2007/10/03

Borda d´Água

No Largo 5 de Outubro de 1910 (na zona da estátua do Papa Paulo VI). Um Romeno - disse-mo ele - recentemente operado ao fígado, a vender o "Borda d´Água" para 2008 (Bissexto). Comprei-o e fiquei a saber que este amigo anda à procura de emprego (que não o obrigue a fazer muita força por causa da operação...). A foto foi tirada a pedido...
Se se ampliar a fotografia (clicar) fica-se com uma ideia da desgraceira que vai por este Mundo fora (ao ler o painel), o bicho Homem a dar cabo de tudo onde põe o olhar e as mãos. Eu acrescentaria mais uma desgraça: pelo andar da carruagem, o Centro Histórico de Leiria vai ficar completamente descaracterizado, tendo em conta que se deve entender por Centro Histórico duma urbe, como Leiria, o núcleo histórico e tradicional da comunidade, desde os tempos da sua fundação. Para não ir mais longe, avivando algumas memórias mais distraídas, porque é que se abateram 3 choupos (do tempo dos que são visíveis ao fundo) para, no seu lugar ser feita uma bifurcaçao rodoviária? É que as árvores já lá estavam, faziam parte do património da cidade e, pior ainda, nada justificou o seu abate para os fins em vista.
O trânsito automóvel, com o traçado original ou ligeiramente adaptado, sem necesidade de abater as árvores, funcionava perfeitamente.
As árvores que foram plantadas em todo este Largo, salvo melhor opinião, que ainda ninguém a emitiu, não serão as mais adequadas a um Centro Histórico como o de Leiria.
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2007/10/02

O nº da Bola!

O meu neto Guilherme apareceu com uma caderneta para coleccionar os jogadores de futebol das várias equipas da actualidade. Estava todo entusiasmado e fez questão em que eu reparasse bem nos vários jogadores que já tinha colados. Ainda lhe faltam bastantes. Mesmo assim já lá tem alguns, daqueles que mais têm dado nas vistas ultimamente. Como ele é adepto do FCP é claro que me mostrou, em primeiro lugar, os craques daquele grande clube. Mas, como sabe que eu sou Benfiquista, também foi mostrando o Rui Costa e outros do SLB.
Aproveitei para lhe falar dos meus tempos em que tinha mais ou menos a idade dele e em que nós, os putos da época (anos 50), também fazíamos estas e outras colecções, colando aquelas imagens em estampas do mesmo tamanho. E vieram-me à recordação:
- O nº da bola;
- História de Portugal;
- Figuras Humanas;
- Batata cozida a fazer de cola, às vezes misturada com resina de ameixoeira;
- Aqueles frascos enormes com os caramelos envoltos nos cromos;
- Os prémios que, muito esporadicamente, nos eram atribuídos;
- A alegria esfuziante que tínhamos quando nos calhava o jogador do número da bola, que só nessa altura é que conseguíamos completar a colecção. Também nos dava direito a uma bola de futebol, como devia ser, os gomos cosidos à maneira. A qualidade do material era rasca mas nós ficávamos todos contentes. Estou a ver-me ali na Rua Direita em Viseu, a passar em frente das lojas onde vendiam os cromos, sempre na expectativa de poder ver o frasco já quase no fim. A probabilidade de nos calhar o nº da Bola era muito grande. De modo que era ver a rapaziada a estoirar os tostõezitos a comprar mais cromos que o habitual.
Que tempos! Que saudades! Que é feito da maior parte dos meus amigos da altura?
Esqueci-me de perguntar ao Guilherme se ainda há o número da Bola. Seria só para confirmar a minha suspeita. Acho que já não existe essa técnica de vendas.
Muitos anos mais tarde acabei por ser professor da disciplina “Técnica de Vendas e sua Publicidade”. Anos 60 e tal. Quem se lembra? Aliás, hoje já não é técnica de vendas que se diz. É Marketing, não é?


2007/09/30

Quinta do Hespanhol


Há dias fui a um casamento que teve lugar nas instalações da célebre Quinta do Hespanhol, para os lados de Torres Vedras. Todo o cerimonial e banquete esteve excelente, mas não é propriamente este o motivo que me levou a colocar este post.
Não conhecia esta zona e posso dizer que fiquei encantado pelo enquadramento paisagístico, em termos ambientais e, principalmente, das árvores que lá encontrei. Não tive grandes ocasiões de me demorar na tomada de fotografias, pelo que a reportagem não é nada significatica. No entanto, uma árvore deixou-me intrigado, porque não consegui que ninguém me desse informações precisas sobre o seu nome.
Os pormenores mais significativos que consegui fotografar são os que estão expostos nas duas últimas fotos. Consultei vários livros, tais como: Botanica - The illustrated A-Z of over 10.000 garden plants and how to cultivate them (ISBN 3-8331-1253-0, edição de 2004; Árvores de Portugal e Europa - Guia Fapas; Portugal Botânico de A-Z; Árvores e Florestas de Portugal -09- Guia de campo, ed. LPN e outros e também "dias-com-arvores.blogspot.com" e "sombra-verde.blogspot.com".
Lancei aqui, neste blogue, o apelo (*) abaixo transcrito e consegui chegar a esta conclusão: Consultando melhor (após as dicas dos amigos na zona de comentários) o "dias-com-arvores" (), parece-me que cheguei ao nome desta árvore. Será então um pitósporo do género Pittosporum undulatum. (ver comentários).
Esta quinta tem uma longa e interessantísima história, contada com todo o pormenor num desdobrável bem concebido pela empresa, um ramo da própria família, que actualmente detém aquelas instalações.

(*) Apelo inicicial: Não obtive, com garantias mínimas de não errar, dados sobre esta árvore, que me pareceu mais que centenária, ainda que de porte pequeno. Será uma Malus ornamental crab., "Golden Hornet"?

-
Creio ser relevante, como fonte inicial de estudo, o seguinte fragmento de texto:
"NOME: Quinta do Hespanhol / Solar dos PerestrellosFREGUESIA: Dois PortosLOCALIZAÇÃO: Junto a Carreiras (Carvoeira)DESCRIÇÃO: Por cima da porta de entrada, um medalhão com a data de 1542 apresenta o instituidor do Morgado, João Lopes Perestrelo, neto de Fillipo Pallastreli, fidalgo italiano. Este veio para Portugal no tempo do Rei D. João I, que lhe doou, entre outras, estas terras que vieram a ser conhecidas como “do espanhol” em virtude do epíteto que o povo concedeu a Pallastreli, identificando a sua língua natal com o castelhano.Uma descendente deste fidalgo veio a ser esposa de Cristóvão Colombo, que também terá passado por esta quinta.Cronologia, segundo a DGEMN: 1333 a 1385 - doação régia das terras a Filipo Pallestrelli, a quando da sua vinda para Portugal; 1513 - os edifícios originais forma destruídos por calamitoso terramoto; 1542 - até à data a posse da terra permaneceu com os donatários, o representante da família, João Lopes Perestrelo, vinculou a propriedade em morgadio do qual foi o primeiro administrador. Reconstrução do solar actual; 1755 - o edifício manuelino desmoronou com o terramoto. Reconstrução do edifício e ampliação do mesmo para dois andares; 1861 - plantação da alameda, existe placa comemorativa com data assinalada, 1940 - construção do jardim no local que corresponderia a parte da antiga horta.ÉPOCA: séc. XVINOME: Quinta do Hespanhol / Solar dos PerestrellosFREGUESIA: Dois PortosLOCALIZAÇÃO: Junto a Carreiras (Carvoeira)DESCRIÇÃO: Por cima da porta de entrada, um medalhão com a data de 1542 apresenta o instituidor do Morgado, João Lopes Perestrelo, neto de Fillipo Pallastreli, fidalgo italiano. Este veio para Portugal no tempo do Rei D. João I, que lhe doou, entre outras, estas terras que vieram a ser conhecidas como “do espanhol” em virtude do epíteto que o povo concedeu a Pallastreli, identificando a sua língua natal com o castelhano.Uma descendente deste fidalgo veio a ser esposa de Cristóvão Colombo, que também terá passado por esta quinta.Cronologia, segundo a DGEMN: 1333 a 1385 - doação régia das terras a Filipo Pallestrelli, a quando da sua vinda para Portugal; 1513 - os edifícios originais forma destruídos por calamitoso terramoto; 1542 - até à data a posse da terra permaneceu com os donatários, o representante da família, João Lopes Perestrelo, vinculou a propriedade em morgadio do qual foi o primeiro administrador. Reconstrução do solar actual; 1755 - o edifício manuelino desmoronou com o terramoto. Reconstrução do edifício e ampliação do mesmo para dois andares; 1861 - plantação da alameda, existe placa comemorativa com data assinalada, 1940 - construção do jardim no local que corresponderia a parte da antiga horta.ÉPOCA: séc. XVI"
in http://www.oestediario.com/oestediario/artigo.asp?cod_artigo=107033
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2007/09/28

Preservar o ambiente


Que mais dizer?
Repare-se:
na primeira foto; temos água com abundância, uma fonte luminosa bonita, quase que nos esquecemos que o Planeta em que vivemos é muito mais que este cantinho no centro da cidade de Leiria; Alguns Jacarandás estão em plena floração azul/lilás (onde já vai o mês de Maio!?...).
na segunda foto a sensação com que se tem de ficar, inapelavelmente, é de calafrio.
Será que o Homem vai ser capaz de arrepiar caminho de forma a conseguir o equilíbrio dos ecossistemas ambientais que permitam a sustentação das condições básicas da Vida?

(fotos tiradas hoje, pelo meio-dia, no centro de Leiria)

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2007/09/27

Barreira e a sua história

Livro a ser lançado brevemente na freguesia da Barreira - Leiria. Terá 352 páginas. O Autor é pessoa interessadíssima na matéria, já foi Presidente da Junta e é professor aposentado com vasta obra bibliográfica para o Ensino Primário. O prefácio é do Prof. Dr. Saul António Gomes(*), ilustre historiador catedrático da Universidade de Coimbra.
Vivo nesta freguesia desde 1993. Faço parte da sua Assembleia de Freguesia. Já participei do seu executivo, de 2001 a 2005. E já escrevi um livro, digamos que um ensaio monográfico e histórico, (Caminhos Entrelaçados - na freguesia da Barreira) com base na experiência e nas minhas observações enquanto membro da sua Junta de Freguesia.
Sinto uma grande satisfação em fazer este anúncio até porque tenho vivido esta freguesia como se fosse a minha terra natal. Aliás, sou de opinião que a nossa terra será o sítio onde nos sentimos bem e em cuja comunidade nos esforçamos por integrar. A área geográfica da Barreira, reparte-se pela zona urbana da cidade de Leiria e por outra parte, rústica, mas extraordinariamente bonita em termos paisagísticos. Um autêntico e belo miradouro sobre o Vale do rio Lis, Cortes e Sra. do Monte, a nascente, Batalha e Maceira a poente. O seu ponto mais alto localiza-se na zona dos Andreus e dispõe de restaurantes de boa qualidade. Vale a pena uma visita, que mais não seja pela vista panorâmica que abarca todo o nosso olhar num raio completo de 360º.
A sua história muito à volta das origens da Paróquia, cujo orago é SS Salvador, reparte-se pelo Solar e Jardim dos Viscondes da Barreira, Casa Senhorial Oliveira Simões e a zona de reminiscências românicas da cidade de Colipo. Aqui nasceram, viveram e estão sepultadas individualidades de alto relevo, não só regional mas também nacional. É esta riquíssima história, muita que ainda só constava de documentos escritos arquivados no cartório paroquial, arquivo distrital e até Torre do Tombo, que o professor Borges da Cunha nos vai divulgar através deste seu livro.
(*) De entre a extensa obra já publica consulte-se "Castelo de Leiria".
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2007/09/24

Becos sem saída!

As árvores a secarem...mais do que seria normal!...

Para voltar tive que vir de marcha-atrás. Árvores? O ramito que se vê e pouco mais!...

Porquê?...

(Algures perto de Leiria)

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2007/09/23

Desassossegadamente...

Uma "bomba" rebentou
ali mesmo, (dentro de mim?!)
Sobressalto
Não vejo sangue
Nem ossos partidos

A luz do amanhecer
Entra, insidiosa
Pelas frinchas da persiana
Olho os ponteiros do relógio
É Sábado, hipotético dia de modorra

Levanto-me dum pulo
Sentidos tensos
Alerta
O quartel está a ser assaltado?!
Tento controlar-me

Na ronda do Sol
Chegou a hora do reconhecimento
Senha, Contra-senha?
Por momentos esqueci a contra-senha
Afinal era muito simplesmente

"É a Vida!"
(deverá ter de ser assim?!...)
(foto sobre a encosta de lá, Vale do rio Lis, Cortes, Sra. do Monte - amanhecer sobressaltado)
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2007/09/20

Olhar a Vida. Ela aí está perante nós.

As bagas dum pilriteiro. Na encosta Nascente do morro do Castelo de Leiria. E eu que andei, há um ano atrás todo baralhado para identificar esta planta. O amigo Augusto Mota deu-me as dicas necessárias e agora não falho. Quando vejo um Pilriteiro, mesmo que não esteja em flor ou com fruto identifico-o com a maior das facilidades.

O Outono aí está ele, mesmo aqui ao nosso lado. Pela temperatura do ar nem parece. Imagem captada quem desce a Rua Cónego Sebastião da Costa Brites (1885-1948). Do lado esquerdo, a lia de que vos tenho falado nos últimos posts (Largo da Sé), com as folhas ali mesmo à mão. Já matizada, a preparar-se para o rodopio outonal que julgamos adivinhar.
Isto de previsões do tempo e das estações do ano já não é como antigamente...

Ainda não consegui tomar conhecimento do nome destas flores. Crescem nas paredes dos muros à antiga, na cidade. Continuamos na rua atrás referida. Vinha eu das Finanças, 2º Serviço, na Rua de S. Francisco e seguia para o Largo da Sé, para o edifício da "Pharmácia Paiva" onde ia almoçar em família. O dia estava lindo...ainda que os meteorogistas nos andassem a ameaçar com borrascas para a tarde.

Quem diria?!...
(A pensar na Inês (mãe, minha filha), na Mafalda e no Guilherme...e na Zaida, mãe e avó. Beijinhos e coragem. A vida é bela mesmo quando alguém põe pauzinhos na engrenagem).

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2007/09/18

Recuperar o património particular da zona histórica de Leiria?


Uma amostra importante do estado deplorável em que se encontra o património particular da zona histórica de Leiria.
Como é que se vai resolver este problema?
Os proprietários actuais estão descapitalizados, na maioria dos casos e ainda por cima estão obrigados a pagar indeminizações aos inquilinos (quantos, simplesmente à espera do dia em que as venham a receber; pudera, com a miséria de rendas que pagam aos senhorios!), em caso de pretenderem fazer obras ou vender a quem as queira fazer. E mais, o chamado IPPAR, que tem que se pronunciar sobre as obras a levar a cabo é muito cioso de, mais centímetro menos centímetro, nas alterações que se propõem, particularmente em casas que não têm qualquier valor arquitectónico nem sequer ligações a nenhuma personalidade ou facto histórico.
Claro que se tem que preservar as linhas mestras que caracterizam os Centros Históricos. Mas também não há necessidade de sermos mais papistas que o Papa.
Foto tirada do Jardim do antigo Paço Episcopal, no preciso local onde funciona actualmente o comando da PSP de Leiria. Naquele dia em que lá andei por via do Abacateiro, lembram-se? Em primeiro plano, pode-se observar parte da zona do Largo da Sé. A árvore visível à esquerda é uma magestosa tília. Logo a seguir há um belíssimo e imponente Jacarandá. Então não é que, entretanto, vim a saber do Snr. Quico Huingá (saibam que este meu vizinho e amigo habita, precisamente, no local onde Eça de Queirós tinha o seu gabinete quando trabalhou em Leiria como Administrador do Concelho) 70 e tal anos, da história deste Jacarandá? Que terá sido plantado entre 1905 e 1910 por um primo, que morava ali pela Rua Direita! Uma novidade na época! Terá, portanto, 100 anos. Contou-me que assistiu a várias excursões que se realizavam a Leiria para o observar, quando em flor. De facto, é um espectáculo, aquele seu azul lilás, antes que as folhas apareçam (aí por Março/Abril).
Curioso: quando tirei esta foto (há dias), esse Jacarandá estava vicejante com as suas farfalhudas folhas verdes, entrefolhadas por algumas bonitas flores em plena forma! Nesta altura do ano?!

(convém clicar para ampliar)
- aprecie-se, também, a beleza das folhas e da ramagem dos falsos plátanus (padreiros), ao lado do jacarandá. Eram árvores deste tipo que faziam parte da ornamentação do Largo da Sé, até que em 2000 alguém se lembrou de cortar as várias árvores centenárias que lá havia para as substituir por jacarandás. Ainda gostava de saber quem é que lhes encomendou o sermão!
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2007/09/16

A Família - o principal pilar da Vida

O Ocidente, disse o Dalai Lama, descobriu os segredos do progresso material. Mas com o preço de um «vazio» que separa as pessoas da «felicidade» que não pode ser preenchido por nenhum tipo de solução técnica. O «stress, a solidão, a depressão» são os sintomas da «negligência» a que têm sido votados os «valores interiores», diagnosticou.
A perda de influência da religião e a desintegração dos núcleos familiares foram apontados como desagregadores de uma «educação» que levava as pessoas a estarem mais próximas da vida interior e como causadores da erosão que sofreu o «sentido da compaixão» - a palavra mais escutada da tarde.
Para o líder espiritual, a «compaixão», no seu sentido de «preocupação genuína pelos outros» é a resposta para uma vida que tem a felicidade como meta. «Mas isto é algo que exige treino» e uma educação para uma «ética secular», não no sentido de excluir as religiões, mas de incluir também os que não acreditam, defendeu.
(Texto in "PortugalDiário" de 16/09/2007)
A Vida só tem sentido se cada um de nós meditar em torno da sua felicidade sem excluir a dos outros.
Mas cima de tudo, penso e tenho como garantido: "A Família é o principal pilar da VIDA".

2007/09/14

Segurança?!...


O açude das Cortes. Logo a seguir o rio Lis vira à esquerda e entra na zona da Nora. Um sítio de excelência, muito aproveitado pela rapaziada para umas boas banhocas e para a prática de desportos náuticos, nomeadamente canoagem.
Há uns meses atrás, uma árvore (penso que um choupo) partiu-se e caiu sobre o Rio Lis no açude das Cortes. Era, de facto, de grande porte e a sua queda podia ter provocado maiores estragos. De qualquer modo não comungo da mesma opinião que o "Jornal das Cortes" na sua edição de 8 do corrente. Na minha opinião, dado que se trata duma zona ribeirinha, clássica e de grande interesse ambiental, em vez de se ter procedido ao abate a eito de "faias"(*) (segundo o jornal, aliás um dos de maior renome e já com 20 anos de vida influente na comunidade local), conforme se pode ver nas 1ª e 3ª fotos, bem se podia ter apelado ao bom senso e conciliado a segurança com a necessidade premente de se preservar o ambiente e o ecossistema da área, com podas bem orientadas. Além do mais, depois de podadas com critério, as raízes daquelas árvores poderiam ajudar à fixação de terras, protegendo assim, a margem do rio.Mais umas quantas árvores de referência e de nítido interesse ambiental e paisagístico que se abatem, quanto a mim desnecessariamente!...
Justificação do abate, segundo o jornal em referência: "Devido ao seu porte de respeito, mas sobretudo à erosão da margem direita do rio naquele local, há ali mais faias cuja queda se adivinha, com os perigos inerentes em tal circunstância."... Agora aí estão, transformadas em belíssimos troncos de madeira de bom valor comercial. Assim seja!
(*) A caracterização de grupos de árvores como sendo faias nem sempre significa que elas sejam efectivamente faias, na sua classificação científica. Aliás, nesta zona, é frequente denominar-se faias a pequenos bosques de choupos, de freixos e até pinhais. O caso mais típico é o da Cova das Faias. Neste local, no IC2 entre Boa vista e Marrazes, existem/iam somente pinhais e eucaliptos. Perto, observável a partir da variante entre o IC2 e a A1 (entrada nos Pousos), ao longo e no resto do vale da Ribeira do Sirol, existem vários bosques, mas de choupos e de alguns freixos, que não de faias, como é comum ouvir referir.
Para quem tiver algum empenho em informações mais completas sobre as faias (fagus) aconselho uma consulta aqui.
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2007/09/12

Discursos aos peixinhos do rio Lis

O Largo da Sé de Leiria no seu melhor. E tanta coisa mais para rebocar!...
O carro que se vê a ser rebocado pela Polícia, só o foi porque: 1) estava estacionado junto aos pinos; 2) não estava travado nem com a mudança engrenada (a 1ª, neste caso); 3) estava abandonado pelo condutor e de portas trancadas; 4) começou a mover-se sozinho e foi embater na porta da tipografia Carlos Silva, a antiga Imprensa Comercial, dez metros abaixo, na esquina com a Rua da Vitória; 5) ficou a atravancar o trânsito; 6) o condutor não apareceu, mesmo com todo o estardalhaço provocado; 7) ironia das ironias: no interior do carro havia um livro em que se lia na capa, mesmo por fora dos vidros, "siga pelo caminho mais curto".
Enfim, assim vai o Largo da Sé de Leiria...

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2007/09/11

Castanheiro da Índia de Leiria

(compare-se) (*)com um destes espécimes de grande envergadura)
Sras. e Snrs.:
Já sei que vão dizer: é morto por ter cão e morto por não ter.
De facto, tanto esforço para preservar uma árvore, que incomoda que se farta, e estes tipos dos blogues mesmo assim vêm para aqui publicar fotos só para chatear?...
Temos que convir que este Castanheiro da índia, que nós sabemos que é árvore antiga, não foi abatida, pura e simplesmente, para que esta obra, em pleno centro histórico da cidade do Lis, geograficamente falando, uma cidade do Centro Oeste de Portugal, muito ligada a El Rei D. Dinis e à sua Santa Isabel, não viesse a ser embargada. É que das condições para a aprovação do projecto de aproveitamento/requalificação dum Palácio dos Viscondes da Barreira, na Rua João de Deus (Ou Largo Marechal Gomes da Costa, como já vi escrito?) com brasão na fachada (também não nos disseram que técnica é que vão utilizar para o preservar, que é uma referência inquestionánel da cidade) consta, preto no branco, que a árvore é para não deitar abaixo!
Só digo mais o seguinte: esta foto já foi tirada há uns meses atrás. Se forem a este local hão-de reparar no estado em que ela já se encontra. Ligeiramente mais mutilada!?
Valerá o esforço?!... (*)
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2007/09/09

Jardim Luís de Camões (ante-polis)


Aproxima-se o Outono... Estas fotografias já são uma imensa saudade do que era o Jardim Luís de Camões em Leiria, há poucos anos atrás (Novembro 2001/2) Saudosismo? Conservadorismo? Talvez! Manteve-se, e muito bem, o nome!
Porquê mudar os bancos, por exemplo? Já viram o inestético e nada harmonioso design dos que vieram substituir estes?

Que é das tílias esplendorosas, monumentais, cheias de vida, que se vêm nesta fotografia (Maio 2005)? Foi a chuva? Foi o vento? Não, não foi a chuva nem foi o vento. Foi a incompetência e imprevidência à rédea solta! Que me desculpem, mas sempre que vejo estas fotos e comparo o Jardim de então com a aridez actual, sinto uma grande comoção dentro de mim! Que querem? Sou um Viseense tão Leiriense como os que o são (ou mais).

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2007/09/08

Recordar...



Estas três imagens dedico-as particularmente à minha amiga I1YG, Alda, que conheci através dos blogues. Uma radioamadora, que também usa CT1YG, que tanto vive em Itália como em Portugal. Claro, a recordação: Estávamos nós, a "rapaziada" da ARAL (neste momento estavam de serviço o Paulo - ct1ewa e o Carlos Pereira - ct1alp), a transmitir nas bandas de amador, para todo o Mundo, de 21 para 22 de Maio de 1998, desde o Castelo de Leiria, no "Meeting Internacional de Radioamadorismo - Ao visitar a Expo98 passe por Leiria". Tivémos o patrocínio da Câmara Municipal de Leiria. Que maratona de rádio! E levámos, lá para cima - um estirão - todo o equipamento necessário, umas largas dezenas de kilos, num "crocodilo amarelo" (às nossas costas, que remédio!).O meu indicativo: ct1cir


Estas duas fotos servem só para vos dizer da minha paixão pela pesca desportiva de mar...Estávamos aqui era de manhã cedo; a outra é uma foto de que eu me gabo muito, mas cuja qualidade digital (assim como as restantes) deixam muito a desejar.
Deixem-me recordar e partilhar estas emoções passadas, mas sempre presentes!...

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2007/09/07

Desfiando a miada histórica de Leiria



Começando por uma árvore, um simples Abacateiro de Leiria (v. post anterior), plantado na encosta SW do morro do Castelo de Leiria e subsequentes fortificações, eis que acabei por fazer uma cobertura fotográfica da cronologia da história das instalações públicas, edifícios e terrenos anexos, onde actualmente se encontra o comando da PSP desta cidade.
Como se pode aquilatar pela observação dos brasões acima (convém ampliar clicando), estas instalações começaram por ser o Paço Episcopal, passando por servir de aquartelamento do RAL4 (actualmente na freguesia da Barreira) e acabando, nos tempos que correm por proporcionar a instalação do Comando da PSP de Leiria.
A última fotografia permite visualizar parte do jardim sobranceiro à Sé, que há-de ter sido extremamente agradável, com um lago, algumas árvores, incluindo de fruto, relva e um excepcional miradouro sobre a cidade. A vista panorâmica e a calma do lugar é fora do comum.
Uma jornada que não vou esquecer e que aqui ficará resumida, que a maior parte das pessoas não conhece este local paradisíaco e a sua história.
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2007/09/06

Na senda de um Abacateiro em Leiria

Logo de manhãzinha, como é habitual, chego ao Largo da Sé, em Leiria, para começar o dia de trabalho, a partir desta base de operações.
Há que tempos que ando curioso em saber que árvore era aquela, lá em cima, na encosta do Castelo, junto às instalações do comando da PSP. Muito sinceramente ainda não tinha conseguido distingui-la àquela distância, mesmo com a teleobjectiva com que hoje tirei esta foto.
Tirei-me de cuidados e fui, armado em repórter, à PSP, pedir autorização para entrar dentro das instalações, cujas, correspondem ao antigo Paço Episcopal. Desde já posso adiantar que fiquei a saber que se trata de um Abacateiro.

Quem sobe a "Ladeira do Castelo de Leiria" depara-se, logo a seguir à Torre Sineira da Sé, com esta vista fabulosa do Largo de S. Pedro. Do lado direito, pode ver-se a fachada de entrada do antigo Paço Episcopal, que depois serviu para nele se alojar o Regimento de Artilharia 4. No pós Revolução de 25 de Abril de 1974 serviu para instalar centenas de desalojados do ex-Ultramar Português (As colónias...). Hoje serve de Comando da PSP de Leiria.
A árvore de grandes dimensões que ocupa grande parte da fotografia é uma Tília tormentosa.

Este fragmento das paredes de azulejos ao longo de corredores e claustros do antigo Paço Episcopal de Leiria, no Largo de S. Pedro, são muito antigos e têm uma particularidade interessante: os azulejos têm alusões variadíssimas e foram colocados, aparentemente, duma forma aleatória.

Após uma pequena espera um chefe da PSP, pessoa muito simpática e sabedora dos segredos daquelas instalações (que bem sabia estavam carregadas de história), acompanhou-me numa visita, começando pela zona dos claustros do antigo Paço, com as paredes recheadas de painéis de azulejos e de brasões e placas comemorativas, cujas fotografias terei que apresentar em próximo post, pois que já não se conseguem alinhar neste.

Posso dizer que esta visita foi muito interessada e extremamente elucidativa. Assim eu tenha engenho para - resumidamente embora - vos transmitir o entusiasmo que senti em relação àquilo que tive ocasião de observar e às explicações que me foram apresentadas.

Muito interessante. Tão perto e tão longe das nossas coisas, bonitas e históricas, que nós andamos!

...(continua)