2012/04/25

Já não há cravos vermelhos?


Esperanças loucas...

Ideias vividas
frente a oportunistas,
Lutas sofridas,
traidores e egoístas. 

Valeu a pena?
Tudo vale a pena
se a esperança não morrer.

Sigamos o sete-estrelo,
façamo-nos ao mar.
Não aos velhos do Restelo,
acomodados, a sofismar.

Financeiros sem ideais!
Mais parecendo
chacais!

Portugal não pode viver
remetido a oeste
sempre a temer,
como se fosse este,
- irremediavelmente -
o nosso Fado!...

Cravos encarnados,
onde estão?!
Espezinhados, 
pelo chão!...

NÃO!...
Os ideais de Abril
não podem acabar assim, 
Não podem, NÃO!...

também pode seguir o link dum meu comentário no blogue do Agostinho (aqui)
@as-nunes

2012/04/23

Todos os dias são dias mundiais do Livro!...

O Largo 5 de Outubro de 1910, em Leiria, hoje.
Livros e mais livros, uma pequena amostra dos livros cá de casa, juntos ao longo de várias décadas...

Neste dia, oficialmente consagrado ao Livro, chegou-me, pelo correio, uma embalagem com um livro que eu comprei num alfarrabista, por sinal até se chama Nunes, o Luís Nunes, já lhe comprei vários, via internet, normalmente de poesia ou da autoria de escritores de quem já é muito difícil obter edições comerciais de livraria.
Há dias celebrou-se o 170º aniversário da morte de Antero, daí a razão de eu me decidir a procurar algo mais sobre Antero de Quental. Estou à espera de mais dois, um só com sonetos. São livros relativamente baratos, tudo é relativo, mas andam - colocados em casa, via CTT - entre os 5€ e os 7 e tal euros, às vezes um pouquito mais, quando me entusiasmo por alguma edição em particular e consigo que o acréscimo de despesa tenha cabimento de verba no meu orçamento.

Este livro, cuja capa está reproduzida na composição acima, é uma edição da Secretaria Regional de Educação e Cultura (Açores), Angra do Heroísmo, 1987. Por coincidência, o tema da capa é uma colagem com pintura de Álamo Oliveira, um grande escritor Terceirense, que ainda há três ou quatro meses esteve no Encontro de Poetas do Grupo de Alcanena, de que muito me honra fazer parte 
(como aprendiz, eu sei, mas que me têm proporcionado ótimos motivos de inspiração para uma tardia renovação do meu amor pela Poesia). 

A pp 196 do citado livro, pode ler-se este fragmento do Discurso de 7 de Março da Liga Patriótica do Norte:
(...)
" A vida actual, para ser autónoma e independente, tem de ser remodelada. A nação tem de emendar erros profundos e numerosos, acumulados durante muitos anos de imprevidência, de egoísmo, de maus governos e de corrompidos costumes públicos. Esta situação é tanto mais grave, quanto gradualmente se foi estabelecendo entre a nação e os governantes um verdadeiro divórcio, divórcio há muito latente e que a crise actual veio apenas patentear em toda a sua cruel realidade. Os governos, em Portugal, deixaram há muito de representar genuinamente os interesses e o sentir da nação. "
(...)
Estávamos na segunda metade do século XIX.

Parece impossível que hoje, 150 anos depois, ainda se possa considerar este discurso atual!...

@as-nunes

2012/04/22

Naquele tempo PPC dizia...



descobri esta obra-prima no conversa avinagrada
  • Não matemos o doente com a cura...
  • Não basta a austeridade e cortar...
  • Nós precisamos de valorizar cada vez mais a palavra...
  • O IVA não é para subir...
  • Eu não quero ser Primeiro-ministro para dar empregos ao PSD...
  • bla bla bla...bla bla bla...
-
Pacheco Pereira que me perdõe esta replicação, mas nem todos vamos ao "abrupto":
-
"temporário", 
"restituição intensa", 
"ajustamento estrutural excepcional"

Todos os dias novas palavras e expressões revelam como Orwell foi um verdadeiro precursor em perceber como o poder usa as palavras para mandar. Entre as novas aquisições da “novilíngua” encontra-se o “temporário” que passou a significar definitivo e o “ajustamento estrutural excepcional”, signé Vitor Gaspar, uma contradição nos seus termos porque se é “estrutural” não pode ser “excepcional”. Outra é a “restituição intensa” dos subsídios de Natal e férias, expressão utilizada pelo Primeiro-ministro. “Intensa” é o quê? Metade, três quartos, nada? Presume-se que signifique que em vez de ser “gradual”, passe a ser pouco “intensa”. Iluda-se quem pense que isto são jogos florais. Bem pelo contrário, são jogos do poder, destinados a não dizer nada, dizendo, ou a dizer tudo, não dizendo.
-
Cá está, há que valorizar a palavra!...
@as-nunes

2012/04/21

Abril traído



Abril sofisticado traído

Que mundo de Abril é este
Ilude-nos com desilusões
Abril tanta esperança trouxeste
Chagas agora nossos corações

Dias de chuva nos olhares
Silêncios interrogações
Terríveis estes esgares
Difusas confusas  emoções

Ao longe mais um milhafre
Impante nas suas  visões
Insuportável odor a enxofre
Sabor amargo a traições

Vergados sob tropelias mil
Leis e Decretos de maldições
Não deixemos que Abril
Se resuma a meros chavões

Leiria, 21 de Abril de 2012
António S Nunes

nota
no original usei a palavra "sofisticado" mas parece-me bem que não segui os conselhos dum dos meus mestres, Miguel Torga. Ele bem deixou escrito que a palavra tem que ser usada com a máxima preocupação e precaução também. Daí eu ter riscado uma e substituí-la por outra, mais direta ao assunto, para quê tantos sofismas e rodeios, não é, Rogério? 
@as-nunes

2012/04/20

Pilriteiro em flor...mais uma alvorada da Natureza


É só para vos lembrar 
que eu existo
todos os anos
por esta altura
cá estou
algures por aí
na borda de um caminho
a branquear o tempo
a pavonear estes brincos
alvos brilhantes 
alvoradas da Primavera
desta vez encontraram-me 
na estrada     junto
à casa episcopal
em Leiria, ao seminário.

Sou o pilriteiro!
Não se lembram?!...

@as-nunes

2012/04/18

Quinta do Cónego - Cortes (sequência 2)

Vista panorâmica sobre a Quinta do Cónego, do lado de lá do rio Lis, olhando para nascente; foto de Fevereiro de 2012.
O tema da sequência de registos que me comprometi a mostrar neste blogue foi apresentado neste post (aqui)
http://dispersamente.blogspot.pt/2012/02/quinta-do-conego-vista-panoramica-1.html
A seguir:
A mesma vista panorâmica em 16 de Abril de 2012; já se notam os efeitos da primavera, principalmente nos choupos e num lódão (creio eu ser um lódão, ao lado direito dos choupos, a esta distância, mas prometo que vou confirmar, um dia destes); também me parece observar um salgueiro, ao lado do lódão.


Terei que aqui voltar para tirarmos estas dúvidas a limpo.
São 20 horas, o tempo está miudinhamente chuvoso, mas ainda vou tentar uma fotografia. Se ficar boa venho-a aqui colocar. Quando não, paciência, ficará para a próxima.
...
Ei-la, in extremis:
Se se ampliar esta fotografia, fica-se na dúvida:      da esquerda para a direita:  ... ......                                  1 - choupos 
2 - choupo ou lódão 
3 - salgueiro ...   ........ ....--                                             ter em conta que estas fotos estão a ser tiradas com teleobjetiva a cerca de 500 m de distância                     

elementos técnicos da fotografia:
f (distância focal): 4.5 (231 mm)
abertura: 4.34
exposição: 1/8 
ISO: 400
@as-nunes

2012/04/17

Euro Estádio de Leiria: uma gestão imprópria e um desperdício

Castelo de Leiria, lado poente.
Aqui em baixo, mesmo ao lado do fotógrafo, um outro monumento, mas este, à falta de visão de quem tinha a obrigação de fazer contas dos dinheiros públicos!...O Estádio Dr. Magalhães Pessoa, o do EURO 2004.
Pois...mesmo juntinho ao Estádio da bancarrota municipal de Leiria...
As bancadas VIP, cadeiras estofadas a rigor, também ao rigor do tempo, a degradarem-se, algumas já estão a ficar rotas, cheias de teias de aranha, pó... Tudo muito naturalmente!
Um Estádio a pensar no Futuro ou só no(s) Euro(s)?

Os iniciados, Seleção Distrital de Leiria, a começarem um treino. O mais caricato, no meio de toda esta trapalhada, é que o relvado está que nem um brinco, tratado a rigor!
Estive ontem no Estádio Dr. Magalhães Pessoa (o do Euro 2004). Uma fortuna colossal que aquele estádio custou. A Câmara Municipal de Leiria, ou seja, os munícipes leirienses, ficaram com uma dívida incomportável, às costas. Para várias gerações. Nem sei mesmo se a conseguiremos pagar.

Para a gestão da sua manutenção e das atividades com ele relacionadas, foi criada uma EM, Empresa Municipal (Leirisport), que foi um maná para uma quantidade infinda de administradores (normalmente amigos das gentes do poder político local e nacional, claro está) que, à partida, sabiam que não tinham possibilidades de alterar o rumo irreprimível para o abismo financeiro daquele empreendimento público.
Os anos passam e a dívida aumenta. 
A UDL - União Desportiva de Leiria (SAD), que ficou com o privilégio de utilizar aquelas instalações a preço zero (bem se pode dizer assim, que toda a gente sabia, de antemão, que jamais a factura que a Leirisport lhe passava, seria paga).

Entretanto, o futebol profissional da UDL entrou num declínio profundo. O Presidente da SAD, João Bartolomeu, demitiu-se, os jogadores profissionais fazem greve aos treinos. O que vai ser da equipa de futebol representativa de Leiria? Uma incógnita. 
(aliás, até convém ressalvar que a UDL-futebol profissional, nem sequer já treina e joga em Leiria, vai para 2 anos!...mudou-se para a Marinha Grande, como bem se sabe!).


Lamentavelmente, os problemas relacionados com a utilização e destino a dar a este fantástico estádio, tão fantástico como megalómano, disso todos nós temos a culpa, embandeirámos em arco com a festa do Euro 2004, avolumam-se assustadoramente.
E aqui estamos com um problema de todo o tamanho para resolver. 
Só que as soluções tardam... e não se vislumbra qualquer luz ao fundo do túnel. 

Ontem houve treino dos iniciados para a Seleção Distrital. Lá estavam miúdos do UDL, Marrazes, Caldas, Alcobacense, Nazaré, não sei de que mais equipas. 
O meu neto lá anda, como os seus colegas, todos expectantes. Veja-se só, a treinarem num dos melhores estádios portugueses e até da Europa! Nem sei como, até porque os treinos têm de ser a horas em que já é necessária iluminação artificial. Repare-se nos holofotes que foram ligados. Constituem uma pequena amostra da intensidade de luz que pode ser usada naquele fantasmagórico estádio.

Não defraudem as esperanças dos miúdos, rapaziada de 1989!
Será que não se conseguem encontrar soluções para tão candente problema, não só financeiro, como desportivo?

Será que se vai concluir pelo irremediável, que será, como já se aventou a hipótese, fazer implodir toda aquela infraestrutura, a fim de impedir que a dívida aumente, cada dia que passa?!...

@as-nunes

2012/04/14

Zona histórica de Leiria

Barreira, Junta de freguesia que vai deixar de ser Junta

 Na sequência da reforma administrativa em curso, a Barreira vai deixar de ter Junta de freguesia...bandeira a meia haste!
Lá se vai a minha freguesia com administração própria! E eu que já fiz parte da sua Junta!
Um dia de semana, sem direito a bandeiras hasteadas, solar do Visconde com um jardim frondoso e muito antigo, mas escondido dos olhares das pessoas passantes...
 Descendo pela Estrada de S. Pedro, quem vem da Barreira, em direção às Cortes. Paisagens panorâmicas de pasmar. Em contraste, uma poda radical de uma oliveira.
Do alto dos Capuchos, em Leiria. Ao longe, nos Campos do Lis, junto a Moinhos da Barosa, a paisagem é o mais bucólica possível, ainda que a ser assaltada pela urbanização incessante de todos estes terrenos de cultivo, por excelência.
Já tenho lido que poderá vir a constituir-se um Agrupamento de Freguesias com esta designação de Campos do Lis.
@as-nunes