Na quinta da Mourã. O rio Lena a caminho do casamento com o Lis, um pouco mais abaixo, de mansinho...
Não estamos em Abril, de calendário. Ou será que já não podemos acreditar no calendário? O trinado das aves ribeirinhas ainda se ouve das bandas do choupal distante. As noras já não!...
AS NORAS
Sigo a margem do Lena, pensativo,
E ouço das bandas do choupal distante
Um gemido monótono e constante
Cortando o riso deste Abril festivo.
É a nora num choro convulsivo,
Que mal a beija o insaciado amante,
O rio, pois lhe foge a cada instante,
Por seu triste condão do mar cativo.
E dela correm lágrimas sem fio
Que a terra acolhe e são constantemente
Depois, na festa mística do estilo.
O trigo de coiro e luz ondeando ao vento
Vive porque ela chorou junto ao rio,
Porque a vida provém do sofrimento.
Acácio de Paiva
Insigne Poeta Leiriense
Nasceu em Leiria, no Largo da Sé, nº 7, em 14/4/1863.
Faleceu em 29/11/1944 nos Olivais, Ourém.
2007/11/23
O rio Lena
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7 comentários:
O tempo anda de pernas para o ar. As cegonhas já não saem dos campos de Mondego durante todo o ano. E pelo vistoa há mais Choupais na terra.
Um abraço e bom fim-de-semana.
Pois é António estas mudanças dão cabo da nossa cabeça, temos que pensar para sabermos em que estação estamos. Acho o rio lis lindo e tb gosto quando o Lena se junta, pena é que por vezes acontecem coisas menos boas ao nosso rio Lis. Sim tb é nosso não acha? Já temos um bocadinho que nos pertence por já estarmos á muitos anos por aqui.
Não sei de que forma escreve os seus comentarios e textos, gosto muito da sua forma de escrever, uma escrita directa. Será?
Votos de um bom fim de semana e volte sempre ao meu cantinho.
Penso que hoje nos cruzamos, mas... como não tinha a certeza não disse nada. Abraço
Precisamos urgentemente de mudanças, mas do tempo Senhor!?...
Um bom fim de semana em companhia dos seus.
Boa tarde, caríssimos amigos. A minha forma de escrever, quer nos posts quer nos comentários, é a mais directa e simples que eu consiga imaginar.
Só isso, querida Tibéu. Diga olá, se me reconhecer. Ando sempre com a aparência de andar carregado de papeis, malas, computadores e muita pressa. É só para disfarçar, eheeheh
Um abraço,
António
Viva!
Bonita imagem, lindo poema.
Também fazemos parte da natureza, mas ela trata-nos melhor a nós que nós a tratamos a ela...
Um Abraço
Do poeta Acácio de Paiva lembro-me do poema seguinte:
Em cada pedra tua, em cada ervinha,
Quantas vezes comigo tu sorriste
E, só porque eu chorava, tu choraste!
Foi um prazer visitar esta página, até pela qualidade e bom-gosto. Boa semana.
Jofre Alves
Já andou a ler Acácio de Paiva por outras paragens?
Um abraço
António
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