2007/03/29

Adeus...

(clic em cima da foto para ampliar - vale a pena)

O Rossio, ou seja a Praça da República, em Viseu, hoje, aí pelas 3 e meia da tarde. Nos meus tempos de menino e moço, fartei-me de correr e saltar por estes lados, hoje vi-o muito despido, algo desconfortável. A temperatura até estava agradável atendendo a que tinha chegado de Leiria.
Vim ao enterro do meu tio e padrinho, Serafim, 80 anos. Daqui seguimos para o Casal de onde o cortejo fúnebre seguia até ao cemitério de Ribafeita, sede da freguesia. E lembrei-me, como se fosse hoje, dos tempos do folar que o meu padrinho me dava, depois de cumpridos os ritos que mandava a tradição: deite-me a sua benção, meu padrinho; Deus te abençoe, meu rapaz. E lá vinha aquela nota mágica de 20 paus...
Adeus padrinho, descansa em paz!...

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2007/03/28

Outdoors a conspurcar o ambiente

(clicar em cima da imagem para ampliar)

Não me quero manifestar a favor ou contra o sentido e alcance políticos das palavras de ordem contidas no outdoor da fotografia.
Manifesto-me, isso sim, veementemente - como já o fiz em relação a placards colocados noutros locais estratégicos da cidade de Leiria - contra a sua localização. Na minha opinião, os partidos políticos não se podem arvorar o direito de desvirtuarem a aparência duma cidade com estes monstros propagandísticos instalados em sítios que nos perturbam, a nós, cidadãos que nos queremos livres de apreciar a urbe onde vivemos, trabalhamos e/ou que visitamos.
Penso que nos devíamos manifestar mais e reivindicar para que esta forma de propaganda fosse banida duma vez por todas.
Tanto dinheiro que se gasta para dotar uma cidade de um bom visual e de equipamentos (rotundas, fontes luminosas com repuxos de vários estilos, jardins com árvores para nos ajudarem a manter o nosso equilíbrio emocional, rio e margens requalificadas a rigor) para, de seguida, nos taparem o olhar com estes gigantescos outdoors a impingirem-nos meia dúzia de slogans políticos e às vezes também de natureza comercial!
Não posso concordar com esta actuação dos partidos políticos, pelos vistos com o beneplácito dos órgãos representativos do Município (Câmara e Assembleia Municipal) e até da própria Junta de Freguesia, que tinham o dever de imporem mais rigor nesta matéria.
Eu prefiro olhar e ver a cidade...sem "tapumes"!
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ps: 29/3/2007 - pelos vistos, em Lisboa, o PNR (Partido Nacional Renovador) também colocou um painel monstro em local destacado e público, a apelar a atitudes xenófogas. A rádio está a falar muito neste cartaz e das suas intenções...
Já se está a levantar a questão da Constitucionalidade da campanha que este partido está a querer levar avante:
O Partido Nacional Renovador (PNR) lançou uma campanha contra os imigrantes em Portugal, afirmando que não podem ser apoiadas políticas que promovam a Imigração enquanto “houver portugueses a viver na miséria”.
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2007/03/27

TEATRO - Dia Mundial

Comemora-se hoje o "dia Mundial do Teatro". Arte tão antiga que se perde na memória dos tempos!
Mas como gosto de recordar o "nosso" Gil Vicente, fundador do teatro nacional; e de como adorei, com os meus 15 anos, o "Auto de Mofina Mendes"!
E D. João da Câmara, grande poeta e dramaturgo português. Foi há mais de 40 anos que vi, pela primeira vez, representada a sua peça "Os Velhos". Inesquecível! Tive então a honra de ver trabalhar grandes Senhoras e Senhores do nosso teatro: Amélia Rey Colaço, Josefina Silva, Canto e Castro, Raul de Carvalho e outros igualmente grandes.
Mas este é o Teatro "Arte". Porque, afinal, não será o Mundo um enorme teatro? E os homens, fabulosos actores? É só olharmos à volta! Os ricos fingem que, coitados deles, estão na miséria; e, pior ainda, os pobres, fingem-se ricos e endividam-se cada vez mais!
Os parvos a fingirem-se de espertos; os espertos fingindo-se de parvos...
Os incultos a fingirem-se cultos, os maus fingindo-se de bons, os políticos fingindo-se de sérios...E há os que se fingem de loucos, os que se fingem de filantropos, os que se fingem de doentes...
Estou a lembrar-me do grande Molière, do seu "Doente Imaginário", de "Le Bourgeois Gentilhomme"...
E daquele "personagem" tão presente por esse mundo fora:

LAMBE BOTAS

Lambe-botas é criatura
Que existe por todo o lado
Por fora pelo macio
Mas com ferrão afiado.

Com muitos salamaleques
Voz meiga e algo melosa
Vai convencendo meio-mundo
De boa e prestimosa.

Mas por trás, oh meus amigos,
Cuidado com o Lambe-botas!
Se isso lhe convier
Espeta-vos o ferrão nas costas.

Mas mesmo assim, podem crer,
Muitos o valorizam bem
Porque só o Lambe-botas
Os fazem sentir alguém.

Zaida
Texto e poema

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Esta colaboração acaba por se apresentar como uma oportuna deixa para vos falar dum Teatro que houve em Leiria, o Teatro D. Maria Pia. Demoliram-no em 1956. Uma brutalidade que nem sei como é que está tão esquecida da memória dos Leirienses.
Aliás, é inadmissível que, até hoje, nada tenha sido feito pelas autoridades administrativas deste concelho para perpetuar a memória da existência e o que foi a excelente acção daquele Teatro em Leiria. Parece-me a mim que haverá memórias que incomodam ainda hoje e que tudo se tem feito no sentido de as riscar da história.
Insensatos! A história não se apaga administrativamente!...
Em próxima entrada voltarei para falar com mais pormenor sobre este episódio rocambolesco da história da cidade de Leiria.
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2007/03/26

Os pinos de ferro galvanizado do Largo da Sé, em Leiria, grandes amigos que eles são dos bate-chapas e das fábricas de tinta para automóveis!
É certo que a ideia é desmotivar as pessoas a andar de automóvel nesta zona, mas a alternativa, que seria motivá-las a frequentá-la em passeios a pé, está a ser conseguida? Está patente que não e que não se antevê uma luzita que seja ao fundo do túnel para animar o Centro Histórico de Leiria, durante o dia. O comércio bem se queixa e luta com bastantes dificuldades! Não se pode estacionar, diz que. Mas só durante o dia, que à noite, para o pessoal ir para os bares e cervejarias vale tudo!
Vá-se lá entender isto. Para trabalhar ou nos portamos segundo as posturas municipais de trânsito ou levamos com a respectiva multa (a não ser que se pague com língua de palmo o estacionamento, privado e camarário, com polícia privativa e tudo); já para a folia da noite, fecha-se os olhos, faz-de-conta que não há regras...
É assim a vida?!

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Tenacidade...

Como é que esta florzinha (?!) consegue resistir num recanto citadino onde passam carros constantemente e as pessoas se movimentam, num remoinho permanente e saltitante entre a calçada da rua e o passeio?...

Largo Paio Guterres, ou Largo do Gato Preto, ex-Largo de S. João, Leiria, hoje.

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2007/03/22

Dia mundial da Água - Centenário de Miguel Torga

Leiria, 10 de Abril de 1940

Visita

Fui ver o mar.
Homem de pólo a pólo, vou
De vez em quando olhá-lo, enraizar
Em água este Marão que sou.

.

Da penedia triste
Pus-me a olhar aquele fundo
Dentro do qual existe
O coração do mundo.

E vi, horas a fio,
A sua angústia ser
Uma espécie de rio
Que não sabe correr.

::
Comemora-se precisamente hoje o Centenário do Nascimento do grande Miguel Torga. Em Coimbra vai ser instalado uma Casa-Museu, na casa onde residiu enquanto médico a exercer nesta cidade, que vai acolher uma parte importante do seu espólio pessoal, doado por sua filha.

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Eu andava com ideias de inserir uma nota neste blogue alusiva ao facto de hoje se estar a comemorar o Dia Mundial da Água. Tenho, inclusivamente, uma significativa reportagem fotográfica(*) sobre a zona requalificada recentemente, da ponte dos Caniços, em Leiria. Aliás, nessa zona está também a ser recuperado, no âmbito do Programa Polis, o primeiro Moínho de Papel que existiu em Portugal. A sua inauguração está prevista para dentro de alguns meses. A propósito, estive presente, na passada Sexta-Feira, nas instalações do antigo Banco de Portugal, na sessão de abertura da exposição "Água com Humor" - úma boa síntese do V PortoCartoon, que recebeu de todo o mundo autênticos rios de humor, disse, na oportunidade, Luís Humberto Marcos, director do
Museu Nacional da Imprensa. Na troca de informações que se seguiu com a Presidente da Câmara Municipal de Leiria, ficou apalavrada a possibilidade muito real de se vir a estabelecer em Leiria um núcleo museológico com um espaço de exposições para o Museu da Imprensa. O que não será nada de espantar, dado que Leiria, em conjunto com Faro, foram as primeiras do País dotadas de tipografias (ver).

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(*) Esta reportagem pode ser observada em "dentro de ti ó leiria".

:: o poema de Miguel Torga acima transcrito consta do livro "ANTOLOGIA POÉTICA" - Ed. Publicações Dom Quixote - 6ª edição-2001

2007/03/21

Dia mundial da Poesia e da Árvore

Há quem argumente que as árvores dentro do Castelo de Leiria, estão a destoar, que não será aquele um habitat apropriado a tantas e frondosas árvores. Ainda que se possa admitir que aquela área do Castelo teria sido, em tempos recuados, uma zona de cabeço árido, sinto em mim um doce enlevo quando olho para aquele excepcional ponto de referência de Leiria e vejo todo aquele arvoredo, matizado de várias cores, sob o encantamento do cantar de aves de todas as espécies, desde o pintassilgo, passando pelo melro e pelo rouxinol. Uma moldura da Natureza a alindar ainda mais o ex-libris desta cidade.
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“Balada do encantamento”

Dentro de ti, ó Leiria
Vive uma moira encantada,
Não sabe ser minha amada,
E tem por nome Maria.

Leiria foste um ladrão
Leiria do rio Lis.
Roubaste-me o coração
E, vê lá tu, sou feliz.

Letra e música de
D. José Pais de Almeida e Silva

... ............................ ...


O meu Jardim Encantado

Vou-vos contar um segredo
Que não quero mais esconder
Ele é tão belo, tão belo
A todos o vou dizer.
.
Tenho no meu coração
Um jardinzinho encantado
E nele há lindas flores
Que com muito amor eu guardo.
.
Uma rosa linda e esbelta;
Um cravinho bem escorreito;
E um botãozinho tão lindo
Verdadeiro amor-perfeito.
.
São autêntica preciosidade
Da mais rara e da mais fina!
Os meus netinhos Guilherme
Mafalda e Carolina.

A avó Zaida
21mar2007

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Dança do vento

O dia estava tão triste!
O sol tinha fugido,
O dia estava a chorar!

E eu no jardim sentada
Com aquele dia sofri
Com ele pus-me a chorar.

O vento passou por mim
E com espanto eu ouvi
Doce música a tocar.

Com o “dançarino do vento”
O vento se foi juntar
E a música que eles tocavam
De anjos me fez lembrar.
E juntos eles dançavam
Um ballet belo e profundo
E eu percebi que bailavam
Com as energias do Mundo.
Ali me deixei ficar
A ouvir a sua música
A ver os dois a dançar.

E quando em mim reparei
Eu já não estava a chorar.
Já não me sentia triste
E dei comigo a cantar.


Zaida

2007

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Um contributo singelo do "Dispersamente"...


Aos Poetas de todo o lado:


Leiam o CONVITE e REGULAMENTO da I Antologia de Poetas Lusófonos!

2007/03/20

2007/03/18

Mais prenúncios de Primavera

Vale da Ribeira do Sirol, num dia de luz, ar puro, cores remoçadas...
da Poupa...


Uma manhã solarenga destes dias anunciadores da Primavera oficial. Começo a ouvir nitidamente o cantar característico da poupa...poupoupou...poupoupou...Naquele momento andava eu no jardim a observar o desenvolvimento galopante das plantas, as flores a desabrocharem por todo o lado numa profusão incrível e de encantamento. A Natureza no seu eterno ciclo de renovação. Por acaso, não tanto por acaso como isso, tinha a máquina fotográfica à mão. Lá estava a poupa empoleirada no conjunto das antenas de emissão e recepção de sinais de rádio da minha estação de radioamador. Não tinha a objectiva 55-200 mm que me poderia ter proporcionado uma fotografia mais nítida. Mesmo assim, aqui vos apresento sua exa. a poupa.

Logo a seguir lançou-se em voo na direcção dum pinhal ali perto...talvez desconfiada daquela coisa que lhe estava a apontar...
da tulipa e da aranha...

Já ao cair deste dia de Domingo, andávamos, eu e o meu neto Gui, a jogar à bola no relvado (pequenino mas com jeito serve para dar uns toques...) quando reparei neste pormenor. Alto e para o jogo!... Fui buscar a máquina e aqui está o resultado...esperei um bocadinho para a aranha se mexer e... apanhei-a na objectiva!

desta flor minúscula no meio do pinhal...a tentar passar despercebida!

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