2012/10/21

Uma travessa de Leiria guardada pelo anjo da guarda e em homenagem ao grande pintor e aguarelista Lino António

Quem foi Lino António, personagem singular da história de Leiria do séc. XX? (*)

  A travessa está a cargo do anjo da guarda
 Mas, pelo sim pelo não, nada como ter também um cão de guarda.

Esta travessa situa-se na zona da Cruz da Areia, em Leiria, perto do Quartel do RAL 4.


Numa pequena extensão de menos de 50 metros, registei esta sequência de pormenores, mesmo sem sair do carro.


Para além de se poderem observar vários trabalhos de pintura seguindo este link pode observar-se, amiúde em casas particulares, reproduções fiéis e de muita qualidade de várias  aguarelas em que Lino António retratou os trajes regionais de Leiria por volta dos anos 30 do século passado.

A que se pode admirar na foto ao lado, é uma dessas várias aguarelas reproduzidas numa coleção, editada pela Comissão de Turismo de Leiria-Fátima.

Esta aguarela está assinada e datada com referência ao ano de 1931.
-
-
-
-
outras etiquetas (leiria antiga)
http://dentrodetioleiria.blogspot.pt/search/label/leiria%20antiga
@as-nunes

2012/10/19

Ainda não é o fim nem o princípio do Mundo...


Morreu Manuel António Pina

Jornalista, escritor, vencedor do Prémio Camões em 2011, Manuel António Pina morreu esta tarde no Porto, aos 68 anos. (in Antena 1)


Estarei ainda muito perto da luz?

Estarei ainda muito perto da luz?
Poderei esquecer
estes rostos, estas vozes,
e ficar diante do meu rosto?

Às vezes, como num sonho,
vejo formas como um rosto
e pergunto: «De quem é este rosto?»
E ainda: «Quem pergunta isto?»

E: «E com quem fala?»
Estarei ainda longe de Ti,
quem quer que sejas ou eu seja?
Cresce a noite à minha volta,

terei palavras para falar-Te?
 E compreenderás Tu este,
não sei qual de nós, que procura
a Tua face entre as sombras?

Quando eu me calar
sabei que estarei diante de uma coisa imensa.
E que esta é a minha voz,
o que no fundo de isto se escuta.

Manuel António Pina
1943-2012
in NENHUM SÍTIO (ou pp 105 TODAS AS PALAVRAS /poesia reunida}
-
Ainda não é o fim nem o princípio do Mundo...
um dos seus grandes livros de poesia

-
Andava eu de carro, no centro de Leiria, quando, inesperadamente, ouvi a notícia da morte de Manuel António Pina.
Chego a casa, em cima da minha secretária de trabalho, por acaso/coincidências premonitórias? tinha dois livros:
Os Herdeiros do Vento - Antologia Apócrifa: Joaquim Pessoa
Como Se Desenha Uma Casa - Manuel António Pina

@as-nunes

2012/10/18

E agora, povo?! ...



E agora, povo?!

Esta melia em tom dulcíssono
Postada ali mesmo em frente
Está bonita cores de outono
Com seu ar cândido e dolente

Que bom seria vivermos
Esse teu contentamento
E o nosso rumo invertermos
Neste lamentável momento

Há aqueles que se  amofinam
Por agora atentarmos em ti
Presunçosos mas não atinam
Estás muito bem assim, aí

Este Orçamento está péssimo
Sem qualquer margem de dúvida
Precisamos desse empréstimo
Mais uma tranche para a Dívida

-

Se o povo é quem mais ordena
Porque é que deixámos que os “novos senhores”
Tenham feito o que quiseram
E ainda lhes cresceu tempo
Para se porem ao fresco?

E agora, povo?! …
@as-nunes

2012/10/17

Antes que seja tarde


Há dias, a meio da semana passada, talvez, 
(o tempo está a passar tão depressa, as perspetivas deste país são uma miséria, bem à vista de todos,  mas nós a querermos que tudo isto não passe dum sonho, um pesadelo que nos está a atormentar mas que ainda temos esperança que, de repente, acordamos, estrebuchamos, acendemos a luz, afinal era mesmo só um pesadelo),
pensei que seria uma boa altura para tirar uma fotografias das flores do meu jardim/quintal.

Ei-las, algumas, não fotografei a parte do quintal, que agora está em pousio, umas couves e alfaces numa estufazita pequenina, aí uns 12 metros quadrados. 
A foto do canto inferior direito mostra as folhas do meu liquidâmbar, aquele que já aqui apresentei em tempos (talvez ainda aqui deixe o link(*), vou consultar o índice temático deste blogue), com o típico mudar de cor das folhas, que irão ficar avermelhadas neste Outono, agora aí em pleno, já não era sem tempo.

Entretanto, a rádio, a minha companhia quando estou sozinho, que ouço  normalmente e por romantismo, a Antena Um, a anunciar aquilo que já estamos a ficar fartos de perceber. Os partidos da coligação governamental de candeias às avessas, estarão mesmo, não será só mais uma fita? para iludir os seus eleitores? raio de partidos que só servem para pensar nos votos que podem perder ou ganhar com as posições que assumem, importa lá o interesse do país, dos portugueses?

Se não quisessem ter de enfrentar a situação atual, assumindo-se com coragem e inteligência, tinham-se demarcado em devido tempo, impondo como condição uma investigação exaustiva ao estado calamitoso em que as contas Públicas estavam e o extremo grau de endividamento externo a que o nosso país tinha chegado. 
E que continua a aumentar, cada dia que passa, sem que se vislumbre a dose de esperança que seria indispensável para nós, os eternos pagantes, acreditarmos que vale a pena mais este descomunal sacrifício que nos está a ser imposto pela atual proposta de orçamento do Estado.

Que fadário o nosso! ...

(*) Esse liquidâmbar foi uma prenda da Junta de freguesia da Barreira por ter escrito um livro (um ensaio, que a mais não consegui chegar) sobre a freguesia.
@as-nunes

2012/10/16

Malmequer - OE2013


Uma enormidade de impostos

Uma bomba atómica fiscal

Uma calamidade

Uma monstruosidade

-
Desculpa a ligação, lindo e prazenteiro malmequer amarelo! ...
És uma flor muito bonita e eu gosto muito de ti! ...

2012/10/13

O snr. Presidente anda mesmo às aranhas


A paisagem está negra, de qualquer modo as aranhas não estão invisíveis!...

Durante a reunião anual do FMI, em Tokyo, a Srª Lagarde, Directora-Geral da instituição, e o seu economista chefe, Sr. Blanchard, a propósito dos processos de consolidação orçamental na zona Euro enunciaram uma orientação que ontem fez notícia na imprensa internacional e que, vindo de quem vem, esperemos que chegue aos ouvidos dos políticos europeus dos chamados países credores e de outras organizações internacionais. Trata-se de um ensinamento elementar da política de estabilização, que eu próprio várias vezes tenho referido, e que, em linguagem simples, se pode traduzir do seguinte modo: nas presentes circunstâncias, não é correto exigir a um país sujeito a um processo de ajustamento orçamental que cumpra a todo o custo um objetivo de défice público fixado em termos nominais.
Devem ser definidas políticas que garantam a sustentabilidade das finanças públicas a médio prazo e deixar funcionar os estabilizadores automáticos. Se o crescimento da economia se revelar menor do que o esperado, o défice nominal será maior do que o objetivo inicialmente fixado, porque a receita dos impostos é inferior ao previsto e as despesas de apoio ao desemprego superiores. Assim, Blanchard conclui que"nem por isso se deve impor a adoção de medidas orçamentais adicionais, o que tornaria a situação ainda pior".



-
O snr. Presidente Aníbal Cavaco Silva foi para o "Facebook" escrever este "recado"...

Só agora, snr. Presidente?
Foi preciso estudar o discurso do próprio FMI para vir agora - tarde e a más horas - tentar sacudir a água do capote?


Apesar de tudo, pode ser que esta aranha que acabei de fotografar, ao fim da tarde, aqui no Centro Oeste do extremo ocidental da Europa, o oriente no aconselhamento ao Primeiro Ministro nesta hora decisiva para Portugal e para a própria Europa no seu conjunto! ...
@as-nunes

2012/10/12

Afinal, somos mas é calhaus! ...



Esta gente

Esta gente cujo rosto
Às vezes luminoso
E outras tosco

Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis

Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre

Pois a gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É a gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome

E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais  do que a pedra
Humilhada e calcada
Meu canto se renova
E recomeço a busca
De um país liberto
De uma vida limpa
E de um tempo justo

Sophia de Mello Breyner Andresen

@as-nunes

2012/10/11

União Desportiva de Leiria: Uma Academia de Futebol a considerar

 Era de manhã cedo já estávamos em preparativos para ir a Sacavém, acompanhar os Iniciados do União Desportiva de Leiria, modalidade de Futebol de onze.
 O Sol estava a espreguiçar-se por sobre o Castelo de Leiria, sobranceiro ao espetacular Estádio de Futebol de Leiria, infelizmente na origem de gravíssimos problemas de gestão financeira para o Município.

 Já em Sacavém, no estádio do Sport Grupo Sacavenense
O momento em que o Guilherme Moura se preparava para entrar em campo, após um mês a recuperar de uma lesão num pé e no tornozelo. Afinal estes miúdos já praticam futebol a doer, como se fossem profissionais! 
@as-nunes

2012/10/09

PORTUGAL, a EUROPA e os papagaios políticos


Esta bandeira estava hasteada no quartel, em Leiria, de onde eu parti, em 1969, para terras de Moçambique, no Índico Ocidental. Eu, a minha mulher e a minha filha que lá iria nascer...
E para a Europa retornámos ...


PORTUGAL

Esperam de encontro ao Cais, como penduras (bem se conhecem):
os magníficos estupores deste consórcio espúrio em que, de volta
à pátria, rumo à Europa, nos embarcaram outra vez.
Em bicos de asa, fingem.
Escondem o esfíngico futuro do passado.
Sei o que esperam.
Como enfunada, a alma os tenta, frente à mastreação bastarda
de outros mares.
Se a Europa aqui jaz, com que fito, o rosto é Portugal?

Vergílio Alberto Vieira 

do grupo de poetas do café Orfeu, no Porto, por volta do anos 80 do século passado.
in
ORFEU 4  (ver registo biblioteca pessoal aqui)
Porto Dezembro 1988

-"Saudemos o poeta-cantor quando os usos e costumes entronizam as putas dos poderes, os papagaios políticos, tecnocratas miúdos, atletas sem cabeça, medíocres vedetas da mediatocracia."
Assim se exprimia Arnaldo Saraiva na sua nota introdutória.
-
outros poetas deste grupo:

Amadeu Baptista
Arnaldo Saraiva
Egito Gonçalves
Manel António Pina
e
tantos outros ...


-.-
@as-nunes

2012/10/07

Portugal e o mundo


Assim vai o mundo

Do cimo da alta montanha
Eu vi o mundo a passar,
E vi tanta coisa estranha
Que não dá p´ra explicar.

Vi guerras por ambição,
Vi violência e cobardia,
Vi tanta corrupção,
Vi famintos em agonia.

Tanta gente sem trabalho
Buscando a esmola do pão,
P´ra matar a fome aos filhos,
Mas que grande humilhação!

O meu grito de revolta!
Foi um grito magoado!
O bom senso não tem volta
Num mundo tão conturbado.

Há tantos ladrões à solta,
Grandes senhores do condado,
Não há crime nem derrota,
Exibem o seu rótulo cinzelado!

Povo infeliz! Povo roubado!

Alzira Bento
último poema do seu livro "Asas da minha alma" dado à estampa no passado 5 de Outubro, na Biblioteca Municipal de Alcanena.


---


"O grande papel dos portugueses não foi o de conquistadores, muito menos o de conquistados, mas antes o de um povo pivô, uma espécie de conduta através da qual as ideias, o conhecimento e as tecnologias se transmitiam à Europa e ao mundo."
Martin Page
Como Portugal Mudou o Mundo
@as-nunes

2012/10/05

Dever patriótico, por assim dizer.

Dever patriótico
(convém ler a crónica abaixo para contextualizar este título)

Em Alcanena é assim. Bandeiras da República Portuguesa por todo o lado. Terra de grandes tradições republicanas, sem dúvida.
Lá estarei, hoje, 102 anos depois da Implantação da República!
---
Andamos todos num sobressalto, aqui d´el Rei
(ainda que só para o ano é que os monárquicos possam cantar vitória, temporária, simbólica somente e assim será para sempre)
quem nos acode, isto é um assalto, o Governo está a perder as estribeiras, nós os portugueses
(parece que não todos, os detentores do Capital têm que ser acarinhados, não vão eles amuar e então ainda era pior, que o dinheiro de que tanto precisamos fugia mais  e mais depressa, sabe-se lá para onde)
é que estamos tramados, etc etc, a verdade é que estamos mesmo, mas porque é que chegámos a este estado de coisas, etc etc ?

Já aqui escrevi em várias oportunidades sobre este tema, da Dívida Pública Externa, do Défice Orçamental, maldita desorganização do nosso sistema político e administrativo, que permite que tenhamos andado todos a gastar mais do que seria racional, claro uns mais que outros, quiçá alguns nem disso se tenham apercebido ou são tão desinteressados e/ou poupadinhos, que está tudo bem para eles. 
E é claro, não podemos branquear os desvios colossais nos défices consecutivos dos Orçamentos dos vários anos provocados por má gestão dos sucessivos governos e, em casos que só falta a justiça "provar", por gestão deliberadamente danosa.
Enfim, o coro de protestos é mais que muito, quase unânime a condenar esta estratégia assumida pelo Governo de Gestão da crise medonha em que estamos enterrados até ao pescoço.

Vem isto tudo ao caso para dizer que achei muito interessante uma crónica da autoria de António José Laranjeira,  que acabei de ler no semanário “Região  de Leiria” desta data.

Vou reproduzir abaixo essa crónica porque a considero muito oportuna, tendo em conta a necessidade imperiosa de não nos deixarmos embalar pelos muitos oportunismos que pululam por aí à sombra da nossa desgraça!

O que não quer dizer, de forma alguma, que tenha passado a gostar (por artes da mágica desta opinião) da forma como o Governo e os partidos que o apoiam estão a defender, contra tudo e contra todos, dramatizando até ao limite do tolerável, a busca de soluções para fazer face ao atual Estado negro da Nação Portuguesa.

Senão vejamos:
 @as-nunes

2012/10/03

Antigos Combatentes das Guerras do ex-Ultramar



Se se ampliar podem ler-se os nomes de alguns dos Leirienses mortos nas campanhas de Angola, Guiné, Moçambique.
Estandarte duma Companhia de Artilharia que combateu na zona de Mueda, o centro operacional das operações anti-guerrilha no Norte de Moçambique. As colunas de abastecimento desta zona de acantonamento das tropas portuguesas, eram sistematicamente flageladas com ataques de morteiro, rajadas de metralhadora, granadas, minas anti-tanque e anti-pessoais. Eram normalmente constituídas por 30 km de viaturas pesadas de mercadorias com tropa de proteção integrada e, por vezes, apoiadas por grupos de comandos e de operações especiais, na parte final comandadas, frequentemente, por Alferes Milicianos, muitas vezes do SAM - Serviço de Administração Militar.
 Uma boca de canhão do RAL4 em Leiria
 No Largo 5 de Outubro de 1910, zona do Papa Paulo VI
O Castelo de Leiria, sempre altaneiro ... e vistoso.
---
Valeu a pena
Termos sacrificado
Os melhores anos
Da nossa juventude
Na defesa de Portugal
E da sua história?

Fica a interrogação … (Na altura estávamos conscientes de que estávamos a cumprir um DEVER)

Para quem não saiba, os ex-combatentes das guerras das ex-colónias portuguesas, recebem, anualmente, 100 €uros em média, a título de “Antigos Combatentes – Suplemento Especial de Pensão

Entretanto, na formação da pensão de velhice, o tempo de serviço militar obrigatório contou como antiguidade, mas não como entrada de remunerações.
Assim, o que é que aconteceu?

Esta pensão (a reforma como soi dizer-se) (aos 65 anos, em teoria, por enquanto) é obtida dividindo dois factores:
Dividendo: somas das remunerações entradas no tempo contado (R) (agora 40 anos)
Divisor: tempo de serviço (T)

Fazendo-se as contas facilmente se adivinha que, sendo o divisor (T) constituído com + 3 anos de tropa a que não correponde nenhum valor no Dividendo ( R ), o quociente será menor.

Tem sido esta a lógica.
Já nem se reivindicava nenhuma regalia especial como compensação do sacrifício em condiçoes de perigo de vida (quantos não imolaram as suas próprias vidas! … ) que nos foi imposto. Que se fizesse, ao menos, a justiça de considerar as remunerações auferidas enquanto prestámos o serviço militar obrigatório!
Seria pedir muito?

Em comparação com as condições escandalosas e criminosas em que muitos políticos se aposentaram, ao fim de dois mandatos na AR, PR, Ministros e outros cargos políticos, independentemente da idade, seria pedir muito? …

Nota: de acentuar que as contas que se fazem aquando do cálculo das pensões de reforma consideram outros fatores, nomedamente o fator de sustentabilidade da segurança social, mais uma invenção para ajudar a reduzir o valor final e que todos os anos vai sendo atualiazado, sempre para desfavorecer o valor da pensão, claro está, na ótica do Estado economicista e insensível.

2012/10/01

Outono refulgente neste país descontente ...


Na «Quinta das Lágrimas», em Coimbra, um dia destes ...

OUTONO

Largo silêncio amadurece o Outono.
O coração das folhas em letargo.
De alcantilado bosque cai no sono
O parque. Modorra a luz do lago.
E a natureza ali rendida à calma
Escuta, toda ouvidos num nenúfar,
Rumores da Eternidade que a sua alma
Antiga toca numa cana-de-açúcar.

Natália Correia

-
Creio que poderá ser útil ler-se, nos tempos que correm, "não percas a rosa - diário e algo mais (25 de Abril de 1974 - 20 de Dezembro de 1975)".
Como Natália questiona as manobras dúbias do MFA, Otelo, PCP (assembleias populares de braço no ar, comités variados, SUV, saneamentos selvagens, ocupação da terra)  e nos remete para o "O Encoberto" da "Mensagem" ! 

Já muitos de nós nos interrogamos se será inevitável o aparecimento de um salvador que leve ao ressurgimento da nação. 
Até me assusto ao dar comigo a tentar seguir este prenúncio de Fernando Pessoa no seu "Encoberto"!

É que estamos a ficar sem alternativas! ... 
(os partidos ditos de esquerda/esquerda não se conseguem libertar do estigma de totalitários, que granjearam no decorrer do chamado PREC e é pena que a sua prática histórica os não favoreça de modo a poderem constituir-se em alternativa, tão fartos andamos do bloco PS, PSD, cds/PP).

Eu andei na rua a lutar por um país livre, próspero e democrático.  
Tanta luta contra extremismos! ...
Tanta ilusão, utopias até!
Valeu a pena?  
Quero acreditar que sim! ...
Mas a alma de quem nos tem governado não tem sido grande!

Como foi possível a Constituição saída do 25 de Abril de 1974 ter permitido que, sob a sua capa protetora, se tivessem cometido crimes infames de lesa pátria, que nos enlamearam ao ponto a que chegámos?! ... 

@as-nunes

2012/09/30

? Javardices ! ...


Sem Governo o que é que andamos a fazer de Portugal ?

- Ultimas javardices:

António Borges, diz que Conselheiro do Governo:
"Os empresários portugueses são uns ignorantess";

Ministra da Justiça:
"A impunidade acabou"

Ora bolas!...
---
"Uma mentira comum da propaganda é estar sempre a dizer que "ninguém apresenta alternativas", o que não é verdade. Mas o Governo não quer ouvir, e onde hoje toca estraga tudo e acabará por ser derrubado ou por cima, porque os poderosos que sempre o apoiaram o vêem hoje como um empecilho e um risco, ou por baixo, pela multidão. Em ambos os casos é um caminho muito perigoso, até porque começa a perceber-se que é um caminho sem alternativas..."
José Pacheco Pereira 
(aqui)
@as-nunes

2012/09/29

Livros, escritoras, editoras ...

 Maria Manuel Viana e Patrícia Reis
 Elsa Ligeiro no uso da palavra

No âmbito do 13º aniversário da editora "alma azul", a que fiz referência no registo anterior:

1 - As duas escritoras convidadas, Maria Manuel Viana e Patrícia Reis, no decorrer das apresentações dos seus livros;
2- As escritoras e a editora, Elsa Ligeiro, enquanto esta, no meio de lágrimas de comoção e alegria, ia dizendo sobre a editora e os seus projetos para o futuro, ao mesmo tempo que tecia rasgados elogios ao trabalho das duas amigas e escritoras presentes;
3- Os livros, ao fim e ao cabo os temas de animação deste convívio literário:
-
Por Este Mundo Acima
Patrícia Reis
ed. D. Quixote - 2011
Patrícia Reis nasceu em 1970, começou a sua carreira jornalística em 1988 no semanário O Independente, passou pela revista Sábado e realizou um estágio na revista norte-americana Time, em Nova Iorque. De volta a Portugal, é convidada para o semanário Expresso, fez a produção do programa de televisão Sexualidades , trabalhou na revista Marie Claire, na Elle e nos projectos especiais do diário Público. Editora da revista Egoísta, é sócia do atelier de design e texto 004, participando em projectos de natureza muito variada. Escreveu a curta biografia de Vasco Santana e o romance fotográficoBeija-me (2006), em co-autoria com João Vilhena, a novela Cruz das Almas(2004) e os romances Amor em Segunda Mão (2006), Morder-te o Coração(2007), que integrou a lista de 50 livros finalistas do Prémio Portugal Telecom de Literatura, No Silêncio de Deus (2008) e Antes de Ser Feliz (2009).
ouvir entrevista RTP
-
O verão de todos os silêncios
Maria Manuel Viana
Ed. Planeta - 2011

Na contra capa do livro de Maria Manuel Viana, escreve Inês Pedrosa:

"Num tempo em que a pirotecnia da citação passa por literatura, a voz de Maria Manuel Viana impõe-se pela singularidade de um universo povoado por personagens inesquecíveis, sobreviventes da memória, do esquecimento e da luz crua da paixão. A sua escrita envolvente obriga-nos a redesenhar os territórios da dor, do sonho, da inteligência e da cumplicidade. A viagem das três mulheres deste romance torna-se uma viagem aos lugares mais secretos de cada um de nós."

O convívio foi muito interessante e as escritoras prestaram-se a um animado colóquio sobre a arte de escrever livros, da influência muito subjetiva da crítica literária publicada em jornais e revistas e da necessidade de se escrever com tempo para investigar e aprofundar os temas que se tratam, de forma a se apresentarem à estampa duma forma original e instigadora à leitura.
(entrada na az-biblioteca)
@as-nunes

2012/09/27

Andarilhar por aí: Travessa da Paz - Vidigal




Uma travessa com rotunda e tudo ...

Hoje decidimos ir a Coimbra, ali à zona de Santa Clara-a-Velha, participar duma sessão de aniversário da editora "Alma Azul", da nossa querida e recente amiga Elsa Ligeiro. Fomos comemorar o 13º aniversário desta editora e atelier de artes.
Em boa hora Elsa Ligeiro convidou duas escritoras(*) para se apresentarem, falarem da sua atividade literária e não só, dos seus livros mais recentes. Julgo ser oportuno escrever uma crónica/reportagem sobre este assunto, já a seguir.

Vem isto para dizer que este "post" acabou por "ir para o ar" às 22h00, como eu o tinha agendado, mesmo antes de escrever uma linha ou duas, pelo menos, como é da minha praxe e estilo.
Ora acontece que acabámos mesmo agora de chegar a casa, são 23 horas... 

O que é que eu pretendia dizer? Nada de especial, a não ser que há momentos, os mais prosaicos, de inspiração da mais genuína e simples. À quinta feira costumo fazer o percurso Pousos-Barreira ,pelo que, com muita frequência, passo pela zona do Vidigal (Leiria). Só hoje é que reparei que sigo indiferente à placa toponímica acima e decidi que havia de dar uma vista de olhos àquela travessa.
É o resultado fotográfico dessa curiosidade que hoje aqui deixo plasmado.

(*) 
Maria Manuel Viana
O verão de todos os silêncios
ed. Planeta - 2011
-
Patrícia Reis
Por Este Mundo Acima
ed. D.Quixote - 2011

@as-nunes

2012/09/26

Possuem palácios, iates, aviões e limusinas, E evitam as ruas onde vivem os que não têm tecto.



ANTÓNIO

No Norte de África decerto se lembrou de outro santo, outro António,
Que séculos antes, junto ao Nilo fora tentado muitas vezes.
Bosh mostrou ao mundo as suas tentações,
Assim como Giotto mostrou ao mundo o doce Poverello.
«Dá-me a tua pata», disse Francisco ao lobo,
E a pata pousou na mão do santo que António seguiu e venerou
No tempo da lepra, da peste e dos mendigos.
Dava pão aos pobres, pedia pão aos pobres, era pobre entre os pobres
Este santo de Lisboa, sábio entre os sábios,
Que cantava nos caminhos e atacava com a palavra os poderosos e a usura.

Os mercadores-banqueiros de Pádua e Florença
Estão hoje em Wall Street, na City e noutras praças.
Possuem palácios, iates, aviões e limusinas,
E evitam as ruas onde vivem os que não têm tecto.
Os seus olhos não sabem abrir-se para o nascimento de uma rosa.
Escuta, Santo: continua a ser difícil dialogar com a usura.
Mais fácil é falar com o trovão, como fizeste.

Maria Amélia Neto
Colóquio Letras
Mesmo o Passado
É sempre incerto
Número 142 Outubro-Dezembro 1996
p. 159
@as-nunes