Faz hoje, precisamente, um ano. Da janela do meu escritório o Adro da Sé de Leiria, nas suas belas e antigas árvores, uma Tíia tomentosa e um Jacarandá grandiflora tinham este belíssimo aspecto. Este ano, não sei o que se passa, os Jacarandás ainda não estão em flor. Pelo aspecto, talvez comecem a florir daqui a 10 a 15 dias.
Esta zona da cidade de Leiria, uma das mais emblemáticas, já foi um centro vital. Hoje, aparte o alarido próprio dos estudantes, na Queima das Fitas e uma ou outra Serenata nos degraus da Sé, tem vindo a ser votada praticamente ao abandono. As casas que fazem a moldura do Largo, estão, quase todas num estado deplorável, a requerer uma recuperação urgentíssima.
Uma cidade não pode perder a tipicidade do seu núcleo urbano. Da sua zona histórica.
O que caracteriza e humaniza qualquer cidade, é, sem dúvida, o seu Centro Histórico.
Estamos à espera de quê?
Não me poderei esquecer: Quem foi da ideia de arrancar as árvores centenárias ( padreiros ou acer pseudo plátanos, cheios de vida, com aves de pequeno porte, às centenas, que alegravam o nascer e o pôr-do-Sol daquele local?) que emolduravam o Largo da Sé, antes de lá se plantarem Jacarandás, há uns 8 anos atrás? Vou à procura duma fotografia de 1974 que mostra como era aquele Largo nessa altura.
4 comentários:
A mão do homem, ainda bem que há mãos como a tua para estabelecer um contraponto, já que para estabelecer um equilibrio haverá de muitos despertarem, que despertem!
abraços
Viva Paulo Leite
Muito obrigado pelas tuas palavras, sempre serenas mas objectivas.
Um abraço
António
Se não houver muitos gritos como o teu, não tarda nada que em vez das árvores e prédios centenários estarão grandes arranha-céus "modernaços"...
Caro amigo AS- Nunes,
Bela vista a que se observa a partir da sua janela. Jacarandás em flor é uma visão de beleza,de cortar a respiração.
Confesso que um dos meus sonhos é ter um quintal, suficientemente grande para ter um Jacarandá.
Aqui onde moro(São João do Estoril), também os há nas beiras da estrada mas florescem um pouco mais tarde(falta de rega,disseram-me).Em Lisboa há uma ou duas ruas cheias deles e, sobretudo, no Parque Eduardo VII, que nesta altura já é um mar azul de jacarandás em flor.
Até quando ? A tendência actual é arrancar árvores e «plantar» monstros de cimento-armado. Não o podemos permitir. É uma questão de cidadania.
Estão a descaracterizar as nossas cidades e a apagar delas, aquela que é realmente a sua história.
Defenda como puder Leiria e mobilize os seus vizinhos, que eu vou tentando fazer o mesmo cá por baixo, sobretudo agora que tenho mais tempo livre e quero ocupá-lo em assuntos como este.
Um grande abraço e obrigado pela vista de Leiria, cidade onde não vou à vários anos.
Nocturna
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