2008/06/28

Sardinhada no Centro Histórico de Leiria



... E não só. Também no Bairro dos Anjos, a propósito de S. Pedro, integrado nas Festas dos Santos Populares, há sardinha assada.
Aliás, hoje eu e a Zaida tirámos o dia para dar uma mãozinha numa das janelas do 2º andar do Largo da Sé (aquela casa de azulejos que já vos mostrei várias vezes, aquela que entre os fins do séc. XIX e princípios do séc. XX, foi a Pharmácia Paiva
( de repente lembrei-me como a ortografia da língua portuguesa tem andado em mudanças constantes, com Acordos ou sem Acordos, mas agora parece que é de mais...vejam o blogue de Rita Ferro e como ela se manifesta e justifica uma posição radicalmente contra o Acordo)
cujas vidraças estavam mesmo a pedir um conserto (agora foi mesmo para desenrascar, que a D. Eva Paiva (pois fiquem sabendo que esta senhora, minha sogra, tem 89 anos) andava mesmo preocupada, que um dos vidros caíu na rua...felizmente não atingiu ninguém) e reparámos na música, balões e ornamentações, com bandeirinhas e balões que já se notavam por todo o lado, com papelinhos colados nas paredes a indicar com setas as localizações dos sítios das sardinhadas.
A pintura que se mostra foi feita ontem numa porta entaipada dum prédio em ruínas. Parece que sempre irá avante a obra de requalificação do edifício. A "Rua Barão de Viamonte" é a "Rua Direita", bastante torta e estreita, por sinal, como deve ser qualquer das Ruas Direitas de
Portugal, que se preze.
- convém clicar em cima das fotos para as ver ao pormenor.
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2008/06/25

Haja respeito pelas árvores

Até posso admitir que há razões de queixa do Governo! Aliás, por muito bons que nos queiram fazer crer que são, os últimos Governos de Portugal pouco mais têm feito que gerir a conjuntura.
Uma coisa é certa. Não se devia tolerar que o Ambiente fosse tão conspurcado com cartazes de toda a ordem, paineis publicitários, mesmo a maior parte dos que poderão ter as taxas de uso da via pública em ordem (quantos serão?), faixas a atravessar a rua penduradas nas extremidades em árvores ou postes de iluminação pública.
A sensação de desleixo e regabofe é por demais evidente e incomodativa. Os serviços camarários, sempre tão solícitos para actuar noutras circunstâncias, não poderiam pôr um bocadinho de ordem neste caos?
Os pinheiros da foto (que até são classificados de mansos) não merecem mais respeito?

__________

UM POUCO DE SENSIBILIDADE...

(Talvez seja de se ler com calma este ensaio sobre flora e paisagem ambiental. É que me estou a lembrar de situações em que se pregam placas de publicidade nos troncos das árvores, desde que isso traga mais visibilidade; e dos sacos de plástico com lixo atirados para as bermas de estrada por gente sem educação cívica! Leiam e meditem!...)

Num ambiente natural... não se tira nada, além de uma fotografia;

não se deixa nada, além de pegadas;

não se mata nada, além do tempo;

não se leva nada, além de boas lembranças.

(Autores: Aladinos
Centro/Escola: Escola do Ensino Básico (2º/3º ciclos) de Fânzeres
(Fânzeres) Portugal)


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AdesbaChorus - Barreira - Leiria



=
Actuação do ADESBACHORUS - Barreira - Leiria no decorrer do lançamento dos dois livros de Poesia de Zaida Paiva Nunes: "TALVEZ" e "SUAVE TRILOGIA" no passado dia 22 de Junho de 2008.

2008/06/23

Será mesmo o fim dum ciclo?


Quem tem acompanhado os meus últimos posts decerto se apercebeu que tenho dado relevância exclusiva ao lançamento de dois livros de poesia, que conjuntamente com um outro publicado há dois anos, formaram uma Trilogia poética. Suavemente...quse sem se dar por ela. Mas a querida amiga Otília Martel, que recentemente também lançou o seu livro de poemas "Menina Marota, um desnudar de alma" que muito sensibiliza quem o lê e nele acaba por ver uma grande poeta como que previu o que se passava em Leiria e veio de Gaia a esta cidade, assistir a este evento e confraternizar. Como sabem os que têm acompanhado a blogosfera na área da Poesia a "Menina Marota" foi um blogue que muito marcou os amantes desta nobilíssima forma literária. Bem o quis fechar, mas não teve como resistir a tanta pressão vinda dos seus habituais leitores... É assim que ainda o podemos ler e reler no mesmo sítio na Internet. Sempre com renovado agrado. Na foto que tenho o arrojo de publicar neste post, podemos apreciar Otília Martel, de surpresa, a dizer o poema de Zaida Nunes e que consta do marcador dos seus livros (foto ao lado), "Rosa de Inverno". Muito obrigados, eu e a Zaida, por tão grande esforço físico e psicológico, estou em crer, para poder estar umas poucas horas connosco na Barreira - Leiria, a festejar o fim dum ciclo da poesia de Zaida Paiva Nunes.
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2008/06/21

Zaida Paiva Nunes - Trilogia Poética

Por entre dois dos três ramos dum Louro, entrelaçados, as Hortênsias, o balancé dos netos, Yucas, Tangerineira, Jarros... e o verde desta Primavera de 2008, Infinita que ela se nos quer mostrar!...

Amanhã, Domingo, Barreira, Leiria, à tarde. 16 horas. Salão Paroquial da Barreira.
Apresentação dos dois últmos livros da Trilogia Poética que a Zaida se propôs levar a cabo.
Cá os esperamos para partilhar connosco, autora, família, editor, freguesia em geral, este evento singelo, humanista, em mira o contributo possível para o incremento do gosto pela Literatura em geral, pela Poesia em particular.

A Vida sem Poesia é mais vazia...

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2008/06/19

O Bordo Canadiano e a bandeira do Canadá

Em pé de conversa, aconteceu falar hoje com um jovem casal muito ligado ao Canadá. Ela, porque sendo filha de portugueses, praticamente nasceu lá (aliás tem a dupla nacionalidade, perfeitamente natural); ele, porque português, para lá emigrou nos anos 80. Quis o destino que viessem começar a sua vida em Portugal e por cá ficaram. Mas, pelo caminho que estamos a trilhar em Portugal, já não me admirava nada que um dia destes pegassem nas suas coisas e para lá rumassem definitivamente.
Veio à baila falar-se do símbolo daquele país: a folha do “maple”. Não eram capazes de me dizer o nome científico ou sequer o nome comum em português, da árvore respectiva. Muito parecida com a folha do plátano lá consegui chegar aos Ácer. Daí, com a ajuda da Wikipédia foi um pulinho aprender mais pormenores sobre esta famosa folha, símbolo do Canadá e bem estampada que ela está na bandeira deste país.
Assim, a classificação científica do Bordo Canadiano (maple) é a seguinte:
Reino:
Plantae
Divisão:
Magnoliophyta
Classe:
Magnoliopsida
Ordem:
Sapindales
Família:
Sapindaceae
Género:
Acer
L.
Recordei também que existem florestas desta árvore no Canadá, a perder de vista. Que se assumem com folhas de diversas cores, dando um toque multicolor a essas florestas. Pelas fotos a que já tive acesso, esse efeito é, de facto, espectacular. Essas árvores produzem um líquido branco, leitoso, retirado do tronco, que, depois de fervido, produz um xarope muito apreciado e com diversas utilizações alimentares, nomeadamente para barrar panquecas. Ao pequeno almoço, principalmente. Diz que são precisos cerca de 1.000 l de líquido para produzir 5 litros de xarope.
-
Já em diversas ocasiões me referi ao acer pseudoplatanus L. (padreiro) ou Bordo, assim como ao bordo negundo. Como se depreende facilmente, quer pela configuração das suas folhas, quer pelo seu hábito, pertencem todos a este grupo dos "bordos".

A folha do "Maple" e a bandeira "Canadiana":


Flag of Canada: (A tradução é evidente; basta descrever a bandeira tal como se vê na imagem).

Name: The Maple Leaf, l'Unifolié Use National flag and ensign. Proportion 1:2; Adopted February 15, 1965; Design A vertical bicolour triband of red, white, and red, with a red maple leaf charged in the centre. Designed by George F.G. Stanley (Wikipédia)

Nota: A palavra Acer deriva de uma palavra grega que significa "agudo" (referindo-se às pontas características das folhas) e foi empregada pela primeira vez para o género pelo botânico francês Joseph Pitton de Tournefort em 1700 (Wikipédia).

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2008/06/17

Do Largo da Sé de Leiria à Boa Vista

Finalmente aquele painel do "tempo da Maria Cachucha" foi retirado, lembram-se dele? Entretanto, como o tempo estava convidativo e havia trabalho de pintura de restauro a fazer, alguém aproveitou a hora de almoço para pintar uma porta a ver se se alindava minimamente o canto do Largo da Sé/Rua D. Sancho I e a Rua da Vitória. Está-se mesmo a ver que esta perspectiva fica muito mais agradável à vista depois daquela operação plástica. Os Jacarandás floridos estão a começar a dar sombra mesmo a jeito para as pessoas se poderem sentar naquele banco. Como não há Bela sem Senão há que repor o bebedouro a funcionar. Vai começar a fazer muita falta se o calor começar a apertar. E há que tempos que ele está avariado!...
Na ida para a Boa Vista, fiz um pequeno desvio na zona do "Planalto", meti por um caminho por dentro deste pinhal e fui desembocar no
Vale Sepal, na Rua Paulo VI, mesmo em frente desta casa. É verdade, ainda existem casas de habitação à antiga portuguesa, com uma porta e uma janela, mesmo no interior da zona urbana de Leiria. Bem me lembro desta casa dos tempos em que aqui passava a EN1 e eu vinha na carreira dos Claras, de Viseu para Leiria. Estávamos entre 1966 e 1968.
Enquanto houver fotógrafos amadores como o da fotografia!...
Que são capazes de se sujeitar a comentários como estes:
- É proibido fotografar
- Coitadito do velhote
- O amigo deseja alguma coisa? (ar desconfiado)
- A fotografar árvores?!
- É para a Televisão?
- Qual é o jornal?
- Já me ameaçaram fisicamente por fotografar um abate de árvores num espaço público
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2008/06/16

O Silêncio confundido da Oposição

(clic para melhor ler)

O Director do "Jornal de Leiria", na sua crónica de opinião, do último número deste Semanário Leiriense, emitiu uma forte posição contra a falta de clarividência dos políticos que, não pertencendo ao partido do Governo - pelo menos esses - têm o dever cívico indeclinável de defender e projectar atitudes colectivas que visem o redireccionamento da política nacional no sentido do Desenvolvimento sustentado do nosso País. Mas que não estão a revelar arcaboiço para tal. Infelizmente...

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2008/06/15

Urbanizar a qualquer preço


Ainda que mal pergunte, mais uma vez: Que mal faziam estes sobreiros à urbanização que nasceu imediatamente acima. Estamos no cimo da Calçada do Bravo, actual Rua Paulo VI, em Leiria.
Pelos vistos temos mesmo que aceitar que este mundo em que vivemos não sobrevive senão à custa do negócio.
Mas a qualquer preço? Destroiem-se as referências ambientais, mesmo sem necessidade? Mesmo que tal corte fosse considerado indispensável para o bom andamento do projecto, valeu a pena este corte drástico? E o futuro? O Ambiente não conta? Desenham-se umas ruas, cheias de árvores de crescimento rápido (as que estão na moda, liquidâmbar, melia azedarach e acer negundo) em desprezo total das árvores autóctones. E pronto. Ficamos de consciência tranquila!...
Isto não é vandalismo?

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2008/06/14

Exposição de Pintura nas Tasquinhas da Barreira

A originalidade artística do Termo de Abertura dum Livro de Honra das visitas à exposição de Pintura de Arnaldo Barateiro.
Leiria - Anos 50 - Mercado dos cereais (daí, nesses tempos, a Praça Rodrigues Lobo ser popularmente conhecida por "Praça dos Feijões"). Óleo s/ tela 41x33; ao lado; Leiria - Porta principal para o antigo e histórico "Edifício Garage".Este edifício está, actualmente, a ser objecto de obras de ampliação, mas irá manter a traça original da sua interessantíssima fachada central e lateral.
Dois artistas residentes na freguesia da Barreira: O pintor Arnaldo Barateiro e a poetisa Zaida Paiva Nunes(*). Em fundo, três quadros dos que constituem a Exposição. Os dois, à direita, representam respectivamente a Igreja Matriz e Solar do Visconde e outra perspectiva da Igreja Matriz e o Pórtico do Solar do Visconde.
Claro que não podia desperdiçar este ensejo sem deixar uma referência, típica e simples que seja, ao motivo fundamental das várias iniciativas que compôem este fim-de-semana das Tasquinhas e Festival de Folclore da Barreira 2008.
(clicando em cima das fotos apreciam-se muito melhor os pormenores. Vale a pena.)
(*) Como já ficou publicitado em post recente, Zaida Nunes vai lançar dois livros de Poesia no próximo dia 22 do corrente nesta mesma freguesia da Barreira, no Salão Paroquial, pelas 16 horas.
(**) "Os óleos deste pintor da nossa terra são quase hiper-realistas, não ficando atrás do que melhor e mais recente está a ser criado por pintores americanos actuais". - João Roda, Arquitecto.
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2008/06/12

TASQUINHAS da BARREIRA - LEIRIA


(Para se ampliar clic)
Abertura na Sexta-feira, às 20h30, com a exposição de pintura "Leiria e Barreira" de Arnaldo Barateiro, na Capela de Nª Sra. da Encarnação, que faz parte integrante do antigo Solar do Visconde da Barreira. Pode apreciar-se a beleza e raridade de algumas peças arbóreas monumentais do Jardim anexo, local onde decorrem as tasquinhas e o Festival de Folclore.
-
Mais informação sobre a freguesia da Barreira - Leiria, pode ser consultada aqui e aqui e aqui
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2008/06/08

Contradições

A Natureza, neste caso, o Jardim do Seminário Diocesano de Leiria, manifesta-se em todo o seu esplendor. As pessoas preocupadas, a Rádio a falar da greve (?!) dos motoristas...ou lock-out(?) dos patrões ( a coisa está feia!). Como era esperado, há muito, o problema dos preços do petróleo e dos impostos a ele alapados estão a originar levantamentos populares, sabe-se lá com que consequências futuras...

Inquietação

Tempos incertos
Inquietos
Irrequietos

Serão de mudança?
Que mudança?

Inquietante esta inquietação
Revoltante esta falta de coesão

Esta globalização desalmada
Desconjuntada
Malbaratada...

Há inquietação
E emoção
E desilusão

Eis a origem
Desta vertigem…

Inquietante!...


António Nunes
Junho 2008

(Este post tem vindo a ser adaptado todos os dias desde que foi colocado na data)

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2008/06/07

O Verde e a Selecção

(ampliando-se a foto podem ver-se diversas árvores: euclaiptos, choupos, amieiros, freixos, uma nogueira e outras)

A Selecção Portuguesa de Futebol acaba de ganhar à Turquia (2-0) o jogo inaugural do Euro 2008. Pelo menos nestes momentos vamos esquecendo as agruras da vida!... É pena estas alegrias terem tão curta duração!
Mesmo assim o local da foto que fica mesmo na margem do Rio Lis, na zona dos Lourais, preparado com muito verde, relvados e árvores, aproveita o ensejo e apela ao negócio!
É um local paradisíaco para se passar uma boa tarde de fim de semana ou de férias.
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2008/06/05

O Largo da Sé de Leiria, a taça da Europa de Atletismo e o Euro 2008

( o sr Nélson (da lavandaria)  e o Fragoso (do gaz))

Que diabo de ligação é que poderá haver entre o Largo da Sé, este escaparate de revistas (assim a modos que a atirar para a banda desenhada erótica) e o Painel publicitário do Euro 2008 em Futebol, no cruzamento das Ruas de S. Francisco e da Av. Heróis de Angola, questionarão alguns dos meus leitores, mais desatentos das coisas da Bola. Claro...já perceberam!
Esperemos que os jogadores da Selecção Portuguesa de Futebol Profissional marquem algumas bolas "Quentes e Boas!" no próximo Sábado frente à Turquia! Cá na família, apesar das bocas que a malta manda contra as mordomias astronómicas dos jogadores, gostamos todos de Futebol. Isto é como o Fado e até Fátima. Não há nada a explicar. Gostamos porque gostamos e pronto!
Vamos todos (quase, que algumas das mulheres não estão para aí viradas. Mas ainda bem. Elas já se ofereceram para colaborar com a rapaziada, preparando-nos um lanche ajantarado para ser servido nos Lourais a todos. Arranjem-se pretextos para convivermos amenamente em família e o resto é conversa) ao Teatro José Lúcio da Silva ver o jogo no écran gigante. Parece que é só um €uro, que a Inês é que ficou de comprar os bilhetes! Ai se ela ainda não os comprou!...
Quanto ao Largo da Sé. Inesperadamente, os Totems que foram retirados há uns tempitos atrás, porque o pessoal cá do burgo não andava a achar piada nenhuma às patacoadas que lá estavam escritas, voltaram a ser recolocados hoje, assim num repente. O pessoal da Câmara está a ficar cá com um traquejo para este tira e põe, que é um regalo para os olhos ver a velocidade desta operação. Um autêntico relâmpago! Deve ser da concorrência entre o Atletismo e o Futebol Europeu, tão juntinhos que eles vão ficar, cá em Leiria.
Vamos à Bola e ao Atletismo! Que se lixe o petróleo, a carestia da vida, o desemprego e a diminuição brutal do poder de compra dos ordenados dos que ainda têm emprego!... E que se lixe também o IES (esta é para os T.O.C.).
Lá havia de borrar a pintura toda, tinha que ser, ia a conversa tão animada com a Bola da Europa, o próprio FCP também a deixar o lugar vago para o SLB - acho eu que poderá ser assim, que chatice para os adeptos do FCP e para a própria SAD e para o Snr. Pinto da Costa - não resisti à tentação de meter um bocadinho de veneno nestas guerritas futebolísticas caseiras, vivam os Mouros da Luz!...
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2008/06/04

Em busca dum Diário perdido no tempo...



Em jeito de Diário Sintético
Em busca de Leiria e das suas árvores
Dispersamente…

Nos meus tempos de estudante do ensino secundário, logo no 2º ou 3º, em plena década de 50 do século passado, tive uma professora de português que, como avaliação duma prova minha de redacção, inscreveu a vermelho, no sentido longitudinal da folha, o seguinte: “Até parece um romance do século XVIII”. Na altura, esta observação da minha professora caiu-me em cima como uma bomba. Nem sei bem porquê. Eu, de facto, não escrevia nada bem, lia pouco e fiquei bastante azamboado.
Dava-se o caso de que eu tinha um colega, ainda me lembro do nome completo, João António Morais da Costa Pinto (nunca mais o vi, que será feito de ti, João?). Lembro-me que pertencias a famílias de cultura e bem colocadas na vida. O teu pai era oficial da Armada. Se bem me lembro, também andavas com a mesma ideia. Provavelmente seguiste pela Escola da Marinha e hoje já deverás estar reformado, quem sabe, como Almirante. E vê lá tu como é a vida. A minha família era pobre, mal havia dinheiro para nos mantermos a estudar no Secundário, quanto mais para maiores voos. In extremis acabei por ir para o Porto, para o Instituto. Era assim que lhe chamávamos, ao Instituto Comercial. Também havia o Industrial. A Universidade era um sonho irrealizável para a maior parte de nós.
Voltando à questão daquela boca (hoje diria, foleira e sem qualquer categoria pedagógica, gritada por uma professora incompetente, sem psicologia capaz de lidar com garotos em início de formação académica). Lembro-me que, depois daquela célebre aula, vínhamos a descer as escadas do lado masculino da Escola Emídio Navarro, em Viseu, conversámos sobre este tema, daquela frase que me ficou a martelar na cabeça, como se fosse um ferro em brasa. Tu, que eras um colega e amigo, bastante educado e muito calmo, só me dizias em jeito de conselho: tens que ler, ler muito. Só assim é que conseguirás escrever o que precisares e quando quiseres. O João António era, na maior parte das disciplinas, o melhor aluno. Que eu até nem era mau aluno, pelo contrário. Naquelas turmas de 30 e mais alunos, eu estava sempre entre os 3 primeiros. Isso para mim era um orgulho e fazia questão em manter-me sempre entre os melhores. Imaginam agora a minha frustração.
-
A minha reacção foi brutal, arrisco-me a dizê-lo. Logo que começaram as férias grandes, comecei a percorrer a via sacra do leitor devorador de livros de empréstimo. Nessa altura, havia as bibliotecas itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian. Estacionava de 15 em 15 dias, em Abravezes, que ficava a cerca de 1 km da minha casa, ali na Quinta da Isabelinha ou do Judeu. De cada vez que lá ia, trazia o máximo de livros possível; penso que eram uns 4 ou cinco. A verdade é que os lia de fio a pavio. A todos. Passei os três meses dessas férias a ler, não ia para lado nenhum. Arranjei um caderno para escrever o significado de todas as palavras que desconhecia. E se eram muitas! Lia o dicionário e escrevia para melhor aprender o sentido das palavras que me iam surgindo no decorrer das minhas leituras. Não deixava uma única palavra desconhecida para trás. Lembro-me que escrevi vários cadernos. Tenho muita pena de não os ter guardado até hoje.
-
No ano lectivo seguinte surgi na disciplina de Português, com ar decidido e convincente. Algumas das minhas redacções passaram a ser lidas em voz alta pela minha professora. Imaginem a minha vaidade e sentido do dever cumprido. Era preciso, pois vamos a isso. A verdade é que aqueles três meses de leitura intensiva constituíram um excelente estímulo e rampa de lançamento para o gosto pela leitura que, entretanto, adquiri. Até hoje, que já tenho a minha própria Biblioteca. E que até já escrevi um livro e participei em co-autoria noutro. Para além do gosto impenitente que tenho pela escrita, ao meu jeito, simples, sem floreados só para alindar. E que estou sempre disponível para escrever na imprensa. De borla. Sempre de borla. E, também muito importante, que já sou sexagenário!...
Uma das minhas prioridades: compatibilizar este gosto pela web com o amor que dedico à família e às flores e plantas em geral. E às árvores, as de Leiria em particular, aquelas que eu posso acompanhar no meu dia a dia.
Com o advento da Internet (gosto de me gabar de ter sido dos primeiros a entrar no mundo da comunicação digital) comecei com a transmissão digital via rádio nas bandas de amador, aí pelos anos 80, ainda no tempo das cassetes.
Hoje quem me tira a possibilidade de partilhar informação, seja em texto seja em fotografia ou até mesmo em vídeo tira-me uma grande parte do prazer de viver. Sem esquecer que também sou radioamador com o indicativo CT1CIR.
É assim que, actualmente, mantenho em plena actividade, vários blogues e sites. Tais como, por exemplo: http://dispersamente.blogspot.com/ , http://arvoresdeleiria.blogspot.com/ , http://dentrodetioleiria.blogspot.com/ , http://leiria.no.sapo.pt/ , http://diariodumjardim.blogspot.com/ .
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Posso afirmar que a minha participação nos blogues me tem proporcionado maravilhosas ocasiões de descobrir novos ambientes, pessoas interessantíssimas, outras áreas do conhecimento, de me apaixonar pela botânica, de ser muito mais observador de tudo o que me rodeia e de partilhar essas minhas observações com toda a gente onde quer que esteja (o sortilégio da internet!…).
E é assim que vou continuar. Durante quanto mais tempo? Até já não atinar com o que ando a fazer ou a dizer?
Sendo assim só peço uma coisa às pessoas que me encontrarem aqui pela web. Alertem-me por favor quando sentirem que estou a entrar em desvario.

Será que já comecei a dispersar demais e a não dizer coisa com coisa?…
Agora que estava a ganhar balanço e as palavras começavam a brotar em torrente, sem rumo bem definido, a dispersarem-se por aqui e por ali, olhando em todas as direcções, ordeno-me: basta por ora. Até porque não te esqueças que tens muito trabalho profissional pela frente, urgente, pelo menos para todo este mês…
… (talvez continue a abrir a minha janela…afinal o homem é um ser eminentemente social )…

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2008/06/03

POESIA em TRILOGIA


A Zaida andava a ameaçar que não publicava mais poesia. Pensando melhor e a pedido dos amigos e da família sempre cedeu um pouco e, num repente, vai publicar mais dois livros da Colecção 25 Poemas da Ed. Folheto, terminando com uma "Suave Trilogia". Fico-me por aqui, diz ela. Suavemente...

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CONVITE

Zaida Manuela Esteves Teles e Paiva Santos Nunes

Tem o prazer de convidar V. Exa. para a apresentação dos seus livros

TALVEZ” – Prefácio do Dr. Arménio de Vasconcelos
e
Suave Trilogia” – Prefácio de J. Soares Duarte

que terá lugar no próximo dia 22 de Junho de 2008, pelas 16 horas, no Salão Paroquial da Barreira – Leiria


A apresentação será feita pela Dra. Maria Luísa Soares Duarte

Da sessão constará a actuação do Grupo Coral AdesbaChorus dirigido pelo Maestro Jorge Narciso

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2008/06/01

Dispersos

Capela dedicada a Nª Sra. da Encarnação, a quem os Viscondes da Barreira, cujo Solar ela integra, dedicaram a sua devoção religiosa. Sexta-feira passada, de regresso dum Café Concerto no Salão Paroquial da Barreira. Gostei da actuação do conjunto "SwingSamp", particularmente dum jovem trompetista. A ver se um dia destes aqui deixo algumas fotos. Ou no site http://barreira.no.sapo.pt/ . Vamos lá a ver se tenho tempo disponível e oportuno.
As nuvens a brincar connosco, em constantes mutações de figurações, nem que seja só na imaginação de quem as observa...absorto...

Conhecem a flor da árvore, cada vez mais vulgar na ornamentação das cidades e jardins, a Grevíllea robusta? Segundo a "tatiana", uma jovem Australiana, com um blogue (não tenho de memória imediata o endereço), estas flores produzem um néctar muito apreciado pelos papagaios.

- Acabei um trabalho no meu escritório no Largo da Sé, em Leiria. Começa agora o fado do IES... Antes de ir até à Barreira quero deixar-vos aqui um pouco do meu olhar neste momento...este conjunto da tília tormentosa e do jacarandá é um verdadeiro bálsamo para o espírito!

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