2012/05/18
2012/05/17
Rosas de Egito Gonçalves
Mais uma voltinha pelo meu jardim/quintal...as couves, os tomateiros, as alfaces, as cebolas, etc estão em plena forma, também...
@as-nunes
Pode uma rosa
sofrer de insuficiência
cardíaca?
Podem substituir-lhe
as coronárias por uma
safena?
que não contava com essa?
Podem as dificuldades ser
maiores,
ou menores, conforme
a rosa seja branca ou
vermelha?
A rosa do povo
que rompe do asfalto
perde o fôlego ao subrir
as escadas?
A rosa murcha mais
depressa
que o homem, é certo. Os
meus espinhos,
voltados para dentro,
ferem-me
a mim mesmo. Toda uma
lista
de diferenças se pode
fabricar
para mostrar o absurdo
da rosa cardíaca.
Não preciso reflectir
muito
para saber
que não sou uma rosa. E a
rosa
poderá ter água nos
pulmões?
Há hospitais para rosas?
Egito Gonçalves
A pensar no próximo encontro de Poetas na Biblioteca Municipal de Alcanena, no próximo dia 26 deste mês, e no meio dum roseiral cheio de espinhos de preocupações várias, nomeadamente prazos para cumprir com o Fisco...
ai a Grécia e os efeitos colaterias para toda a Europa se tiverem de sair da zona €uro! Mas então já não há Economistas e prémios Nobel?!...
e na sessão do dia 31 no Mercado de Santana...para evocarmos Acácio de Paiva, por iniciativa da Câmara Municipal de Leiria!
...ai a Grécia e os efeitos colaterias para toda a Europa se tiverem de sair da zona €uro! Mas então já não há Economistas e prémios Nobel?!...
e na sessão do dia 31 no Mercado de Santana...para evocarmos Acácio de Paiva, por iniciativa da Câmara Municipal de Leiria!
@as-nunes
2012/05/16
Acácio de Paiva e a sua veia de contador de fábulas e historietas, sempre em verso
Acácio de Paiva, insigne poeta Leiriense, o maior humorista dos poetas da época, nasceu no Largo da Sé, em Leiria, na casa de frontaria de ajulejos «viúva lamego» (dados a revelar confirmam esta tese), bem visível, talvez dos edifícios típicos da cidade de Leiria mais fotografados pelos visitantes da cidade.
Nesta casa nasceram os Paivas que deram grande projeção à cidade de Leiria, Acácio de Paiva, Adolfo de Paiva, José Teles de Almeida Paiva e os seus filhos José e Zaida Manuela Teles e Paiva.
Insisto nestas notas sobre Acácio de Paiva porque me tenho dedicado a esta missão de não o deixar esquecer, com todo o meu empenho, de há muitos anos a esta parte, por motivos de relacionamento familiar é certo, mas também pela admiração pelo seu labor, que se tem vindo a incrementar à medida que mais e melhor o vou conhecendo .
A foto ao lado é uma reprodução de um trabalho monográfico e de levantamento da árvora genealógica de os Paivas e os Teles, superiormente elaborado pelo seu bisneto, Luis Maria de Sampaio e Paiva Camilo Alves (espero não estar a cometer nenhuma inconfidência grosseira), a quem agradeço toda a sua simpatia, amizade e colaboração.
Os «LUSÍADAS»
………..O professor Barradas
Percorreu com os olhos pequeninos
………..As diversas bancadas
Onde estavam sentados os meninos
E ao número
quarenta (que teria
………..Treze anos, talvez,
………..E era quem mais sabia)
Preguntou, animando-se: - “Quem fêz
«Os Lusíadas»? Diga-me de-pressa!”
Levantou-se o pequeno, atrapalhado,
Pôs-se a coçar na frente da cabeça,
………..A fitar o sobrado
………..E, por fim, respondeu,
Tremendo como ao vento a folha e o vime
Ou como se o culpassem de algum crime:
………..- «Não fui eu! Não fui eu!»
Ficou mestre Barradas furioso!
Saíu da aula, quando deu a hora,
…………E, encontrando o Pedroso
Que era pessoa muito sabedora,
Contou-lhe aquele caso miserando:
………- «Desgraçado país!
«Ora imagina tu que , preguntando,
…………«Há pouco a um petiz,
…………«Aluno do Liceu,
«Quem fizera os Lusíadas, a bêsta
………..«Pôs-se a coçar a testa
………..«E disse: Não fui eu!»
………………- «E então?
Ponderou o Pedroso com voz doce.
»Quem sabe se o pequeno tem razão?
………..«Pode ser que não fôsse…»
Acácio
de Paiva
In “FÁBULAS E
HISTORIETAS”
Ilustrações de Vasco
Lopes de Mendonça
Pp 213/214
Ed. INP – Diário de Notícias - 1929
Mais se pode consultar neste blogue e também no "Leiria", que muito tem publicado no que concerne à intensa atividade literária de Acácio de Paiva no Século Illustrado dos princípios do séc. passado.
NOTA:
Dia 31 próximo, às 21horas, conversa no átrio do Mercado de Sant´Ana, em Leiria que vai girar à volta de uma encenação teatral tendo como ponto de partida uma carta na qual se alude ao grande poeta leiriense. Pretende-se homenagear o Leiriense, poeta e embaixador de Leiria, duma forma não convencional nem ortodoxa. O mais amena possível, uma conversa à mesa do café. (ver aqui).
@as-nunes
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2012/05/15
2012/05/13
Maio das papoilas, da Vida!...
Nos campos do lis, já na freguesia da Barosa - Leiria, há dias, as papoilas a pintalgarem a paisagem...
-
Estou a ler um livro "António Nobre (Seu génio e sua obra)" ed. de 21 de dezembro de 1923, da autoria do Visconde de Villa-Mourã, comprado hoje mesmo (ontem) na feira das velharias em Leiria.
Gosto de me embrenhar em alfarrábios, aparentemente votados ao ostracismo, à espera que alguém repare neles e se interesse em lhes dar guarida condigna.
A páginas 83 li e retive:
"É um erro suppor que nós amamos a Vida. A Vida é que nos ama. Como é ella que nos attrae pelo muito que nos quer. Ai daqueles a quem a Vida desampara!"
Pois, e então?, o que é que a fotografia transformada em tela tem a ver com o que acabei por aqui deixar escrito? Tudo!, a Vida!
-
A minha ideia original era falar de Manuel Alegre e do meu neto Guilherme: ambos fizeram anos ontem, dia 12 de Maio.
Parabéns, Guilherme, são 14 anos de Vida! Que faças muitos mais, com alegria de viver, isso será bastante, de certeza absoluta.
Quanto a Manuel Alegre aconselho vivamente a leitura dos poemas "Nada está escrito", ed.2012, D. Quixote.
Como este, por exemplo:
Aquele que
se perdeu
aquele que
se perdeu guiado por uma estrela
que se
perdeu no seu caminho
ou dentro
de si mesmo
aquele que
se perdeu em busca da palavra
ou talvez
do destino e do sentido
ou apenas
do reflexo
mágico do ritmo e da revelação
aquele que
se perdeu e já não sabe como recuperar
a pulsação
e o instinto
não mais
que o breve instante de um lampejo
algo como a
visão de uma visão
imagem reflectida
sobre a s águas
ou talvez
sobre a página
por onde
agora vai
aquele que
se perdeu.
ps.: já repararam nas diferentes ortografias do português conforme a época?
3h55m - talvez possa ser a razão...
-
13h45
Voltei aos livros de alfarrabista: "O paiz das uvas", Fialho d´Almeida, Liv. Clássica, 1936 - 8ª Edição:
pp 8 encontrei uma referência curiosa ao arbusto pilriteiro.
Escreve Fialho d´Almeida:
Conhecem talvez o pilriteiro? É um arbusto dos valados, peculiar ás regiões montanhosas do Alemtejo, que se defende com os espinhos de que se arma, e não gosta de habitar jardins. Transplantado, não produz flôr. Tem uma folhagem pequena, curta, verde retincto, mui recortada nos bordos, e agora na primavera, esbracejando sobre as barreiras, tolda os pégos com caramancheis d´uma vaporidade incomparável. A sua flôr é o que ha de mais mimoso, mais pequenino, mais aereo: uma joiasinha coquette , que antes dirieis insecto, pela vivacidade e esbelteza da figura. Qualquer ramito conta por milhares as florações, e dá em pleno paiz do sol a fresca sensação d´uma neve cahida em flocos, sobre cada proeminencia de haste.
(...)
... eu pensei n´esta esquecida floração do pilriteiro, que não figura nos albuns, nem inspira os desenhistas, e todavia resume na sua pureza, o que de mais bello possa haver, como motivo ornamental, para a illustração de livros e jornaes!"
nb.: encontra várias referências neste blogue ao "pilriteiro", neste link (aqui) e (aqui)http://dispersamente.blogspot.pt/search/label/pilriteiro
@as-nunes
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13h45
Voltei aos livros de alfarrabista: "O paiz das uvas", Fialho d´Almeida, Liv. Clássica, 1936 - 8ª Edição:
pp 8 encontrei uma referência curiosa ao arbusto pilriteiro.
Escreve Fialho d´Almeida:
Conhecem talvez o pilriteiro? É um arbusto dos valados, peculiar ás regiões montanhosas do Alemtejo, que se defende com os espinhos de que se arma, e não gosta de habitar jardins. Transplantado, não produz flôr. Tem uma folhagem pequena, curta, verde retincto, mui recortada nos bordos, e agora na primavera, esbracejando sobre as barreiras, tolda os pégos com caramancheis d´uma vaporidade incomparável. A sua flôr é o que ha de mais mimoso, mais pequenino, mais aereo: uma joiasinha coquette , que antes dirieis insecto, pela vivacidade e esbelteza da figura. Qualquer ramito conta por milhares as florações, e dá em pleno paiz do sol a fresca sensação d´uma neve cahida em flocos, sobre cada proeminencia de haste.
(...)
... eu pensei n´esta esquecida floração do pilriteiro, que não figura nos albuns, nem inspira os desenhistas, e todavia resume na sua pureza, o que de mais bello possa haver, como motivo ornamental, para a illustração de livros e jornaes!"
nb.: encontra várias referências neste blogue ao "pilriteiro", neste link (aqui) e (aqui)http://dispersamente.blogspot.pt/search/label/pilriteiro
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2012/05/12
A minha rua, mais um sinal da crise? a juntar a mais uma asnice de PPC
Não chegam estas imagens?
Todos os dias a ver,
Ninguém lê estas mensagens?!
Quanto ao Stop
Até posso aceitar,
Diabo, que maçada,
Que só nos manda parar,
Pois então, vai cacetada,
Precisamos de avançar!...
Com que então, Passos Coelho
Nem é mau o desemprego?!
Pode ser um aparelho
Que nos evite ir ao prego?!...
Bem me esforcei por acompanhar a mensagem pretensamente filosófica do Primeiro Ministro, ontem, na Assembleia da República, mas não consigo chegar tão longe...
(escusa de vir com explicações de interpretação do espírito dos termos que usou, que nós já estamos calejados!
O que está dito, dito está!...e nós ainda ouvimos bem!).
(escusa de vir com explicações de interpretação do espírito dos termos que usou, que nós já estamos calejados!
O que está dito, dito está!...e nós ainda ouvimos bem!).
Defeito meu, certamente!...
E de milhões de desempregados, agora aconselhados a esquecer que a vida não é, também, trabalhar por conta de outrem, com dedicação, talento, consciência e...
salário, já agora!...
Aliás, o ultra-liberalismo, que saibamos, ainda não descobriu maneira de substituir o labor do homem e da mulher na criação da riqueza!
Se não forem os trabalhadores a dar o seu contributo decisivo à Economia onde está o caminho para o Desenvolvimento?
Asnices!...
@as-nunes
2012/05/09
Acácio de Paiva: um dos cinco autores no Mercado de Sant´Ana, em Leiria
Um dos grandes vultos das letras Leirienses é, incontestavelmente, Acácio de Paiva.
Já aqui tive ensejo de escrever, por variadíssimas vezes, sobre tão ilustre personagem de Leiria, de modo que não me alongarei na sua apresentação (ver link).
A Câmara Municipal de Leiria, deliberou dar destaque, no roteiro cultural de Leiria para este mês de Maio, a uma iniciativa deveras interessante e que deveria ter a merecida atenção das pessoas que gostem de Leiria, da sua história, dos seus antepassados que dedicaram as suas vidas à Literatura, neste caso particularmente à Poesia, ao Teatro e ao Jornalismo. E temos razões de sobra para nos orgulharmos, nós os Leirienses (também o sou, ainda que Viseense de nascimento e de afetos), pelo excecional painel de ilustres autores indelevelmente ligados a Leiria, seja por nascimento seja por aqui terem passado uma parte relevante das suas vidas, tais como:
- Francisco Rodrigues Lobo
- Acácio de Paiva
- Afonso Lopes Vieira
- Eça de Queirós
- Miguel Torga
Como se pode ver no fac-símile da pág. 08 da LEIRIAGENDA - Mercado do Livro de Leiria (Mercado de Sant´Ana) acima reproduzido, este vosso humilde autor deste blogue, estará, no dia 31 de Maio próximo, na companhia de sua mulher Zaida Paiva (poetisa com livros publicados) e Paulo Moreiras, escritor com múltiplas provas dadas na área da publicação de livros e de colaborador de imensos jornais, em conversa amena e descontraída para se falar sobre Acácio de Paiva.
Estas conversas irão ter lugar no interior do Mercado de Sant´Ana de 30 de Maio a 1 de Junho, entre as 21h00 e as 22h00.
Lá esperamos a vossa presença. No dia 31 como nos outros dias, claro está, não só porque se vai conversar sobre outros autores de mérito reconhecidíssimo mas também porque as mesas são constituídas com pessoas de muito saber e experiência.
Quem sabe não se poderão proporcionar bons motivos de diálogo e de convívio!
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Zaida Paiva Nunes
2012/05/07
Intermitência de dois, três dias...
Durante uns dias provavelmente não darei sinais de vida aqui no meu blogue mas ando por aí, afazeres profissionais inadiáveis...
Entretanto:
1 - antes que a chuva fugisse lembrei-me de aprisionar umas gotas, só umas gotas...
2 - a Ema prestou-se a este tratamento digital. Coitada da Ema!
@as-nunes
2012/05/06
Campos do Lis: à luz inesperada do sol dum dia de fortes aguaceiros
foto tirada nos campos do lis junto à Barosa.
No interim...
a - Esfregar pedras na paisagem.
b - Perder a inteligência das coisas para vê-las. (Rimbaud)
c - Esconder-se por trás das palavras para mostrar-se.
d - Mesmo sem fome, comer as botas.
e - Perfuntar distraído: - O que há de voçê na água?
f - ...
(com base no que Manoel de Barros escreve no livro "Matéria de Poesia")
@as-nunes
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