2014/01/18

Miguel Torga a recordar e agradecer que o destino o tivesse feito passar por Leiria


(no sítio, em Leiria, onde hoje está instalado o Hotel Eurosol)

Miguel Torga escrevia, no seu Diário, em Leiria, 20 de Novembro de 1980:
"(...)
Esta terra foi a grande encruzilhada do meu destino. Aqui identifiquei escolhi os caminhos da poesia, da liberdade e do amor, sem dar ouvidos às vozes avisadas da prudência, que pressagiavam o pior. Aqui, portanto, arrisquei tudo por tudo, fazendo das fraquezas forças, das dúvidas certezas, do desespero esperança. Aqui era justo, pois, que, passados muitos anos e muitos trabalhos, eu viesse verificar com alegria que valeu a pena desafiar a sorte, que tive sempre uma mão-cheia de almas fraternas e solidárias a torcer por mim, e que as cicatrizes das feridas de ontem são os nossos brasões de hoje."
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Por alturas duma grande sessão de homenagem que os Leirienses lhe prestaram e na qual Miguel Torga usou da palavra.
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* Mais sobre Miguel Torga e Leiria, aqui
* Mais sobre Miguel Torga neste blogue, aqui


2014/01/09

Rolas antes da tempestade


O tempo ameaça tempestade
um casal de rolas imperturbável
nos braços da figueira amigável
já do calor sentem saudade ...

as-nunes

2014/01/07

HILÁRIO no 150º Aniversário do seu Nascimento em Viseu


HILÁRIO
( 7 Janeiro, 1864 - 3 Abril, 1896 )
Augusto Hilário é, ainda hoje, uma das principais referências do Fado de Coimbra, aclamado criador do “Fado Hilário”. Pinto de Carvalho, na sua obra “História do Fado”, considera mesmo que Hilário “merece uma referência à parte, porque o seu renome transcendeu as balizas locais, galgou os muros de Coimbra e espalhou-se por todo o país.”    
in 
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(O Hilàrio não é, porque nunca ter gravado (1896). Tendo a honra de ser viseense como o Hilàrio Augusto, que nasceu na rua Nova, gostaria de saber a quem pertence , ou pertenceu, a voz que canta de maneira inegualàvel este lindo fado de Coimbra.  in comentários no YouTube, que eu subscrevo integralmente...)

Ver também
 http://dispersamente.blogspot.pt/2011/05/lingua-portuguesa-e-viseu.html
e no meu "facebook"
https://www.facebook.com/orelhavoadora/posts/3847755009342?stream_ref=10

2014/01/04

Tachistas, Oportunistas e outros istas ...


Tachistas, Oportunistas
E outros istas


Subservientes, rasteiros.
de gesto fácil p´ra vénia…
Atentos como rafeiros,
nojentos como a ténia.

Pululam por todo o lado.
Partem, repartem o bolo,
comendo o melhor bocado,
passando o sábio por tolo.

Não têm credo, política,
do que a vontade somítica
de D. Pedro ou D. Lacerda…

Um só lema, um facho :
a conservação do tacho !
Uf ! Que nojo.  Que merda.

Silva Resende
Povo Meu Poema, 1977
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Comprei este livro, há dias, num alfarrabista.
A foto acima retirei-a do mensário "Correio da Barreira", nº 16,  de Janeiro de 2003.
Era seu Diretor e Fundador, o Barreirense (Casal da Mourã), Adélio Amaro. Colaborei neste periódico com alguns artigos, designadamente, na coluna "Digo Eu".

Os meus livros catalogados na Biblioteca Nacional

Os meus livros catalogados na Biblioteca Nacional





 1.
José Teles de Almeida Paiva : uma vida, uma época, uma cidade, 1917-1994 / Zaida Paiva Nunes, António A. S. Nunes. 1a ed. Leiria : Folheto, 2004.  ISBN 972-8821-10-7.




 2.
Caminhos entrelaçados na freguesia da Barreira-Leiria / António Almeida Santos Nunes ; pref. Júlia Moniz ; posf. Saul António Gomes. Barreira : Junta de Freguesia, 2005.  ISBN 972-8821-24-7.


Adic. à lista 


 3.
Falando de Acácio de Paiva : poeta, jornalista, dramaturgo / António Almeida Santos Nunes ; pref. Arménio Vasconcelos. Leiria : J.F., 2013.  ISBN 978-989-8541-46-8.

2013/12/26

Figueiró dos Vinhos - 12 Dezembro 2013: Apresentação do livro de Arménio Vasconcelos "Contos de reis, reais, d´amores"


Fragmentos da capa e contracapa do livro "Contos de reis, reais, d´amores"

A montagem-vídeo que se seque pretende constituir-se num documento/reportagem da sessão de apresentação do último livro e Arménio Vasconcelos. A sessão teve lugar na Casa da Cultura em Figueiró dos Vinhos, no dia 12 de Dezembro de 2013.



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Também pode ter interesse em observar aqui
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Tive oportunidade de fotografar o snr. Artur Santos Mateus,  a que o autor se refere no conto "Cinco tostões para cinco réis de gente - ainda está gravado na lembrança..."; 




aprecie-se a exposição emocionada de Arménio Vasconcelos, que se pode ouvir no vídeo supra, a partir dos 6,25 minutos. Este conto tem como personagens centrais o grande pintor José Malhoa 



(tão intensamente ligado a Figueiró dos Vinhos) e Artur Santos, que foi quem acabou por colaborar com as suas lembranças para que este conto memorial e biográfico (pp135 a 141) ficasse registado a letras de forma escritas neste livro.
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Tanto que se poderia escrever sobre este livro, apresentado com extrema clareza e entusiasmo pela Dra. Celeste Alves (ver vídeo na primeira parte)! 
Vou deixar aqui dois ou três aspetos basilares:
1- Edição conjunta da "Academia de Letras e Artes Lusófonas - ACLAL" de que me orgulho de fazer parte, sendo seu membro fundador;
e dos Museus Maria da Fontinha e de Almofala (Além do Rio, Castro Daire - Portugal);
2- Pode ler-se sobre estes museus e a ACLAL seguindo os links:
ACLAL
Museu Maria da Fontinha
Museu de Almofala 

nota: prometi enviar a fotografia ao snr. Artur. A ver se não me esqueço de lha mandar; claro, terei que a imprimir em papel e mandar-lha para a direção que me deu (um cartão em que ainda se apresentava como colaborador do "círculo de leitores"). Também fiquei a simpatizar com ele, Arménio. Tenho pena de não ter visto os tais cinco tostões...

@as-nunes

2013/12/14

A Feijoa no meu jardim


Há dias no meu jardim. Este arbusto já o tenho no meu quintal há mais de 5 anos. Dá flores espetaculares, como se pode observar abaixo. Frutos é que estava conformado a que não os conseguisse. A frutificação iniciava-se mas caía, logo de seguida.
A Zaida encontrou este fruto, na semana passada, no chão junto ao arbusto, o que constituiu, para nós, uma grande surpresa. Nem demos por que ele estivesse na planta. Deve ter sido o vento forte que se fez sentir que o fez cair. 
Será que agora é que vai começar a frutificar?

 foto de hoje.



Pode ler-se algo mais sobre a feijoa:
aqui
aqui (wikipédia)
Feijoa (=Acca) é um gênero da família Myrtaceae que inclui uma única espécie, a Acca sellowiana (nome antigo: Feijoa sellowiana), conhecida vulgarmente por goiaba-serrana ou goiaba-ananás. É um arbusto vivaz ou árvore de pequena dimensão, atingindo entre 1 e 7 metros de altura, originário das terras altas do sul do Brasil, leste do ParaguaiUruguai e norte da Argentina.

2013/12/09

Se o Paraíso existe


Se o Paraíso existe

Domingo, Dezembro
Silêncio solarengo
Vento em quietude
Não corre uma brisa sequer
Só o frio vagueia por aí
Vale do Lis a nascente
Majestosa Snra. do Monte

As Cortes maravilhadas
Nas suas terras alcantiladas
e encantadas

Aurora de bonança
Afinal,
o Paraíso existe mesmo!...

António Almeida Nunes

Dez 2013 – blogue “dispersamente”

2013/12/08

Outono de 2013 na Av. das Comunidades em Leiria



2013/12/07

Grupo Coral Cantábilis no lançamento do livro de Arménio Vasconcelos em 23 de Novembro de 2013, na Biblioteca Afonso Lopes Vieira - LEIRIA


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No decorrer da sessão de lançamento do livro de Arménio Vasconcelos, "Contos de reis, reais, d´amores", no dia 23 de Novembro de 2013, na Biblioteca Afonso Lopes Vieira - Leiria.
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Mais detalhes:
(Fotos no registo anterior)
e 

Para além da forma excecional como a Dra. Celeste Alves apresentou o autor, o seu livro e a sua obra, nunca é demais recordar o sítio na internet onde se pode encontrar uma biografia mais pormenorizada de Arménio Vasconcelos: http://armenio-vasconcelos.blogspot.com/

2013/12/05

Arménio Vasconcelos no lançamento do seu livro "Contos e réis reais d´amores"


 Adélio Amaro, editor da Folheto - Leiria, a apresentar a mesa e moderar a sessão...
 Zaida Paiva Nunes a dizer poemas de Arménio Dos Santos Vasconcelos . Pode ver-se na mesa: Adélio Amaro (editor da Folheto) Cynthia Roberts (Brasileira, procuradora, escritora, pintora, etc.), Arménio Vasconcelos, Celeste Alves (foi quem apresentou magistralmente o livro), Prates Miguel (advogado e escritor de relevo)...
Prates Miguel a ler-nos, no seu estilo peculiar, o Prefácio do livro de Arménio Vasconcelos.
Uma delícia de escrita e sentimento; pode ler-se na íntegra no fac-símile apresentado abaixo. (*)

 Um aspeto da assistência.
 A Dra. Celeste Alves a fazer a apresentação do livro deArménio Dos Santos Vasconcelos. Na mesa, da esquerda para a direita: Adélio Amaro, Cynthia Roberts, Arméniio Vasconcelos, Celeste Alves e Prates Miguel; uma equipa de luxo!
 A Dra. Cynthia Roberts a mostrar um quadro que ofereceu ao autor do livro e seu velho e grande amigo, vinda do Brasil...

 Arménio Vasconcelos no uso da palavra, emocionadamente, poeticamente...

 Para além da forma excecional como a Dra. Celeste Alves apresentou o autor, o seu livro e a sua obra, nunca é demais recordar o sítio na internet onde se pode encontrar uma biografia mais pormenorizada de Arménio Vasconceloshttp://armenio-vasconcelos.blogspot.com/


Nas dedicatórias no livro, a Zaida Nunes e a Marta Moita.
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(*)
Fac-símile do Prefácio do Dr. Prates Miguel:


@as-nunes

2013/12/04

Grupo de poesia e cultura da Biblioteca Municipal de Alcanena: Alfredo Keil

O Dr. Ócar Martins a coordenar mais uma sessão literária do grupo de poetas populares de Alcanena.
O autor a tratar no decorrer desta sessão era o compositor e poeta Alfredo Keil.
O livro de sua autoria, que serviu de base aos trabalhos, intitula-se "Tojos e Rosmaninhos", com uma 1ª edição em 1907. A Câmara Municipal de Ferreira do Zêzere promoveu a sua reedição em 1990, cuja capa (uma cópia do original) se mostra a seguir. Quem tinha de sua posse este livro, muito raro, era o nosso amigo e companheiro, Vitor.

Conforme já tive ocasião de deixar nota, no "Facebook

Neste livro de 1907 (1ª edição), Alfredo Keil mostra-nos a sua verve poética, pintor romântico e naturalista e compositor musical. De notar que a "A Portuguesa" foi composta em 1891 como manifestação da ira nacional ao Ultimato Inglês. E por aqui nos ficámos. Propúnhamo-nos marchar contra os Bretões ... os canhões vieram nos anos 50! Mas que temos um hino empolgante lá isso é verdade!

Alfredo Keil compôs a música de "A Portuguesa" mas não o poema. 

 O snr. Manuel, com a proveta idade de quase/quase 100 anos, que os fará precisamente no dia do 100º aniversário do concelho de Alcanena. Ao seu lado o snr. Gouveia, grande poeta, com obra publicada, experiência de vida pelas sete partidas do mundo, há cerca de ano e meio incapacitado para falar e escrever inteligivelmente. Também se pode vislumbrar a silhueta de Maria João.
Os snrs. Manuel e Gouveia. O snr. Manuel, muito duro de ouvido, devido à sua avançada idade, a ler um poema de Alfredo Keil.

O livro de poemas de Rúben Marques, 17 anos, recentemente lançado.

 Rúben Marques, o elemento mais novo, presente.
O snr. Alfredo (outro que não Keil, claro...) e o Rúben.

2013/12/01

Registos de 2006: VIVER em LEIRIA: O QUINÉ Faleceu...

Nota:

Dado que o meu blogue de referência considero eu que seja este, "DISPERSAMENTE", vou passar a inscrever aqui notas remissivas de temas de utilidade reconhecida e que estão noutros dos muitos blogues que tenho espalhados pela Internet.

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VIVER em LEIRIA: O QUINÉ Faleceu...: Actor leiriense Quiné faleceu ontem. Joaquim Manuel Martins de Oliveira (Quiné), deixou ontem o mundo dos vivos, ao que tudo indica vít...

2013/11/26

Sarau Literário no Clube Recreativo de Soutocico - Operário em Construção

A idade não conta, minhas Senhoras e meus Senhores
Companheiros

À 3ª sexta-feira de cada mês realiza-se um sarau poético e cultural no Clube Recreativo de Soutocico (Leiria).
Eu e a Zaida começámos a frequentá-lo, há uns meses atrás, a convite do nosso comum e velho amigo, Mário Marques da Cruz. A verdade é que acabámos por lá encontrar outros velhos amigos de quem andávamos afastados há muitos anos, alguns que nos voltámos a relacionar desde os tempos idos dos anos 60, altura em que fui seu professor na Escola Industrial e Comercial de Leiria e de outros cursos numa escola particular...
Muitos anos se passaram. Hoje estamos "velhos" mas cheios de vontade de não esmorecer e mantermos a nossa atividade intelectual em forma.
É assim que nos juntamos, trocamos impressões literárias, experiências de vida e dizemos poesia. Uma maravilha!
Na semana passada a Zaida dissertou com agrado geral sobre gatos, tendo sido muito aplaudida e cumprimentada. Aqui hei-de dar nota da reportagem que estou a preparar. 
A maior parte dos presentes disse poemas de sua própria autoria ou de outros autores, destacando-se Acácio de Paiva, Miguel Torga, João de Deus, sei lá que mais... Muitos e bons.

O snr. José Selada, o decano dos poetas da freguesia e destes saraus, disse, de cor, sem falhas, o poema "Operário em Construção" do grande Vinicius de Moraes. Por sinal no decorrer do presente ano está-se a comemorar o centenário do seu nascimento.
O vídeo que aqui se apresenta tem uma duração de 5 minutos mas vale a pena ouvir este poema dito por José Selada... Como é que um homem da sua idade (uns 80 e muitos anos, julgo eu) consegue dizer de cor um poema tão longo como aquele?! ...

Parabéns, Snr. José Selada.

2013/11/24

MADALENA


Madalena

Tanto sofrimento
Quanta dor
Tanta poesia
Um nome pode encerrar.

Não foi o nome que lhe deram.
Mas o escolhido por si.
    
Madalena

No seu coração tão grande
houve sempre um lugar que foi meu
   Eu sei

O meu nome nunca abandonou
o seu pensamento
   Eu sei

   Sei também
Que onde está agora
eu continuarei a ser  a sua “loirinha”

   E sei também
Que no meu coração
irei sempre recordá-la
a si, ao seu carinho
o seu nome

Madalena

Zaida Paiva Nunes
23 Nov 2013

@as-nunes

2013/11/22

Desculpa lá ó Eça ...



A cidade está fria, despovoada, pacata até de mais. 

Vem-me à memória Eça de Queiroz e as suas maledicências em relação a Leiria, ao seu "rasteiro" estilo de vida à época... 

A verdade, porém, é que foi graças à sua estada em Leiria que ele escreveu o livro que o alcandoraria aos píncaros da fama como escritor: "O Crime do Padre Amaro".

Quem sabe se hoje não seria mais um escritor da língua Lusófona como tantos outros se não tivesse escrito, talvez o primeiro romance realista português com o sucesso que lhe foi reconhecido?! ...

(Este texto saiu assim, num improviso, caseiro, digo eu que poético, algo lírico, mas sentido ... Por isso repito: desculpa lá, ó Eça!)



Junto à placa informativa: árvore do gelo

liquidambar ... é outono, a cor das suas folhas não o desmentem, já estão a cair, uma a uma ...

Recantos de encantar ... na zona do Jardim e do marachão do rio Lis ..
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(fotos tiradas de telemóvel - Sony smartPhone XPERIA 2013)

2013/11/19

Miguel Torga em Leiria: O anjo revoltado

Caricatura de Miguel Torga feita por Luís Fernandes,  inserta  a p. 32 do livro LEIRIcaturas, ed. da Junta de Freguesia de Leiria (Presidência de Cabrita Franco), 2000.


Em 19 de Novembro de 1939, faz hoje, portanto, 74 anos, Miguel Torga escrevia, em Leiria:

EXERCÍCIO ESPIRITUAL

Ouço-os de todo o lado.
Eu é que sou assim,
Eu é que sou assado,
Eu é que sou o anjo revoltado,
Eu é que não tenho santidade…

Quando, afinal, ninguém
Põe nos ombros a capa da humildade,
E vem.

In “Diário Vols. I a VIII
P. 92

Ed. Publizações Dom quixote, 1999
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Uma semana após, Miguel Torga seria preso em Leiria e transferido para o Aljube de Lisboa, onde ficaria até Fevereiro de 1940.
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Na frontaria do edifício onde esteve instalada a PSP no edifício do antigo Governo Civil de Leiria.
@as-nunes