2013/10/29
2013/10/28
General Oliveira Simões - figura grada da freguesia da Barreira - Leiria
Solar abrasonado na Barreira, mesmo em frente à Igreja Matriz
Aspetos da capela privativa do solar em devoção a N. Sra. da Oliveira...
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Tendo como base o livro “General Oliveira Simões – Poesia
e Prosa (Antologia)” da autoria de Pedro Moniz, edição da Junta de
Freguesia da Barreira – Leiria, 1997 podemos apresentar o General Oliveira
Simões da forma seguinte:
Entre as figuras históricas
da freguesia da Barreira avulta Oliveira Simões, ímpar pela obra literária e
legislativa que legou.
O seu nome completo era José
Maria de Oliveira Simões, nascido em Leiria a 11 de Maio de 1857, filho de José
Ferreira Simões e Cipriana Lúcia de Oliveira, moradores no Bairro de Santo
Agostinho da mesma cidade. O pai era natural da freguesia de S. Julião, da
Figueira da Foz, enquanto a mãe pertencia também a Leiria.
Neto paterno de Manuel José
Ferreira e Ana Rita (*) e materno de José Oliveira Zúquete e de Maria da
Encarnação.
Depois de cursado o liceu de
Leiria e a Universidade de Coimbra, matriculou-se na escola do Exército onde
concluiu, com distinção, o curso da arma de artilharia, acabando por tirar o
curso de Engenharia Civil.
Na carreira militar teve a
seguinte evolução:
Alferes em 4-1-1882, em
16-9-1909 era promovido a tenente-coronel e em 23-11-1915 chegava a general.
Foi professor do liceu de
Lisboa, do Instituto Superior do Comércio e da Escola do Exército, altura em
que escreveu vários livros sobre pólvoras, que foram adotados no ensino
militar.
Foi deputado em várias
legislaturas pelo círculo de Leiria e presidente da Associação dos Engenheiros
Portugueses.
O general Oliveira Simões
tinha inúmeros louvores de variados ministérios (da Guerra, Obras Públicas,
Fomento, Comércio e Instrução) e medalhas
nomedamente das várias Ordens portuguesas e algumas estrangeiras, designadamente a Ordem Militar de Avis, a de Santiago, a do Santo Sepulcro, a de Santiago da Espada, etc.
Colaborou em vários jornais.
Possuía um solar abrasonado
na Barreira (conforme se pode ver nas fotos) e morreu aos 18 de Maio de 1944,
na freguesia de Camões, em Lisboa.
…
Muito mais se pode alcançar
pela leitura do livro em referência e das notas de João Cabral publicadas no
Jornal da Barreira de Junho de 1991, 1ª página.
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No livro de Pedro Moniz, na primeira badana constam os seguintes dados:
Nas referências bibliográficas deste livro podem ver-se:
- ENC, Port. Brasileira, t. XIX, pp. 415;
- FERREIRA, H. Amorim, Elogio Histórico do Conselheiro José Maria de Oliveira Simões (Proferido na Sessão Plenária de 5 de Maio de 1957);
- LEIRIA Illustrada, de 14-IX-1905;
TINOCO, Agostinho Gomes, Dicionário dos Autores do Distrito de Leiria, 1979.
Publicou várias obras dentre as quais:
- Versos Perdidos; Esbocetos Rústicos; A Expressão Numeral na Linguagem.
"Com a sua incontestada autoridade de grande professora, disse D. Carolina Michaellis de Vasconcelos: «A língua é a base, e é a mais genial, a mais original e nacional obra de arte que cada nação cria e desenvolve»."
OLiveira Simões foi um exemplar cultor da língua portuguesa como o comprovam os seus trabalhos literários, sejam em prosa sejam em poesia.
-
Em tempo: (30Out2013)
Chegou-me às mãos o livro "As Armas nos LVSÍADAS", J.de Oliveira Simões, Publicações Alfa, 1982.
Um assombro, este extraordinário trabalho de Oliveira Simões:
"São muito numerosas as passagens nos Lusíadas em que se encontra o vocábulo armas, e diversos os sentidos em que Camões o empregou.
Logo no 1º verso da 1ª instância, I canto, escreveu:
Em tempo: (30Out2013)
Chegou-me às mãos o livro "As Armas nos LVSÍADAS", J.de Oliveira Simões, Publicações Alfa, 1982.
Um assombro, este extraordinário trabalho de Oliveira Simões:
"São muito numerosas as passagens nos Lusíadas em que se encontra o vocábulo armas, e diversos os sentidos em que Camões o empregou.
Logo no 1º verso da 1ª instância, I canto, escreveu:
As armas e os Barões assinalados"
ver registo na minha Biblioteca aqui
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(*) É importante ter em conta o comentário de Agosto de 2022 a seguir transcrito:
Também sou bisneta do General José Maria Oliveira Simões, neta de Maria Francisca Macedo de Oliveira Simões Pereira de Costa Guerra.
Também eu passei dois verões nessa casa, visto que O Tio Jorge Macedo de Oliveira Simões, deixou em testamento a casa Ao seu sobrinho José~e Maria Oliveira Simões, com usufruto enquanto viva à minha Avó, acima mencionada.
Espero que não me leve a mal, mas queria fazer uma pequena correcção sobre A Srª D. Rita.
Nunca foi casada com nenhum dono do Banco Espírito Santo, mas sim mãe de Ricardo e José Maria Espírito Santo, esses sim fundadores do Banco Espírito Santo.
Atenciosamente
Maria Francisca Guerra raposo de Magalhães
quinta ago. 18, 02:17:00 da tarde 2022
2013/10/25
Sebastião da Gama: VERSOS AO MAR
VERSOS AO MAR
Ai!,
o berço da tua voz,
e esse jeito de mão que tens nas ondas,
Mar!
Ai!,
o berço da tua voz,
e esse jeito de mão que tens nas ondas,
Mar!
Quando
eu cair exausto
sobre
as conchas da praia e fique ali
doente
e sem ninguém,
hás-de
ser tu quem me trate,
quero
que sejas tu a minha Mãe.
Há-de
embalar-me a tua voz de berço,
pra
que a febre me deixe sossegar,
e
hás-de passar, ó Mar!
pelo
meu corpo em chaga,
as
tuas mãos piedosas comovidas,
pra
que sintas por mim as minhas dores
e
eu sinta só o bálsamo nas feridas.
Como
se fosses tu a minha Mãe…
Como
se fosses tu a minha Noiva…
E
hás-de contar-me histórias velhas
de
Marinheiros…
Histórias
de Sereias e de Luas
que
se perderam por ti…
E
se a Morte vier há-de quedar,
toda
encantada, a ouvir-te,
e,
sem ânimo já me há-de quedar,
Toda
encantada, a ouvir-te,
E,
sem ânimo já de me levar,
sorrindo,
voltará por seu caminho
(não
na sentimos vir, nem ir, tão de mansinho
se
passou tudo, Mar!),
voltará
de mansinho,
pé
ante pé, pra não nos perturbar,
mas saudosa da tua voz de berço…
Sebastião
da Gama
SERRA-MÃE
Ed.
Ática, 1991
@as-nunes
2013/10/21
Exposição Foto Literária de Marta Moita - (ENTRE)LAÇOS LITERÁRIOS
A autora a justificar-se...
Fernando Pessoa e José Saramago não podem, de forma alguma, sentirem-se menorizados por esta excelente visão que Marta Moita nos proporciona com estes maravilhosos (ENTRE)LAÇOS LITERÁRIOS...
Exposição patente ao público durante o período de 20 a 27 de Outubro de 2013, no Solar do Visconde da Barreira - Leiria. Nada como observar in loco este trabalho, com o qual Marta Moita pretende levar o visitante a interessar-se pela leitura de uma das melhores obras do nosso Nobel da Literatura, José Saramago.
Sem nunca esquecer o grande, o inconfundível Fernando Pessoa.
O ponto comum - RICARDO REIS.
Sobre a cadeira, a bata, o estetoscópio e a mala ... do médico Ricardo Reis ...
Fernando Pessoa e José Saramago não podem, de forma alguma, sentirem-se menorizados por esta excelente visão que Marta Moita nos proporciona com estes maravilhosos (ENTRE)LAÇOS LITERÁRIOS...
Marta Moita na sua Nota Introdutória. Aqui um fragmento...
Esta fotografia revela um momento espontâneo do "ator" (Carlos Carepo) que encarnou a figura de Ricardo Reis e que se prestou a andar por Lisboa, nos lugares referidos (e outros...) por Saramago, no seu livro, "O Ano da Morte de Ricardo Reis". Pela ligação íntima que, por via deste livro, se estabelece entre Fernando Pessoa e o seu heterónimo, Ricardo Reis, por um lado, e este mesmo e José Saramago, por outro, se justifica plenamente este instantâneo original e único!... Pelos vistos, aquele momento foi capturado em fotografia por imensos turistas que se passeavam, na altura, pelo Chiado!...
Qual não deve ter sido o seu espanto! ...
Zaida Nunes e Marta Moita: uma coligação imparável ...
José Cunha - Presidente da União das Freguesias de Leiria, Pousos, Barreira, Cortes no decorrer da sessão de apresentação da exposição, em ambiente romântico do Solar e do seu jardim...
Sem nunca esquecer o grande, o inconfundível Fernando Pessoa.
O ponto comum - RICARDO REIS.
Sobre a cadeira, a bata, o estetoscópio e a mala ... do médico Ricardo Reis ...
Marta Moita e a sua amiga Manuela, que tão bem disse Ricardo Reis (Fernando Pessoa)
José Cunha, depois de entregar a medalha da Junta de Freguesia da Barreira - Leiria a Marta Moita
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2013/10/17
2013/10/16
Poemas de Ricardo Reis e exposição na Barreira
(No próximo Domingo, 20 de Outubro de 2013, no Solar do Visconde da Barreira, será inaugurada uma exposição de Marta Moita, sob o título (ENTRE)LAÇOS LITERÁRIOS)
Fonte: Carta de Fernando Pessoa a Adolfo Casais Monteiro, de 13 de Janeiro de 1935, inCorrespondência 1923-1935, ed. Manuela Parreira da Silva, Lisboa, Assírio & Alvim, 1999.
Vem sentar-te comigo,
Lídia, à beira do rio
Vem sentar-te comigo
Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o
seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não
estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)
Depois pensemos, crianças
adultas, que a vida
Passa e não fica, nada
deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito
longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos,
porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos,
passamos como o rio.
Mais vale saber passar
silenciosamente
E sem desassossegos grandes.
Sem amores, nem ódios, nem
paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão
movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os
tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.
Amemo-nos tranquilamente,
pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar
beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos
sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.
Colhamos flores, pega tu
nelas e deixa-as
No colo, e que o seu
perfume suavize o momento -
Este momento em que
sossegadamente não cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.
Ao menos, se for sombra
antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança
te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as
mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.
E se antes do que eu
levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer
ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória
lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.
Poemas de Ricardo Reis
Mais poemas aqui
Ricardo Reis (heterónimo de Fernando Pessoa)
---
RICARDO REIS
“Aí por 1912, salvo erro (que nunca pode ser grande), veio-me à ideia escrever uns poemas de índole pagã. Esbocei umas coisas em verso irregular (não no estilo Álvaro de Campos, mas num estilo de meia regularidade), e abandonei o caso. Esboçara-se-me, contudo, numa penumbra mal urdida, um vago retrato da pessoa que estava a fazer aquilo. (tinha nascido, sem que o soubesse, o Ricardo Reis).”
Diz Fernando Pessoa na carta, de 13 de Janeiro de 1935, a Adolfo Casais Monteiro, que Ricardo Reis nasceu em 1887 (embora não se recorde do dia e mês), no Porto. Descreve-o como sendo um pouco mais baixo, mais forte e seco que Caeiro e usando a cara rapada. Fora educado num colégio de jesuítas, era médico e vivia no Brasil, desde 1919, para onde se tinha expatriado voluntariamente por ser monárquico. Tinha formação latinista e semi-helenista.
Fernando Pessoa atribui a este heterónimo um purismo que considera exagerado e refere que escreve em nome de Ricardo Reis, “depois de uma deliberação abstracta, que subitamente se concretiza numa ode”.
Fonte: Carta de Fernando Pessoa a Adolfo Casais Monteiro, de 13 de Janeiro de 1935, inCorrespondência 1923-1935, ed. Manuela Parreira da Silva, Lisboa, Assírio & Alvim, 1999.
2013/10/12
Vinicius de Moraes e Maria Bethânea - nos 100 anos do nascimento de "o Poetinha"
Poética I
De
manhã escureço
De
dia tardo
De
tarde anoiteço
De
noite ardo.
A
oeste a morte
Contra
quem vivo
Do
sul cativo
O
este é meu norte.
Outros
que contem
Passo
por passo:
Eu
morro ontem
Nasço
amanhã
Ando
onde há espaço:
-
Meu tempo é quando.
---
O astronauta
Quando
me pergunto
Se
voçê existe mesmo, amor
Entro
logo em órbita
No
espaço de mim mesmo, amor
Será
que por acaso
A
flor sabe que é flor
E
a estrela Vénus
Sabe
ao menos
Porque
brilha mais bonita, amor
O
astronauta ao menos
Viu
que a Terra é toda azul, amor
Isso
é bom saber
Porque
é bom morar no azul, amor
Mas
voçê, sei lá
Voçê
é uma mulher
Sim,
voçê é linda
Porque
é
Vinicius
de Moraes
Arranjo
de base de Maria Bethânia
2013/10/11
ACLAL - Boletins informativos
Em tempo:
Fica aqui o link para consulta em ficheiros .PDF dos Boletins informativos da
ACLAL- ACADEMIA DE LETRAS E ARTES LUSÓFONAS
Ver mais sobre ACLAL neste blogue.
Boletins informativos nos 1, 2 e 3. (aqui para se ler o Boletim nº 1 com melhor qualidade gráfica)
Fica aqui o link para consulta em ficheiros .PDF dos Boletins informativos da
ACLAL- ACADEMIA DE LETRAS E ARTES LUSÓFONAS
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Boletins informativos nos 1, 2 e 3. (aqui para se ler o Boletim nº 1 com melhor qualidade gráfica)
Família General Oliveira Simões
Fotos do que resta do solar que pertenceu ao General Oliveira Simões, na Barreira, em frente à Igreja matriz. Aqui um painel de azulejos alusivo a N. Sª da Oliveira. (*)
---
(*) Também se pode observar um painel alusivo a esta N. Sra. na estrada quem sobe das Cortes para a Sra. do Monte.
Ver também:
pp 268-269 do livro "Caminhos Entrelaçados-na freguesia da Barreira", de António Almeida Santos Nunes, ed. 2005 da Junta de Freguesia da Barreira e da ed. Folheto.
---
Idem
General Oliveira Simões
Poesia e Prosa (Antologia)
Pedro Moniz
ed. Junta Freg Barreira, 1997
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