2014/08/28

Eduardo White - Poeta moçambicano morreu aos 50 anos




Morreu no passado dia 24 de Agosto, de madrugada, no Hospital Central de Maputo, o poeta moçambicano Eduardo White, um dos nomes mais significativos da actual literatura moçambicana e autor de uma extensa bibliografia, inaugurada há 30 anos com Amar sobre o Índico (1984). Tinha 50 anos.

A morte de Eduardo White ocorreu às 3h da manhã, segundo uma mensagem colocada por familiares na página de Facebook do escritor, que algumas horas depois já tinha mais de centena e meia de mensagens lamentando o desaparecimento do autor de Poemas da Ciência de Voar e da Engenharia de Ser Ave (1992), Janela para Oriente (1999) ou O Manual das Mãos (2004).

Eduardo Luís de Menezes Costley-White nasceu a 21 de Novembro de 1963 em Quelimane, de mãe portuguesa e pai inglês. É um dos poetas ligados à fundação da revista bimestral Charrua, da Associação de Escritores Moçambicanos (AEMO), que em meados dos anos 80 contribuiu para renovar a literatura do país.

Em 2001, foi considerado a figura literária do ano em Moçambique, e três anos depois recebeu o Prémio José Craveirinha, atribuído ao seu livro O Manual das Mãos. Em 1992, já recebera o Prémio Nacional de Poesia por Poemas da Ciência de Voar e da Engenharia de Ser Ave. Ainda no ano passado, recebeu o Prémio Literário Glória de Sant'Anna com o livro O Poeta Diarista e os Ascetas Desiluminados.

Além de poesia, publicou também novelas e outros textos em prosa. Entre os seus livros mais recentes incluem-se O Homem a Sombra e a Flor e Algumas Cartas do Interior (2004), Até Amanhã Coração (2007), Dos Limões Amarelos do Falo às Laranjas Vermelhas da Vulva (2009), Nudos (2011), antologia da sua obra poética, O Libreto da Miséria (2012), A Mecânica Lunar e A Escrita Desassossegada (2012), O Poeta Diarista e os Ascetas Desiluminados (2012), e Bom Dia, Dia (2014), recentemente lançado pela chancela portuguesa Edições Esgotadas.

A AEMO já divulgou um comunicado a lamentar a "morte prematura de um dos maiores talentos da literatura moçambicana".

(texto publicado pelo Público na internet)
-
in
«Dos Limões Amarelos do Falo às Laranjas Vermelhas da Vulva»


Não faz mal.

Voar é uma dádiva da poesia.
Um verso arde na brancura aérea do papel,
toma balanço,
não resiste.

Solta-se-lhe
o animal alado.
Voa sobre as casas,
sobre as ruas,
sobre os homens que passam,
procura um pássaro
para acasalar.

Sílaba a sílaba
o verso voa.

E se o procurarmos? Que não se desespere, pois nunca o iremos encontrar. Algum sentimento o terá deixado pousar, partido com ele. Estará o verso connosco? Provavelmente apenas a parte que nos coube. Aquietemo-nos. Amainemo-nos esse desejo de o prendermos.

Não é justo um pássaro
onde ele não pode voar.

(p. 22)

(pode-se consultar mais aqui)

2014/08/23

Aldrabas em Leiria (Sé e ruas próximas). Ler também o que escreveu Aquilino Ribeiro.

Numa das ruas da zona histórica de Leiria
 
Na rua D. Dinis. O batente já lá vai.

 Uma pega na caixa de correio? 

É melhor limar os parafusos. Digo eu... 


Há dias foi publicado, num dos meus registos, um comentário dum amigo de Viseu, a esclarecer que há diferenças que devem ser consideradas, entre o que se deve entender por aldraba e por batente.
Fiquei com a nota (aliás essa dúvida já se me tinha levantado). 
Para mim, é assim: tudo o que não tiver o feitio duma mãozinha a agarrar numa bola e uma base metálica presa/incrustada na porta, deixa de ser batente para ser aldraba.
Discutível, claro, se tivermos em conta o que dizem os dicionários.

Interessante este trecho do romance de Aquilino Ribeiro, "Terras do Demo", p 266, Ed. Círculo de Leitores, 1983:
"Uma boa manhãzinha, a Teresa Zabana apresentou-se à porta do Joaquim Javardo, em Aris, a bater à aldraba.
- Olhe que não está; saiu para as fazendas - esclareceu uma voz ali perto."
Ou então n´O Malhadinhas", p 17, ed. Bertrand, 2008:
(...)
Nunca adiantei o pé em casa alheia, sem tocar a aldraba; (...)

2014/08/18

2014/08/10

Aldrabas e Batentes na zona da Sé de Viseu



 Uma belíssima residencial junto ao Largo de D. Duarte - Viseu


Batente, Mão de Mafona 

 Igreja da Misericórdia - em frente à Sé de Viseu

 Na porta principal da Sé de Viseu ...

 Porta principal da Sé de Viseu.
-
NB.: Tenho usado o termo "aldraba" sem a preocupação de que devemos considerar as funções específicas destes utensílios/ornamentos.
É de ter em conta opiniões mais precisas, como a que vem expressa no 1º comentário:
"A aldraba distingue-se do batente porque ao girar acciona o fecho e abre a porta. Os batentes servem ou serviam para chamar os da casas.
Batentes nas fotos 1,2,5,6 e 11;Aldrabas se rodarem sobre um eixo para abrir a porta nas fotos 4 e 10,há aldabras que também são batentes."

2014/08/08

Praia do Pedrógão - Agosto de 2014 - Praia Nova

 Fomos à praia: eu, a Zaida e a ´Tina`
Afastámo-nos o mais possível da zona da praia junto às pedras. A tendência das pessoas é juntarem-se em magote nesta zona.
 Obras de proteção das dunas da zona da praia Nova, a sul das "pedras"... Esperemos que resulte.
Rezemos!


O largo das pedras na Praia Do Pedrógão, visto do lado da praia Nova.

Esta ponta sobre o mar do Pedrógão é a sempre falada como "as pedras". Do lado direito, imediatamente a seguir ao limite da fotografia, pode-se ver um buraco enorme, cuja base deve ficar ao nível do mar. As pedras que estão a proteger toda a zona da foz do Lis na Praia da Vieira foram retiradas daqui nos ano 40? do séc. passado. Um crime!
(Mais fotos no meu FB https://www.facebook.com/orelhavoadora/media_set?set=a.10200895655830635.1073741995.1742211899&type=3 )

2014/08/05

À minha mãe Encarnação no dia do seu 90º aniversário


((Em 1971/2 (na quinta da Fernandinha (Bº Abílio Jerónimo - Viseu) com a Inês, ao colo, e a Isabelita (Hoje Prof. Dra. da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra))

A ti,  minha mãe
(no dia dos teus 90 anos)

No dia 4 de Agosto de 1924
No Casal pela primeira vez
Tu, minha mãe, viste  a luz
Tempos de extrema escassez 

A minha avó Queiriga (Caria)
Esperou até eu regressar
Da guerra de Moçambique 
A Zaida, a Inês,  comigo a voltar

O meu avô, teu pai
Não o cheguei a conhecer
Só me lembro 
De no Porto falecer

Dizes que sou parecido com ele
Dizem que sou parecido contigo
Olho-me na fotografia
A ver se o avô ver consigo 

Só vejo que cada dia que passa
Contigo me sinto mais parecido

Salve, Mãe
antónio