2012/02/19

DECLARAÇÃO de hoje; e amanhã?


Este meu olhar embasbacado...na direção das Cortes e Serra da Maúnça, logo a seguir à Sra. do Monte...


Assim:


DECLARAÇÃO

Eu, abaixo assinado, não sei o que
hei-de declarar.

Mas posso declarar que foi ontem que eu,
abaixo-assinado, declarei que era hoje que
iria declarar o que tinha de declarar.

E declaro hoje que não sei o que declarar no dia
de hoje enquanto amanhã não chega.

Eu abaixo-assinado declaro que
amanhã terei de declarar tudo o que tenho
de declarar.

Ontem teria declarado e subscrito
o que tinha de declarar.

E amanhã também iria declarar
todas as declarações do mundo se, quando
amanhã chegar, não descobrisse que amanhã
é hoje.

Por isso é que eu, abaixo-assinado,
declaro que não sei declarar hoje, que é o amanhã
de ontem, tudo o que tenho de declarar.

E eu, abaixo-assinado, declaro solenemente
por minha honra que só não declaro nada hoje porque
hoje é o amanhã de ontem,
e também não vou declarar nada amanhã porque
amanhã é o hoje em que irei deixar para depois
de amanhã o que tenho de declarar.

E cumpra-se esta declaração que vou datar
de amanhã, sabendo que só a poderei escrever
depois de amanhã, quando ontem for o amanhã
em que a vou adiar para ontem.

Nuno Júdice
Pp 50 “A matéria do poema”, Ed. Dom quixote - 2008
-
Ou seja, estou a repetir-me, parece-me a mim, talvez seja altura de pensar melhor naquilo em que se está a transformar este meu "DISPERSAMENTE...", se calhar só isso, um amontoado de apontamentos dispersos mas também dispersivos, em demasia!...

Para já é esta declaração que aqui me apetece deixar hoje, logo a seguir à DECLARAÇÃO de Nuno Júdice, de forma a que me possa servir de muleta, tentando o balanceamento do passado e presente com o futuro.

Será que amanhã estarei a pensar o mesmo que hoje?!...
@as-nunes

Quinta do Cónego - Cortes - Leiria: vista panorâmica 1



Esta vista panorâmica é-me muito familiar, mostra-se-me todos os dias, às mais variadas horas do dia. 
Objecto principal: os terrenos e Quinta do Cónego, do lado de lá, das Cortes.
A perspectiva alcança um ângulo relativamente grande, não porque tenha usado uma grande angular, mas porque do lado de cá, da Barreira, uso uma objectiva 70-300 mm da marca Sigma ou uma máquina(2) Canon Power Shot Sx30 IS.

Vou passar a mostrar aqui a evolução da Natureza observada desta varanda.
Este vai ser o primeiro quadro desta série de 2012:

17 de Fevereiro de 2012
16h38m
Máquina (2)
Abertura: 6.17
f/5.6
ISO 80
-
nota:
vale a pena ler mais sobre a Quinta do Cónego.
@as-nunes

2012/02/17

Leiria - Fátima pela EN 356; o IC9, mimosas, Reguengo do Fetal, cruzeiro

 Ao entrar na povoação de Reguengo do Fetal, abrandei e captei esta perspectiva estonteante, uma acácia mimosa em todo o seu esplendor, ao fundo uma das muitas torres eólicas plantadas no cimo do montes sobranceiros à povoação, integrantes do conjunto da Serra d´Aire e Candeeiros.
 O viaduto do IC9 a sobrevoar o Vale do Freixo, pouco antes de se chegar a Reguengo do Fetal. Perspectiva desde a subida íngreme, encosta acima, até se chegar à Cruz Quebrada. Olha-se para poente, a vista é de uma amplidão de 180 graus, simplesmente celestial.
 Do mesmo local da foto anterior pode admirar-se o casario entrelaçado no verde dos campos e da floresta, do Reguengo do Fetal. 
Este cruzeiro, ao cimo da EN 356 sobranceira à freguesia do Reguengo, lá ao fundo do vale, foi mandado construir pelos habitantes desta autarquia, há muito tempo atrás, há-de ter sido depois das primeiras aparições de Fátima.
Ao longo da maior parte das estradas secundárias de acesso ao Santuário de Fátima vêem-se muitos cruzeiros evocativos a N. Sra. de Fátima, mais recentes e com menos arrebiques artísticos, assinalando que se vai pelo caminho certo para o sítio onde se venera com muito fervor a aparição da Virgem Maria, um dos pilares míticos da religião católica.

Este é um dos percursos que faço com alguma frequência, o da ligação de Leiria a Fátima, pela Estrada Nacional 356, mais precisamente, passando pelo Alqueidão das Cortes, Amoreiras,Vale do Freixo (Aqui um viaduto do IC9 atravessa a estrada), Reguengo do Fetal, Vale da Seta, Vale de Ourém, S. Mamede (rotunda de Vale de Ourém), Fátima.

Este percurso, como a maior parte dos que decorrem nas antigas estradas nacionais, é duma beleza sem par, povoações antigas com muita história, paisagens rurais lindíssimas, vistas panorâmicas fabulosas.

Toda esta zona é dotada de uma beleza muito intensa, diria mesmo, mística até, daí não ser de espantar que tenha sido escolhida para que vários factores esotéricos se tenham conjugado de forma a que Nª. Senhora. tenha aparecido aos "pastorinhos" e, através deles, se tenha revelado às multidões que, a partir de então, começaram a afluir à zona onde ainda hoje  se pode observar a azinheira sagrada no Santuário de Fátima.
@as-nunes

Gatos mimados: Ema e Ivo

clic para ampliar e ver a totalidade da foto. Experiências com o Picasa; foto em tamanho original (depois de se clicar, diz o Picasa)

Pieguices, não é, Graça?...
@as-nunes

2012/02/15

Leiria em fragmentos e momentos


 Fragmentos dispersos na zona histórica de Leiria
 O Castelo de Leiria...
Estava eu estacionado, dentro do carro, eis que aqui mesmo à frente do pára-brisas, este melro apareceu, em ligeiras corridas descontraídas...em plena cidade, com as pessoas por perto. 

2012/02/13

Viva o 13 de Fevereiro!

Durante o dia, esta camélia, belíssima, retratei-a eu no meu jardim, talvez um pouco desfavorecida pelos frios intensos que se têm feito sentir...

Esta vista panorâmica é uma das minhas companhias diárias...
E não me podia esquecer de fazer referência ao 1º "Dia Mundial da Rádio" instituído pela UNESCO, ou não fosse eu radioamador desde 1980 (CT1CIR).

 65 anos da colheita de 1947, concentração à média luz, um filme a correr, suspense!...
(foto da Maria Inês Nunes)

Tínhamos reservado uma festarola de arromba no Hotel Cinco Estrelas, mas acabámos por ficar em casa, em família...
(foto da Maria Inês Nunes)
Mas valeu a pena, ora digam lá que não.
A diferença de idades correspondente a três gerações, sendo que a mais idosa tem 93 anos e a mais novinha 4.
@as-nunes 

2012/02/12

Porque amanhã é 13 de Fevereiro!...


Se eu morasse aqui nesta povoação, ali mesmo ao lado do santuário de Fátima, se calhar nem comprava relógio de pulso. Claro, teria que passar o meu tempo por ali perto, aliás bancos públicos para repousar e local etéreo para dormitar sobre o que o pensamento discorre continuamente, qual marioneta comandada por um fio impercetível,  é o que mais há naquelas redondezas.

Ora então vamos ao que me trouxe aqui, agora, muito prosaicamente, que já tenho o cérebro cansado de tanto pensar, vejam lá que até já faço parte de um clube dos pensadores, cujo blogue frequento com assiduidade, mas matamo-nos a apregoar as maleitas deste mundo e do nosso país, e a vida, traiçoeira, sádica, demoníaca, dinheiro como objetivo máximo, continua na mesma. 
O Homem não tem emenda. Será que algum dia conseguirá mudar de rumo, tornar a vida mais fácil para todos, promovendo uma vida efetivamente comunitária?

Então:

O Sol, que até abunda neste país extremo Oeste da Europa, proporciona um dos melhores e mais eficazes relógios do planeta. Esta fotografia foi tirada eram para aí umas x horas - y minutos, seguia eu de carro, parei e virei-me para Nascente.

Dado que estamos em meados de Fevereiro, mais minuto menos minuto, que horas seriam?
Eu cá tenho uma referência importante e, portanto, até nem tinha grande dificuldade em precisar a hora local exata, mas deixo-vos aqui este desafio.

Que horas seriam quando eu, sempre aluado a ver imagens encaixilhadas, me decidi a tirar mais uma das milhares de fotografias que já tenho no meu currículo de eterno amador, fotografia de ocasião do que me vai ocorrendo?...

E esta hem? 
Olha como o Fernando Peça também veio à baila!...
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Daqui a umas horas farei xx anos, diz que nasci em 1947, portanto... 
Sexagenário oficialmente assumido, que remédio!
O Tempo bem pergunta ao tempo quanto tempo o Tempo tem, mas o tempo não tem resposta, limita-se a prosseguir a sua marcha, indiferente, qual sombra a acompanhar as evoluções do Sol, sem apelo nem agravo!...
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nota:
Continuo a arriscar-me a escrever segundo o Novo Acordo Ortográfico 
(penso eu que sei algumas regras básicas, que as de mais pormenor ainda não as assimilei, nem sei mesmo se as mais elementares já as consigo usar com rigor; é que estou mesmo sem pachorra nenhuma para ler com olhos atentos os livros que comprei sobre a matéria. E os filólogos, Deus meu, quem os atura, com carradas de razão para se insurgirem contra este "atentado à Língua Portuguesa"?...)

Afinal alguém me sabe dizer se o tão propalado (des)Acordo Ortográfico sempre vai avante ou não?!...

2012/02/11

Mimosas à vista!


O tempo está esquisito. Parece que as estatísticas garantem que há mais de 80 anos que não havia um mês de Janeiro tão seco como o que decorre no presente ano de 2012. 
Já se aventa a necessidade de recorrer a Bruxelas para pedir ajuda para socorrer os agricultores portugueses dependentes da parca produção que ainda se processa em Portugal. Aliás, em Espanha o problema também é o mesmo. Como se já não bastasse estarmos no mesmo barco da pré-falência financeira, eis que mais um problema sério atinge a Península Ibérica.

Apesar de tudo as acácias mimosas aí estão, no tempo certo, como que a querer demonstrar que os ciclos vitais da Natureza se renovam, independentemente da vontade do Homem.

Esta perspectiva fotográfica, de hoje, foi captada da Rua Ramalho Ortigão(*)
(novo traçado, ainda em terra batida, ao lado da rotunda de Vale de Lobos/N 356-2 Leiria-Cortes-Fátima e do acesso ao IC36, sentido Pousos-Alto Vieiro).
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(*)
Nem de propósito: chegou-me às mãos o livro (1724-AZ-Biblioteca) "Portugal - a terra e o homem", antologia de textos de escritores dos séculos xix - xx , por Vitorino Nemésio, ed. da Fundação Calouste Gulbenkian, 1978, impresso na tip. Guerra - Viseu, em que a propósito de Ramalho Ortigão se escreve, a dado trecho:

"Ramalho prega a necessidade de o Português aceitar os seus limites, aprendendo «lá fora» o indispensável para uma técnica do «cá dentro». Não o preocupa, como a Oliveira Martins, definir o génio nacional incarnado na história, mas recensear as coisas pátrias e diagnosticar os pequenos e grandes males do homem que vive delas." (p. 63) foto da Net

Talvez nos possamos especializar a lavar e secar a roupa dos Alemães
(v. comentários)
@as-nunes