2007/06/28

Magnólia grandiflora - Cortes - Leiria



A localidade das Cortes tem uma história muito rica e entrelaçada com factos e personalidades de alto relevo, não só na vida de Leiria, mas também de repercussão nacional (Afonso Lopes Vieira, João Soares (pai de Mário Soares), Casa-Museu do mesmo nome e outros).Nesta oportunidade estou a cingir-me às árvores típicas desta localidade, monumentais, bem se pode dizer. Aquela que agora se mostra é uma magnólia grandiflora com as suas belas e alvas flores tão características. Esta árvore encontra-se no mesmo pátio da pimenteira bastarda do post anterior.
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"O gosto pela floricultura tem-se desenvolvido muito; mas para progredir, é necessário saber o verdadeiro nome das plantas. A colocação das etiquetas nas plantas dos jardins públicos são lições práticas de botânica e o melhor método para vulgarizar os seus nomes.» (Jornal de Horticultura Prática, Vol. XIII, Abril 1882, p. 79)". Refª recolhida do dias-com-arvores
Estas lições práticas são sempre actuais. Não nos podemos esquecer que muitos de nós não temos os conhecimentos básicos de botânica para poder identificar sem ajuda, uma planta vulgar, muito menos plantas e árvores exóticas colocadas em jardins e outras zonas públicas. O problema é que, por mais que se insista, parece que é uma operação complicadíssima colocar estas placas. Porque será? Não há botânicos disponíveis? Não há dinheiro?
Claro que esta observação é extensiva a variadíssimos jardins da zona de Leiria. Por exemplo: Jardim Luís de Camões (cidade); Jardim do Solar do Visconde da Barreira (uma preciosidade parece que escondida); as variadíssimas árvores plantadas nos passeios e separadores das ruas e avenidas de Leiria e tantos outros casos.
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2007/06/26

Árvores monumentais - Pimenteira

Esta pimenteira bastarda encontra-se na localidade de Cortes, em Leiria.

É muito idosa e dizem os antigos que, àcerca e à volta desta árvore, muitas histórias se podem contar. Vamos lá a ver se consigo que alguém se disponha a puxar o fio à meada!...Apresentei-a há um ano, aqui neste blogue. Nessa altura nem sequer sabia o seu nome.
Existem vários exemplares deste tipo de árvore nos jardins, rotundas, largos e ruas de Leiria.
Há dias fotografei uma outra, também já com bastantes anos, no Jardim Luís de Camões. Esta, para além da floração já tem frutos, vermelhos, como se fossem bagas de pimenta.

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2007/06/25

Hoje, ao começo da tarde, no Largo da Sé, Leiria. Uma viatura da Câmara, em serviço. A pessoa que está sentada num banco público era suposto estar à sombra duma jacarandá. O lugar dessa árvore é bem visível no chão. Ninguém da responsabilidade das áreas verdes da cidade se incomodou que ela tivesse vingado ou não.
Só mais um reparozito: será que é verdade que vão colocar, no meio do Largo da Sé, um painel fixo de publicidade? Mesmo que seja para efeitos de informação turística não se consegue perceber como é que alguém se terá lembrado de tal diatribe. No meio do Largo da Sé? Mesmo ao pé dos pinos de separação da zona pedonal e da zona de circulação automóvel condicionada(?!).
Ele há coisas que não lembra ao diabo.
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Presidência Portuguesa na UE







Já está disponível o sítio da presidência portuguesa da União Europeia (UE), que vai decorrer entre 1 de Julho e 31 de Dezembro de 2007.

Proteger as dunas!


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2007/06/22

Mobilidade?!


Coincidências e contradições...
Parei, hoje de manhã, para tirar uma fotografia ao Rio Lis, de cima da ponte Dr. Francisco Sá Carneiro, no limite das freguesias de Leiria e dos Marrazes.
Deparei com estas duas situações!...
Valerá a pena acrescentar algo mais, mesmo não tendo a certeza de que o deficiente motor da foto poderia ultrapassar o obstáculo, bem visível? Não lhe ofereci ajuda porque me apercebi que um moço que por ali passava em fato de treino já o tinha abordado e, pelo que depreendi, a situação estava sob controlo. Talvez a força do hábito de aguentar as adversidades da vida!?...
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2007/06/19

Pharmácia Paiva - Leiria


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(Continuação da entrada anterior):
TEXTO ACTUALIZADO em 21/6/2007:
Sequência das fotos, de cima para baixo e da esquerda para a direita:
1- Fachada da Pharmácia Leonardo Paiva, virada a Nascente;
2- Hipócrates (a)
3- Galeno
4- Um dos anjos que seguram uma faixa, que segue duma extremidade à outra do painel de azulejos
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Após algumas investigações complementares, penso que se poderá conciliar o texto da placa informativa, instalada ao início da escadaria central para o Adro da Sé e as figurações da fachada do edifício "Pharmácia Paiva", como segue:
A figura que sustenta nas mãos um documento em que se pode ler nitidamente o nome de "Sócrates" será Galeno e não o próprio Sócrates, como talvez erradamente tem vindo a ser popularmente divulgado, sem que as autoridades administrativas e culturais de Leiria tenham feito grande esforço em esclarecer.
É sabido que Galeno foi médico particular, entre outros, do imperador romano Marco Aurélio, que escreveu comentários sobre Hipócrates e que teve uma actuação de excepcional mérito no campo da medicina e da anatomia do corpo humano. (mais). Note-se, também, em abono desta teoria, o realce dado pelo pintor dos azulejos, ao colocar, em segundo plano - mas com a intenção nítida de lhe dar visibilidade e significado - a figura dum soldado/general da Roma antiga.
Outro pormenor importante a ter em conta é que Galeno começou por ser um grande estudioso da Filosofia. Daí, provavelmente, ser representado na fachada a estudar uma obra em que se fala de Sócrates.
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A fachada em azulejos foi colocada por encomenda para identificar especificamente uma "pharmácia". Consequentemente seria natural que os motivos das suas figuras estivessem relacionados com os temas farmácia e medicina e não se descortinam razões ponderosas para se destacar "Sócrates" em pessoa. Além do mais, também não se vê onde esteja a lógica de o próprio Sócrates estar a ler um documento (escrito numa tábua?) com o seu nome, em jeito de auto-identificação, até porque se sabe que o grande filósofo não escreveu, ele próprio, os seus pensamentos, antes preferindo divulgá-los através do discurso directo, profundo e cortante, em vários fóruns públicos, dirigidos não só à elite dominante como directamente ao Povo. Disso se encarregaram os seus seguidores e igualmente reconhecidos filósofos da Antiguidade, como Platão e Xenofonte;
A outra figura, que se aceita aludir a Hipócrates também pode representar o próprio Esculápio(a), apresentado pela civilização Grega, como filho do deus Apolo e o primeiro investigador e com capacidades para curar as doenças do Homem. Dado que Hipócrates lhe seguiu as pisadas e iniciou, com grande reconhecimento, uma escola no âmbito do estudo das doenças e das curas, é natural que o seu nome e obra tenha ficado para a posteridade como uma referência incontornável, o que de facto aconteceu.
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Texto correspondente à versão popular/vernacular
Esta farmácia, actualmente desactivada, foi a primeira a ser instalada em Leiria. A sua fundação remonta aos finais do séc. XIX e a sua história confunde-se com a história da família Paiva. Constitui, sem dúvida, um dos emblemas mais carismáticos da cidade de Leiria.
A sua fachada é de grande beleza artística e revestida a azulejos "viúva lamego" como já é consensual entre os estudiosos da matéria. Este tema já foi tratado neste blogue noutras oportunidades pelo que tenho que me abster de voltar ao assunto na generalidade(*). No entanto não se deve deixar de referir um aspecto que poderá ser de interesse para quem, como eu, gostaria de precisar a razão de se aludir a "Galeno" na placa informativa colocada no início da escadaria de acesso ao Adro da Sé, tal como se mostra na entrada anterior (ampliando-se, lê-se o texto com nitidez). A própria família, do ramo de Adolfo de Sampaio Telles e Paiva - filho de Jozé de Paiva Cardoso (sepultado no jazigo-capela «nº 58T4» do cemitério de Santo António do Carrascal), de quem herdou a pharmácia Paiva - último boticário da família, devidamente diplomado (pode-se ver o Diploma no livro (*)), não reconhece na fachada a razão da referência à figura de Galeno. Tem sido ponto assente que a figura com um manuscrito em que se reconhece de forma destacada a palavra "Sócrates", é o próprio filósofo Grego. Assim sendo, quando muito poder-se-ia tolerar que se optasse ou por Hipócrates ou por Galeno para identificar a outra figura. De qualquer modo, pelo conjunto da figura, penso que não haverá qualquer dúvida em o identificar como Hipócrates, unânimemente aceite como o pai da Medicina.
Entretanto, estou a envidar esforços no sentido de indagar das razões oficialmente invocadas para se inscrever essa alusão na placa explicativa que está no Largo da Sé.
As figurações da fachada em análise são, de há muito e em muitos escritos sobre a matéria, alusivas a Sócrates e a Hipócrates.
Assim sendo seria de toda a urgência que se tornasse mais explícito o texto da placa que tem estado na origem desta contestação. Seria importante que as entidades mais responsáveis (Câmara Municipal, Junta de Freguesia e até a própria Região de Turismo) se debruçassem sobre este assunto, para que os turistas que visitam Leiria e a população em geral, pudessem ser informados duma forma o mais fidedigna possível.
... (agradecem-se contributos para o cabal esclarecimento deste tema...)
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(*) Ver "José Teles de Almeida Paiva - 1917-1994 - Uma Vida, uma Época, uma Cidade" - Ed. Folheto - 2004
António Nunes e Zaida Paiva Nunes
(**) Também se pode ler o livro – “ALERTA, LEIRIA” , Edição do Agrupamento Nº 127 do CNE - Sé de Leiria. Pode ser consultado na Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira.
(a) Segundo as informações que nos chegam dos tempos da Antiguidade, Esculápio era representado como um homem sério e apoiado num bastão no qual se enrolava uma serpente. Estes símbolos passaram a representar toda a escola hipocrática e, ainda hoje, são de uso corrente.

Largo da Sé de Leiria


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Legenda, de cima para baixo, da esquerda para a direita:
1) Memorial da Sé de Leiria e das suas envolvências;
2) Pormenor da parede lateral Sul;
3) Chão do lado Sul do Adro da Sé; repare-se nos frutos de árvore "melia azedarach" que estão a cair nesta altura (os da floração do ano passado);
4) Mais um aspecto da parede Sul da Sé.
Pormenores da fachada da Pharmácia Leonardo Paiva podem observar-se na entrada imediatamente a seguir.
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