2018/07/19

a luz do sol depois da chuva




















a luz do sol depois da chuva

​esta nossa irmandade
tão inesperada como santa
há-de ficar para sempre
como um farol
para a humanidade

ainda que nem ela
a esteja a ver ainda

os monges quem são ¿¡
perguntamos a quem ¿¡
não sabemos ¿¡

dividimos os nossos silêncios
lançamo-los às nuvens

a luz do sol depois da chuva
e Deus por aí

a d´almeida
18jul18

2018/07/11

Diário do meu quintal/jardim - Erva do Caril 11jul2018





A flor do caril, como a designamos por comodismo. Planta dotada de fragrâncias extraordinarias a caril. É usada em culinária.
Uma das plantas do meu jardim (ver também http://diariodumjardim.blogspot.com/ )


Descrição e história desta planta:

http://cantinhodasaromaticas.blogspot.com/2008/03/uma-enorme-coincidncia.html :


Uma enorme coincidência

A Erva-do-caril (Helychrisum italicum) constitui, para os apreciadores de especiarias, uma bela surpresa, pela coincidência impressionante do forte aroma que toda a planta liberta, exactamente igual à mistura de especiarias conhecida como caril, embora menos intenso. Esta mistura é normalmente composta por especiarias moídas. A maior parte das misturas de caril são feitas com 10 a 20 ou mais especiarias, não existindo uma fórmula padrão. A cor amarela resulta da utilização de açafrão moído. Os ingredientes mais importantes do caril são: gengibre, cardamomo, cominhos, pimenta, coentros, pimenta-da-Jamaica e sementes de feno-grego. São também utilizadas especiarias como cravinho, canela, flor de noz-moscada, pimenta-de-caiena, paprica, assim como leite de coco em pó e erva-príncipe. Depois de sabermos tudo isto, e após cheirarmos a nossa planta, é de ficar impressionado com a enorme coincidência!!!
Ocorrendo como espontânea no nosso país, é muitas vezes confundida com uma espécie semelhante, designada por perpétua-das-areias (Helychrisum stoechas).
Várias subespécies desta planta ocorrem no Mediterrâneo, algumas das quais em Portugal, principalmente em habitats junto ao litoral, em toda a nossa costa. São plantas muito bonitas, que apesar da rusticidade dos seus habitats, mantêm sempre uma folhagem cinzenta, atraente, e flores ‘semprevivas’. É impossível que passem despercebidas quando atravessámos as dunas e sentimos no ar o seu forte aroma a caril.

Arbusto perene, atingindo uma altura de 60 cm e um diâmetro de 80-100 cm, extremamente rústico e adaptável às piores condições de aridez no nosso clima, apresenta floração abundante e duradoira, de cor amarelo forte, entre Junho-Setembro. tolera temperaturas negativas.

Como ornamentais, constituem óptimas alternativas para sebes e bordaduras, ou para jardins públicos e privados próximos do mar ou em zonas de interior com baixa pluviosidade.

É muito frequente observar que junto às praias, ainda se continua a plantar o tradicional chorão, cuja propagação e comercialização está proibida pela legislação nacional, pelo facto de serem plantas invasivas e devastadoras destes habitats. Também se plantam com frequência espécies totalmente desadequadas por não se adaptarem à proximidade do mar. Esta espécie, bem como outras autóctones, já lá existem há milhares de anos!!! E cada uma mais bonita do que a outra!!!

Gosta de solos bem drenados, secos, bem expostos ao sol. Muito sensível ao excesso de água no solo, acabando as plantas por morrer em situações de má drenagem. Deve ser severamente podada no final do Verão, após a floração, para manter rebentos jovens e vigorosos.

Sensível ao oídio e a podridões radiculares. Evitar regas molhando as folhas e o excesso de água no solo. Caracóis e lesmas podem provocar alguns estragos nas plantas jovens.

Utilizam-se as folhas e flores. Devem ser obtidas frescas, uma vez que perdem a sua delicada fragrância quando secas. O seu óleo essencial é utilizado no tratamento de cicatrizes e de lesões musculares e encontra-se na composição de diversos produtos de tratamento utilizados por atletas de alta competição, bem como de diversos cosméticos há venda em lojas da especialidade por todo o país. Tem propriedades anti-microbianas, anti-inflamatórias e antioxidantes. Existe pelo menos uma plantação com fins comerciais no nosso país, que visa a produção da planta seca para exportação.

As suas folhas são utilizadas em culinária, para adicionar a saladas e pratos de arroz, dando um leve e agradável sabor a caril.

Para comprar esta planta, clique aqui.

Ver também:
http://jardimautoctone.blogspot.com/2013/01/perpetua-das-areias-helichrysum-stoechas.html

2018/07/04

Hoje voltei a falar com Deus








Hoje voltei a ver Deus

E ouvi-O também
No sítio do costume
No meu quintal

E dizemos coisas de cismar
Um ao outro
O vento na sua melodia intemporal
Acariciando o tempo-momento

Estes momentos embora indefiníveis
São momentos infinitamente plenos
Duma melifluosidade muito para além

Daqueles em que as palavras
Se entrechocam umas com as outras
Incapazes de se ajustarem
De forma a que consigam transmitir
Aquilo que elas próprias
Não sabem definir
Mesmo que em cifras
Desdobrando-se nas suas sílabas
Tocando as suas próprias letras
Desconjuntadas ao sabor do vento
Que passa passa passa

O vento vento
O vento começa por levar as letras
E sem mais delongas
As sílabas
E as próprias palavras


Agora lá estão à vista
Naquele recanto do meu quintal
Duas papoilas espontâneas
No meio de outras coisas

E tudo isto só pode ser Deus
Impossível de descrever por palavras
talvez a Poesia o consiga
um dia

a DAlmeida
(obrigado, Carlos Lopes Pires)