2017/01/17

POesia (ensaios menores). Dizem que não é poeta quem quer

Foto de António Nunes.


Dizem

Que não é poeta quem quer
Pois eu penso que
Ser poeta é sentir a poesia
Só isso…

Agora apetece-me ser poeta
Apetece-me escrever como
Um poeta
Que já não sabe a idade
Ora se sente jovem e não pensa
Ora pensa antes de escrever
E começa a fazer contas de cabeça

Agora não quero fazer contas
Olho a serra
Aquela linha divisória
D´Aquém e d´Além

A verdade é que essa fronteira
Vê-se
Ali bem em frente
olhando para sudeste
Naquele ponto ínfimo
E no infinito do seu próprio olhar

Como um ´sniper`
Aponto
Preparo-me para disparar

Espero o momento
Mais um pouco de espera
O vento tudo muda
Neste horizonte de janeiro

Agora que já estou a escrever
Olho novamente aquele ponto
Na mira outro momento
A foto fixou outro instante
Um momento irrepetível
Infinitamente intangível
Que me deixou assim
Sensível…

as-nunes
3jan17

2017/01/14

Pintura em Leiria: Mó Hingá expõe pinturas duma vida com temas alusivos a Leiria


Joaquim Santos que apresentou o ato inaugural, a sua neta que organizou a exposição, o sr. Adrião Hingá (pintor) e a D.São, proprietária das lojas São ópticas.

Adrião Hingá (Mó)




Adrião Rodrigues Franco Hingá (MÓ Hingá, como é conhecido entre os amigos), um leiriense que gosta de pintar Leiria.







Artur Franco (outro pintor de Leiria, aguarelista de renome) com Mó Hingá













Fotos retiradas do Facebook de Fernando Rodrigues


2017/01/07

A serra em poema


Dizem

Que não é poeta quem quer
Pois eu penso que
Ser poeta é sentir a poesia
Só isso…

Agora apetece-me ser poeta
Apetece-me escrever como
Um poeta
Que já não sabe a idade
Ora se sente jovem e não pensa
Ora pensa antes de escrever
E começa a fazer contas de cabeça

Agora não quero fazer contas
Olho a serra
Aquela linha divisória
D´Aquém e d´Além

A verdade é que essa fronteira
Vê-se
Ali bem em frente
olhando para sudeste
Naquele ponto ínfimo
E no infinito do seu próprio olhar

Como um ´sniper`
Aponto
Preparo-me para disparar

Espero o momento
Mais um pouco de espera
O vento tudo muda
Neste horizonte de janeiro

Agora que já estou a escrever
Olho novamente aquele ponto
Na mira outro momento
A foto fixou outro instante
Um momento irrepetível
Infinitamente intangível
Que me deixou assim
Sensível…

as-nunes
3jan17

2017/01/01

Poema de Carlos Pires com música de Pedro Jordão, Ilustração de Fílvio Capurso - ser

Tenho a honra e imenso prazer em integrar o Grupo de "Serões Literários das Cortes"desde há, já nem me lembro bem,  quantos anos, talvez mais de cinco.
Hoje, 1 de Janeiro de 2017, lembrei-me de  partilhar este trabalho (no âmbito das ações deste grupo) ensaios literários e/ou artísticos, que lá vamos expondo e conversando.
Estou, neste preciso momento, com pouco tempo para grandes explanações. Vou ser breve. Mas o caso é que é agora ou perco a ocasião.
Comecemos, então, por este trabalho que a seguir se apresenta.


ser


ser generoso apesar
do que foge e alcança

dar à gratidão um nome
que não baste para nomear
o quanto

saber que há janelas
que abrem para o que nunca
entenderás

e tão humilde
vendo a tua sombra envelhecer
diante da luz e das coisas
que te trazem
agora

estrelas água caminhos
sinais e animais do ar

e agora
abre os braços
e sossega

Poema de Carlos Lopes Pires

Ilustração de Fulvio Capurso
Música de Pedro Jordão

-

Este trabalho recebi-o por e-mail, ao qual respondi:



uma ânsia infinita de querer ser
não sei se conseguirei isso algum dia
só sei que é difícil ser

que 2017 que aí vem
vai ser?

as-nunes


2016/12/30

Que Agenda para 2017?



Também no meu FB

Todos os finais de ano preparo uma agenda em papel para o ano seguinte. Que não é só agenda cronológica. Também é uma espécie de Diário do quotidiano, muitas vezes do trivial, mas que também faz parte integrante e inalienável da nossa vida. É uma agenda vulgar, daquelas que se compram olhando ao preço, que as há por aí, no mercado, a preços exorbitantes. Na parte final, antes da contracapa, adiciono os apontamentos auxiliares de memória, que já vêm de anos anteriores. Ora, acontece que eu uso um código que não sei se os próprios serviços da CIA ou da Mossad ou mesmo da KGB, seriam capazes de os decifrar. O problema é que eu próprio, fiando-me na minha memória natural (rom), entro muitas vezes em ´vrille` e fico confuso e de olhos em bico... 
Bem, tudo isto para vos desejar um BOM 2017.

2016/12/28

Kalinka


("Jamais se ouvirá de novo ao vivo aquela belíssima interpretação de "Kalinka" que lhe enviei há algum tempo; o grupo (à excepção do solista e de outro membro) estava no avião que se despenhou no Mar Negro." in fb de Rita Ferro ) 28dez2016
Ver vídeo original: https://youtu.be/TbML094nmmQ

Kalinka (Alfabeto Latino) (wi)

Kalinka, kalinka, kalinka moya!
V sadu yagoda malinka, malinka moya!
Kalinka, kalinka, kalinka moya!
V sadu yagoda malinka, malinka moya!
Ah! Pod sosnoyu, pod zelënoyu,
Spat polazhite vy menya.
Aj lyuli, lyuli, ai lyuli, lyuli,
Spat polazhite vy menya.
Kalinka, kalinka, kalinka moya!
V sadu yagoda malinka, malinka moya!
Kalinka, kalinka, kalinka moya!
V sadu yagoda malinka, malinka moya!
Ah! Sosënushka ty zelënaya,
Ne shumi zhe nado mnoj!
Aj lyuli, lyuli, ai lyuli, lyuli,
Ne shumi zhe nado mnoj!
Kalinka, kalinka, kalinka moya!
V sadu yagoda malinka, malinka moya!
Kalinka, kalinka, kalinka moya!
V sadu yagoda malinka, malinka moya!
Ah! Krasavitsa, dusha devitsa,
Polyubi zhe ty menya!
Aj lyuli, lyuli, ai lyuli, lyuli,
Polyubi zhe ty menya!

Kalinka, kalinka, kalinka moya!
V sadu yagoda malinka, malinka moya!
Kalinka, kalinka, kalinka moya!
V sadu yagoda malinka, malinka moya!

Adelaide Félix a falar de Acácio de Paiva, ´insigne poeta leiriense`. Em 1944

Sempre que me ocorrer e tiver disponibilidade temporal e anímica para isso, aqui vou deixando as minhas notas e Apontamentos do que vou observando e/ou fazendo. 
Que possa servir para quem aqui vier espiolhar...
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Acácio de Paiva lembrado por Adelaide Félix

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Notas aquando da recolha de informação sobre
Acácio de Paiva, ´insigne poeta leiriense`.
- António AS Nunes para “Falando de Acácio de Paiva”, ed. Junta de Freguesia de Leiria, 2013.


Composto e impresso na Pap. Veneza. Lisboa. 1944. De 23x18 cm. Com 41 pags. Brochado. Ilustrado pelo Dr. Leonel Cardoso.
Este livro tem 41 páginas .
Nele é publicada uma conferência da autora, pronunciada na noite  de 20 de Março de 1944, na Casa do Distrito de Leiria, e ilustrado por Leonel Cardoso.
Com esta conferência a Dra. Adelaide Félix pretendeu realçar a atividade literária dos escritores que, na sua opinião, mais se teriam, até à data, revelado, ilustrando as terras e as gentes desta área geográfica de portugal:  o Distrito de Leiria.

Adelaide Félix (Santarém 1896 - Lisboa 1971) licenciou-se em Filologia Germânica pela Universidade de Lisboa e estagiou na Alemanha, país que visitava regularmente.
Publica o seu primeiro romance "Hora de instinto" em 1919 a que se segue, em 1921, uma colectânea de contos "Miragens Torvas".
Foi Teófilo Braga, seu mestre de Literatura, quem a incentivou a seguir a vida literária, tendo-lhe prefaciado um ensaio - "Shakespeare e o Othelo".
Exerceu funções docentes no Liceu D. Filipa de Lencastre, em Lisboa e foi também professora no Liceu de Leiria, tal como a própria afirma no "Roteiro de viagens feitas no mar tormentoso das letras por gentes de Leiria e seu termo", conferência que pronunciou na noite de 22.03.1944, na Casa do Distrito de Leiria, em Lisboa.
… "É ainda de Rodrigues Lobo, o liceu onde orgulhosamente eu servi..."


Esta foto foi tirada no decorrer da sessão de encerramento do festival dos jogos florais do Outono de 1965.
É de toda a justiça assinalar que o “Príncipe dos poetas” se chamava José Ribeiro de Sousa, de Maceira Lis (Florão de Louros de Prata).
Uma particularidade interessante deste festival: cada concelho da Região de Turismo de Leiria, teve a representação em palco de uma jovem escolhida a preceito. A representante do concelho de Leiria, foi Zaida Manuela Teles e Paiva, por sinal sobrinha-neta de Acácio de Paiva.

Adelaide Félix foi a presidente do Júri deste certame literário. A dado passo do seu discurso, disse:
(…) ”; e alegram-me, finalmente, a alma, porque cumprindo a sua tarefa, todos os componentes dum júri literário acabam por encontrar, nas produções apresentadas, alguma hora alta, alguma tarde de vento e de sol, que na lida da vida, já bateu à porta de todos nós.”
Não sendo natural de Leiria, aqui viveu vários e interventivos anos, muito contribuindo para a dignificação e divulgação das gentes e das obras literárias de muitos leirienses de alto mérito literário.  Por isso mesmo aqui fica o meu reparo por o seu nome não constar do “Dicionário dos Autores do Distrito de Leiria”, ed. Magno – Leiria – 2004.

-
Voltando mais atrás. Adelaide Félix disse, no seu discurso de 1944, que originou a publicação acima referida,  a propósito de Acácio de Paiva:

“… e não é um mareante, nem dois, nem três, que compõem hoje a tripulação da barca.
Nos cestos das gáveas, ao leme, no tombadilho, trepando aos mastros, ou no comando da nau, vejo gente, da melhor, entre a marinhagem que navega no mar tormentoso das letras contemporâneas.
E entre ela vai esse perdulário de rimas opulentas e do modelo de poesia alegre que é o leiriense Acácio de Paiva. Não cuida, nunca cuidou do seu renome.
Não busca vender livros – pois nem sequer se dá à tarefa de coligir milhares de versos esparsos… .
Dizer «Acácio de Paiva» é o mesmo que dizer insonciance, ou portuguesmente: «… Quanto a glória… tanto se me dá… como se me deu!...»

Ϩ
Notas de António AS Nunes em consulta na Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira
Em 2012/3.


2016/12/26

Mário Soares em estado de saúde crítica. Uma vida ao serviço da Liberdade e da Democracia.





Mário Soares é, incontestavelmente, o pai da Democracia Parlamentar em Portugal, que hoje vivemos. Os contestatários à sua ação política invocarão as suas razões, mas que se trata duma personalidade ímpar na História de Portugal, disso não tenho qualquer dúvida. Nestes momentos limite, em que a sua vida parece estar por um fio, não podia deixar passar este dia sem que o evocasse como Homem, orador exímio e lutador determinado pela causa da Democracia e duma ideia utópica de Socialismo Democrático. Participei em todas as suas Campanhas Eleitorais, quer como Secretário-Geral do PS quer às Presidenciais. Foram muitos anos de participação militante para defender uma causa em que o Socialismo e a Liberdade pudessem coexistir. Quantas vezes de microfone na mão nas campanhas, pelas terras do Distrito de Leiria! Uma utopia, claro está, repito. Mas uma utopia pela qual não me arrependo de ter lutado até à exaustão, em muitos casos... Os anos passam e a minha perceção do rumo que a vida política acabou por levar em Portugal desmotivou-me a partir dos anos 2000. Os homens que se foram alcandorando aos lugares proeminentes da hierarquia partidária acabaram por, mais uma vez, provar à saciedade, que há que mudar o paradigma da organização política da Nação. A Administração do Estado tem sido mal fiscalizada. 
Mário Soares é fixe. Continuará fixe, porque a História não o vai esquecer e, muito menos, denegrir!...

(Partilha do meu FB )