O açude das Cortes. Logo a seguir o rio Lis vira à esquerda e entra na zona da Nora. Um sítio de excelência, muito aproveitado pela rapaziada para umas boas banhocas e para a prática de desportos náuticos, nomeadamente canoagem.
Há uns meses atrás, uma árvore (penso que um choupo) partiu-se e caiu sobre o Rio Lis no açude das Cortes. Era, de facto, de grande porte e a sua queda podia ter provocado maiores estragos. De qualquer modo não comungo da mesma opinião que o "Jornal das Cortes" na sua edição de 8 do corrente. Na minha opinião, dado que se trata duma zona ribeirinha, clássica e de grande interesse ambiental, em vez de se ter procedido ao abate a eito de "faias"(*) (segundo o jornal, aliás um dos de maior renome e já com 20 anos de vida influente na comunidade local), conforme se pode ver nas 1ª e 3ª fotos, bem se podia ter apelado ao bom senso e conciliado a segurança com a necessidade premente de se preservar o ambiente e o ecossistema da área, com podas bem orientadas. Além do mais, depois de podadas com critério, as raízes daquelas árvores poderiam ajudar à fixação de terras, protegendo assim, a margem do rio.Mais umas quantas árvores de referência e de nítido interesse ambiental e paisagístico que se abatem, quanto a mim desnecessariamente!... Justificação do abate, segundo o jornal em referência: "Devido ao seu porte de respeito, mas sobretudo à erosão da margem direita do rio naquele local, há ali mais faias cuja queda se adivinha, com os perigos inerentes em tal circunstância."... Agora aí estão, transformadas em belíssimos troncos de madeira de bom valor comercial. Assim seja!
(*) A caracterização de grupos de árvores como sendo faias nem sempre significa que elas sejam efectivamente faias, na sua classificação científica. Aliás, nesta zona, é frequente denominar-se faias a pequenos bosques de choupos, de freixos e até pinhais. O caso mais típico é o da Cova das Faias. Neste local, no IC2 entre Boa vista e Marrazes, existem/iam somente pinhais e eucaliptos. Perto, observável a partir da variante entre o IC2 e a A1 (entrada nos Pousos), ao longo e no resto do vale da Ribeira do Sirol, existem vários bosques, mas de choupos e de alguns freixos, que não de faias, como é comum ouvir referir.
Para quem tiver algum empenho em informações mais completas sobre as faias (fagus) aconselho uma consulta aqui.