Na Feira das Mercês - 1947
No livro da autoria de Aquilino Ribeiro sobre o
grande caricaturista Leal da Câmara:
A propósito da forma como LC apresentava os
saloios (da região de Lisboa, em 1947):
"(...) Pitorescos, sim, mas o saloio, como
homem, é a síntese da terra, vulgar, sem altitude, sem horizontes, dado a um
materialismo pobrinho e azarento. À primeira vista traz na alma a derrota do
Islam e o deserto. Escravo desde o berço, em geral acaba lázaro, aborrecedor e
aborrecido. É minorado de inteligência? A estatística escolar não depõe a favor
nem contra. É como os demais camponeses de Portugal. Prova de que se a escola é
para burros e espertos, burros e espertos passam por ela como cães por vinha
vindimada. (...)."
2 comentários:
Sou nascido em Lousa, Malveira
e pensava ser essa pintura dessa feira
e pensava que o texto era severo para o saloio
e não é
ele, numa leitura mais atenta, generaliza
De facto, o saloio
bem podia ser a figura do nosso povo
A caricatura reportar-se-a às bandas de Lisboa mourisca daquela época mas os saloios de agora há -os em todo o lado.
E, claro, os Chico-espertos, agradecem e entusiasmam-se na expectativa de não serem desalojados dos poleiros...
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