Quem, no outono de 2012, sai da Marinha Grande a caminho de S. Pedro de Moel...
Quem está na rotunda antes de subir para o Sítio da Nazaré e olha, num fim de tarde de outono, para o mar...
ODE À PAZ
Pela verdade, pelo riso,
pela luz, e pela beleza,
Pelas aves que voam no
olhar de uma criança,
Pela limpeza do vento,
pelos actos de pureza,
Pela alegria, pelo vinho,
pela música, pela dança,
Pela branda melodia do
rumor dos regatos,
Pelo fulgor do estio, pelo
azul do claro dia,
Pelas flores que esmaltam os campos, pelo sossego dos pastos,
Pela exactidão das rosas,
pela Sabedoria,
Pelas pérolas que gotejam
dos olhos dos amantes,
Pelos prodígios que são
verdadeiros nos sonhos,
Pelo amor, pela liberdade,
pelas coisas radiantes,
Pelos aromas maduros de
suaves outonos,
Pela futura manhã dos
grandes transparentes,
Pelas entranhas maternas e
fecundas da terra,
Pelas lágrimas das mães a
quem nuvens sangrentas
Arrebatam os filhos para a
torpeza da guerra,
Eu te conjuro ó paz, eu te
invoco ó benigna,
Ó Santa, ó talismã contra
a indústria feroz.
Com tuas mãos que abatem
as bandeiras da ira,
Com o teu esconjuro da
bomba e do algoz,
Abre as portas da História,
……………………………….. Deixa passar
a Vida!
Natália Correia
1989
(Vai-se dizer poesia
e falar da poetisa,
na biblioteca municipal
de Alcanena,
sábado que vem)