2011/12/03

Nazaré e o Centenário do Nascimento de Alves Redol



Estivemos, no passado último feriado do 1 de Dezembro, na Nazaré. Um grupo de amigos, de boa idade, mas sempre alerta. Depois de almoçarmos uma boa caldeirada no "Sete Saias" lá seguimos a pé até à casa do casal Soares Duarte. Pelo caminho, ali na marginal, de braço dado com o mar, as suas inseparáveis gaivotas e o belo areal daquela que é, por muitos, considerada a mais bonita praia de Portugal. 

Claro, dispersei-me do grupo e lá andei, uns momentos, nas asas duma daquelas gaivotas que por ali espreitavam pela sua oportunidade de ver o peixe a saltar...
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Reedição do Livro “Uma Fenda na Muralha” de Alves Redol apresentada na Nazaré


    A Biblioteca Municipal da Nazaré realiza, no próximo sábado, 3 de Dezembro, às 16h00, uma sessão de apresentação do Livro “Uma Fenda na Muralha”, de Alves Redol, reeditado, que contará com a presença de vários convidados. 
    António Mota Redol, filho do escritor,  pescadores que privaram com Alves Redol e a Comunidade de Leitores da Biblioteca Municipal da Nazaré (que arrancou as suas actividades com a leitura e discussão desta obra), entre outros convidados, são as presenças confirmadas nesta sessão, marcada para o próximo sábado.

    Esta iniciativa surge na sequência do Programa Nacional de Comemoração do Centenário do Nascimento de Alves Redol (1911 – 2011), que tem desenvolvido, ao longo deste ano, inúmeras actividades pelo país, e que já trouxe à Nazaré, ao Centro Cultural, em Setembro, a  Mostra Bibliográfica sobre o escritor, organizada pelo Museu do Neo-Realismo de Vila Franca de Xira.

    A Nazaré acolhe agora mais uma iniciativa dedicada ao escritor com a realização da sessão de apresentação de “Uma Fenda na Muralha”, livro (original lançado em 1959) que retrata o quotidiano nazareno dessa época. 
    in
    http://www.cm-nazare.pt

    Lá estaremos!...
    @as-nunes

    2011/12/01

    Estado crepuscular


    Nem é de noite nem é de dia, nem é Barreira nem é Cortes, rua, ora sossegada ora com o ruído de automóveis a subir, só com iluminação pública/natural da via pública ou também com iluminação privada.

    Era só para observar as diferenças de tons das cores destas duas fotografias tiradas no mesmo sítio e no mesmo momento (mais coisa menos coisa)...
    Interessante, muito interessante.... fronteira, luz, sombra, público, privado... 

    Orçamento do Estado Português mais gravoso de que há memória nas últimas décadas. Aprovado pela maioria governamental, cortes e mais cortes, tudo "A Bem da Nação"!

    Os meus pensamentos num turbilhão!...

    Ah, pois...hoje, por sinal até será o último 1º de Dezembro que vamos comemorar na sorna, com direito a feriado nacional.
    Quer dizer, deixa de haver o 1º de Dezembro, ou seja, já não nos interessa por aí além, que em 1 de Dezembro de 1640 nos tenhamos livrado do domínio dos Filipes, nuestros hermanos
    E deixem-me que vos diga, não será premonição do que irá acontecer nos tempos mais próximos? Ou nos federamos a nível da União Europeia - política, económica e financeiramente - ou então voltamos à antiga, cada um que trate de si, com a sua própria moeda, fronteiras controladas a rigor, salve-se quem puder!

    A Alemanha, mais uma vez, a tramar a Europa! Até parece que serão auto-suficientes, que podem muito bem viver sozinhos!

    Foi para isto que, após tratados e mais tratados, assinados e jurados por homens decididos, se lançou a Europa na aventura fantástica que era a ideia duma Europa Unida para o que desse e viesse, mas no sentido do incremento dum verdadeiro espírito de Solidariedade?

    Infelizmente parece que este sonho já está a entrar no difuso campo do crepúsculo. Ainda se vêm umas luzes, mas por quanto tempo mais?

    Vim aqui só para tagarelar um bocadinho e acabo chamuscado com esta tremenda inquietação destes tempos inquietantes!


    penosos   estes pensamentos
    cortados em fragmentos
    europa   uma riça?
    chiça!...
    @as-nunes

    2011/11/29

    Lourais e Carvalhinha em contraluz


    Do lado de cá, em contraluz, no Domingo passado, a cerejeira do meu vizinho em fim de ciclo, uma "figueira-do-inferno", vislumbram-se algumas laranjas na própria árvore, a quinta do cabreiro (era do snr. David, mas ficou com este nome, foi como me ensinaram, há uns 10 anos atrás), lá acima olhamos para poente...


    Entretanto:
    O nosso fadário, esse continua cada vez mais atiçado!...
    -
    nb.: figueira-do-inferno é o nopal 
    @as-nunes

    2011/11/27

    O Fado (Reedição): JÁ É PATRIMÓNIO MUNDIAL

    Fotografia de 2003, fachada das instalações da agência do ex-Banco de Portugal, em Leiria.
    -
    Fui ver o "Corta Fitas" que ficou no cimo da lista da actualidade dos blogues que sigo. Copiei este vídeo...
    Há minutos que o FADO é Património Mundial. Aliás, já era, há muito. Já os nossos marinheiros de 500 o cantavam, com toda a certeza, por entre as saudades lançadas aos sete ventos e brisas dos mares de todo o mundo, o conhecido e o desconhecido desta Europa, que se julgava o centro do Universo!...
    27-11-2011 (01:00 PM)


    1ª ed. desta entrada: 26-11-2011

    2011/11/25

    Pode ser que depois da tempestade venha a bonança

    Uma camélia "winter snowdown", agora.
    Lourais-Cortes- Sra. do Monte: o amanhecer de um novo dia. 

    Esperança em melhores dias
    palavras mais animosas...
    que estas fotografias
    as insinuam bem airosas
    muito mais que o azedume
    destes tempos de queixume
    que aqui tenho lançado
    mais parecendo desanimado
    não gosto deste fado
    desafinado
    desesperançado

    Espero bem que o FADO venha a ser mais um património imaterial da Humanidade...

    e que com ele
     possamos cantar
     as alegrias 
    de melhores dias
    @as-nunes

    2011/11/23

    Greve Geral



    Será que é a hora da revolta? 
    Revolta contra quê?  
    Contra quem?


    Quem é o inimigo? 
    O medo de sermos pobres? Mais pobres ainda? 


    Estaremos nós à procura da luz antes que ela se extinga ou será que estamos muito simplesmente a viver a ilusão de que seremos capazes de contrariar o movimento de rotação da Terra?

    Sem dúvida que a crise económica e social que se vive em
    Portugal tem na sua génese três factores inquestionáveis:
    Má gestão dos governos pós 25 de Abril de 1974;
    - Corrupção incontrolável;
    - Descontrolo na forma como nos integrámos na zona Euro.

    A organização política e administrativa da Nação que passou a vigorar depois da "revolução dos cravos" tem sido muito mal articulada.

    Será que estamos em face do drama das crises cíclicas que têm afectado a Europa ao longo de todos os tempos, particularmente ao longo dos últimos dois séculos?

    Será que os Europeus não têm estadistas à altura das circunstâncias da actualidade, face à inevitável globalização da sociedade?

    A verdade incontornável é que nós, portugueses, deixámos que as nossas contas chegassem a um limite tal, que nos impede absolutamente de cumprir as regras base de qualquer sistema económico:
    Quem recebe deve
    Quem dá tem a haver

    Se temos recebido (gasto) mais do que damos (vendemos/exportamos/emprestamos), é inevitável que tenhamos um saldo devedor nas nossas contas. 
    Como inverter esta situação?
    Os ricos, os que enriqueceram à custa da agiotagem, de manobras na área do poder e da corrupção é que deviam pagar a crise. 
    Isto significaria que a riqueza produzida por todos deveria ser repartida com muito mais equidade (perfeitamente de acordo snr. Presidente da República, não são só os sacrifícios que devem ser repartidos com equidade, esta tem de partir logo da fase da distribuição da riqueza, aí é que está o busílis).

    Que fazer, então, interrogam-se os sábios economistas, em permanentes mesas redondas em busca do enigma da quadratura do círculo?  
    Entretanto, vamos para a rua?! Se for para pressionar os chefões da União Europeia, contem comigo. Doutro modo, o que é que esperamos duma greve geral, na actual conjuntura?


    2011/11/22

    Leria: numa manhã outonal





    Agora passamos mais tempo na freguesia da Barreira, com vistas para o Vale do Lis, as Cortes, a Sra. do Monte e a Serra da Maúnça.


    Ora, acontece que, estando nós a cerca de 5 km do centro da cidade de Leiria, por um lado, e à mesma distância da zona comercial, ali para os lados dos Parceiros, o Instituto Politécnico logo ao pé, acessos incríveis, até parece que foram encomendados de propósito, o novo "Santuário" cá do burgo - como já há quem lhe chame - um autêntico carreiro que se abre à nossa frente, qual passadeira rolante de alcatrão novo, lá temos que nos deslocar assim às manhãs ou tardes inteiras, para tratar de assuntos vários.


    Hoje de manhã fiquei de serviço ao volante do carro. Como não tinha assim nada de especial a tratar - tinha mas são daquelas coisas que podem ficar para amanhã - vai daí, dei uma volta, mais de passeio do que por necessidade. Claro que, nesses momentos, vem à baila a questão do preço do combustível que se gasta nestas voltinhas e do desgaste do carro...


    O resultado está à vista nestas fotografias, tiradas com a minha Canon PC1560 35X zoom digital, vídeo HD. Saíram assim, de imprevisto, à medida que os alvos me iam surgindo. Como se estivesse à caça em terreno conhecido.


    Antigamente não era nada disto. Na actualidade, todos nós podemos tirar boas fotografias. Basta ser insistente/persistente, gostar da fotografia e, uma coisa determinante: estar atento ao que se passa à nossa volta. Isto para a fotografia de reportagem, digamos que é mesmo assim, qualquer um de nós se pode transformar num repórter fotográfico. A questão é que, apesar de todas as facilidades de que se dispõe, hoje em dia, mesmo assim nem sempre se conseguem tirar boas fotografias.


    O que vos posso dizer, da minha experiência de muitos anos, a sensação que tenho é que serei um eterno amador. Mesmo nos conhecimentos técnicos. 
    Tenho comprado diversos livros técnicos sobre fotografia, revistas, cursos. Com isso só me confundo ainda mais.
    As minhas fotos têm de ser assim, tal como eu as consigo tirar. A minha mestra, boa ou má, é esta mania que se pode dizer que nasceu comigo: fotografar.


    Os temas são os mais variados. Olho e vejo uma moldura a envolver uma imagem. Aí está uma fotografia...

    @as-nunes

    Duma varanda do lado de cá



    São tantas as desgraças sobre que se pode escrever, hoje em dia, na nossa região, no nosso país, na Europa, no mundo inteiro, que, para não me afastar da minha musa inspiradora, nela me amparando, como se de um pronto-socorro se tratasse, eis que aqui vos deixo esta sequência de fotografias do que me prendeu a atenção durante o dia de hoje, a olhar só aqui à minha volta, sem mais divagações.

    (Para quem aqui passe, distraidamente, não conheça o ambiente:
    - Amanhecer sobre as Cortes, Sra. do Monte, Leiria;
    - A quinta aqui ao lado, terras à espera de ordens do "borda d´água"; o folheado em amarelo é duma cerejeira;
    - Ao anoitecer do lado de lá, das Cortes, em dia de chuva e algum frio.) 
    @as-nunes

    2011/11/20

    João Negreiros: um artista a conhecer

    No próximo dia 26 de novembro às 15 Horas, terá lugar na Biblioteca Municipal de Alcanena mais um encontro de poetas que desta vez abordará a obra de João Negreiros.
    Lá estarei. A participar, a tentar aprender mais sobre poesia, sobre os poetas e demais escritores de língua portuguesa, primordialmente.


    Claro, como não podia deixar de ser, também na minha função/missão de fotógrafo de reportagem, a que mais me tem seduzido ao longo da minha vida, digamos que desde os meus 18 anos, altura em que tive oportunidade de comprar a minha primeira máquina fotográfica.


    Para mim, a fotografia é a musa inspiradora para a maior parte dos meus ensaios e estudos sobre as mais variadas áreas de investigação, da reportagem, da opinião, da crítica, do conhecimento, enfim.
    Que melhor prova do que estou a afirmar que este meu blogue, sempre na linha de vista das ocorrências que me vão impressionando, ainda que, por vezes (demasiadas, talvez) possam correr o risco de não se sintonizarem o suficiente com os gostos de quem por aqui passa.
    -
    João Negreiros nasceu em Matosinhos a 23 de Novembro de 1976. O escritor português foi o primeiro classificado no Prémio Internacional OFF FLIP de Literatura (Brasil,2009). Em Portugal, entre outros prémios, João Negreiros venceu o Prémio Nuno Júdice. Na área do teatro, a sua obra foi crescendo, tendo hoje quatro peças editadas, “Silêncio” e “Os Vendilhões do Templo” (2007), “O segundo do fim” e “Os de sempre” (2008). No âmbito da poesia, publicou três livros: “o cheiro da sombra das flores” (2007, Papiro Editora), seleccionado de entre as melhores obras de poesia ibérica publicadas entre 2007 e 2008 pelo Prémio Correntes d' Escritas de 2009, “luto lento” (2008, Papiro Editora) e “a verdade dói e pode estar errada” (2010, Camões & Companhia). Em 2010, é editado também o primeiro livro de prosa do autor “O mar que a gente faz”. Para além de escritor, João Negreiros é actor e tem divulgado a poesia nacional através de espectáculos e vídeos de spoken word
    Em 2011, o artista foi o representante da Literatura Portuguesa na 7ª edição do conceituado Festival Internacional das Artes de Castela e Leão.
    ...


    A tristeza

    A tristeza é uma irmã mais velha
    que vive no quarto dos fundos           dos bolsos
    sempre que não tenho trocos para lhe comprar uma cama de hotel
    para poder vê-la feliz

    as calças estão para lavar
    as moedas tocam tambor
    ou o leito de um rio que fica entre as almofadas do sofá

    mana
    vai-te embora que tenho saudades do meu quarto
    quero dormir na minha cama

    sabes
    o sofá da sala tem um vale que me afunda as costas

    mana
    vá lá
    pinta-te            sai à rua e arranja namorado

    e tristeza partiu mesmo antes da morte chegar
    o meu quarto está vazio              para sempre´

    Um dos poemas de João Negreiros,  mais divulgados, consta do seu livro "o  cheiro da sombra das flores". 

    Comprei, recentemente, e estou a ler, o seu primeiro livro de prosa: 
    Livros editados - Prosa

    Estou a gostar imenso. Aliás, lê-se bem. E tem uma particularidade. É extremamente original e sincero na sua concepção e no estilo da narrativa.



    Pode acompanhar-se João Negreiros, inclusive na audição de alguns dos seus poemas, no seu blogue http://joaonegreiros.blogspot.com
    @as-nunes

    IC36: ai Leiria do Lis e do Lena

    As silhuetas do Castelo de Leiria e do Santuário de Nª Sra. da Encarnação, observadas do viaduto do IC36, com os automóveis a sobrevoar o Vale do Lis.
    Provavelmente já não poderei captar esta imagem na via Nascente/Poente em direcção à A19, ou à A8 ou à A17 ou mesmo em direcção à A1, se quiser virar à rotunda do IC36/S.Somão, seguir à rotunda do "McDonald" e seguir a via rápida para os Pousos e auto-estrada. 
    É que, depois de aberto oficialmente ao tráfego, não se pode parar lá em cima.
     A estrada que vem de S. Romão em direcção a Fátima, o Vidigal à vista, de cá de cima do IC36
     O vale do Lis, terrenos da Quinta de S. Venâncio, lá em baixo...uma amostra do que era a quantidade de sobreiros que havia nesta zona. (clique para ver melhor, pode ser que eu não tenha visto bem).
    No horizonte, a silhueta da Sra. do Monte e da Serra da Maúnça.
    Ora cá estão as famigeradas portagens. Fica-se sem se perceber se estas são as taxas por se estar a percorrer o IC36 ou se serão as taxas para quem queira ir para a A8 ou se será a portagem para se seguir pela A19 até à A8. 
    Confusões... deve ser por causa da minha dificuldade em me adaptar a estas alterações bruscas, coisas da idade, se calhar, os neurónios a funcionarem com memórias e recordações do que era o tempo do Lis e do Lena cantado por poetas e aproveitado para a agricultura, pastorícia e florestas a perder de vista.
    @as-nunes