2011/02/09

Batalha: Collipo - Palácio Randulfo - Casal do Freixo - S. Sebastião do Freixo - Quinta S. Sebastião



Há uns tempos atrás tirei algumas fotografias das actuais edificações ainda em pé, da muito referenciada Quinta de S. Sebastião, na estrada entre o limite da freguesia da Barreira e os lugares de Garruchas e Celeiro, logo a seguir aos lugares de Andreus e Palheirinhos (Barreira-Leiria).
Há muito que é conhecida a ligação da história deste local com a mítica Collipo, uma importante urbe Romana, da qual foram recolhidos alguns vestígios, o mais significativo dos quais será a estátua dum magistrado Romano encontrado nos anos 60 (agora à guarda do MCCB- Museu da Comunidade Concelhia da Batalha, recentemente inaugurado). E muitos outros, constituídos por moedas antigas, sabe-se lá do paradeiro da maior parte delas,  lajes com inscrições, algumas que foram utilizadas na construção do Castelo de Leiria (1) e, segundo se consta, noutras edificações das redondezas e até simples muros. Julga-se que muitos outros vestígios terão ficado soterrados para sempre já que a estação arqueológica que ali funcionou se encontra completamente desmantelada.
Segundo registos antigos, já no ano de 1142 (primeiro foral de Leiria, concedido por D. Afonso Henriques, em 1.5.1142), se fazia referência a um Palácio Randulfo, que tudo indicia, estivesse localizado, precisamente, nesta mesma referência geográfica.
A áurea de mistério em que ainda se encontra envolta a origem da Quinta de S. Sebastião, merecia um estudo mais aprofundado e da mais alta resolução.
Uma das melhores e mais actuais vias para se obter informações sobre esta Quinta há-de ser o livro "Villa Portela" (2) no qual se pormenoriza, no seu capítulo 3 - Os Henriques d´Azevedo, a forma como esta quinta se encontra intimamente ligada a várias famílias das mais ilustres e representativas de toda a zona de Leiria.
Nesta obra fica-se com a informação de que Manuel Henriques, que nasceu em casal do Freixo (depois Quinta de S. Sebastião) é o parente comum de várias famílias de Leiria, como os Lopes Vieira, os Veríssimo de Azevedo, os Charters d´Azevedo, os Carreira e, por sucessão, de todos os Henriques d´Azevedo.

O local, aqui revisitado, no cimo da colina, com o tempo referenciada com o nome de  S. Sebastião, onde hoje ainda existem algumas edificações habitadas, começou por ser Collipo.
O topónimo deste sítio passou, de acordo com o foral de 1142 e uma inquirição(3) de 1233, a ficar para a história, como Randulfo.
O topónimo «S. Sebastião do Freixo» teve origem na existência, no sítio de «Casal do Freixo» (antigo Palácio Randulfo), duma ermida em honra de S. Sebastião (que tinha boa renda, sendo que esta era recebida pela Fábrica da Sé de Leiria, segundo as célebres "Memórias Paroquiais" da Batalha, de 1758).

Será oportuno deixar aqui um apontamento sobre o  Visconde de S. Sebastião(4)José Maria Henriques d´Azevedo, a quem pertenceu, por herança, a já citada Quinta de S. Sebastião
Este título foi-lhe atribuído por mercê de D. Luís I, em 8 de Agosto de 1872.  
-
notas:
(1) ler "Introdução à história do Castelo de Leiria" de Saul Gomes.
(2) ler "Villa Portela", Ricardo Charters d´Azevedo, ed. Gradiva 2007, pág. 73 e seguintes.
(3) Esta inquirição de 1233 refere a existência de uma propriedade da Coroa na região de Leiria, situada em «Palácio Randulfo», sensivelmente onde é hoje S. Sebastião do Freixo.
(4)
a) Existe em Leiria, em sua homenagem,  a  Rua 1º Visconde de S. Sebastião, que liga a actual Av. das Comunidades até ao entroncamento com a Av D. José Alves Correia da Silva;
b) Era proprietário de diversas propriedades nos arredores de Leiria. Destacam-se a Quinta de Vale de Lobos,  localizada na actual Estrada das Cortes, do outro lado a Quinta de S. Venâncio e a Quinta do Lagar de El-Rei, em cujos terrenos se encontram hoje instalados a Prisão-Escola de Leiria, A ESEL- Escola Superior de educação de Leiria e o IPL - Instituto Politécnico de Leiria.
(p. 83 do livro "Villa Portela" já referido em (2))

2011/02/08

Esperança?! Casa arrombada trancas à porta!...


08-02-2011 12:20 -     Esperança  
Nem tão pouco o desemprego, ou mesmo a falta de qualificação da mão-de-obra. Nem sequer a situação de descapitalização e falta de liquidez do sector financeiro e consequente "desalavancagem", eufemismo encontrado para denominar o processo de contracção de crédito e logo do investimento pelo qual a economia está a passar. O nosso verdadeiro problema, espelhado pela ausência de indignação face à situação actual, pela evidente atitude de resignação, pelo espírito pessimista dominante na população e agentes económicos, consiste, afinal, numa profunda ausência de esperança em relação ao futuro.


A economia faz-se de expectativas. Tendo os portugueses perdido a esperança no futuro, actuam em conformidade. Não investindo. Poupando em vez de consumir. Quem tem recursos aplica-os em activos externos. Quem tem mobilidade opta por sair. Hoje, temos uma emigração dual, onde o peso dos qualificados é crescente. Os imigrantes regressam aos países de origem.
O estado geral dos agentes económicos é depressivo. Assim não há economia que cresça, por muito que o marketing propagandístico oficial nos tente vender a imagem de um país virtual que a generalidade dos cidadãos não reconhece.


A agora famosa canção dos Deolinda é, em si mesmo, exemplar: 
uma geração a quem o poder deixou o encargo de trabalhar uma vida inteira para pagar as dívidas da irresponsabilidade passada protesta em canto. 
Mas ainda não se revoltou. 
Esta é a geração dos que estudaram "para ser escravos". Mas como por cá não os escravizam, não lhes dando emprego, tentam emigrar. Se o fizerem, ganham mais na escravidão e escapam a pagar as dívidas da geração anterior. Esta paga o preço da sua irresponsabilidade ficando sem pensão decente. Perante tal perspectiva, não há optimismo que resista. Para nenhuma das gerações.


Perante o pessimismo, a população olha para o poder, como o sempre fez durante séculos. Acreditamos que será sempre do Estado que virá a salvação. Mas não vale a pena ter ilusões. Durante a maior parte desta década, o Estado estará demasiado ocupado a reorganizar-se, a redefinir as suas funções, a reduzir a despesa e a dívida e a diminuir o fardo que a todos impõe via maiores impostos e menores benefícios sociais. Não será, seguramente, através da despesa pública que a economia será relançada, ainda que essa fosse uma forma eficaz de o fazer.


Inverter o pessimismo das expectativas vai depender do aparecimento de uma figura com efectivas capacidades de transmitir optimismo através de uma liderança inspiracional. Sebastianismos à parte, até pode ser que tal figura surja no meio político. Mas duvido de que o Estado, com os problemas urgentes que terá de enfrentar, tenha meios para formular, comunicar, liderar e implementar um verdadeiro processo de reformulação estratégica do País, em geral, e da economia, em particular. Mas não percamos a esperança.


É altura de deixarmos de olhar para o Estado como líder da economia e da sociedade. O modelo está esgotado e conduziu-nos onde agora estamos. A economia, para dar o salto, necessita de se libertar dessa relação simbiótica com o(s) poder(es) político(s) e fazer valer-se por si mesma. O crescimento da economia terá de passar a ser liderado pelo sector empresarial. Necessitamos, enquanto Nação, de ver umas quantas empresas assumir a liderança do processo de modernização e inovação empresariais. E por arrastamento, do País. Precisamos mais de Nokias e Zaras do que de discursos políticos. Infelizmente, uma boa parte - mas não toda - das grandes empresas nacionais habituou-se em demasia a viver à mesa do Estado e do Orçamento. Por isso, também aqui há razões para pessimismo. As excepções, os poucos que até em público ousam criticar o omnipotente Estado, estão entre aqueles que maior sucesso atingiram no exterior. Não sendo estado-dependentes, estão habituados a suceder por mérito próprio, contra a concorrência agressiva dos actores internacionais. É esta a nossa última esperança. Mas se a estas empresas e suas lideranças forem negados os meios para investir e actuar, no contexto do propalado "processo de desalavancagem" resultante da actuação incompetente do Estado, então não haverá qualquer perspectiva de esperança para a economia nacional. Não será uma nova década perdida: serão várias gerações perdidas.


Professor da Universidade Nova de Lisboa
Assina esta coluna quinzenalmente à terça-feira
  
Jornal de Negócios - Paulo Pinho


------------COMENTÁRIO DO AUTOR  DO BLOGUE:----
Permito-me, como autor deste blogue, assumir a seguinte opinião:


1- É do mínimo bom-senso não se gastar mais do que se consegue receber (ressalvando futuras potenciais receitas solidamente fundamentadas);
2- O desequilíbrio das contas públicas portuguesas já tinha a tendência notória de crescimento exponencial desde os tempos do "cavaquismo" dos anos 90. Que se fez na altura? Os políticos não usaram de terapias rudes, como pelos vistos se impunha, porque tinham medo da reacção popular, nas eleições que se seguissem;
3- Face às medidas drásticas que finalmente se estão a tomar, da forma brutal como começa a ser cada vez mais notório, que fazer?:
- Queimar na fogueira da indignação a actual equipa Governamental e a sua imagem de marca, José Sócrates?
- Dar uma oportunidade a outro partido da mesma área ideológica (na prática)? Ou seja, mudar as caras mas não a política? Isto é, alinhar no jogo do assalto ao poder, nem que para isso seja necessário que as chamadas direita e esquerda da oposição Parlamentar se postem do mesmo lado da barricada?
- Escavacar tudo indo para a rua fazer barulho a reclamar indiscriminadamente contra tudo e contra todos?
- Ter Esperança? Em que a União Europeia nos ajude a resolver a nossa faraónica Dívida Pública? 
- Ajuda da UE? Que tipo de ajuda? Só com um perdão de parte da nossa dívida pública aliado a forte contenção nos gastos públicos é que poderemos ter alguma hipótese de por as contas em dia!


Creio que não restará outra possibilidade de restabelecer algum equilíbrio na zona da UE senão usando de um grande espírito de Solidariedade para com os países Europeus ditos periféricos! Doutra forma ainda vamos assistir ao funeral do Euro e de perturbações de repercussão incomensurável em toda a Europa e no Mundo!


(Copyright © António S. Nunes)

Uma silhueta de Leiria, hoje em dia...

2011/02/06

Benavente: Morreu um grande e senhor radioamador

Olá, amigo Mário Portugal!

Onde quer que estejas,
no éter com certeza,
engenhocas benfazejas
com a maior singeleza.


Quantos colegas e amigos
os teus préstimos não serviram?
Ensinamentos os mais antigos
um pouco contigo partiram.


Silent Key, CT1DT, 5 de Fevereiro de 2011

Passou a QRT definitivo (terá mesmo passado?!...) o amigo e colega radioamador de longa data, Mário Portugal, de indicativo CT1DT, última morada em Benavente.
Quantos colegas radioamadores e outras pessoas não se sentiram aliviadas com as emissões de rádio frequência extraídas a partir duma placa especialmente concebida pelo Mário Portugal! Bem os ouvia nas nossas "rodinhas" a referirem-se ao alívio que sentiam das suas dores nos ossos e até musculares.
Só com as engenhoquices do CT1DT


Parece que ainda o estou a ouvir, nas ondas de rádio das bandas de amador, principalmente nos 80 metros ou em VHF, a sua voz pousada e sabedora, a dar-nos lições de técnica de rádio, às vezes até algumas lições de moral, que a sua avançada idade e grande experiência de vida isso lhe autorizava.


Nestes últimos anos dedicava-se também a escrever as suas memórias no blogue engenhocando2.blogspot.com


A nossa colega e amiga blogger, Ana Ramon conjuntamente com Augusto Mota e a Associação de Radioamadores do Ribatejo, a que se associou a Câmara Municipal de Benavente, prestaram-lhe, há dois anos, uma sentida e merecida homenagem com a publicação do livro cuja capa se apresenta ao lado.
Pode ser obtido seguindo o link.


Até sempre, Mário Portugal!...
Fim de emissão, por ora,
CT1CIR - António Nunes
(Copyright © António S. Nunes)
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2011/02/05

Alcanena: uma amendoeira em flor

Em pleno centro da cidade...há 8 dias!
-
Quisera ser pintor
Para na tela deixar o deslumbre
Do branco único, perdido,
Em cada pétala da flor
de amendoeira.
Da levíssima pincelada rósea no anel
Dos estames sedosos, cor de mel;
Do brilho translúcido, macio
Como afago de um beijo sentido
Num sonho fugidio.



Júlia Barros Biló, do seu livro Somos Poeira, Somos Astros
- 
((comentário que deixei escrito no blogue dias-com-árvores em 2008.
Quero dizer, Alcanena é minha visita frequente nos últimos anos)) 


Há dias fui a Alcanena com uns amigos e companheiros do Elos Clube de Leiria. Íamos para se comemorar TORGA e apadrinhar a formação de mais um Elo Clube.

Fomos surpreendidos ao entrar na zona de Alcanena com umas árvores espalhadas pelos campos com uma floração lindíssima. E logo começámos a congeminar. Amendoeiras? Ameixoeiras? Tirei fotos. Depois de ver estas deste post penso que não fiquei com dúvidas em as colocar no grupo das amendoeiras.
Ao pormenor, a flor é uma maravilha da Natureza.
Um abraço
António



in 
http://dias-com-arvores.blogspot.com/2008/02/o-exemplo-das-amendoeiras.html
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2011/02/02

Miguel Torga em Leiria - (1939-1941) a 2011

No próximo Sábado, 5 de Fevereiro de 2011, evocação da presença de Torga na cidade de Leiria. Das 15h30 às 16h45, em Leiria, destacando-se a apresentação do Livro de Actas do II Colóquio, no Auditório do Turismo de Leiria.
Alvorada invernosa, gelada, nem o Sol amainou o dia...
Carvalhinha, Barreira, Quinta do "Cabreiro"
-
Amanhece...
E amanhece o desespero...
Dura condenação
Da vida humana!
Angústias a oprimir o coração,
Seguidas como os dias da semana.

Mais vinte e quatro horas
De negrura,
Que o sol nem há-de ver, na sua pressa.
Em vez dum claro apelo,
O pesadelo
Dum sonho mau, que apenas recomeça.

Miguel Torga
(Copyright © António S. Nunes) Posted by Picasa

2011/02/01

LEIRIA: Durante quanto tempo mais?


(clic para ampliar. Pode ser que consiga ler...)
Reconheço que às vezes sou insistente. Talvez persistente, digo eu. Não pretendo molestar, desnecessariamente, ninguém. Nenhuma entidade em particular.
Só gostava que alguém me explicasse, em concreto. Porquê manter, tanto tempo, este painel (pretensamente) informativo, neste local estratégico? Já aqui se encontra, plantado, hirto, nostálgico da propaganda que contém mas que está desactualidíssima, desde 2004 (já nem tenho bem a certeza, mas posso confirmar, é uma questão de ir consultar o meu arquivo fotográfico).
Ora repare-se lá na poluição visual que não constitui a manutenção daquele painel naquele sítio, precisamente?
Eu gostava era de poder apreciar, mesmo em pleno Inverno, o Jardim Luís de Camões, em Leiria. Que é para isso que ele foi concebido e devia ser mantido!...
(Copyright © António S. Nunes) Posted by Picasa

2011/01/30

Samora Correia: X Encontro de Poetas Populares do Ribatejo


Mesa do encontro, coordenação de Domingos Lobo (2º da esquerda para a direita)
No dia 29 de Janeiro de 2011, (Sábado) realizou-se o « X Encontro de Poetas Populares do Ribatejo » com início às 10.00 horas, no Auditório do Palácio do Infantado, em Samora Correia.

João Sabino, decano dos poetas de Samora Correia, com a bonita idade de 90 anos, a dizer, de memória, o poema "O Governo e o Pimba". Uma sátira muito aplaudida, a propósito da actual situação política, económica e social do país.
Piedade Salvador a ler o prefácio do livro "Pensamentos sobre...", edição da Câmara Municipal de Benavente, cuja receita reverterá a favor da constituição dum fundo para o restauro mais que urgente da igreja matriz de Samora, no mesmo largo (o da República). 
Esta Igreja é considerada um monumento nacional, já resistiu a um violento Terramoto e encontra-se em estado de degradação evidente.
O jovem poeta Jorge Carola(*), a autografar o seu livro de sonetos, "O Dorso das Palavras", Garrido Artes Gráficas, 2004. Na foto com Soares Duarte, que fez grupo com o autor deste apontamento, Maria Luísa e Zaida Nunes, em representação de Leiria.

Vogava

Vogava o navio no raso mar
Lá chega do horizonte, vindouro
E louco está o meu sonho, amar
Possuir vida imensa e ouro.

Cada vez o tempo quer-me aclamar
Mais e eu sem coragem e sem louro
Só o meu Tejo me pode afamar
Por ser mais belo que o rio Douro.

Sobe em mim a vontade de viver
Não quero jamais voltar à tristeza
De viver apartado da beleza.

Como quero brilhar numa estrela
Aquela que brilha mais amarela
Ela a rainha com certeza.

Apesar de simples convidados, leram-se poemas de Zaida Paiva Nunes e Soares Duarte.
Fazemos parte, a convite, do Grupo de Poetas de Alcanena, que esteve presente em força, com o apoio da Câmara Municipal de Alcanena.

Zaida Paiva Nunes
Leiria
A apresentar os poemas de sua autoria:
- Aquilo que grito
- Quando um dia







(Copyright © António S. Nunes)
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2011/01/27

Leiria: Os tempos que correm...

Ontem, em Leiria, ao descer desde a Rua Natália Correia para a Estrada das Cortes, o hábito pré-primaveril e esplendoroso duma mimosa.
Outra perspectiva do mesmo local, focando o contraste de forte impacte ambiental dos pilares do enorme e monstruoso viaduto que vai sobrevoar o Vale do Rio Lis, entre a Quinta de Vale de Lobos, Quinta de S. Venâncio e Vidigal. Uma obra de vulto, sem dúvida, integrada no conjunto que vai constituit o IC36, a ligar a A8 à A1, entre Alto do Vieiro e os Pousos.


 
Hoje, dia de frio e de chuva. 
Uma perspectiva do Jardim Luís de Camões, em Leiria. 
As tílias, imagem de marca deste jardim, todas nuas... 
              Entretanto...                                      
1- Hoje, logo pela manhãzinha, os pais e alunos do Colégio Conciliar da Maria Imaculada (O Colégio da Cruz da Areia), aqui em Leiria, estão em luta contra o corte drástico no financiamento das Escolas Privadas no âmbito do acordo de cooperação existente com o Estado há mais de 30 anos.
É de referir que estes financiamentos se destinam a fazer face às despesas de funcionamento da Escola na prestação do serviço público de Ensino Obrigatório e gratuito aos alunos do 5º ao 9º anos.
2- Pelas 17h15, na Rádio Batalha, que pode ser ouvida na frequência 104,8 mhz ou via internet seguindo o link www.radiobatalha.com , o autor deste blogue fará uma pequena intervenção na rubrica "Destaque" integrada no programa de Soares Duarte, "Conversas e Ideias", entre as 15h e as 18horas Gmt. 
Participe, contactando pelo telefone 244 768440.

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2011/01/26

PAÇO - MONTE REDONDO - Leiria

clic para ampliar

Há dias fui a Monte Redondo, 25 km a Norte de Leiria, indo pela A17.
Ao regressar à minha base de operações em Leiria, fiz um pequeno circuito pela povoação de Paço, ali mesmo integrada na freguesia de Monte Redondo
Aqui estão algumas fotos de pormenores que me chamaram a atenção.

(Ressalva: a fotografia com a estátua reporta-se à zona do Adro da Igreja Matriz de Monte Redondo.)

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2011/01/23

Um dia frio e cinzento...




No Centro-Oeste de Portugal
---
À vezes quando menos se espera
em pleno dia de trabalho quando
a intriga aumenta e a descrença cresce
e todas as forças do cinzento
se conjugam para anular o sol

ou quando todas as palavras se degradam
no comentário na notícia no discurso
às vezes subitamente há uma corrente
um arrepio no espírito um sobressalto
um aviso que chega uma espécie de alerta.

Então eu sei que no mais fundo de mim
por entre pedras provocações insultos
enquanto D. Pedro avança eles atacam
às 20 em ponto na TV. E o poema escreve-se
no dia adverso como um sol inverso.

Manuel Alegre
canto 8
Sete Partidas
Ed. NM - 2008
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2011/01/20

Hortas urbanas, biodiversidade e desenvolvimento económico

Nas últimas décadas a preocupação fundamental das grandes decisões governamentais a nível global têm-se prendido com o desenvolvimento económico a qualquer custo.
Que o desenvolvimento económico é condição imprescindível à qualidade da vida do homem, que sem economia forte não há desenvolvimento - invoca-se.
Não podemos contestar tal concepção, mas podemos e devemos travar a velocidade do desenvolvimento económico a qualquer preço em nome duma ideia muito mais importante para o Homem e o próprio Planeta em que ele vive e de cuja sustentabilidade depende a própria vida: a biodiversidade.
Corre pelas chamadas “redes sociais” um movimento “pela criação de hortas urbanas e biodiversidade nos espaços verdes das grandes cidades”. Eu acrescentaria, pensemos em todas as urbes e não só nas grandes cidades. Pensemos também nas terras em pousio pela migração maciça das populações, para os centros urbanos em busca da ilusão de melhores condições de vida.
Actualmente, assistimos à decepção dos novos habitantes das urbes, particularmente aqueles que vêm de zonas mais ou menos interiores e até de áreas limítrofes. É que estão a ser confrontados com uma qualidade de vida muito deficitária, em múltiplos aspectos. Preços incomportáveis dos combustíveis para usar no transporte privado, os próprios transportes ditos públicos cada vez mais caros, engarrafamentos brutais com o aumento subsequente do tempo ocupado em transportes, salários muito baixos para fazer face ao custo de vida, falta de tempo livre.

E a alimentação, o que é que andamos a comer, com estas pressas todas e a necessidade de gerir orçamentos familiares baixíssimos? E deficitários, feitas as contas.

É esta a vida que queremos viver, de facto?

Dada a actual conjuntura económica e social mundial, parece-me evidente que temos que encontrar todas as alternativas possíveis e imaginárias para procurarmos o equilíbrio dos nossos orçamentos familiares e da própria Terra.
Sou incondicionalmente a favor dum melhor aproveitamento das terras de cultivo e que estão votadas ao abandono. E ao aproveitamento dos próprios jardins que, alguns de nós, possam ter à volta das suas habitações. E também a favor da criação de talhões de terreno comunitários para horta.


Nesta perspectiva, dou o meu apoio a esta iniciativa (espero bem que não só virtual) e que seja posta, desde já em prática, por cada um de nós.
Pelo que a mim e à minha família diz respeito, já estamos em fase de substituição de parte do relvado do jardim. Até porque com a relva se gasta demasiada água e pouco ou nada se contribui para a biodiversidade de que o nosso Planeta tanto carece. 
Em sua substituição, estamos a plantar couves, alfaces, plantas aromáticas e medicinais e a semear feijão verde, cenouras, alho, nabiças, nabos, o que a terra possa produzir e ajude na alimentação. E não esquecendo – muito importante – a reciclagem de todos os resíduos biológicos da cozinha, do jardim e da própria horta, bem como o aproveitamento das águas das chuvas.
Ao mesmo tempo, já começámos a dar preferência às plantas e flores autóctones no remanescente do terreno ajardinado. Sem esquecer as árvores de fruto que se possam plantar, como laranjeiras, limoeiros, pereiras, cerejeiras, macieiras, etc.
Aproveitem-se todos os bocadinhos de terra de cultivo (alguns jardins e espaços verdes, inclusivé) para melhorarmos a qualidade de vida das nossas cidades e não só, que há por esse Portugal fora, muita terra abandonada!...

E que não haja “vergonha” de agarrar numa enxada, numa pá, num ancinho, pôr os pés na terra e usufruir, para além de tudo o mais, do bem que é o contacto com a Natureza!...
---
(Estive em rádio - Rádio Batalha - a conversar sobre este tema, com o meu amigo e realizador do programa "conversas e ideias", Soares Duarte. Na 5ª feira passada, à tarde. Na rubrica "destaque", quem diria, nestes tempos de campanha para as Presidenciais. Eu, que sou dos que pensam que todos devemos participar com força cívica nos momentos importantes para o nosso país!... 
Estou cansado de ver o povo a não ser mais e melhor juiz das acções concretas dos nossos dirigentes políticos, a branquear factos que deviam ser esclarecidos, para não nos virmos a sentir enganados no futuro).


A composição ao lado é um fragmento do que foi publicado na "Ilustração Portuguesa", um nº de 1916, que retirei do blogue colipoleiria
É certo que nessa época vivíamos essencialmente da Agricultura, a verdade, porém, é que com a nossa entrada na Comunidade Europeia, os Governos Portugueses praticamente foram empurrados a tudo fazer no sentido da desvalorização/menorização da actividade agrícola. Os efeitos perversos estão à vista. Consumimos mais de metade de produtos alimentares importados de outros países Europeus porque nos convenceram que a nossa agricultura não era necessária para coisa nenhuma, que a Europa produzia tudo em abundância, qualidade e preço. 
É o que se está a ver!...

2011/01/19

Leiria: Solar dos Ataídes - 1929 e 2010


in "União Nacional" de 1 de Maio de 1929


Um extraordinário tratado sobre as origens históricas das principais famílias de Leiria, com base nas famílias ligadas à "Casa do Terreiro" ou "Solar dos Ataídes".

Ler mais em http://dispersamente.blogspot.com/2011/01/leiria-casa-do-terreiro.html
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2011/01/16

Fotografar para não endoidar

clic para ampliar

Em jeito de legenda:


1- Vindo de lá de cima, junto à Igreja matriz da Barreira, ouve-se o som da música da festa de Sto. Amaro, o protector dos aleijadinhos dos ossos - que dos outros nem sei;
2- Passei o fim-de-semana, uma grande parte, a trabalhar a terra, uma porção à volta de casa, anteriormente coberta de relva (grama ou escalracho) para semear favas,cenoura, alho, feijão, nabiças, grelos de nabo e plantar couves (de desfolhar e de repolho) e alfaces;
3- As fotos alusivas à cidade de Leiria, Centro histórico e Largo do Papa, são de 6ª feira passada (ou terão sido tiradas na 5ª, ou na 4ª? foi por um desses dias);
4- O gato siamês é o "Chaneco", dos nossos vizinhos, habitual do nosso lado, ia a passar por debaixo da minha janela, apercebeu-se da máquina fotográfica, olhou e ajudou a focar a imagem;
5- Podem observar-se vários instantâneos, sobre as Cortes, Sra. do Monte, ao amanhecer e ao cair da tarde, como me vai ocorrendo. Também se podem ver perspectivas sobre a parte poente à volta de casa, na direcção da "Quinta do Cabreiro" (agora já não é assim conhecida, mas foi dessa maneira que me ensinaram a identificar este lugar, dos meus tempos em que fiz parte da Junta da Barreira, anos 2001 a 2004). Não me canso de tirar fotografias destas vistas!... Um regalo para o olhar e uma emoção para a alma!...
6- Há dias recebi uma notificação para pagar em 15 dias uma multa de 30€ por ter estacionado há uns meses atrás, em cima do passeio. Estava em serviço... (mas não sou polícia);
7- Não podia esquecer a camélia...branca, linda,
- calmante, para compensar o ruído bruto da campanha eleitoral para as Presidenciais que por aí anda. Tanta demagogia, tanta palermice (a tentarem enrolar-nos de todas as maneiras, mesmo que imaginárias sejam).


E pronto.
Espero que gostem das fotografias que aqui vos deixo.
Descansemos a mioleira, que ainda dão connosco em doidos!...
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2011/01/15

Leiria- 45º Aniversário do Teatro José Lúcio da Silva


Capa do Programa da Inauguração - Preços do Primeiro Espectáculo de Cinema com a exibição do filme "Lord Jim" com Peeter O´Toole

Medalhão comemorativo: quantos mais exemplares estarão preservados?

Muito já se escreveu sobre as atribulações vividas em Leiria, desde o momento em que foi construído o primitivo Teatro D. Maria Pia, erigido no final do século XIX, no local correspondente à zona entre a actual Fonte Luminosa e a Rotunda do Sinaleiro, que acabou por ser, inglória e dramaticamente, demolido em 1958, até ao momento actual do Teatro José Lúcio da Silva.


Muito mais se pode ler sobre esta matéria consultando-se:
1- Livro "José Teles de Almeida Paiva - 1917-1994 - Uma Vida, Uma Época, Uma Cidade" de Zaida Paiva Nunes e António Nunes, ed. Folheto - 2004;
2- "Diário de Leiria"(*) de 14 de Janeiro de 2011, com dois excelentes e completos artigos:
pág.: 10 (DL Especial) sob o título "Fundação é o futuro de Teatro";
pág.: 11, "Teatro conta quase meio século de cultura" - "Teatro José Lúcio da Silva comemora, amanhã, 45 anos de actividade ao serviço da cultura".


Durante o mês de Janeiro a programação cultural deste excelente Teatro inclui várias iniciativas, destacando-se uma "Homenagem a Ary dos Santos" no dia 18, que assinalará também os 26 anos da sua morte.
- nota: documentos e medalha de posse da família Paiva. José Teles de Almeida Paiva foi accionista (por herança de seu pai) do Teatro D. Maria Pia, fez parte do seu corpo administrativo e foi gerente do Teatro José Lúcio da Silva, até à sua reforma, em 1992.
- (*)Diário de Leiria registado na minha Biblioteca - 1536-AA0610 
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2011/01/14

Leiria - A Casa do Terreiro

(clic para ampliar - fotos da actualidade)

A família Silva Ataíde da Costa ( Athaydesdeixou-nos o principal solar setecentista de Leiria e ainda um terreiro, o qual viria a polarizar as casas de elite da cidade.




fragmentos da capa do livro abaixo referenciado

1º de 3 volumes sobre a Casa do Terreiro, com o qual se pretende explicar quando, como e porquê surge a família Ataíde na região de Leiria e qual o seu papel social na cidade ao longo dos séculos XVI e XVII.

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in "A Casa do Terreiro - História da Família Ataíde em Leiria - Das Origens ao Século XVI"
Francisco Queiroz
Ed. Jorlis - 2010
Apoio à Edição: Fundação Caixa Agrícola de Leiria

- registo biblioteca aqui.