2012/11/17

O meu país não pode ser só capital




PAÍS

Não sei se sem poemas há país
Ou se sem eles se perde o pé a fé e até
Esse país que está onde se diz
Ai Deus e u é?

Alguns julgam que é tanto vezes tanto
Capital a multiplicar por capital
País é um café e a mesa a um canto
Onde um poeta sonha e escreve e é Portugal.

Levantou-se a velida e levantou-se a alva.
Por mais que o mundo nos oprima e nos esprema
Há sempre um poema que nos salva
País é onde fica esse poema.


Manuel Alegre
Nada está escrito
D. Quixote - 2012

@ as-nunes

2012/11/16

Só para dar notícias...e mostrar este belo arco-íris



Ultimamente tenho alimentado este blogue com publicações quase diárias. De dois em dois dias, vá lá. Esta semana tem sido um tanto complicada, pessoal e coletivamente (para todos nós, portugueses, particularmente) e, muito francamente, teria tanta coisa para dizer e mal dizer da vida, que acabei por me deixar sossegado para ver se evitava que me saísse algum desabafo mais forte de que me pudesse vir a arrepender.

Nesta conformidade - só para vos cumprimentar, caros amigos e leitores ocasionais -  aqui vos deixo esta fotografia tirada ontem ao fim do dia, instantâneo sem grandes preliminares, mas este arco-íris até teria justificado uma grande angular. Tivesse eu à mão essa objetiva (que ainda hei-de comprar, talvez quando as contas melhorarem) e estaria agora a mostrar esse arco-íris, na sua plenitude, dum extremo ao outro, uma perfeita maravilha da natureza, as reverberações da luz solar no seu despontar no meio das nuvens do fim da tarde, já a anunciar a chuva forte que viria logo a seguir.
Este instantâneo foi captado na direção nascente na zona do vale do Lis, Cortes, Barreira.


(Ah, não sei se sabem, mas as freguesias das Cortes e da Barreira vão passar a ser agrupadas na freguesia de Leiria  juntamente com os Pousos, segundo proposta da UTRAT
(*).
Ao menos que se se fizesse um agrupamento entre estas duas freguesias, até pelo historial que já existe entre elas. Podia, inclusive, juntar-se a própria freguesia da Golpilheira, por exemplo).

Voltarei a este assunto, tão candente que ele se está a apresentar aos olhos das populações, que, diga-se também, não têm encorpado movimentos reivindicativos com a devida força.

-
(*) UTRAT - Unidade Técnica para a Reorganização Administrativa do Território)
@ as-nunes
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2012/11/13

Tempos fuscos...



Tirei esta fotografia há dias, na semana passada, com o tempo a dar chuva, por vezes forte, estamos no vale do lis, aqui no centro oeste de Portugal. Como eu gosto de chamar a este sítio de Portugal, que quero que continue livre e independente. Livre da corja de bandidos que o assaltaram e o deixaram completamente exaurido, à mercê dos barões da nova oligarquia dominante, meros e prestáveis funcionários da Alta finança internacional e dos seus próprios interesse e de grupo. Independente e capaz de não se deixar prender pelas garras daquela águia bicéfala, que durante a primeira parte do séc.xx, não conseguiu impôr a sua vontade à Europa, e que agora, sob o estandarte duma dama de olhos azuis Merkel, se dá ao luxo de fazer um périplo de revista das forças dispostas no terreno, e sem gastar dinheiro em munições, conseguir o domínio absoluto da Piglândia, distribuindo medalhas de mérito e exemplar comportamento,  pelos seus alunos e mandatários.
Mesmo que contra a opinião e vontade manifesta da esmagadora maioria do povo português, que não querem ser vergados a ponto de virem a ser os escravos do ressurgimento da produção e crescimento da economia Europeia, depois de os seus salários e condições sociais serem reduzidos a menos que o mínimo de sustento. 

E não nos venham com a história da Dívida Pública ser excessiva. Culpem-se os verdadeiros responsáveis. Eles estão aí bem à vista de toda a gente!

É da história que os povos mais frágeis terão de ser domados à força do medo da pobreza. É isso que a Troika e a Direita portuguesa, à qual fomos forçados a entregar-nos, vai acabar por conseguir. A mão de obra barata e não reivindicativa, a nacionalização das empresas públicas rentáveis vendidas ao desbarato, depois  de tudo se ter feito para as desvalorizar alegando que são mal administradas, eis os ingredientes imprescindíveis para o assalto final do neo-liberalismo e da alta finança internacional.

Sempre à força da arma letal e implacável de nos incutirem o medo de sermos pobres! Depois de nos roubarem todas as expetativas que tínhamos de que o Estado era de confiança, que nele podíamos depositar as nossas poupanças da vida inteira. Que era uma pessoa de bem, que geria não só as nossas expectativas como também tinha gente que era eleita para co-mandar, ouvindo os anseios do povo e as opiniões de pessoas idóneas e competentes, muitas e de saber incontestável.

Mas não, o que importa é ser-se o menino bonito, custe o que custar aos povos da Piglândia...

@ as-nunes
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2012/11/12

Olá! ...

 
                                                                            foto RAFAEL MARCHANTE/REUTERS


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2012/11/11

Pela enésima vez...


O castelo de Leiria, perspetiva da margem direita do rio Lis, quem estaciona junto à frente do antigo Hospital D. Manuel de Aguiar.
Ontem passei por aquela rua, ia apressado, mais ou menos à mesma hora em que hoje, com mais vagar, parei para captar esta imagem, só possível nesta altura do ano. 
Pela enésima vez, talvez até já se estejam  a aborrecer comigo, cá deixo este registo, de qualquer modo na melhor das minhas intenções, que só quero aproveitar este ensejo para mostrar este recanto de puro encanto, nesta cidade de Leiria que me habituei a admirar, agora num misto de amor e de nostalgia. 
Cada vez frequento menos a cidade, por motivos vários, e isso provoca-me dor e um sentimento de enorme ingratidão para com a terra que me chamou em 1966... por telegrama...
E eu, jovem de 20 anos, meti-me a caminho, diretamente de Viseu, na carreira dos Claras, numa viagem de 7 horas, o meu pai lá me emprestou o seu relógio, para eu aparecer na Escola Industrial e Comercial de Leiria, dentro do horário combinado com o diretor para me apresentar ao serviço...

Sou capaz de estar a contar esta minha aventura pela enésima vez neste blogue...

Mas o tempo dá, quando menos se espera, um salto para trás.
Este filme é muito antigo e as suas imagens são devolvidas à realidade em momentos mágicos e hipnóticos como este...
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E a chanceler Merkel que aí vem fazer revista aos seus súbditos...e o que mais dói, é que dela estamos cada vez mais dependentes.
Que é feito do teu orgulho, da tua história, da tua antiga glória, Portugal? 

E não me venham dizer que é só lamúrias! Que fazer mais, senão renegociar a nossa colossal Dívida Externa? Rapidamente e com competência e sagacidade, onde estão os nossos governantes, não podem servir só para nos atolar em impostos e mais impostos?! ...
@ as-nunes

2012/11/09

Nunca terá sido tão importante gostarmos muito de Portugal como na atualidade!...

 

in YouTube
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Portugal


Eu tenho vinte e dois anos e tu às vezes fazes-me

sentir como se tivesse oitocentos

Que culpa tive eu que D. Sebastião fosse combater os

infiéis ao norte de África

só porque não podia combater a doença que lhe

atacava os órgãos genitais

e nunca mais voltasse

Quase chego a pensar que é tudo mentira que o

Infante D. Henrique foi uma invenção do Walt Disney

e o Nuno Álvares Pereira uma reles imitação do Príncipe Valente

Portugal

Não imaginas o tesão que sinto quando ouço o hino

nacional

(que os meus egrégios avós me perdoem)

Ontem estive a jogar póker com o velho do Restelo

Anda na consulta externa do Júlio de Matos

Deram-lhe uns electro-choques e está a recuperar

àparte o facto de agora me tentar convencer que nos

espera um futuro de rosas

Portugal

Um dia fechei-me no Mosteiro dos Jerónimos a ver

se contraía a febre do Império

mas a única coisa que consegui apanhar foi um

resfriado

Virei a Torre do Tombo do avesso sem lograr encontrar

uma pétala que fosse

das rosas que Gil Eanes trouxe do Bojador

Portugal

Se tivesse dinheiro comprava um Império e dava-to

Juro que era capaz de fazer isso só para te ver sorrir

Portugal

Vou contar-te uma coisa que nunca contei a ninguém

Sabes

Estou loucamente apaixonado por ti

Pergunto a mim mesmo

Como me pude apaixonar por um velho decrépito e

idiota como tu

mas que tem o coração doce ainda mais doce que os

pastéis de Tentugal

e o corpo cheio de pontos negros para poder

espremer à minha vontade

Portugal estás a ouvir-me?

Eu nasci em mil novecentos e cinquenta e sete Salazar

estava no poder nada de ressentimentos

o meu irmão esteve na guerra tenho amigos que

emigraram nada de ressentimentos

um dia bebi vinagre nada de ressentimentos

Portugal depois de ter salvo inúmeras vezes os

Lusíadas a nado na piscina municipal de Braga

ia agora propôr-te um projecto eminentemente

nacional

Que fôssemos todos a Ceuta à procura do olho que

Camões lá deixou

Portugal

Sabes de que cor são os meus olhos?

São castanhos como os da minha mãe

Portugal

gostava de te beijar muito apaixonadamente

na boca.

Jorge de Sousa Braga

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2012/11/08

Estamos de regresso aos anos 70?


Já todos os portugueses (uns mais do que os outros) o estamos a sentir, que o nosso nível de vida está em retrocesso fulgurante.
E lembrei-me de ir vasculhar umas fotos que se reportam aos tempos dos anos 70, mais precisamente, 1978.
A foto ao lado representa uma simples mas elucidativa amostragem do que era a vida da dita "classe média/baixa?  de então. Férias na praia do Pedrógão. A fazer campismo e, mesmo assim, num parque improvisado, que era o que se podia arranjar.

Dou comigo a pensar no que nos está a acontecer na atualidade. Habituados a uma vida relativamente desofogada (comparativamente, claro) como é que nos poderemos mentalizar de que, às tantas, ainda vamos regressar, económica e socialmente, a esses velhos tempos dos anos 70, ou, pelo menos, dos   anos 80?

E, muito francamente. Estou muito cético quanto às possibilidades que teremos de retomar uma qualidade de vida como aquela a que nos estávamos a habituar até que, bruscamente, em 2008, a bolha financeira mundial rebentou, deixando a descoberto, inúmeras e impensáveis fragilidades do sistema económico/financeiro em que assentava o desenvolvimento de todo o chamado "Ocidente"´.
Entretanto, esquecíamo-nos que, quando os colossos asiáticos (particularmente a China e a Índia) acordassem da letargia em que deixaram viver o povo, a sua integração na era do desenvolvimento e da riqueza, só viria a ser possível, à custa de um grande reajustamento de todos os circuitos de produção e comercialização global de bens que até então eram como que um monopólio de meia dúzia de países ricos, Estados Unidos, Europa (particularmente a Alemanha, Itália, França) e Japão.

Hoje mesmo, veio a lume a informação de que os ministros das Finanças da  Zona Euro resolveram adiar a decisão sobre a próxima tranche de ajuda à Grécia de 12 para 26 de Novembro. Coincidência ou não, a verdade é que, todas estas hesitações se seguem a uma visita da chanceler Merkel à Grécia.
Ou seja, será que anda por aí algo de muito decisivo, no ar, agora que a Sra. Merkel já vem a caminho de Portugal?

Maus presságios?
@ as-nunes
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2012/11/06

Harmonia da natureza em dias de demasiada turbulência em Portugal


Liquidâmbar e piricanta
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Entretanto, Pedro Passos Coelho, aprendiz de feiticeiro como primeiro ministro, cá continua com os seus falsos avanços e recuos, sem saber como balancear as contas deste país.

Tão bem que ele falou ao coração dos portugueses, que tinha chegado a hora do salvador da pátria, afinal o que temos pela frente é austeridade sobre austeridade até à pobreza total (para alguns milhões)!...

É tempo de renegociar a Dívida Pública. 
                                                                        Já!
@ as-nunes

2012/11/05

Refunda-se o acordo com a Troika de especuladores! Já!...

05-11-2012 12:01 - Juros sobem na periferia e descem no centro da Zona Euro
Em véspera das eleições presidenciais nos EUA e no dia em que a Grécia discute o orçamento de Estado para 2013, as taxas de rendibilidade associadas aos títulos de dívida pública estão esta manhã a subir na generalidade dos países da periferia do euro, em particular em  Espanha, e descer ligeiramente no centro, caso de Alemanha e França.

No caso do país vizinho as subidas são na casa dos cinco pontos base, estando as “yields” a oscilar entre 1,125% (dois anos) e 5,733% (dez).

Em Portugal, os sinais são mistos. Os juros da dívida soberana estão hoje a descer a dois anos, mas a subir nos restantes prazos. A três anos, sobem mesmo 21 pontos base, para 6,273%, oscilando entre 5,549% (dois anos) e 8,517% (dez anos).
  
Jornal de Negócios - Jornal de Negócios Online
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Não será assim, com toda a certeza, que se poderá avançar com o projeto da União Europeia!
Que UNIÃO?

@    as-nunes