2008/12/21

Época de Natal em Leiria

Aí estão as camelias, num novo ciclo. No meu jardim. Nos Lourais - Barreira - Leiria. Hoje, um dia fantástico de Sol de Inverno.
Fonte luminosa, que nem precisa da luz artificial. Na rotunda do Estádio, no Arrabalde d´Aquem, em Leiria. É tempo de Natal.

Acabei de assistir à estreia na Televisão da série filmada baseada no fantástico livro de Miguel de Sousa Tavares, o EQUADOR. Logo na abertura, lá apareceu o próprio autor do omance histórico. Lembram-se daquela cena em que o Rei D. Carlos e os seus amigos vão à caça? O personagem representado por Miguel Sousa Tavares, barbudo para disfarçar (bem, à época, usava-se). Esse possível intento não é conseguido, como seria de esperar, quando o realizador o apresenta a falar daquelas perdizes que só existem em Portugal.
Por mim concordo. Nos meus velhos tempos de caçador, as poucas que consegui abater, eram de facto muito bonitas e a sua carne, bem cozinhada, muito saborosa. Desisti da caça há já mais de 20 anos, por vários motivos. Ambientais em primeiro lugar. Sou aliás de opinião que se devia limitar ao máximo a caçada de animais cinegéticos, reduzindo-se drasticamente as épocas venatórios, intervaladas por longos períodos de defeso. Quanto mais não fosse por espécies de animais, consoante os possíveis desiquilíbrios ecológicos que se possam verificar em determinadas épocas.

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2008/12/16

MILHARES DE MILHÕES ou Milhões de milhões?


Nos meus tempos de adolescente, gostava imenso de ler os livros de Emílio Salgari e as suas histórias rocambolescas de piratas, tesouros e tempestades inauditas que se abatiam sobre os barcos que navegavam nos mares das Caraíbas.
Ingredientes indispensáveis eram o papagaio, o macaco, o pirata que tinha um olho de vidro tapado por uma pala, perna de pau e uma mão amputada substituída por um gancho. Obrigatoriamente tinha que existir o herói, que, muitas vezes, era pirata mas que, ou combatia os piratas com cara de malvado ou atacava as naus dos Espanhóis, Ingleses, Holandeses e até Portugueses, carregados de metais preciosos, moedas ou especiarias. As batalhas navais eram descritas com todo o pormenor. No fragor dos tiros de canhão e do tinir das espadas e punhais, era infalível o grito de espanto ou de raiva: “com mil milhões de macacos”!
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Quase cinquenta anos passados, essas histórias rocambolescas de pirataria, agora de cariz financeiro e económico, repetem-se por todo o Planeta. No mar, no éter, no ar, em terra, em todo o lado. As manobras navais e manifestações de coragem e força física estão a ser substituídas pela ganância do poder e do dinheiro, muito dinheiro, tanto que até é difícil escrever os correspondentes algarismos. Os barcos à vela actuais são os dígitos, que se propagam instantaneamente, aparecem e desaparecem dos écrans dos computadores e dos sistemas informáticos, à velocidade da luz.
Enquanto que nesses romanescos tempos dos livros de Salgari, as riquezas se tocavam, se via o brilho do ouro, da prata, joalharias e das moedas, na actualidade esotérica que vivemos, a Riqueza produzida pelas modernas estratégias económico-financeiras é muito mais virtual que real. E esse é que é o grande problema da crise global em que a vida do homem está a mergulhar profundamente.
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Para ajudar à “festarola” que por aí vai, só faltava mais este “chico-esperto” americano, de nome "Madoff” e o seu “invisível” esquema financeiro em pirâmide, que nem se sabe ainda que prejuízos vai causar a muito boa gente. Mas que irão atingir proporções astronómicas parece que já não há dúvidas! Fala-se em 37 mil milhões de Euros, temendo-se que venha a ser superior. Claro, está a afectar os investidores especuladores em fundos de investimento que, teoricamente, renderiam “ad eternun” taxas impensáveis! E aqui também estão Bancos portugueses!
Então e ninguém achou a galinha gorda de mais?
Com mil milhões de macacos!... Onde é que esta bola de neve vai parar?

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2008/12/14

PASSA RECIBOS VERDES? ENTÃO PREPARE A CARTEIRA!...

Ontem,
Hoje (última hora, ao fundo do post. 15dez2008)
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Já devem ter ouvido que os trabalhadores independentes (em muitos casos, simples empregados a quem os patrões não lhes concedem sequer o estatuto de trabalhador a termo - a prazo, sabem como é, servem por algum tempo, a remuneração baratucha, que remédio, e depois, uns dias antes do prazo do contrato, são despedidos e substituídos por outros a quem lhes vai suceder a mesmíssima coisa), que passam recibos verdes, estão a receber cartas de Boas-Festas do Ministério das Finanças para pagarem duas multas a que acrescem as respectivas custas, relativamente aos anos de 2006 e 2007.

Na esmagadora maioria desses casos, trata-se de trabalhadores com rendimentos ínfimos, por volta do salário mínimo, ou pouco mais e de pequenos empresários do chamado Regime Simplificado (isto é, que não são obrigados a ter contabilidade organizada).

As multas referem-se aos anos de 2006 e 2007 e são, por cada ano, de 100,00€ + 24,00€ de custas...?!

E sabem os meus amigos porquê?

Porque são obrigados a demonstrar, para além de já terem entregue o mod. 3 do IRS, no qual discriminam todos os seus parcos rendimentos e a partir do qual o respectivo imposto sobre o Rendimento (?!) a pagar é calculado sem necessidade de mais informações (dizemos nós, os que não têm advogado privativo para os aconselhar),que entregar uma outra Declaração Anual para provarem precisamente a mesma coisa. Isto é, que rendimentos auferiram, se estavam ou não sujeitos a IVA e que tipo de iva era esse, se de operações activas se passivas, se referentes a importações ou exportações, se a aquisições ou a transmissões intracomunitárias, se de carros (de turismo ou de mercadorias), se de operações isentas de iva, se, se...

Perceberam?

Não?

Pois, a maioria não sabia que as coisas eram assim, inconcebíveis!

Ah, parece que também há uns profissionais especialistas em contabilidades e arrecadores de impostos (TOC, e outros, que não o são mas que podem tratar de contabilidades do regime simplificado). Alguns desses técnicos também são capazes de ir consultar uma parte, assim meio disfarçada, do código do IRS (artº 113º),que passou a fundamentar esta medida que o Governo tomou, agora que sabe que talvez o pessoal vá receber o Subsídio de Natal (ai que até me estava a esquecer que os dos recibos verdes até nem recebem esse subsídio!).

Estão a dar 10 dias para pagar esses 248,00€, mesmo em cima do Natal. Antes que acabasse o ano económico de 2008, estão a ver? Contas feitas parece que serão uns 40.000.000€ que vão entrar nos cofres do Estado e ainda vão a tempo de acertar contas na execução do Orçamento de 2008.É que são 200.000 os contemplados por tanta generosidade e fraternidade Natalícia!

Já estou como um Designer que foi entrevistado hoje na Televisão que diz e MUITO BEM: se já sabiam que iam apanhar, por desconhecimento destes meandros das leis fiscais (que as outras é a mesma treta) tanto cidadão cumpridor e com os impostos em dia, porque é que não os alertaram por alturas do ano de 2006 e deixaram passar este tempo todo para os apanhar também no ano de 2007?
Que o Estado não tem que estar a avisar ninguém?! Mas, e os outros, que até são ajudados pelo erário público para se safarem das "asneiras" de gestão que andaram a fazer durante anos e anos?

E a Direcção Geral dos Impostos que tem vindo a ser tão ciosa do seu dever de informar quando é para avisar
- ó snr. empresário, olhe que tem que pagar os Pagamentos por conta e aquele, também admitimos, famigerado PEC, não se esqueça, está bem? E não se esqueça de incluir no IRS aquele prédio que transaccionou, que nós estamos atentos e depois é uma chatice!...

Que fez? Dois pesos e duas medidas!

Francamente!

Depois dos Milhões que o Estado disponibilizou para tapar buracos de Bancos, andam agora a fazer isto aos mais fracos e desprotegidos! Que mal vinha ao mundo se essa bodega desse fantasmagórico anexo L da tal Declaração Anual, que agora estão a usar como matraca contra os independentes e pequenos empresários do Regime Simplificado, não fosse entregue?
...

Mais uma martelada na cabeça do Zé!...
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(((((((:::::::))))))) - ÚLTIMA HORA
O Ministro das Finanças, antecipou-se a uma possível votação negativa (com muitos votos de deputados do PS, certamente) de uma iniciativa legislativa que já estaria na forja, com carácter de urgência, para repôr alguma ética nesta tentativa de "extorsão" do dinheiro dos pequenos contribuintes.
Quem entregar o tal famigerado Anexo L até 31 de Janeiro próximo não ficará sujeito a coima! Obrigadinho Snr. Ministro!...
Os que já pagaram as coimas vão ser ressarcidos desses valores. Que essa devolução não demore é o que se pede!
Vamos a jogo limpo, se faz favor! OK?... (15-12-2008)

2008/12/12

Fátima - Ourém (na origem do Santuário de Fátima)

Localidade de Fátima, concelho de Ourém, numa noite de Outubro de 2008. Os pastorinhos que estão na origem do extraordinário fenómeno da adoração e peregrinações à Cova de Iria, em honra e na esperança de curas milagrosas de Nª Sª de Fátima, nasceram nesta localidade situada a cerca de 6 kilómetros do mundialmente conhecido Santuário de Fátima.Esta oportunidade surgiu na sequência de um jantar de convívio que o Grupo da sociedade Euromilhões - alguns colaboradores da firma Rações Veríssimo - decidiram levar a cabo num restaurante aqui perto para "distribuir" os parcos prémios que se têm conseguido ao longo de já quase dois anos. Bem nos insinuamos a Nª Sª, mas parece que este tipo de benesses não está contemplado no rol dos milagres de Fátima.
Que Deus nos perdõe a gula que demonstrámos!...
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2008/12/11

Caranguejeira - Leiria (ou o Futebol de 1966 a 2008)




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Na passada 2ª feira, acompanhei o meu neto Guilherme à localidade da Caranguejeira, aqui perto de Leiria, já que ele foi convocado pelo treinador do GRAP (Escolas 10 anos de futebol) para integrar a equipa de futebol de sete para o jogo com os rapazes da mesma idade do clube da terra. Já tinha passado, a correr, pela Caranguejeira. Mas fiquei agora a conhecer esta localidade e outras próximas mais de perto.
Não estranhem, amigos visitantes deste blogue, que eu, nestes tempos mais próximos, venha a falar mais de futebol, do GRAP e do meu neto. Tendo eu esta excelente oportunidade de poder conviver com o Guilherme, sem a preocupação de lhe estar a ocupar o tempo de estudo, durante a semana, como haveria eu de desperdiçá-la? Além do mais, o Futebol é um desporto como outro qualquer. Que faz muito bem às crianças desta idade. Não é por o Guilherme ser meu neto mas ele até tem jeito para as actividades desportivas. Antes de ingressar este ano no Futebol praticou Natação no Académico de Leiria, durante vários anos, onde demonstrou excelentes qualidades desportivas. Já tem lá em casa várias medalhas.
A sequência fotográfica que ilustra este post poderá ser legendada como segue: (de cima para baixo).
1 - Uma equipa de Futebol do Caranguejeira tirada em 1966. Por coincidência cheguei a estas terras de Leiria, pelos vistos para cá ficar, precisamente nesse já longínquo ano de 1966;
2 - Como se pode ver o U.D. Caranguejeira foi formalmente constituído em 1978;
3 - O Guilherme, com o nº 37 do GRAP, prepara-se para reentrar em campo. Jogou cerca de 20 minutos da 1ª parte e outro tanto tempo na 2ª parte. Marcou um golo de belo efeito, apesar de jogar na posição de médio ala direito. Estes jogos são compostos de duas partes de 25 minutos cada; o GRAP acabou por ganhar por 12-4. Parece que andam a disputar um torneio particular.
4 - Ao regressarmos a Leiria (melhor dizendo à Barreira) para almoçar, passámos pela localidade de Cardosos, na estrada Fátima-Leiria. Finalmente, tive o ensejo de fotografar este belo espécime de Carvalho, que me vem atraindo a atenção há já muitos anos.
...
Não me alongo mais por ora, que tenho a esperança de ter mais ocasiões para abordar este tema relacionado com outras localidades.

2008/12/09

"Rostos de Moçambique"




Ana Roque de Oliveira expõe, até 12 de Dezembro corrente, na Loja JA, do IPJ de Leiria, a exposição de fotografia "Rostos de Moçambique", integrada no Ano Europeu do Diálogo Intercultural.
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2008/12/07

Em louvor da Laranjeira

O texto lê-se com facilidade ampliando-se as imagens, uma a uma. Constitui um autêntico tratado sobre a laranjeira escrito em 1932 pelo médico, Dr. Samuel Maia, o maior proprietário da minha aldeia natal, Casal, Ribafeita, Viseu - onde ainda hoje existe uma quinta dotada dum solar ao gosto aristocrático de fins do séc. XIX, princípios do séc. XX - e ilustre especialista de vinhos e vinhedos e, pelos vistos, também muito interessado na laranjeira, nas suas reconhecidas qualidades medicinais e na história da sua introdução na Europa e posterior divulgação por todo o mundo.

Já tive oportunidade de me referir ao Dr. Samuel Maia como insigne escritor, tendo, na sua época, sido muito considerado até nos meios literários Parisienses.

Pode consultar-se toda a matéria já registada neste blogue, seguindo o link respectivo do índice temático na barra lateral.

A maior parte do material que tenho recolhido devo-o à extraordinária amabilidade duma pessoa que, à primeira vista, não conheço, mas que me tem enviado pelo correio, livros e este almanach Bertrand de 1932. Evidentemente estou-lhe muito grato, Snr. António Leite.

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Fair Play

Os putos das Escolas de jogadores de futebol, do S.C. Leiria e Marrazes e do GRAP - Grupo Recreativo dos Amigos da Paz, nos Pousos, em Leiria, tinham acabado de realizar um jogo-treino, empate a 4 golos. Pode ver-se o capitão da equipa do GRAP a cumprimentar um dos colegas da equipa adversária.
Estas escolas funcionam com dois treinos semanais e um jogo ao fim-de-semana. Com estas actividades desportivas conseguem-se vários objectivos, nomeadamente, ensinar a jogar Futebol com técnicas correctas já que os seus treinadores são professores na área desportiva, muitos com licenciatura apropriada.
Quanto a mim, estas actividades devem ser aproveitadas, para além do ensino de práticas desportivas, benéficas para o harmonioso desenvolvimento físico e psicológico das crianças, também para o aprofundamento de relações de amizade e camaradagem entre os jovens, se possível, a partir do Ensino Básico. Talvez que assim os futuros homens que hão-de dirigir as instituições que determinam a qualidade da vida, possam ser mais solidários e eficientes que as gerações que os antecederam. Faço votos para que assim seja.

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2008/12/06

Exposição no "Banco de Portugal" em Leiria

(clic para ampliar)

Mais uma exposição nas antigas instalações duma agência (quando as havia espalhadas por todo o país) do Banco de Portugal em Leiria. Aqui funciona o departamento da Cultura da Câmara Municipal de Leiria.


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2008/12/04

Livros para pensar

Comprei este livro. Não resisti a esta despesa. Mesmo assim, de quatro livros que tinha escolhido, no último momento só optei por este. Maldito dinheiro. Pus-me a deitar contas à vida! ...
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Mesmo a propósito, o autor começa por apresentar uma síntese da vida e obra de ABBÉ PIERRE sob o título: "Um "santo" que era cristão".
Permito-me transcrever o seguinte: ... "...;
foi deputado à Assembleia Nacional, onde defendeu o direito de todos, incluindo os imigrantes, a uma habitação digna; lutou contra a proliferação dos "novos pobres". Denunciou, em 1954, a morte, em Paris, de velhos e crianças vitimadas pelo frio, provocando aquilo a que chamou a "insurreição da bondade". ... "Insurgia-se contra o escândalo dos excedentes agrícolas e criava o primeiro banco de alimentos no seu país."
"Legou-nos esta máxima lapidar: "A luta pelo meu pão pode ser materialismo; mas a luta pelo pão dos outros já é espiritualismo".
.
As notícias de hoje voltam a falar de mortes de sem-abrigo em Paris!... Parece que o Governo Francês já disponibilizou meios para ajudar a proteger as pessoas carenciadas. São muitos os assalariados, cujos ordenados não chegam sequer para pagar uma renda de casa.
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2008/12/01

Concerto para Bébés - Leiria


Ontem, no Teatro Miguel Franco, em Leiria. No decorrer do concerto em que actuaram a solista convidada Maria João, ao piano João Farinha, o Alberto e o José nos saxofones, o Nuno no clarinete, o Pedro no acordeão, a Ana, a Isabel e a Cristina cantaram, e a Inesa dançou. O Paulo foi o maestro, mas também cantou e tocou uns instrumentos pequeninos. A pequenada participou activamente e os adultos adoraram.
Ainda aqui venho acrescentar música para acompanhar este post. Iápapáarrr...pssssssssst!...

... Já encontrei a música da Maria João!...

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2008/11/29

Ilha de Moçambique - Mesquita 1969


O casal Nunes, na mesquita da Ilha de Moçambique, em 1969. Em Moçambique, apesar de, nessa altura ser uma colónia portuguesa, as várias raças e religiões, conviviam dentro da maior normalidade, sem sobressaltos significativos. Aquele território era povoado por muitos Muçulmanos e Indus, particularmente pela proximidade com da zona Arábica e da Índia, para além de Cristãos, como era óbvio. Claro que teremos que excluir as situações de guerra de libertação, promovidas pelas forças guerrilheiras, naturalmente mais politizadas à medida que o andar dos tempos lhes ia dando cada vez mais força anímica e os Portugueses ficavam "orgulhosamente" sós. O nosso isolamento internacional e problemas internos atingiram tais proporções, que levaram ao sucesso do Movimento das Forças Armadas Portuguesas em 25 de Abril de 1974.
Fiquei a gostar de Moçambique.
Espero bem lá poder voltar, nem que seja só em turismo
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Nota: Este post dedico-o especialmente aos meus amigos de Moçambique que estão a visitar este blogue com alguma regularidade. Um grande abraço para todos os Moçambicanos!
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2008/11/25

Dispersamente...com Fernando Pessoa.

(pintura de Norberto Nunes)

Sonho. Não sei quem sou.
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Sonho. Não sei quem sou neste momento.

Durmo sentindo-me. Na hora calma

Meu pensamento esquece o pensamento,

Minha alma não tem alma.

Se existo é um erro eu o saber. Se acordo

Parece que erro. Sinto que não sei.

Nada quero nem tenho nem recordo.

Não tenho ser nem lei.


Lapso da consciência entre ilusões,

Fantasmas me limitam e me contêm.

Dorme insciente de alheios corações,

Coração de ninguém.


Fernando Pessoa

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SÓ a Natureza é Divina

Só a Natureza é divina, e ela não é divina...
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Se falo dela como de um ente
É que para falar dela preciso usar da linguagem dos homens
Que dá personalidade às cousas,
E impõe nome às cousas.
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Mas as cousas não têm nome nem personalidade:
Existem, e o céu é grande a terra larga,
E o nosso coração do tamanho de um punho fechado...
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Bendito seja eu por tudo quanto sei.
Gozo tudo isso como quem sabe que há o sol.

Fernando Pessoa/Alberto Caeiro
(É considerado um dos maiores poetas de língua portuguesa, e o seu valor é comparado ao de Camões. Nasceu em 13 de Junho de 1888 e morreu em 30 de Novembro de 1935 em Lisboa.
Está-se a comemrorar o 120º aniversário do seu nascimento com uma conferência na Associação de Turismo de Lisboa).

2008/11/24

Casa dos pintores - Leiria


autor: Alfredo Ribeiro
Antes de iniciados os trabalhos de reabilitação. As confrontações deste edifício, tomando como referência a foto: do lado esquerdo: Rua Manuel António Rodrigues. Do lado direito: Rua Acácio de Paiva (Insigne Poeta Leiriense) com ligações à família do autor deste blogue.
Durante a visita guiada à Casa dos Pintores, já na sua fase final de requalificação. Não se vê a porta porque ainda estava encoberta pelos tapumes em chapa (bastante inestéticos, diga-se, e que nos impediu de tirar fotografias de acompanhamento dos trabalhos). O interior foi significativamente modificado.
Conversas sobre Arqueologia - “Casa dos Pintores”

No passado dia 15 de Novembro, pelas 16 horas, teve lugar na Casa dos Pintores e na Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira, a terceira sessão do ciclo de conferências sobre arqueologia, subordinada ao título “Casa dos Pintores”. Esta conferência apresentou a “Casa dos Pintores”, como uma experiência de intervenção interdisciplinar de reabilitação urbana no centro histórico de Leiria e teve como oradores Anabela Carvalho, Susana Carvalho, Vânia Carvalho, Sidney Lopes, Vitória Mendes, Filipa Pinhal e Ana Rita Trindade, que constituem a equipa do Município de Leiria ligada à intervenção neste edifício. A Casa dos Pintores é uma referência de arquitectura histórica notável, que se revela de especial importância no conjunto edificado do centro histórico da cidade de Leiria, estando muito presente na memória dos leirienses. Vulgarmente designada “Casa dos Pintores”, devido à grande quantidade de artistas que pintaram a sua fachada, situa-se no coração do antigo centro urbano medieval, tratando-se de uma peça de tipologia singular. (texto adaptado do site da Câmara Municipal de Leiria).
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Da parte da assistência há a realçar a intervenção viva do Engº João Charters, que chamou a atenção para o grande investimento que foi feito num prédio sem qualquer valor histórico e arquitectónico e do Historiador Leiriense Dr. Jorge Estrela, que destacou o facto de se ter destruído a parede mestra central (que originalmente separava dois prédios de pequena dimensão que, com o decorrer do tempo, acabou por se transformar num só, o actual); também se referiu ao reduzido interesse histórico e arqueológico desta celebrizada "Casa dos Pintores", que o é somente pelo facto de ter sido muito pintada, dado o ângulo e perspectiva que se consegue sobre o Castelo de Leiria, lá no alto do morro.
Das intervenções dos membros da mesa resultou uma explicação geral dos trabalhos levados a cabo, os quais possibilitaram a descoberta de uma moeda de Zanzibar já do princípio do séc. XX, do fragmento duma pedra tumular, que serviu de material de construção da parede mestra central, com referências ao séc XVI (altura provável da construção inicial) e duma pia de escoamento de águas residuais também do séc. XX, que acabou por ser usada como material de trabalho de restauro enquadrado no estágio duma finalista desta área académica. Também apresentaram a explicação do porquê do interior ter sido substancialmente alterado ao ter sido usado material em vigas de ferro para sustentar a estrutura interna e, ao mesmo tempo, evitar que as paredes originais mestras pudessem, mais tarde, colapsar.
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