentido que se pretende dar à frase em epígrafe?
Não sei.

2008/02/24

Soares Duarte - 75º Aniversário

Sem publicidade, por desnecessária,no célebre Restaurante "Casarão", no Alto-Vieiro, Leiria, 23/2/2008

Soares Duarte, um bom amigo, senhor duma capacidade de memória invejável, nos seus 75 anos, na companhia da esposa Luísa. A família mais chegada também esteve em força. Juntou alguns dos seus amigos mais íntimos para comemorar esta data (bem, fez anos 2 ou 3 dias antes) tão significativa da sua vida.
Frei Vicente - Cantor de música tendencialmente de cariz religioso cristão, designadamente a celebérrima "Monte Sinai". Cada vez mais Franciscano, como ele próprio se confessa publicamente, presenteou a assistência com um rol de belíssimas canções do seu reportório. Chegou a ser o responsável pela Igreja dos Franciscanos ou da Portela, em Leiria, no final dos anos 60.
O Prof. Casimiro (*), como todos os seus amigos ainda o continuam a chamar, cantou, para nosso gáudio e pretexto de canto em coro, o célebre fado de Coimbra (de onde é natural), "Amor de estudante", entre outras e variadas canções, em honra do nosso amigo e companheiro de tertúlia.
Soares Duarte é um declamador de poesia imprescindível em qualquer manifestação cultural literária, para além de escrever da mais pura e bela poesia. Reformou-se como realizador de produção da RDP.
Amor de estudante

Dizem que amor de estudante
Ai, não dura mais que uma hora
Só o meu é tão velhinho
Inda se não foi embora

A cabra da velha torre
Ai, meu amor chama por mim
Quando um estudante morre
Os sinos tocam assim.
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(*) morreu em 13mar2018.
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2008/02/22

Primavera e Poesia


Estava nas traseiras da casa................AS ANDORINHAS
Ouvi o trinar alegre duma andorinha......Como as tardes já fossem para amores
Vim cá fora, um recanto de alegrete......no doce Portugal, todas em bando
Antigo, cheio de recordações................voaram, nossas terras demandando,
Da Zaida, Paiva e minhas....................tão propícias às aves como às flores.
......................................................
Vi um ninho de muitos anos.................Procuraram beirais acolhedores
As aves a regressarem com o tempo.....onde seus ninhos fabricassem, quando
A fazer coro a evocar alguém...............o céu, há pouco tempo azul e brando,
Que da Poesia fez seu pensamento......de novo se cobria em negras cores.
.....................................................
A Zaida, pelo som familiar..................O bando, não supondo terminada
Eu porque com ela aprendi..................a chuvosa estação, de onde viera
Logo vimos como atalhar;...................já procurava a salvadora estrada;
Quem poderia ter cantado assim?.......
......................................................mas nisto, entre festões de folhas d´hera,
Não podia haver dúvidas....................debruçou-se à janela a minha amada
A música, bucólica, esplendorosa........e ele ficou: surgiu a Primavera!
Acácio de Sampaio Telles e Paiva.......
Ilustre Leiriense, na Poesia e na Prosa......... Acácio de Paiva
......................................................
Um ninho com anos e anos.................
Uma parede de lousa centenária..........
A andorinha que ainda desambientada..
Na sua silhueta foi captada.................
.......................................................
A casa "Pharmácia Leonardo Paiva"....................
No Largo da Sé, Leiria.........................
Onde nasceu em 14/4/1863.................
O insigne Poeta, Acácio de Paiva.........


antónio nunes
22/2/2008
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2008/02/20

Quinta S. José - Leiria

Um aspecto geral da Quinta de S. José, podendo apreciar-se (ampliando) uma cancela aos tempos antigos, dos nossos pais e avós, entrada para um terreno bem lavrado e semeado (provavelmente com milho). Repare-se nas couves em flor, que espreitam sobre o muro!

No momento, pouca informação tenho à minha disposição sobre a história desta Quinta, localizada na Rua da Figueira da Foz (paralela à Av. Adelino Amaro da Costa, a poucos metros da margem direita do Rio Lis, num antigo terreno com excepcionais condições agrícolas...aos poucos ocupado por toneladas de betão e alcatrão...). Claro, estamos situados na cidade de Leiria...pode-se dizer que na periferia do centro da cidade. Lembro-me de todo o trânsito automóvel se processar por esta via, que era a única forma de ligar Leiria à Figueira da Foz. Esta estrada seguia em direcção à estação do caminho de ferro e prosseguia o seu curso com destino à Figueira da Foz, estrada quase exclusivamente com piso em paralelepípedos. (que terá sido feito das toneladas e toneladas desse paralelepípedos, devidamente aparelhados, que cobriam a maior parte das nossas estradas durante uma grande parte do séc. passado?).
Estou a recolher mais informação sobre esta quinta. Para já fica aqui este registo antes que, um dia destes, possamos ser surpreendidos com o seu desaparecimento ou requalificação ad hoc.
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