MANUEL FERREIRA (18.07.1917-17.03.1992) – Natural da Gândara dos Olivais, estudou em Leiria onde vem a terminar o antigo curso dos Liceus. Licenciado em Ciências Sociais e Políticas pela Universidade Técnica de Lisboa. Foi colaborador do Região de Leiria. O serviço militar mobilizou-o como expedicionário para Cabo Verde (1941-1947) onde conhece e casa com a cabo-verdiana Orlanda Amarílis. Em Cabo Verde convive com grupos intelectuais locais ligados às revistas Claridade e Certeza. Entre 1948 e 1954, é destacado para Goa (Índia Portuguesa), onde desenvolve atividade na rádio local. Mais tarde, vai para Angola. Visitou ainda outros países africanos e veio a tornar-se um profundo estudioso da cultura de expressão portuguesa das antigas colónias. A sua obra ensaística e literária está profundamente marcada por essa vivência africana, e através dela expressa a repressão do colonialismo e do regime nessas comunidades. O seu estudo e pensamento sobre a literatura africana é hoje incontornável para a investigação nesta área. Estreou-se como escritor em 1944 com a publicação do romance Grei, seguindo-se a Casa dos Motas (1956), ambas as obras integram-se claramente na corrente neorrealista que despontava na época. Seguiram-se os seus romances de inspiração africana. Em meados dos anos 70 do século XX, já em Portugal, criou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa uma cátedra dedicada à Literatura Africana de Expressão Portuguesa. Na sua atividade de escritor colaborou e fundou diversas revistas literárias, nomeadamente, África – Literatura, Arte e Cultura. Publicou vários livros de literatura para a infância. Recebeu ainda diversos prémios, com Morabeza, em 1958, o Prémio Fernão Mendes Pinto, com Hora Di Bai, em 1968, o Prémio Ricardo Malheiros e, em 1967, o Prémio da Imprensa Cultural para A Aventura Crioula. Em 1991, foi distinguido com o título de cidadão honorário da cidade de Mindelo (Cabo Verde) pelo seu papel de divulgador e estudioso das literaturas dos PALOP.
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3 comentários:
Nunca li nada dele, mas despertou-la a curiosidade por ter o mesmo nome de meu pai Manuel Ferreira, e terem nascido quase na mesma altura.
Um abraço
Viva, prezada Elvira Carvalho
Coincidências. O poema com que se abre o Sarau é dum António Nunes, que o escreveu em 1945.
Eu sou de 1947.
Um abraço e obgdo pela visita.
Somos do mesmo ano amigo. Eu também nasci em 1947.
Um abraço e tudo de bom para si.
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