2009/01/28

Sorrisos e Reflexões de um Blogue

No passado dia 25 do corrente mês, o jardim do Seminário Diocesano de Leiria, apresentava-se, assim. Uma acácia mimosa, a remar contra o temporal que se instalou em Portugal, há já mais de um mês. Frio polar, ventos cortantes, chuvas diluvianas, nevões siberianos, estradas cortadas e automobilistas imobilizados e desapoiados. Mas ela aí está. Bonita, como uma acácia mimosa que se preze de o ser. Das primeiras flores do ano a tentarem alegrar-nos a vida. Ou não fosse uma acácia. Qual crise global qual quê?
Que também me trouxe à memória aquelas belíssimas acácias das ruas de Nampula, anos 69,70,71. Coincidências, precisamente hoje, o JL - JORNAL DE LETRAS, uma das referências literárias das letras portuguesas de maior gabarito, publica o seu número 1.000. Para ajudar à comemoração desta efeméride, o JL publica e oferece aos seus leitores um livro de poemas, uma pequena antologia, onde se agrupam alguns dos mais importantes nomes da poesia lusófona e onde se pode confirmar a pujança da criação poética no espaço que lhe é correspondente. Um dos participantes dessa antologia é precisamente Mia Couto com o poema "Viagem". Diz, Mia Couto, nos seus últimos versos:
...
Se chorasse, agora,
o mar inteiro
me entraria pelos olhos
.
De coincidência em coincidência tive conhecimento da existência do livro, cuja capa mostro abaixo. Da Editora "Afrontamento". Encomendei-o. Estou ansioso por ler as palavras que vários autores escrevem sobre Moçambique. Deixarei aqui a devida nota do que, então, ler.


Este post foi inicialmente idealizado para deixar aqui a minha reflexão/congeminação sobre o estado actual do Mundo. De qualquer modo nem tudo podem ser lamentações e apreensões. Temos que aprender a compensar esse estado de espírito com a Vida que brota da Natureza e com as nossas recordações de outros tempos e de outros estados de alma...
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Que Mundo é este?
O que é que se passa? De repente ficou diferente, parece que já não temos confiança em nada nem em ninguém. E começamos a ser tomados pelo medo, quase pânico! Andamos todos à deriva. Será que o campo magnético da Terra perdeu o tino, já não temos a certeza do rumo a seguir?
E nós, aqui nos blogues, a darmos palpites uns, extremamente distraídos outros!
A questão é que alguns de nós, cá nos vamos afadigando em escrever, todos convencidos que podemos dar o nosso contributo para melhorar a vida, nas suas infinitas vertentes.Decerto que vamos conseguindo, com mais ou menos êxito, alertar as pessoas e as instituições, sensibilizando-as para a beleza do nosso planeta, para o que julgamos estar a funcionar bem ou mal em termos de organização da sociedade, a filosofar, a transmitir os nossos sentimentos mais íntimos através da poesia, etc.Será que vai valer a pena todo este esforço? Voluntário? Enquanto nos apetecer? Será que veremos o resultado acumulado de todas as nossas energias direccionadas para estes objectivos mais nobres?Que futuro andamos a construir? O que andamos a fazer deste planeta? A Economia terá de superar a preservação das condições ambientais para que valha a pena viver em harmonia, uns com os outros e com a Natureza?
E agora, que a economia global, num ápice, parece estar a desmoronar-se, por artes mágicas sabe-se lá como e porquê? E o grave da situação é que ninguém parece em condições de resolver em tempo útil o dilema em que nos estamos a colocar. Anda tudo num alvoroço medonho que não augura nada de bom para a Humanidade.
Não podemos baixar os braços, temos que nos animar, temos que voltar a acreditar nos valores morais, espirituais e éticos. É certo que não podemos ser todos materialmente ricos, mas podemos e devemos colaborar na reconstrução duma sociedade mais justa e solidária!
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4 comentários:

Adelaide disse...

Querido Amigo António,
Li as suas palavras com a minha naior atenção. Estamos de acordo quando pensamos que algo está acontecendo neste nosso mundo que nós não estamos a compreender. E o que mais virá ? O que irão as nossas crianças encontrar, aguentar num mundo que se está transformando, onde está desaparecendo o amor, a fraternidade e.... o nosso querido sol que tanta falta nos faz. Fomos enganados. Acreditamos que ele vinha e ele não veio.

Beijos
Mara

Anónimo disse...

Tenho para mim que o mundo enfrenta crises periódicas,o problema é que elas vão sendo progressivamente mais complicadas, porque quanto maior a nau, maior é a tormenta! No entanto o mundo já foi pior, basta conhecer a história. Partindo desta premissa julgo que a humanidade caminha para melhor, ainda que muito lentamente! O mal do mundo será sempre a ganância desmedida! Uma coisa é certa, se isto levar o rumo que apregoam, daqui a nada ninguém paga a ninguém, não se pagam os créditos ao banco, nem impostos, seguros e o diabo a sete! Pode muito bem acontecer um cenário de "perdido por um perdido por mil!"

a d´almeida nunes disse...

Hoje, de manhã, ouvi um comentarista a falar sobre o FÓRUM mundial que se está a realizar em Belém em pleno coração da Amazónia, como símbolo da necessidade premente que o Homem tem de reorientar as suas prioridades e forma de vida no Planeta.
Afinal, a questão continua a ser a mesma de sempre: para quando a mudança de mentalidade dos ricos e poderosos, para além do mais extremamente gananciosos, que não fazem qualquer esforço no sentido de perceber que não estão sozinhos nesta Terra, que é de todos os seus habitantes.
Será que teremos que reformar todo o sistema político/social a nível planetário? Como? Provocando-se uma convulsão social violenta global?
Há que pensar seriamente no que queremos para a nossa VIDA.
Para a vida de TODOS nós!

Adriana Roos disse...

Caro amigo... linda acacia, a nos dar flores amarelas vibrantes, amarelas por sobre o verde, da esperança...
Chove, faz frio? Ela está lá assim mesmo a florir...
E nós... tá difícil, nao sabemos o que vai acontecer?
Como disseram acima de tempos em tempos enfrentamos crises - o mundo- não nos deixemos abater!
Felicidades!