2017/02/21

Como se fosse o eco de um poema: S.L. e BENFICA em tempos de Félix Bermudes... e de Acácio de Paiva.

Ainda na sequência dos ´posts` anteriores, a propósito de buscas na internet sobre Acácio de Paiva, eis que me deparei com este artigo delicioso sobre o glorioso BENFICA (temos que convir, sejamos ou não adeptos do SLB). Originalmente está publicado no blogue "O Indefectível" no link 
e foi escrito pelo meu primo, por afinidade que seja, Afonso de Melo, bisneto de ACÁCIO de PAIVA, por ser filho da neta Constância Paiva. Convém que se acrescente que veio parar àquele blogue por via de "O Benfica".
Estando seguro que o meu primo não se vai zangar com esta minha liberdade, aqui republico esse artigo histórico e brilhantemente evocador da origem de entusiasmo e de paixão do SLBenfica. Para que conste neste blogue dum viseense/portuense, tão leiriense como os que o são e Benfiquista desde sempre. E que tudo tem feito para que o nome do "Altíssimo Lírico e o Maior Humorista da Poesia Portuguesa", ACÁCIO de PAIVA, se mantenha vivo. Como bem merece.
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Os jogos entre Benfica e Sporting voltaram a estar na moda. Talvez por razões menores que o tempo reduzirá à sua verdadeira dimensão. E se alguém julga que estes são dias conturbados, regressemos aos primórdios para comprar realidades incomparáveis.
antiga Marcolino Bragança

Os jogos entre Benfica e Sporting parecem estar de novo na moda.
Moda por moda, deixemos as modinhas mal ajeitadas dos bate-bocas de mau gosto e vamos dar uma volta a tempos que lá vão. E como vão...
O livro de Júlio Araújo, «Meio-século de Futebol (1888-1938)», é um grande repositório da realidade da primeira  década do Século XX. Também nos socorremos dele para ir tentando ficar com uma ideia clara de génese desta rivalidade que marcou até nos dias de hoje a vida do País. Nada como ir beber água fresca da mais pura das fontes.
Orgulhoso das suas instalações e da sua sede, com lugar num edifício que era propriedade da sua família, ali ao Lumiar, José Holtreman Roquete sonhava agora com um grande team de Futebol. O descontentamento dos jogadores da primeira categoria do Sport Lisboa entreabria-lhe uma porta que não tardou em abrir às escâncaras. De uma assentada, traz para o Sporting oito deles: José da Cruz Viegas, Emílio de Carvalho, Albano dos Santos, António Couto, António Rosa Rodrigues, Cândido Rosa Rodrigues, Daniel Queirós dso Santos e Henrique Costa.
Um autêntico terramoto! Deixem lá estas brincadeiras de Jesus para lá e de Jesus para cá. Isto sim: foi tremendo! Tonitruante!!!
Parecia o fim da linha para o Sport Lisboa, até porque a sangria não ficava por aqui. Manuel Mora, o guarda-redes, partiu para a Argentina (um destes dias trataremos aqui a história interessante desta figura, se tudo se encaminhar para tal); Fortunato Levy para Cabo Verde; outros optaram por seguir a sua carreira no Ginásio Clube Português, no Grupo Sport Benfica, no Cruz Quebrada, no Académico de Lisboa, no Nacional, etc.
Deserção? Dessedência? Traição?
Quem souber que responda. Mas com franqueza!

antiga Marcolino Bragança

A voz de Marcolino Bragança
Ao longo dos anos, este episódio da vida dos dois clubes foi visto por diversos prismas. Um deles, o mais curioso, assumido por Cândido Rosa Rodrigues, declarando que não se poderia falar em dissidência ou de traição até porque não existia rivalidade entre Sport Lisboa e Sporting, e apenas entre Sport Lisboa e Internacional, o velho CIF.
Temeu-se, assim pela vida do Sport Lisboa.
Ah! Como diria Mark Twain: «As notícias sobre essa morte foram manifestamente exageradas».
Terminada a época do Futebol, entrava-se na época dos desportos de Verão. Os protagonistas eram os mesmos. Isto é: jogador de Futebol que se prezasse, chegando o calor, dedicava-se a desportos sem botas, fosse ele a Natação, a Vela, o Ciclismo ou o Automobilismo.
E o sol parece ter auxiliado o olvido e cicatrizado feridas.
Era tempo para que se abrissem no azul claro do céu novos horizontes rubros. Vozes se levantaram; peitos encheram-se de esperanças; o mundo estava aí para os que usavam a gadanha da coragem.
Um belo dia, Marcolino Bragança, um dos melhores jogadores das segundas categorias do clube, ainda jovem estudante do 4.º ano do Liceu, lançou a ideia, tão óbvia que parecia pecado ninguém ter feito eco dela até aí:
- Ouçam lá, e por que é que não passamos o segundo team a primeiro?
Era bem visto, sim senhor. Não houve quem se pusesse. Pelo contrário.
Fez-se o apelo geral. Juntou-se a linha dura dos resistentes: pouco menos de 30 rapazes empenhados em continuar com o clube.
Houve até quem regressasse: gente que tinha ido para o Cruz Qubrada, o Sport Benfica, o Académico de Lisboa...
Os do Sporting não voltaram.
Félix Bermudes e Cosme Damião tomam as rédeas do clube que ressurgia. Todos se dispuseram ao pagamento da quota de dois tostões por mês. Félix Bermudes, escritor bem conhecido pelos seus poemas, peças de teatro e operetas - como foi o caso da famosa «O Timpanas», curiosamente grande amigo e tertuliano do bisavô deste que se assina, Acácio de Paiva -, um dos fundadores da Sociedade Portuguesa de Autores à qual presidiu durante 32 anos, num gesto magnânimo, ofereceu cinco mil réis para um boa nova.
Aqui sim, o Benfica, que ainda não era completamente Benfica, começava a ver medrar as suas raízes populares. Bem ao contrário do Sporting.
O tempo passou.
Houve lutas duras, combates violentos, jogos menos amigáveis do que outros e até uma final da Taça de Portugal em que os adeptos do Sporting fizeram parte da falange encarnada que bateu o FC Porto no Estádio Nacional.
Benfica-Sporting ou Sporting-Benfica: leiam como quiserem - é como se fosse o eco de um poema...
antiga 1907 - segunda equipa Benfica

De cima para baixo. Da esquerda para a direita. Defesa e guarda-redes: Henrique Teixeira, João Persónio e José Neto; Avançados: Félix Bermudes (capitão), Eduardo Corga, Leopoldo Mocho, António Meireles e Carlos França; Médios: Luís Vieira, Cosme Damião e Marcolino Bragança."

Afonso de Melo, in O Benfica


O Perú dos Olivais - Acácio de Paiva (1863-1944)

Recentemente recebi um e-mail duma professora a pedir-me colaboração para encontrar a letra da fábula escrita pelo Lídimo Poeta Leiriense, ACÁCIO de PAIVA, com o título "O Perú dos Olivais".
Esta Fábula está incluída no seu livro "Fábulas e Historietas", 1ª Edição em 1929 e impresso na Tip. ENP, à Rua do Diário de Notícias, 78, em Lisboa. Esta foi a única edição até há pouco mais de 3 anos.
A seguir se divulgam, um vídeo e a letra:


A letra, segundo vem no livro "Falando de Acácio de Paiva", ed. 2013, Junta de Freguesia de Leiria, autor António Almeida Santos Nunes:
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2017/02/18

Rememorando Acácio de Paiva - organização da Biblioteca Municipal de Leiria -11 fevereiro de 2017


Começou-se no Largo da Sé, em Leiria, em frente à casa onde nasceu Acácio de Paiva, a conhecida "Pharmácia de Leonardo da Guarda e Paiva".
David Telles disse poemas de Acácio de Paiva.
Na fotografia do meio podem ver-se: Constância e Filomena Paiva (netas de Acácio de Paiva) e de óculos escuros a Zaida Paiva Nunes (sobrinha neta).
Só um lamento da minha parte: a sra. bibliotecária esqueceu-se do livro que eu escrevi sobre Acácio de Paiva. Pura e simplesmente. E só se falou dele porque a minha prima, Filomena Paiva (Marques da Cruz), chamou a atenção para essa falha. Lamento a desatenção. Ao menos referi-lo...
O livro é este:
Editado com o apoio da então Junta de Freguesia de Leiria, de que era Presidente a Dra. Laura Esperança. Foi em 2013. A reportagem possível sobre a apresentação desse livro pode ser vista seguindo este link.
O livro é de distribuição gratuita. 
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A reportagem fotográfica deste evento pode ser admirada aqui
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.1300836956622059.1073742082.183312168374549&type=3


Uma das fotos da reportagem, na Biblioteca Municipal de Leiria, junto ao mostruário dos livros e documentos que se referiam a Acácio de Paiva. Quase todos.........
Podem-se ver, na parte direita da foto, as netas de Acácio de Paiva: Constância e Filomena Paiva.
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ps.: Filomena Paiva Marques da Cruz morreu, entretanto, em Setembro 2017 e está sepultada em jazigo de família no cemitério de Sto. António do Carrascal, em Leiria.

2017/02/07

Uma nova (des)ORDEM Mundial ?! Não é confundindo os muçulmanos em geral com o fundamentalismo islamita que se conseguirá algum dia erradicar tanto ódio no relacionamento entre os povos.


Em modo DISPERSO…  (XXX)

Uma nova (des)ORDEM MUNDIAL?!

Nos últimos dias, imediatamente após a tomada de posse de Donald Trump, como presidente dos Estados Unidos, estamos a ser surpreendidos – porque nunca imaginámos que este sr. levasse a sua extravagante retórica eleitoral à prática – com notícias chocantes e altamente comprometedoras para todo o Planeta.
No momento em que estou a escrever esta crónica tenho à minha frente o seguinte título de jornal: “Sírios devolvidos a Damasco depois de 13 anos à espera para ir viver nos EUA”. A reportagem informa que estes seis Sírios são cristãos. Ou seja, está em causa ser-se de nacionalidade de um dos sete países de maioria muçulmana, Iraque, Síria, Irão, Sudão, Líbia, Somália e Iémen, independentemente da religião que professem.
Quem conhecer a História das religiões monoteístas do mundo, originárias do Médio Oriente, e a forma como o fundamentalismo Islâmico tem sido motivo de sangrentos atentados e assassínios  a sangue frio perpetrados em nome de Alá, poderá tentar perceber o alcance desta medida drástica e, da mesma forma, radical. Mas não é confundindo os muçulmanos  em geral com o fundamentalismo islamita que se conseguirá algum dia erradicar tanto ódio no relacionamento entre os povos.
É natural que as pessoas se perguntem das razões que levam Trump a reagir tão brutalmente na sua investida anti muçulmana. Do estudo da História das religiões que têm estado no cerne dos confrontos religiosos e xenófogos que têm vindo a assolar todo o mundo pode-se inferir que há memórias que afetam doentiamente muitas mentes:
1-    Jerusalém é sagrada para os judeus desde que o Rei David a proclamou como sua capital no século X ac e para os Cristãos desde as referências que lhe são feitas no Antigo Testamento mas também pelo seu significado na vida de Jesus (Cristo foi crucificado no monte Gógota e é em Jerusalém que se encontra o Santo Sepulcro);
2-    Quando Maomé fundou uma nova religião nos anos 600 que ficou conhecida como o Islão já o Judaísmo e o Cristianismo tinham muitos seguidores, particularmente nas zonas do Médio Oriente;
3-    Maomé acabou por entrar em confronto violento com os Judeus e os Cristãos, do que resultou muita mortandade. O Islão entrou numa fase expansionista e os Cristãos e os Judeus passaram a ser perseguidos. É destes tempos que vem a invenção da estrela amarela cosida nas vestes dos Judeus para os identificar ao caminharem pelas ruas das cidades dominadas pelos islamitas. Estava-se no séc. 9 DC e quem teve essa ideia “brilhante” foi o Califa do Iraque “Al-Mutawakkil Al-Iraq” (ao contrário da ideia que ficou da II Guerra Mundial e do holocausto nazi sobre os judeus);
4-    Os Judeus e os Cristãos eram considerados cidadãos de segunda classe, os “Dhimmi” e só podiam adquirir o direito à vida  se pagassem a “jizya” (taxa de proteção) ou se se convertessem ao Islão;
5-    Os homens cristãos recebiam um “zunnar” (cinto). Será dessa época que ficou o hábito de usar o cinto?;
6-    O Islão conquistou Jerusalém e a esta cidade também o Islamismo ficou ligado pelo facto de lá ter sido o local (monte do Templo) em que Maomé ascendeu ao Paraíso para se encontrar com os Profetas anteriores ao Islão. Esta crença dos muçulmanos ficou conhecida pela “Noite da Ascenção” e ficou registada como tendo acontecido em 620 d.C.;
7-    O expansionismo islâmico só foi travado em 11 de setembro de 1683, às portas de Viena, sendo que este dia acabou por se transformar num símbolo de vingança dos islamitas radicais. Não terá sido por mero acaso que Bin Laden organizou o famigerado ataque às Torres gémeas de Nova Yorque para ocorrer precisamente num 11 de setembro (2011);
8-    Em 3 de março de 1924, a dissolução do califado e a expulsão dos representantes da última dinastia pela Assembleia da Turquia, determinaram o fim dum ciclo de 600 anos de poder do Império Otomano. Assim se encerrou um período da história mundial que tanto influenciou a geografia política, religiosa e social no Oriente e  na Europa.
Entre as principais reformas que garantiram a ocidentalização da Turquia há que ressaltar: a concessão de direitos às mulheres, a adoção da escrita romana, do calendário gregoriano e do costume ocidental do sobrenome. Em 1926, aboliu-se também a poligamia.
Quer dizer, o Califado Islâmico existiu durante 1.400 anos tendo sido extinto há menos de 100 anos, portanto. Daí a tensão reinante em resultado de todas as convulsões que têm sido originadas pela pretensão extremista de radicais ultra-ortodoxos islamitas ao se lançarem na aventura da recriação dum Estado Islâmico (EI/IS).
É necessário e urgente educar as populações sobre a história do mundo. Infelizmente, o que se constata é que as novas gerações estão muito mal preparadas para enfrentar/compreender determinados fenómenos, como este das guerras e assassínios bárbaros praticados pelo autoproclamado  Estado Eslâmico. E não se descure também o conhecimento de todos os outros holocaustos que tiveram lugar à sombra das várias religiões e nacionalismos exacerbados. Em última análise o que está em causa é a tentativa do domínio dos pontos estratégicos do globo do ponto de vista da Economia usando a ignorância e apatia das populações.

(Não resisti e escrevi esta crónica)
António Almeida Santos Nunes



2017/02/01

Eu como reflexo do meu avô materno




Há dias,
Fátima, Santuário
Paz, aparente ou não, Paz
Amém
...
A minha mãe olha-me e diz
como és parecido com o teu avô
não diz expressamente - o meu pai -
eu já sei que é a ele que se refere
não tenho nenhuma foto desse meu avô
pelos vistos não será preciso
a minha serve...
olho-me nesta foto
como estou a ficar parecido
com a minha mãe
os sinais na cara são os dela
os olhos não, esses são do
meu avô...
Gostava de te ter conhecido avô
só me lembro do ambiente
soturno e melancólico
do dia em que tu morreste...
mais nada ...

fev2016
as-nunes

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nota:
O meu avô materno chamava-se Aurélio Gonçalves, segundo está a deixar escrito o meu pai.


4

ps.: (05-04-2021)
Ontem fomos a sepultar a minha mãe, Maria da Encarnação de Almeida. A sua urna ficou enterrada na campa de família, mesmo ao lado da da sua mãe Maria de Jesus Almeida, da sua irmã Aurélia Gonçalves e do meu pai, também falecido dias antes, 06-04-2021).
Decorridos os próximos 3 anos, o corpo da minha mãe deverá ser trasladado para a campa da minha avó Caria (mais propriamente Maria de Jesus Almeida).



2017/01/21

José da Silva Fabião. Recordando uma vida dedicada à fotografia de e sobre Leiria. No dia da sua morte

(clic para ampliar e ler)

In "Região de Leiria" de 31-12-2008
Estou a republicar todos os registos que fui deixando nos meus vários blogues.
Este está no original publicado aqui  . 
Neste dia em que o Snr. Fabião nos deixou e vai a caminho das estrelas...
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José da Silva Fabião morreu hoje, 21 de Janeiro de 2017.
Esta fotografia foi originalmente publicada no Facebook da sua neta, Sara Fabião, filha do Paulo Fabião.
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Fotografias e digitalizações publicadas por outro leiriense, também grande amante da fotografia, Fernando Rodrigues, no seu Facebook:




José da Silva Fabião e a sua esposa, em frente ao "Turismo" em Leiria. Há 30 anos atrás, talvez...
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José Fabião. Partiu o homem que sonhava todos os dias com fotografia


José Fabião deixa-nos aos 97 anos, depois de fotografar até aos 80. O homem que sonhava todos os dias com fotografia parte, mas a sua marca é indelével em Leiria: ele é, e continuará a ser, "o" fotógrafo da cidade.
Em 2015, na última entrevista ao REGIÃO DE LEIRIA, para o projeto "Encontro de gerações", assumiu:
"Eu fui fotógrafo para sempre. Todos os dias sonho com fotografia. É uma coisa horrível, mas é verdade!”.
Em 2015, José Fabião recebeu o Galardão Afonso Lopes Vieira para o prémio Carreira. Para sempre será recordado como "guardião" de imagens e memórias de Leiria.
Deixa um vasto espólio fotográfico, que documenta décadas da vida da Leiria do século XX, e que está entregue aos cuidados do m|i|mo - Museu da Imagem em Movimento de Leiria.

JOSÉ DA SILVA FABIÃO morreu hoje, 21 de janeiro de 2017

VIVER em LEIRIA: JOSÉ DA SILVA FABIÃO - HOMENAGEM AO MÉRITO FOTOGRÁ...: (Foto digtalizada a partir do semanário "A Região de Leiria" de 13 de Outbro de 2006) - José da Silva Fabião, recebeu, na Terça-F...



Este "post" transcrevo-o nesta data, vindo do meu blogue "Viver em Leiria". Em  2006.
Texto que escrevi então naquele blogue:
José da Silva Fabião, recebeu, na Terça-Feira da semana passada, das mãos da Ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, a Medalha de Mérito Cultural pelo seu extraordinário e longo no tempo, trabalho na Arte de bem fotografar todo o género de eventos e, muito particularmente, por se ter transformado num exímio retratista fotográfico, sendo notáveis os seus retoques nos negativos dos tempos da fotografia analógica. Com 85 anos de idade ainda continua a fotografar no seu estúdio. Confidenciou-me há dias, que só desiste da fotografia quando de todo não se sentir em condições físicas. É que apesar da sua proveta idade encontra-se em plena forma.

Parabéns Snr. Fabião.
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José da Silva Fabião morreu em 21 de janeiro de 2017.
Paz à sua alma. Morreu o homem, ficou a memória da sua vida, do seu caráter, do seu modo de estar na vida, afável, participativo,  o seu trabalho fotográfico, um monumento que o vai perpetuar na memória dos Leirienses.

2017/01/17

POesia (ensaios menores). Dizem que não é poeta quem quer

Foto de António Nunes.


Dizem

Que não é poeta quem quer
Pois eu penso que
Ser poeta é sentir a poesia
Só isso…

Agora apetece-me ser poeta
Apetece-me escrever como
Um poeta
Que já não sabe a idade
Ora se sente jovem e não pensa
Ora pensa antes de escrever
E começa a fazer contas de cabeça

Agora não quero fazer contas
Olho a serra
Aquela linha divisória
D´Aquém e d´Além

A verdade é que essa fronteira
Vê-se
Ali bem em frente
olhando para sudeste
Naquele ponto ínfimo
E no infinito do seu próprio olhar

Como um ´sniper`
Aponto
Preparo-me para disparar

Espero o momento
Mais um pouco de espera
O vento tudo muda
Neste horizonte de janeiro

Agora que já estou a escrever
Olho novamente aquele ponto
Na mira outro momento
A foto fixou outro instante
Um momento irrepetível
Infinitamente intangível
Que me deixou assim
Sensível…

as-nunes
3jan17

2017/01/14

Pintura em Leiria: Mó Hingá expõe pinturas duma vida com temas alusivos a Leiria


Joaquim Santos que apresentou o ato inaugural, a sua neta que organizou a exposição, o sr. Adrião Hingá (pintor) e a D.São, proprietária das lojas São ópticas.

Adrião Hingá (Mó)




Adrião Rodrigues Franco Hingá (MÓ Hingá, como é conhecido entre os amigos), um leiriense que gosta de pintar Leiria.







Artur Franco (outro pintor de Leiria, aguarelista de renome) com Mó Hingá













Fotos retiradas do Facebook de Fernando Rodrigues


2017/01/07

A serra em poema


Dizem

Que não é poeta quem quer
Pois eu penso que
Ser poeta é sentir a poesia
Só isso…

Agora apetece-me ser poeta
Apetece-me escrever como
Um poeta
Que já não sabe a idade
Ora se sente jovem e não pensa
Ora pensa antes de escrever
E começa a fazer contas de cabeça

Agora não quero fazer contas
Olho a serra
Aquela linha divisória
D´Aquém e d´Além

A verdade é que essa fronteira
Vê-se
Ali bem em frente
olhando para sudeste
Naquele ponto ínfimo
E no infinito do seu próprio olhar

Como um ´sniper`
Aponto
Preparo-me para disparar

Espero o momento
Mais um pouco de espera
O vento tudo muda
Neste horizonte de janeiro

Agora que já estou a escrever
Olho novamente aquele ponto
Na mira outro momento
A foto fixou outro instante
Um momento irrepetível
Infinitamente intangível
Que me deixou assim
Sensível…

as-nunes
3jan17

2017/01/01

Poema de Carlos Pires com música de Pedro Jordão, Ilustração de Fílvio Capurso - ser

Tenho a honra e imenso prazer em integrar o Grupo de "Serões Literários das Cortes"desde há, já nem me lembro bem,  quantos anos, talvez mais de cinco.
Hoje, 1 de Janeiro de 2017, lembrei-me de  partilhar este trabalho (no âmbito das ações deste grupo) ensaios literários e/ou artísticos, que lá vamos expondo e conversando.
Estou, neste preciso momento, com pouco tempo para grandes explanações. Vou ser breve. Mas o caso é que é agora ou perco a ocasião.
Comecemos, então, por este trabalho que a seguir se apresenta.


ser


ser generoso apesar
do que foge e alcança

dar à gratidão um nome
que não baste para nomear
o quanto

saber que há janelas
que abrem para o que nunca
entenderás

e tão humilde
vendo a tua sombra envelhecer
diante da luz e das coisas
que te trazem
agora

estrelas água caminhos
sinais e animais do ar

e agora
abre os braços
e sossega

Poema de Carlos Lopes Pires

Ilustração de Fulvio Capurso
Música de Pedro Jordão

-

Este trabalho recebi-o por e-mail, ao qual respondi:



uma ânsia infinita de querer ser
não sei se conseguirei isso algum dia
só sei que é difícil ser

que 2017 que aí vem
vai ser?

as-nunes


2016/12/30

Que Agenda para 2017?



Também no meu FB

Todos os finais de ano preparo uma agenda em papel para o ano seguinte. Que não é só agenda cronológica. Também é uma espécie de Diário do quotidiano, muitas vezes do trivial, mas que também faz parte integrante e inalienável da nossa vida. É uma agenda vulgar, daquelas que se compram olhando ao preço, que as há por aí, no mercado, a preços exorbitantes. Na parte final, antes da contracapa, adiciono os apontamentos auxiliares de memória, que já vêm de anos anteriores. Ora, acontece que eu uso um código que não sei se os próprios serviços da CIA ou da Mossad ou mesmo da KGB, seriam capazes de os decifrar. O problema é que eu próprio, fiando-me na minha memória natural (rom), entro muitas vezes em ´vrille` e fico confuso e de olhos em bico... 
Bem, tudo isto para vos desejar um BOM 2017.

2016/12/28

Kalinka


("Jamais se ouvirá de novo ao vivo aquela belíssima interpretação de "Kalinka" que lhe enviei há algum tempo; o grupo (à excepção do solista e de outro membro) estava no avião que se despenhou no Mar Negro." in fb de Rita Ferro ) 28dez2016
Ver vídeo original: https://youtu.be/TbML094nmmQ

Kalinka (Alfabeto Latino) (wi)

Kalinka, kalinka, kalinka moya!
V sadu yagoda malinka, malinka moya!
Kalinka, kalinka, kalinka moya!
V sadu yagoda malinka, malinka moya!
Ah! Pod sosnoyu, pod zelënoyu,
Spat polazhite vy menya.
Aj lyuli, lyuli, ai lyuli, lyuli,
Spat polazhite vy menya.
Kalinka, kalinka, kalinka moya!
V sadu yagoda malinka, malinka moya!
Kalinka, kalinka, kalinka moya!
V sadu yagoda malinka, malinka moya!
Ah! Sosënushka ty zelënaya,
Ne shumi zhe nado mnoj!
Aj lyuli, lyuli, ai lyuli, lyuli,
Ne shumi zhe nado mnoj!
Kalinka, kalinka, kalinka moya!
V sadu yagoda malinka, malinka moya!
Kalinka, kalinka, kalinka moya!
V sadu yagoda malinka, malinka moya!
Ah! Krasavitsa, dusha devitsa,
Polyubi zhe ty menya!
Aj lyuli, lyuli, ai lyuli, lyuli,
Polyubi zhe ty menya!

Kalinka, kalinka, kalinka moya!
V sadu yagoda malinka, malinka moya!
Kalinka, kalinka, kalinka moya!
V sadu yagoda malinka, malinka moya!

Adelaide Félix a falar de Acácio de Paiva, ´insigne poeta leiriense`. Em 1944

Sempre que me ocorrer e tiver disponibilidade temporal e anímica para isso, aqui vou deixando as minhas notas e Apontamentos do que vou observando e/ou fazendo. 
Que possa servir para quem aqui vier espiolhar...
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Acácio de Paiva lembrado por Adelaide Félix

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Notas aquando da recolha de informação sobre
Acácio de Paiva, ´insigne poeta leiriense`.
- António AS Nunes para “Falando de Acácio de Paiva”, ed. Junta de Freguesia de Leiria, 2013.


Composto e impresso na Pap. Veneza. Lisboa. 1944. De 23x18 cm. Com 41 pags. Brochado. Ilustrado pelo Dr. Leonel Cardoso.
Este livro tem 41 páginas .
Nele é publicada uma conferência da autora, pronunciada na noite  de 20 de Março de 1944, na Casa do Distrito de Leiria, e ilustrado por Leonel Cardoso.
Com esta conferência a Dra. Adelaide Félix pretendeu realçar a atividade literária dos escritores que, na sua opinião, mais se teriam, até à data, revelado, ilustrando as terras e as gentes desta área geográfica de portugal:  o Distrito de Leiria.

Adelaide Félix (Santarém 1896 - Lisboa 1971) licenciou-se em Filologia Germânica pela Universidade de Lisboa e estagiou na Alemanha, país que visitava regularmente.
Publica o seu primeiro romance "Hora de instinto" em 1919 a que se segue, em 1921, uma colectânea de contos "Miragens Torvas".
Foi Teófilo Braga, seu mestre de Literatura, quem a incentivou a seguir a vida literária, tendo-lhe prefaciado um ensaio - "Shakespeare e o Othelo".
Exerceu funções docentes no Liceu D. Filipa de Lencastre, em Lisboa e foi também professora no Liceu de Leiria, tal como a própria afirma no "Roteiro de viagens feitas no mar tormentoso das letras por gentes de Leiria e seu termo", conferência que pronunciou na noite de 22.03.1944, na Casa do Distrito de Leiria, em Lisboa.
… "É ainda de Rodrigues Lobo, o liceu onde orgulhosamente eu servi..."


Esta foto foi tirada no decorrer da sessão de encerramento do festival dos jogos florais do Outono de 1965.
É de toda a justiça assinalar que o “Príncipe dos poetas” se chamava José Ribeiro de Sousa, de Maceira Lis (Florão de Louros de Prata).
Uma particularidade interessante deste festival: cada concelho da Região de Turismo de Leiria, teve a representação em palco de uma jovem escolhida a preceito. A representante do concelho de Leiria, foi Zaida Manuela Teles e Paiva, por sinal sobrinha-neta de Acácio de Paiva.

Adelaide Félix foi a presidente do Júri deste certame literário. A dado passo do seu discurso, disse:
(…) ”; e alegram-me, finalmente, a alma, porque cumprindo a sua tarefa, todos os componentes dum júri literário acabam por encontrar, nas produções apresentadas, alguma hora alta, alguma tarde de vento e de sol, que na lida da vida, já bateu à porta de todos nós.”
Não sendo natural de Leiria, aqui viveu vários e interventivos anos, muito contribuindo para a dignificação e divulgação das gentes e das obras literárias de muitos leirienses de alto mérito literário.  Por isso mesmo aqui fica o meu reparo por o seu nome não constar do “Dicionário dos Autores do Distrito de Leiria”, ed. Magno – Leiria – 2004.

-
Voltando mais atrás. Adelaide Félix disse, no seu discurso de 1944, que originou a publicação acima referida,  a propósito de Acácio de Paiva:

“… e não é um mareante, nem dois, nem três, que compõem hoje a tripulação da barca.
Nos cestos das gáveas, ao leme, no tombadilho, trepando aos mastros, ou no comando da nau, vejo gente, da melhor, entre a marinhagem que navega no mar tormentoso das letras contemporâneas.
E entre ela vai esse perdulário de rimas opulentas e do modelo de poesia alegre que é o leiriense Acácio de Paiva. Não cuida, nunca cuidou do seu renome.
Não busca vender livros – pois nem sequer se dá à tarefa de coligir milhares de versos esparsos… .
Dizer «Acácio de Paiva» é o mesmo que dizer insonciance, ou portuguesmente: «… Quanto a glória… tanto se me dá… como se me deu!...»

Ϩ
Notas de António AS Nunes em consulta na Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira
Em 2012/3.


2016/12/26

Mário Soares em estado de saúde crítica. Uma vida ao serviço da Liberdade e da Democracia.





Mário Soares é, incontestavelmente, o pai da Democracia Parlamentar em Portugal, que hoje vivemos. Os contestatários à sua ação política invocarão as suas razões, mas que se trata duma personalidade ímpar na História de Portugal, disso não tenho qualquer dúvida. Nestes momentos limite, em que a sua vida parece estar por um fio, não podia deixar passar este dia sem que o evocasse como Homem, orador exímio e lutador determinado pela causa da Democracia e duma ideia utópica de Socialismo Democrático. Participei em todas as suas Campanhas Eleitorais, quer como Secretário-Geral do PS quer às Presidenciais. Foram muitos anos de participação militante para defender uma causa em que o Socialismo e a Liberdade pudessem coexistir. Quantas vezes de microfone na mão nas campanhas, pelas terras do Distrito de Leiria! Uma utopia, claro está, repito. Mas uma utopia pela qual não me arrependo de ter lutado até à exaustão, em muitos casos... Os anos passam e a minha perceção do rumo que a vida política acabou por levar em Portugal desmotivou-me a partir dos anos 2000. Os homens que se foram alcandorando aos lugares proeminentes da hierarquia partidária acabaram por, mais uma vez, provar à saciedade, que há que mudar o paradigma da organização política da Nação. A Administração do Estado tem sido mal fiscalizada. 
Mário Soares é fixe. Continuará fixe, porque a História não o vai esquecer e, muito menos, denegrir!...

(Partilha do meu FB )


O decorrer do tempo no banco público (W) no Largo da Sé de Leiria


Como se sabe, de há uns anos a esta parte, mudámo-nos em permanência, para os Lourais, Barreira.
Vimos ao Largo da Sé, de vez em quando, para tratar do gaz (que continuamos clientes do sr. Esperança, dono duma empresa que vimos nascer e que agora é um portento na zona Centro na área da distribuição de gaz engarrafado) e para dar uma vista de olhos na casa da família. 
Enquanto estava parado dentro do carro, encostado à ex-sede da Associação de Futebol, tirei esta fotografia para dar ênfase àquele banco e seu ambiente. Quantas vezes ali não se sentavam à conversa o Mó e o Zé Hingá, uns amigos, e o da Lavandaria (já falecido, o sr.Nélson), o Faria (da loja das miudezas - já falecido), etc...
Por curiosidade, siga-se este link:
http://dispersamente.blogspot.pt/search/label/banco%20p%C3%BAblico%20do%20largo%20da%20s%C3%A9%20de%20leiria