O velho problema das zonas históricas, os núcleos de muitas das nossas cidades, Leiria íncluída.
Esta fotografia retrata a lastimável situação a que estão a chegar alguns dos edifícios do Centro Histórico de Leiria. Podem notar-se duas situações, qual delas a mais flagrante.
O edifício que se vê já parcialmente demolido e com pré-licenciamento aprovado, mantém-se no estado revelado na foto, há vários anos. As obras já começaram e foram interrompidas algumas vezes. Os motivos de tal dislate, que constam publicamente, prendem-se com burocracias e consequente desmotivação dos investidores para prosseguir com os trabalhos de reconstrução do prédio. E fica-se com a sensação de que não se está a actuar com a convicção necessária para levar por diante esta obra tão importante para o restauro da Zona Histórica de Leiria.
No plano imediatamente a seguir, de permeio a Rua Direita, existe outro prédio que consta está ambém para reconstruir. O entrave que está a levantar-se, neste caso, tem a ver com o desentendimento com um inquilino quanto ao montante da indemnização a pagar. Entretanto, repare-se no calamitoso estado do telhado do prédio, uma boa parte do qual está protegido por plástico em vez de telhas. Na extremidade encostada ao prédio ao lado, veja-se o autêntico relvado que se está a formar. Já imaginaram o que isso significa em termos de iminência de desabamentos e infiltrações de humidade?
Ou seja, ou as obras de recuperação deste prédio vão avante com a rapidez necessária, ou um dia destes, estamos a lamentar que naquele sítio haverá mais um "buraco negro" na Zona Histórica de Leiria.
É que estamos no Largo da Sé de Leiria. Um local a preservar a todo o custo, um dos locais da cidade que já foi dos mais frequentados pelos turistas de todo o Mundo.
Há dias desmoronaram duas casas no Centro Histórico de Viseu. Não houve desastres pessoais, para além dos bens que se perderam, mas podia ter acontecido uma desgraça, com mortes e feridos. E, quando assim é, fica toda a gente de consciência tranquila.
Em muitos casos, entaipam-se os escombros e aguarda-se que saia o euromilhões para se fazerem obras. O problema é que acontece com muita frequência, que os proprietários dessas casas não têm capacidade financeira para restaurar esses prédios ou, quando o têm, deparam-se com a inevitabilidade de ter de indeminizar os inquilinos (Há décadas e décadas nessa qualidade) para poderem de seguida proceder às obras de manutenção indispensáveis.
Em muitos casos, entaipam-se os escombros e aguarda-se que saia o euromilhões para se fazerem obras. O problema é que acontece com muita frequência, que os proprietários dessas casas não têm capacidade financeira para restaurar esses prédios ou, quando o têm, deparam-se com a inevitabilidade de ter de indeminizar os inquilinos (Há décadas e décadas nessa qualidade) para poderem de seguida proceder às obras de manutenção indispensáveis.
Que fazer?
A solução ideal seria a promoção de financiamentos a longo prazo e a juros bonificados que permitissem a manutenção ou restauro dos prédios previamente sinalizados e em zonas devidamente demarcadas.
Ao fim e ao cabo o que é que caracteriza e distingue as cidades actuais umas das outras, senão os seus Centros Históricos, com os seus edifícios representativos das várias épocas passadas e que simbolizam a evolução social, política e económica ao longo dos séculos? Sem esquecer a preservação de todo o ambiente paisagístico e de desenho da urbe que está na sua origem?
Ao fim e ao cabo o que é que caracteriza e distingue as cidades actuais umas das outras, senão os seus Centros Históricos, com os seus edifícios representativos das várias épocas passadas e que simbolizam a evolução social, política e económica ao longo dos séculos? Sem esquecer a preservação de todo o ambiente paisagístico e de desenho da urbe que está na sua origem?
Claro que é preciso haver orçamento onde haja cabimento das verbas necessárias.
Por isso é cada vez mais premente que os Governantes e Autarcas tenham vontade política para que não se desperdicem sucessivamente as várias oportunidades que vão surgindo e não se desviem fundos para obras eleitoralistas em detrimento do que é útil, necessário e catalisador do sentimento de comunidade que deve reger a vida do Homem!