2018/09/16

(...) e o galo a cantar


Continuo a escrever (ensaiar) poesia. A dúvida persiste: escrevo para quem?!
Talvez para mim...


ººººººº

Olho o horizonte infinito
onde o próprio tempo
se confunde no turbilhão
dos seus pretéritos
mais-que-perfeitos

e rendo-me à dúvida
se com o tempo
aprendi ao menos
algo de nada

Oh não compreendo
a razão
de tanta interrogação
apesar de toda a luz
que emana das pedras

(…) e o galo a cantar
impassível
às horas costumeiras

a dalmeida
set18

3 comentários:

A. João Soares disse...

Grande é o poeta que, ao acordar, tem ideias em poesia e visualiza beleza em tudo o que o cerca. Não tenha receio de não ser lido por muitos, bastando o seu prazer de se exprimir de forma inteligente, que lhe dá prazer. Mas além do seu próprio prazer, sensibiliza quem o lê, mesmo que o leitor não sinta veia para lhe dizer algo. O nosso maior juiz deve ser a nossa própria opinião, a consciência e o gosto daquilo que nos dá prazer.Parabéns.

a d´almeida nunes disse...


Prezado amigo

Deu-me muita satisfação ter lido este seu comentário. Quer queiramos quer não, estes momentos em que sentimos que não estamos sós, que alguém nos acena com um gesto de amizade, também alguma cumplicidade, porque não, transformam-se num bálsamo para melhor enfrentarmos os nossos momentos. As nossas vidas são constituídas por muitos instantâneos que temos que ser cada um de nós a defrontar e encarar de frente, numa primeira investida.
Mas nós, enquanto indivíduo, precisamos de nos sentir em sociedade.

De qualquer modo, concordo consigo. Se escrevemos é porque temos algo a dizer/meditar, sem receio do juízo que possam fazer de nós. Mas isso somos nós a filosofar.
É muito bom podermos trocar impressões com os outros. E também sabemos que, até pela nossa própria experiência, nem sempre estamos disponíveis para deixar comentários relativamente ao que vamos lendo.

Muito obrigado pela sua presença, aliás, já nos ´conhecemos`de outras alturas, daquelas em que nos blogues nos sentíamos em casa, com companhia assídua.

Enfim, tudo isto é vida.
Um abraço.

ManuelNeves disse...

Tantos, no silêncio da noite, bebem as palavras dos outros, para criar os suas malditas melodias de letras soltas e vadias.
Receba um fraterno abraço meu amigo, que não está só.