Hoje voltei a ver Deus
E ouvi-O também
No sítio do costume
No meu quintal
No sítio do costume
No meu quintal
E dizemos coisas de cismar
Um ao outro
O vento na sua melodia intemporal
Acariciando o tempo-momento
Um ao outro
O vento na sua melodia intemporal
Acariciando o tempo-momento
Estes momentos embora
indefiníveis
São momentos infinitamente plenos
Duma melifluosidade muito para além
São momentos infinitamente plenos
Duma melifluosidade muito para além
Daqueles em que as
palavras
Se entrechocam umas com as outras
Incapazes de se ajustarem
De forma a que consigam transmitir
Aquilo que elas próprias
Não sabem definir
Mesmo que em cifras
Desdobrando-se nas suas sílabas
Tocando as suas próprias letras
Desconjuntadas ao sabor do vento
Que passa passa passa
Se entrechocam umas com as outras
Incapazes de se ajustarem
De forma a que consigam transmitir
Aquilo que elas próprias
Não sabem definir
Mesmo que em cifras
Desdobrando-se nas suas sílabas
Tocando as suas próprias letras
Desconjuntadas ao sabor do vento
Que passa passa passa
O vento vento
O vento começa por levar as letras
E sem mais delongas
As sílabas
E as próprias palavras
O vento começa por levar as letras
E sem mais delongas
As sílabas
E as próprias palavras
Agora lá estão à vista
Naquele recanto do meu quintal
Duas papoilas espontâneas
No meio de outras coisas
Naquele recanto do meu quintal
Duas papoilas espontâneas
No meio de outras coisas
E tudo isto só pode ser
Deus
Impossível de descrever
por palavras
talvez a Poesia o consiga
um dia
talvez a Poesia o consiga
um dia
a DAlmeida
(obrigado, Carlos Lopes
Pires)
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