Fora dos grandes centros, a soprano Joana Gil quer “trazer a ópera a comunidades que nunca têm oportunidade de ver um espetáculo destes”. E se, além disso, acontecesse numa quinta? A opereta em um ato “O 66” de Offenbach terá estreia, em exclusivo, a 1 de outubro, na Quinta do Montalto, no Olival, Ourém. Repete no dia seguinte, também às 17 horas.
Em palco estará uma ópera inteira e traduzida para português, de “tom leve e apelativa”, pensada para um público que não esteja tão familiarizado com o estilo. A música “é leve e divertida” e a opereta, “para além de ter números musicais, tem diálogo”. “O 66” é “cómico e divertido”, resume Joana Gil ao REGIÃO DE LEIRIA.
“O que torna este projeto tão especial é ser na Quinta do Montalto, no meio de uma aldeia, onde à volta só há natureza”, assinala a cantora lírica, residente em Londres, mas cuja infância e juventude está marcada por esta proximidade àquele espaço, já que as férias eram passadas na Ventilharia, Olival.
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A mensagem desta ópera “é bonita”, realça. Sobressai a moral de que não se deve esbanjar e que não se deve maltratar os outros. Desde 2018 que Joana Gil protagoniza momentos de ópera num espetáculo anual, em parceria com a Quinta do Montalto. Em 2019, o sucesso foi tanto que levou o grupo Mont’Ópera a apresentar duas sessões.
As pessoas já esperam este evento”, realça. Joana Gil quer também mostrar que “a música clássica não é assim tão aborrecida”, sendo um espetáculo para todas as idades. A entrada é gratuita, sob reserva..."
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--- Fotografias obtidas aquando da nossa visita e para assistir à opereta "O 66" em 1 outubro 2022 (sala completamente cheia):
No início da opereta "O 66" de Offenbach, traduzida e interpretada em Português:
Joana Gil mudou-se em 2009 para Londres para estudar na Guildhall School of Music and Drama onde obteve a sua licenciatura e mestrado em canto. Como solista tem-se apresentado em concerto com a Lisbon Film Orchestra, a Orquestra XXI e a Hastings Philharmonic. Em ópera destacam-se os papéis Despina (Cosi Fan Tutte, Mozart) e Annchen (Der Freischutz, Weber). Representou Portugal no World Youth Choir (2006) e foi membro do Coro Gulbenkian.
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(Adeus Montanhas/Adeus Gerês - "O 66")
A Guida (Joana Gil) e o Zé ((João Valido Vaz) a desconversarem acerca do seu estado de pobres e a desdizerem dos ricos e seus caprichos e sobranceria social...
Num ápice, o
Zé, passou a mostrar-se como um rico pretensioso, depois de julgar que tinha ganho a lotaria.
Tenor Lisboeta com estudos em canto pela Guildhall em Londres e o Conservatório Nacional em Lisboa. Foi membro do coro Gulbenkian e diversos coros de câmara. Em Londres desenvolveu o seu interesse pela Opera, colaborando regularmente com a companhia Irrational Theatre. Desde 2021 tem participado no festival Operafest Lisboa onde interpretou várias obras de compositores portugueses contemporâneos. Destacam-se os papéis de Beppe (Pagliacci), Monostatos (Magic Flute), Juiz (Un Ballo in Mascherra).
À esquerda:
Conclui o Mestrado em Música na Universidade de Aveiro. Tem-se apresentado como solista com diversas orquestras nacionais. No âmbito da ópera, salientam-se as participações como protagonista em Così Fan Tutte (Mozart), La Serva Padrona (Pergolesi), O Telefone e The old maid and the Thief (Menotti). Foi vencedor do 1º prémio no Concurso Internacional Santa Cecília em 2013 e 3º prémio no XV e XVII Cidade do Fundão.
À esquerda, Luís Rendas Pereira - Barítono, a representar o Silva - caixeiro viajante.
À direita, João Valido Vaz - Tenor, que é o Zé da opereta, no momento em que está a ser confrontado com a desilusão que foi o ter de admitir que leu o nº 66 que lhe dava direito a um prémio de 120.000€ numa lotaria, quando afinal, o Silva lhe mostrou que o bilhete tinha o nº 99. O Zé, simplesmente, leu o bilhete com o nº ao contrário, e gastou, antecipadamente, tudo em roupas para mostrar que era rico.
André Gomes Pereira, sócio gerente da "Quinta do Montalto", nos agradecimentos aos artistas e à numerosa e interessada assistência.
Obrigado, André, pela lembrança da garrafa Baga 2016, Reserva Especial de Família, que teve a gentileza de me oferecer.
Um soneto de
Acácio de Paiva, num painel de azulejos, na fonte, no pátio interior da Quinta.
Todos estes artigos são genuinamente biológicos e produzidos na "Quinta do Montalto".
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