CASAL Fonte da Barroca - Casal - Ribafeita - Viseu - 4 de Abril de 2007 - dia de Sol - uma hora da tarde.
Esta fonte foi construída, na sua forma actual, em 1946, conforme está escrito, em baixo relevo artesanal ,na própria pedra de onde sai a bica. A água provém da serra, era muito usada para todos os fins. Actualmente, com a água canalizada e o saneamento, já poucas pessoas se servem daquele precioso líquido.
Não é por falta de receptáculo que o correio deixa de ser entregue no endereço correcto.
Se bem me lembro era esta a eira onde a minha avó Maria de Jesus (1883-1971) com a ajuda das suas filhas (Dores, Aurelina,Adélia, Cassilda,Encarnação) e homens que se contratavam ou, simplesmente, ajudavam, malhavam as espigas de milho e outros cereais e leguminosas, cevada e feijão, sei lá que mais. Lembro-me vagamente de ter experimentado um mangual (pode ser que ainda faça um desenho dessa ferramenta tal como me recordo, tantos anos passados...).
O que resta dos "espigueiros" de antigamente (activos até aos anos 70, mais coisa menos coisa), que eram os abrigos e secadores das espigas de milho, depois de desfolhadas. Tinham uma estrutura-base em pedra granítica aparelhada e o entaipamento era feito em finas tábuas de pinho que deixavam passar o ar para que as espigas secassem. Daqui seguiam para a eira para serem malhadas e os grãos secarem. Quantas vezes não se tinha que recolher o grão todo para o palheiro ao lado, por causa da chuva!
Em segundo plano pode observar-se um carvalho (carvalha como se dizia, aliás os meus pais têm um pinhal/carvalhal que se chama "carvalha". Quantas vezes é que já não ardeu nos fogos dos últimos anos!)
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Em próximos posts gostaria de vos mostrar outros aspectos desta freguesia da Beira Alta: comecei pelo Casal (terra onde nasci). De seguida iremos à zona da Igreja Paroquial de Ribafeita, com uma vista panorâmica deslumbrante sobre uma extensão enorme do Rio Vouga. Junto ao portão do cemitério, no seu interior, existe uma cameleira(*) digna de ser propagandeada; tem, seguramente, segundo me garante o meu pai, com 83 de idade, mais de 100 anos...sei lá quantos mais não terá?! Seguiremos para "Covelas" - lembram-se das notas anteriores sobre o Dr. Samuel Maia e o seu livro "Mudança d´Ares", ed. de 1916? - a terra da azeitona, a minha mãe, hoje com 82 anos, bem se lembra dos anos em que andou na apanha da azeitona, a calcorrear aqueles caminhos íngremes e pedregosos, sempre com o serpentear agreste do Vouga lá bem no fundo dos montes! Iremos à Lufinha ver a sua capela e o coreto inaugurado há pouco tempo. Passaremos por Gumiei, cuja Escola Primária frequentei, ainda que por poucos meses. Lembro-me bem da cana que o professor Américo tinha sempre à mão! Gumiei é uma aldeia com grandes tradições, muitos vestígios de casas senhoriais, agora votadas praticamente ao abandono! Requer uma reportagem especial em tempo oportuno!
(*) Tenho fotos para mostrar. Redescobri outra acácia, no Casal, nas traseiras do casario do Eirô (meio-do-povo), que terá a mesma idade!?...