Não se reconhece a beleza do céu rosa ao pôr do sol. Melhor fora se cinzento fosse.
Perde-se o verde por toda a Península. A água escasseia e mostra aldeias perdidas e monumentos alagados.
Nas fontes escorre um fiozinho ou vê-se o aviso de corte de água.
Pastores, agricultores, apicultores olham o longe do céu em busca de nuvens, que não estão.
O turista já não vem e nem os cogumelos crescem. Perde-se o ditado "crescem como cogumelos" nesta paisagem castanha, inóspita, nestes lugares beges, tristes. Por ora, remedeia-se a situação com soluções temporárias: vai água, vai alimento seco para os animais... mas todos sabem que isto não resolve. Deitam olhares de esperança à imagem da santa na igreja da aldeia. Será que lhes (nos) vai valer ou já nada há a fazer neste andamento que o homem iniciou, há muito tempo, sem pensar no tal desenvolvimento sustentável?
As paisagens da nossa terra parecem-se assustadoramente com aqueles filmes do futuro, apocalípticos e longínquos. Isto faz -me triste.
Eu agora ficava mesmo feliz com um dia cinzento, cheio de chuva. O sol é magnífico e o tempo bom fantástico, mas já chega.
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