2007/03/30

15.000

O meu contador de visitantes da http://www.digits.com/ acabou (30-3-2007) de marcar o número interessante de 15.000. Este contador tem a particularidade de contar somente uma vez por dia, o mesmo visitante, incluindo o autor.
Vim para o mundo dos blogues no princípio de 2006, ainda que tenha andado em testes já desde Novembro de 2005. Devo frisar, no entanto, que já participo (aqui), desde 1998, duma forma activa, na Net, através de variadíssimas páginas Web por mim construídas, duma forma primária é certo, mas sempre com a intenção e emoção de dar o meu modesto contributo para a evolução desta impressionante tecnologia das comunicações e para a infinita abrangência da grande base de dados, que se encontra à nossa disposição em toda a World Wide Web.
Entusiasmei-me com este modo de comunicar com pessoas de todos os quadrantes geográficos e sociais. Sinto que estou a conseguir integrar-me numa tertúlia, talvez mais que uma, com amigos quase todos virtuais, que mal os conheço, aliás, fisionomicamente não conheço a maior parte deles/as, mas começa a ser como se os estivesse a ver, a observar os seus gestos, a sentir-me bem à conversa com eles, quantas vezes a trocarmos ideias e imagens que nos dizem muita coisa interessante.
Sinto-me feliz, rodeado deste mundo de amigos “virtuais”, alguns que já não considero assim tão virtuais como isso.
Provavelmente como a maior parte dos bloguistas amadores, experimentalistas, curiosos no uso desta fenomenal ferramenta que a Net nos está a colocar aqui mesmo à nossa mão, quase que nem necessitamos de saber nada de informática, basta termos a noção do que é navegar na Rede Global, etérea e quantas vezes quase isotérica, tenho momentos em que me interrogo se consigo desempenhar algum papel de alguma relevância, que valha a pena, que acrescente algo ao que se anda a fazer…
…De interrogação em interrogação aqui ando neste mar, ora revolto, ora chão, ora soprado por uma brisa inconstante, dispersa…
DISPERSAMENTE… ................aqui me encontrarão até concluir que é tempo de zarpar, emalar a roupa e rumar para outras paragens!
Por enquanto sinto-me bem, aqui!…
Este texto saiu-me assim, num repente, emocional, edição simples, sem imagem, sem som...

Talvez que ainda aqui coloque alguma imagem, foto(1)(2)(3).
Gosto imenso de fotografar. Aliás, se não fosse a fotografia, instantânea, sem retoques de photoshop e outros que tais, tenho a impressão que não conseguiria arranjar inspiração para nada de jeito, do meu jeito, em jeito de experiências, sentimentalão, rezingão, resmungando aqui e ali...
Muito obrigado pelas vossas visitas, pelos vossos comentários. Talvez que um dia destes possamos encontrar-nos na vertical de algum lugar físico, frente a frente, olhos nos olhos, de viva voz, talvez!…
Um grande abraço para todos os que me lerem!
Até já...

Leiria-Portugal, 30/31 de Março de 2007, 1 de Abril de 2007
António Nunes
(1) A cerejeira do meu jardim, em flor
(2) Da janela do meu quarto, 1-4-2007

(3) Um melro a cantar, empoleirado nas antenas da minha estação de radioamador. O melro é um cantor de mérito, de melodias sensíveis e sonoras ao mesmo tempo. 1-4-2007.


2007/03/29

Adeus...

(clic em cima da foto para ampliar - vale a pena)

O Rossio, ou seja a Praça da República, em Viseu, hoje, aí pelas 3 e meia da tarde. Nos meus tempos de menino e moço, fartei-me de correr e saltar por estes lados, hoje vi-o muito despido, algo desconfortável. A temperatura até estava agradável atendendo a que tinha chegado de Leiria.
Vim ao enterro do meu tio e padrinho, Serafim, 80 anos. Daqui seguimos para o Casal de onde o cortejo fúnebre seguia até ao cemitério de Ribafeita, sede da freguesia. E lembrei-me, como se fosse hoje, dos tempos do folar que o meu padrinho me dava, depois de cumpridos os ritos que mandava a tradição: deite-me a sua benção, meu padrinho; Deus te abençoe, meu rapaz. E lá vinha aquela nota mágica de 20 paus...
Adeus padrinho, descansa em paz!...

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2007/03/28

Outdoors a conspurcar o ambiente

(clicar em cima da imagem para ampliar)

Não me quero manifestar a favor ou contra o sentido e alcance políticos das palavras de ordem contidas no outdoor da fotografia.
Manifesto-me, isso sim, veementemente - como já o fiz em relação a placards colocados noutros locais estratégicos da cidade de Leiria - contra a sua localização. Na minha opinião, os partidos políticos não se podem arvorar o direito de desvirtuarem a aparência duma cidade com estes monstros propagandísticos instalados em sítios que nos perturbam, a nós, cidadãos que nos queremos livres de apreciar a urbe onde vivemos, trabalhamos e/ou que visitamos.
Penso que nos devíamos manifestar mais e reivindicar para que esta forma de propaganda fosse banida duma vez por todas.
Tanto dinheiro que se gasta para dotar uma cidade de um bom visual e de equipamentos (rotundas, fontes luminosas com repuxos de vários estilos, jardins com árvores para nos ajudarem a manter o nosso equilíbrio emocional, rio e margens requalificadas a rigor) para, de seguida, nos taparem o olhar com estes gigantescos outdoors a impingirem-nos meia dúzia de slogans políticos e às vezes também de natureza comercial!
Não posso concordar com esta actuação dos partidos políticos, pelos vistos com o beneplácito dos órgãos representativos do Município (Câmara e Assembleia Municipal) e até da própria Junta de Freguesia, que tinham o dever de imporem mais rigor nesta matéria.
Eu prefiro olhar e ver a cidade...sem "tapumes"!
-
ps: 29/3/2007 - pelos vistos, em Lisboa, o PNR (Partido Nacional Renovador) também colocou um painel monstro em local destacado e público, a apelar a atitudes xenófogas. A rádio está a falar muito neste cartaz e das suas intenções...
Já se está a levantar a questão da Constitucionalidade da campanha que este partido está a querer levar avante:
O Partido Nacional Renovador (PNR) lançou uma campanha contra os imigrantes em Portugal, afirmando que não podem ser apoiadas políticas que promovam a Imigração enquanto “houver portugueses a viver na miséria”.
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2007/03/27

TEATRO - Dia Mundial

Comemora-se hoje o "dia Mundial do Teatro". Arte tão antiga que se perde na memória dos tempos!
Mas como gosto de recordar o "nosso" Gil Vicente, fundador do teatro nacional; e de como adorei, com os meus 15 anos, o "Auto de Mofina Mendes"!
E D. João da Câmara, grande poeta e dramaturgo português. Foi há mais de 40 anos que vi, pela primeira vez, representada a sua peça "Os Velhos". Inesquecível! Tive então a honra de ver trabalhar grandes Senhoras e Senhores do nosso teatro: Amélia Rey Colaço, Josefina Silva, Canto e Castro, Raul de Carvalho e outros igualmente grandes.
Mas este é o Teatro "Arte". Porque, afinal, não será o Mundo um enorme teatro? E os homens, fabulosos actores? É só olharmos à volta! Os ricos fingem que, coitados deles, estão na miséria; e, pior ainda, os pobres, fingem-se ricos e endividam-se cada vez mais!
Os parvos a fingirem-se de espertos; os espertos fingindo-se de parvos...
Os incultos a fingirem-se cultos, os maus fingindo-se de bons, os políticos fingindo-se de sérios...E há os que se fingem de loucos, os que se fingem de filantropos, os que se fingem de doentes...
Estou a lembrar-me do grande Molière, do seu "Doente Imaginário", de "Le Bourgeois Gentilhomme"...
E daquele "personagem" tão presente por esse mundo fora:

LAMBE BOTAS

Lambe-botas é criatura
Que existe por todo o lado
Por fora pelo macio
Mas com ferrão afiado.

Com muitos salamaleques
Voz meiga e algo melosa
Vai convencendo meio-mundo
De boa e prestimosa.

Mas por trás, oh meus amigos,
Cuidado com o Lambe-botas!
Se isso lhe convier
Espeta-vos o ferrão nas costas.

Mas mesmo assim, podem crer,
Muitos o valorizam bem
Porque só o Lambe-botas
Os fazem sentir alguém.

Zaida
Texto e poema

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Esta colaboração acaba por se apresentar como uma oportuna deixa para vos falar dum Teatro que houve em Leiria, o Teatro D. Maria Pia. Demoliram-no em 1956. Uma brutalidade que nem sei como é que está tão esquecida da memória dos Leirienses.
Aliás, é inadmissível que, até hoje, nada tenha sido feito pelas autoridades administrativas deste concelho para perpetuar a memória da existência e o que foi a excelente acção daquele Teatro em Leiria. Parece-me a mim que haverá memórias que incomodam ainda hoje e que tudo se tem feito no sentido de as riscar da história.
Insensatos! A história não se apaga administrativamente!...
Em próxima entrada voltarei para falar com mais pormenor sobre este episódio rocambolesco da história da cidade de Leiria.
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2007/03/26

Os pinos de ferro galvanizado do Largo da Sé, em Leiria, grandes amigos que eles são dos bate-chapas e das fábricas de tinta para automóveis!
É certo que a ideia é desmotivar as pessoas a andar de automóvel nesta zona, mas a alternativa, que seria motivá-las a frequentá-la em passeios a pé, está a ser conseguida? Está patente que não e que não se antevê uma luzita que seja ao fundo do túnel para animar o Centro Histórico de Leiria, durante o dia. O comércio bem se queixa e luta com bastantes dificuldades! Não se pode estacionar, diz que. Mas só durante o dia, que à noite, para o pessoal ir para os bares e cervejarias vale tudo!
Vá-se lá entender isto. Para trabalhar ou nos portamos segundo as posturas municipais de trânsito ou levamos com a respectiva multa (a não ser que se pague com língua de palmo o estacionamento, privado e camarário, com polícia privativa e tudo); já para a folia da noite, fecha-se os olhos, faz-de-conta que não há regras...
É assim a vida?!

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Tenacidade...

Como é que esta florzinha (?!) consegue resistir num recanto citadino onde passam carros constantemente e as pessoas se movimentam, num remoinho permanente e saltitante entre a calçada da rua e o passeio?...

Largo Paio Guterres, ou Largo do Gato Preto, ex-Largo de S. João, Leiria, hoje.

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2007/03/22

Dia mundial da Água - Centenário de Miguel Torga

Leiria, 10 de Abril de 1940

Visita

Fui ver o mar.
Homem de pólo a pólo, vou
De vez em quando olhá-lo, enraizar
Em água este Marão que sou.

.

Da penedia triste
Pus-me a olhar aquele fundo
Dentro do qual existe
O coração do mundo.

E vi, horas a fio,
A sua angústia ser
Uma espécie de rio
Que não sabe correr.

::
Comemora-se precisamente hoje o Centenário do Nascimento do grande Miguel Torga. Em Coimbra vai ser instalado uma Casa-Museu, na casa onde residiu enquanto médico a exercer nesta cidade, que vai acolher uma parte importante do seu espólio pessoal, doado por sua filha.

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Eu andava com ideias de inserir uma nota neste blogue alusiva ao facto de hoje se estar a comemorar o Dia Mundial da Água. Tenho, inclusivamente, uma significativa reportagem fotográfica(*) sobre a zona requalificada recentemente, da ponte dos Caniços, em Leiria. Aliás, nessa zona está também a ser recuperado, no âmbito do Programa Polis, o primeiro Moínho de Papel que existiu em Portugal. A sua inauguração está prevista para dentro de alguns meses. A propósito, estive presente, na passada Sexta-Feira, nas instalações do antigo Banco de Portugal, na sessão de abertura da exposição "Água com Humor" - úma boa síntese do V PortoCartoon, que recebeu de todo o mundo autênticos rios de humor, disse, na oportunidade, Luís Humberto Marcos, director do
Museu Nacional da Imprensa. Na troca de informações que se seguiu com a Presidente da Câmara Municipal de Leiria, ficou apalavrada a possibilidade muito real de se vir a estabelecer em Leiria um núcleo museológico com um espaço de exposições para o Museu da Imprensa. O que não será nada de espantar, dado que Leiria, em conjunto com Faro, foram as primeiras do País dotadas de tipografias (ver).

-

(*) Esta reportagem pode ser observada em "dentro de ti ó leiria".

:: o poema de Miguel Torga acima transcrito consta do livro "ANTOLOGIA POÉTICA" - Ed. Publicações Dom Quixote - 6ª edição-2001

2007/03/21

Dia mundial da Poesia e da Árvore

Há quem argumente que as árvores dentro do Castelo de Leiria, estão a destoar, que não será aquele um habitat apropriado a tantas e frondosas árvores. Ainda que se possa admitir que aquela área do Castelo teria sido, em tempos recuados, uma zona de cabeço árido, sinto em mim um doce enlevo quando olho para aquele excepcional ponto de referência de Leiria e vejo todo aquele arvoredo, matizado de várias cores, sob o encantamento do cantar de aves de todas as espécies, desde o pintassilgo, passando pelo melro e pelo rouxinol. Uma moldura da Natureza a alindar ainda mais o ex-libris desta cidade.
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“Balada do encantamento”

Dentro de ti, ó Leiria
Vive uma moira encantada,
Não sabe ser minha amada,
E tem por nome Maria.

Leiria foste um ladrão
Leiria do rio Lis.
Roubaste-me o coração
E, vê lá tu, sou feliz.

Letra e música de
D. José Pais de Almeida e Silva

... ............................ ...


O meu Jardim Encantado

Vou-vos contar um segredo
Que não quero mais esconder
Ele é tão belo, tão belo
A todos o vou dizer.
.
Tenho no meu coração
Um jardinzinho encantado
E nele há lindas flores
Que com muito amor eu guardo.
.
Uma rosa linda e esbelta;
Um cravinho bem escorreito;
E um botãozinho tão lindo
Verdadeiro amor-perfeito.
.
São autêntica preciosidade
Da mais rara e da mais fina!
Os meus netinhos Guilherme
Mafalda e Carolina.

A avó Zaida
21mar2007

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Dança do vento

O dia estava tão triste!
O sol tinha fugido,
O dia estava a chorar!

E eu no jardim sentada
Com aquele dia sofri
Com ele pus-me a chorar.

O vento passou por mim
E com espanto eu ouvi
Doce música a tocar.

Com o “dançarino do vento”
O vento se foi juntar
E a música que eles tocavam
De anjos me fez lembrar.
E juntos eles dançavam
Um ballet belo e profundo
E eu percebi que bailavam
Com as energias do Mundo.
Ali me deixei ficar
A ouvir a sua música
A ver os dois a dançar.

E quando em mim reparei
Eu já não estava a chorar.
Já não me sentia triste
E dei comigo a cantar.


Zaida

2007

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Um contributo singelo do "Dispersamente"...


Aos Poetas de todo o lado:


Leiam o CONVITE e REGULAMENTO da I Antologia de Poetas Lusófonos!

2007/03/20