2010/10/10

HOMEM, ABRE OS OLHOS E VERÁS




Homem,
Abre os olhos e verás
Em cada outro homem um irmão.


Homem,
As paixões que te consomem
Não são boas nem más.
São a tua condição.


A paz,
Porém, só a terás
Quando o pão que os outros comem,
Homem,
For igual ao teu pão.

(A Esperança Desesperada)
Armindo Rodrigues
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 (Armindo Rodrigues - Evocação de um Poeta quase esquecido) 


(...) 
Ou no sentido dialéctico de sempre inquirir a realidade social e humana que o rodeava, sabermos ainda que na vida e na poesia sempre Armindo Rodrigues ergueu a sua voz, falou alto e com justiça, participou corajosamente no acto de emendar o rumo da História que, como poucos de nós, viveu por dentro nas linhas cruzadas da própria vida e do tempo que lhe coube viver:

Toda a justiça é injusta, porque julga,
toda a ordem desordem, porque impõe,
toda a verdade errada, porque muda.

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6 comentários:

RC disse...

A paz, a igualdade... só acontecerá quando a distribuição do pão for igual para todos; infelizmente, isto parece cada vez mais uma miragem.

a d´almeida nunes disse...

Sem dúvida, "relogio.de.corda"

Paz, Trabalho, Pão
Só aquilo que nos dão?
A mais não devemos almejar?
Esperamos sem lutar?

Eis a grande questão que se começa a levantar, outra vez com grande acuidade, às populações que alimentam, por esse mundo afora, o apetite insaciável dos Homens empoleirados no Poder.

arte por um canudo 2 disse...

Sem dúvida muito lindo o apelo poético à igualdade.Só haverá paz quando houver pão para todos.Bom Domingo. Gr. abraço

Unknown disse...

Todos procuramos paz e pão, mas isso cada dia está reservado só a algumas classes.
A política tem destas coisas.

Adriana Roos disse...

beijo amigo, amei este post

Graça Pires disse...

Um poema que é um hino à solidariedade. Gostei imenso. Obrigada.
Beijos.