2009/03/10

Necrópole tardo-medieval de S. Martinho - Leiria

28 Fevereiro 16h30
Conversas sobre Arqueologia... em Leiria
Conferência“A cidade em mudança: da Igreja de São Martinho à Praça Rodrigues Lobo”
Doutora Susana Garcia (Antropóloga, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas
Temas“A necrópole tardo-medieval de São Martinho. Contributo para a história de Leiria”
Dr.ª Iola Filipe (Arqueóloga, Era-Arqueologia, S.A.
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Esta apresentação cultural, da iniciativa da Câmara Municipal de Leiria, realizou-se no Auditório da Biblioteca Municpal "Afonso Lopes Vieira" e teve uma assistência interessada e participativa. Como nem podia deixar de ser, dado que estavam presentes pessoas de reconhecido nível cultural e académico.
Já tinha ouvido e lido sobre a existência da Igreja de S. Martinho, em Leiria. Segundo se julga, ainda existem vestígios dos claustros dessa igreja em parte de uma das arcadas da actual Praça Rodrigues Lobo. Também não será descabido realçar que nessa Igreja existia um formosíssimo Sacrário Monolítico de mármore amarelo (*).
Estes temas acabaram por vir mais à ribalta do conhecimento público, após se terem descoberto esqueletos humanos e sepulturas numa pequena área daquela Praça, que, em 2000, ficou a descoberto, após a abertura de uma vala para requalificação do saneamento da cidade.
Foram apresentados slides das fotografias então tiradas e de composições fotográficas que nos permitiram observar o quão importante foi aquele reconhecimento e posterior estudo arqueológico e antropológico.

Nesta sessão, para além de se abordar a questão da existência da Igreja de S. Martinho (séc XII/III) na zona próxima da actual Praça Rodrigues Lobo, posteriormente derrubada, por uma questão de troca de terrenos, a fim de a Igreja tomar posse “do edifício das “Casas da Câmara” que estava no sítio onde depois se construiu o Paço Episcopal, já fora do Castelo Velho”(2)(3) também se apresentou o resultado das escavações arqueológicas ali havidas por alturas da abertura de valas para a modernização do saneamento da cidade, ano 2000. Como se previa e constava de documentos escritos, nessa zona, que é hoje a Praça Rodrigues Lobo, havia uma necrópole, conforme imensos vestígios encontrados somente na zona da vala de saneamento. Pode observar-se nas imagens agora apresentadas (resultado do trabalho e investigação dos técnicos da empresa ERA) um esqueleto em muito bom estado de conservação. Os estudos antropológicos entretanto levados a cabo permitiram concluir com grande probabilidade de aproximação, que pertenciam a habitantes de Leiria da Idade Média Alta.
D. Frei Brás de Barros terá sido o Bispo que negociou a demolição da Igreja de S. Martinho.
Outro pormenor referido foi o de que por volta desta área restrita terá existido também uma Capela, a da Graça, que terá originado o nome da Rua da Graça, que liga a actual Praça Rodrigues Lobo ao Largo Marechal Gomes da Costa, onde foi colocada a estátua de Afonso Lopes Vieira precisamente no local onde terá nascido este ilustre poeta Leiriense.

(2) Realçado a azul; Anais do Município de Leiria - vol III – João Cabral, pág. 37
(3) Este edifício será no sítio onde hoje está instalado o Comando da PSP de Leiria. Anteriormente tinha também servido para lá instalar o RAL4.
(*) Mais informação (talvez obtida por transmissão oral de geração em geração) pode ser obtida neste endereço aqui.

(Reeditado por haver probabilidade de se perder na internet no original)

Igreja de São Martinho

Depois de povoar o sítio desta cidade se fez a Igreja de São Martinho no lugar onde está presente a Praça com seus alpendres. A arcaria que do lado ocidental borda a actual Praça Rodrigues Lobo e que esde tempos remotos se chama Balcões. Este nome deve provir de ali se ter feito mercado, estabelecendo os vendedores os seus balcões sobre as arcarias.

Ignora-se o ano da fundação desta igreja contemporânea do povoamento, quando a vila abandonou a cerca muralhada e desceu para as margens do Rio Lis. No século XIV já temos notícias da sua existência.

A importância de seu povoamento fez com que fosse a freguesia que abrangia na sua paróquia uma parte da vila e vasta área rural, definida pelos lugares do Reguengo do Fétal, Cortes, Arrabal e Santa Catarina da Serra com as suas vizinhanças. O lugar do Reguengo do Fétal foi eleito em freguesia no ano de 1512.

A paróquia de São Martinho deve ter terminado pouco antes da demolição da Igreja e assim os outros lugares passaram para a freguesia de São Pedro.

Poucas são as notícias qe nos restam do templo. Consta que tinha uma torre com dois sinos, no Altar-Mor tinha um retábulo com São Martinho, ladeado por São Pedro e São Paulo e em baixo outros apóstolos. No corpo da Igreja, do lado do evengelho, os altares de Nossa Senhora da Piedade, Santa Luzia e Santo António.

Da Igreja de São Martinho saiu para a da Misericórdia, segundo uma tradição local, o formossíssimo Sacrário Monolítico de mármore amarelo que ainda existe. A transferência foi feita a título provisório, enquanto não se concluia a Sé e assim se tornou defenitiva.

O nome de São Martinho perdeu-se na toponímia local. Na planta de Leiria de 1809 a Praça é designada sem nome, mas dava-se o nome de São Martinho à Ponte que estava junto da residência dos Condes de Valadares.

O antigo estabelecimento hospitalar tinha a invocação de Nossa Senhora de Todos os Santos instítuida em 1222. Recolhia peregrinos, tinha três leitos para homens e dois para mulheres. Entre outras obrigações, tinha de contar 10 missas rezadas e uma cantada por cada confrade falecido, dar de comer a pobres e confrades no primeiro domingo depois da oitava do Natal. O agasalho de peregrinos que se fazia nesta albergaria veio a passar para o Hospital de Ferreiros e depois para a Misericórdia.

Num passado recente foi levantada a calçada em volta da Praça Rodrigues Lobo para colocação de manilhas que recebem águas pluviais daquela zona. Nas escavações foram encontradas ossadas e esqueletos. Consta que ali existiu um cemitério. Aquele local deu lugar a trabalhos de recuperação. Além das ossadas, também foram recuperadas moedas e peças de cerâmica. Um grupo de jovens arqueólogos recuperaram todo aquele achado de tempos muito recuados. Está na posse da Câmara, naturalmente em local reservado.
Basílio Artur Pereira
Igrejas de Leiria
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2009/03/06

Cruzeiro em Leiria

Quem desce, vindo do Castelo de Leiria, ali mesmo ao lado da romântica Igreja de S. Pedro ( a segunda a ser edificada em Leiria e serviu de catedral em 1574) e do antigo Paço Episcopal de Leiria, hoje comando da PSP de Leiria, pode apreciar este cruzeiro com história para contar. Um dia destes talvez volte a este assunto.E aquela Tília Tormentosa, à beirinha de começar a mostrar-nos os rebentos das suas folhas verdes. Uma das árvores de maior porte e de mais história de Leiria!

NOTA: ( A foto pode ser apreciada aqui)
O Blogue atingiu o limite máximo de fotos. Dizem os donos da Blogger. A verdade é que aquilo que em tempos me informaram é que as contas de fotos (só fotos, independentemente do blogue) é que seria limitada. Afinal parece que estão agora a juntar tudo no mesmo saco.
Vou pensar se vale a pena pagar 20 dólares para me deixarem colocar mais fotos no blogue. E pelo que estou a perceber será só por 1 ano!...
Isto é que vai uma crise!...
Parece que já resolvi o problema com a Blogger!...

2009/03/04

Brasão de Leiria no nº 13

Complementando a informação do post anterior aqui temos um modelo de brasão de Leiria, já muito próximo do actual.
No post anterior pode observar-se uma colagem de fotos enquadrando o local onde se encontra localizado este brasão em pedra.
É o brasão de Leiria, bastante antigo, mas já com configurações muito próximas do actual brasão do Município de Leiria.
Clicando em cima da foto podem apreciar-se com mais pormenor as figuras que o compõem, cada uma com o seu significado devidamente explicado no post imediatamente anterior a este, já referido.
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Brasão de Leiria - Breve explicação


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(clic para melhor ver os pormenores)
NB.: O Brasão pode-se ver mais em pormenor no post acima
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Breve explicação das Armas do Município
Tal como aparecem na colecção da “Casa Real – CARTÓRIO DA NOBREZA”, datada de 1849, também Inácio Vilhena Barbosa, em “AS CIDADES E VILLAS DA MONARCHIA PORTUGUESA QUE TEEM BRASÃO D’ARMAS”, de 1865, nos mostra as armas de Leiria onde figura um castelo acompanhado de dois pinheiros, tudo sainte de um terrado. Sobre cada pinheiro um corvo e em chefe duas estrelas, dá- nos assim conta do significado destas armas:“Refere a lenda, que achando-se campado o exercito christão sobre uma eminencia visinha, à qual hoje chamam o Cabeço d’el-rei, apparecera em cima de um grande pinheiro, que se erguia entre o arrayal e o castello, um corvo, que não cessava de bater as azas e grasnar. Ordenado o assalto, redobrou por tal modo o corvo os seus movimentos e gritos, que os portuguezes, tomando isto por um feliz agoiro, investiram a fortaleza com tão incrivel valor e confiança, que apezar de bem defendida, assenhorearam-se d’ella em breves momentos. E em memória d’este successo veiu a tomar Leiria por brasão d’armas em escudo de prata coroado um castello sobre campo verde, collocado entre dois pinheiros, cada um com o seu corvo em cima; e na parte superior do escudo duas estrellas de oiro. A descrição deste brasão é como se acha na Torre do Tombo; entretanto há outra versão que dá só um pinheiro com um corvo em cima”.
(in “Heráldica Leiriense”, de Alda Sales Machado Gonçalves, edição da Câmara Municipal de Leiria, página 170)
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2009/03/02

O tempo em Leiria

Após uma semana e tal de tempo Primaveril, Sol a rodos, que se seguiu a vários meses de chuva quase permanente e muito frio.
Anteontem, ao cair da tarde. Foi pegar na máquina, que até nem a tinha à mão e disparar... Não tive tempo para grandes preparativos.
Do meu jardim, nos Lourais, na direcção da Sra. do Monte.
Hoje, de manhã, na Av. Sá Carneiro,em Leiria. Já se pode avalaliar a rapidez com que a Grevíllea robusta cresce. Basta comparar com as fotos deste mesmo local, tiradas em 2006. Nesta época do ano, o contraste entre as ameixoeiras de jardim e as Grevilleas é flagrante e esteticamente belo.Alinhar ao centro


Há pouco, ao chegar ao escritório, debaixo duma forte tromba de água,trovões e relâmpagos, que metiam respeito. Um relâmpago processou-se mesmo aqui a 100 metros, num pinhal.Parecia uma bomba. Pode observar-se na fotografia, tirada na hora, um rasgão numa árvore provocado por este fenómeno da Natureza.
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2009/03/01

Pintura em Leiria - Exposição colectiva

O Presente a insinuar recordações do Passado?
Salanga - mulher africana
Pinhal do Rei - Pinhal de Leiria (Não o privatizem, que o Povo não quer. E com razão.)
Exposição em curso nas antigas instalações do Banco de Portugal em Leiria.
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2009/02/26

Leiria - Mestre Lagoa Henriques

(clic para ampliar)

Mestre Lagoa Henriques

Um dos pontos de referência de Leiria cidade, é, sem dúvida, o conjunto escultórico “União do Lis e do Lena”, a encabeçar a conhecida fonte luminosa, mesmo ali ao pé do Jardim Luís de Camões.
Agora que soube da morte recente (passado dia 21 do corrente mês) do Mestre Lagoa Henriques (autor daquela obra), mais uma vez confirmei o alheamento a que muitos de nós votamos, de forma desleixada e ignorante, alguns artistas, pintores e escultores, particularmente.
Se atentarmos nos vários monumentos espalhados pelas cidades, ficamos, quase invariavelmente, na dúvida do significado de tais memoriais. No entanto, essas estátuas e outras esculturas espalhadas pelas cidades, têm todas o seu simbolismo e o seu conhecimento devia ser recordado amiúde ao público em geral. Penso, inclusivé, que seria de todo o interesse pedagógico, desde a mais tenra idade, incrementar um verdadeiro espírito cívico, fundamental para a melhor harmonização da vida, ensinando nas Escolas, a vida e obra das pessoas que, no presente e no passado, deram o seu reconhecido contributo para o desenvolvimento cultural, artístico e sócio/económico da zona onde cada um de nós vive ou visita nos seus momentos de lazer ou trabalho. Sem uma recheada memória colectiva não há forma de ligar as pessoas, reforçando laços de amizade, absolutamente indispensáveis à boa harmonia da vida em sociedade.
E como nós constatamos, no dia a dia, que o Homem é um ser social! Por isso, dizemos: “A União faz a Força” ou “O Povo Unido jamais será Vencido”.
Cultivemos, pois, todas as formas que proporcionem o são convívio entre os homens.
Em jeito de homenagem póstuma ao Mestre Lagoa Henriques, aqui vos deixo uma minha sequência fotográfica, de hoje, poucos dias depois da sua morte.
Dir-me-ão. Mas já estamos fartos de ver estas fotografias ou outras parecidas. Pois estamos. O contrário é que seria de espantar. Principalmente, no ângulo que enquadra o Castelo de Leiria em segundo plano.
E sabiam, quando estão a observar essas fotografias, que o conjunto escultórico era da autoria do homem que acabou de morrer, agora, aos seus 85 anos de idade?

* Ver mais. Sabia também que foi Lagoa Henriques quem esculpiu Fenando Pessoa sentado na esplanada do "Martinho da Arcada" em Lisboa?

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2009/02/23

ELOS INTERNACIONAL da COMUNIDADE LUSÍADA


Sabe o que é o Movimento Elista Internacional? (mais)
Sabe que as Bodas de Ouro deste Movimento Lusófono, cultor da Língua e da Cultura Lusíadas, se vão realizar em Leiria, em Outubro do corrente ano? (mais)
-
...
Aguardamos opiniões e sugestões, preparação de teses, comunicações e recomendações (art.º 12.º do Capítulo VI ), conselhos úteis, planeamento - planejamento - para a viagem a Portugal do maior número de Convencionais do amado Brasil, dos queridos países africanos e demais Continentes que a todos queremos como verdadeiros irmãos (Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo-Verde, São Tomé e Príncipe e o sofrido Timor-Lorosae), todos dentro da sala de visitas do nosso coração lusitano, a todos, aqui, saudamos e nos damos a conhecer, oferecendo a nossa casa e a nossa mesa, como é nosso apanágio, como todos sabem.
Que um manto macio, colorido com as cores de todas as bandeiras de todos nós, com muitos elos como moldura, cubra o nosso recíproco sentimento.
O Director da XXVII Convenção ( a das Bodas de Ouro ).
Salvé CE Eduardo Dias Coelho, de Santos para todo o Universo.
ARMÉNIO VASCONCELOS
(in http://elosclubedeleiria.blogspot.com/2009/01/conveno-internacional-bodas-de-ouro.html)
excerto
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2009/02/21

Vamos vender os anéis?!...

(clic para ampliar)

Ao que isto chegou!...

Não seria de, ou a Junta de Freguesia da Barreira - Leiria, ou o Comandante do Quartel, mandarem retirar aquele cartaz dourado e indecentemente mórbido? Então, isto não é muito mais deprimente que aqueles célebres cartazes a apelar ao Carnaval de Torres Vedras?!
Se precisarmos de vender as nossas jóias e anéis de ouro, mesmo as alianças de casamento, não precisamos de abutres!...
Mas que oportunismo macabro a apelar ao Prego agiota! Calma, pode ser que se vire o bico ao dito!...
Era bem feito!...

2009/02/18

As camélias no meu jardim




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Que estas belas Camélias, já do corrente ano, possam constituir, para quem aqui chegar, um lenitivo para a ansiedade em que andamos com as notícias desanimadoras que vêm de todo o Mundo...

2009/02/16

Escola Domingos Sequeira, Leiria, a brilhar!

(clic para ampliar)
Hoje, de manhãzinha, ao passar em frente da Escola Secundária Domingos Sequeira, em Leiria, reparei que duas árvores (uma amoreira vermelha), a da foto, e um choupo, do outro lado da entrada, estavam todas engalanadas, parece-me com garrafas de plástico vazias, de múltiplas cores. Fiquei surpreendido e até algo apreensivo por, numa primeira reacção, não estar a perceber o porquê de tal espectáculo que poderia ser interpretado como uma brincadeira de mau gosto.
Afinal a justificação de tal aparato tem a ver com o facto de os alunos desta Escola (na qual leccionei de 1966 a 1968 e de 1982 a 1983 – quem sabe algum dos actuais professores até não terá sido meu aluno, desculpem lá a gabarolice) terem brilhado, em 6 de Fevereiro próximo passado, no Parlamento Europeu em Estrasburgo.
Um grupo de alunos da Escola Domingos Sequeira, em representação de Portugal e em competição com alunos de 18 países, integraram 6 comissões que debateram a preparação de 6 projectos que virão a ser apresentados no Parlamento Europeu.
A actuação dos alunos portugueses foi de tal maneira brilhante que nestas 6 comissões ganharam 5 presidências e 2 porta-vozes em 6. Como motivo de acréscimo de orgulho, uma aluna integrou a equipa vencedora do “Eurogame”.
É natural que os alunos estejam radiantes com a sua actuação, mas os seus professores também não lhes ficam atrás. Estão felicíssimos e não só pelo facto de os seus alunos terem representado desta forma excepcional a Escola que frequentam, mas também, porque conseguiram demonstrar que apesar de todas as atribulações por que tem passado o Ensino no nosso país, mesmo assim, conseguiram provar que os jovens de Portugal são capazes de competir com êxito com os seus colegas do resto da Europa.
Força juventude!
Que este vosso Presente seja um sinal forte e inabalável para o Futuro de Portugal!...
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2009/02/13

Venha mais um...

MSN, hoje:
Vitor diz:

Os 62 terão que ser uma grande fase na vida de um homem. Porque o objectivo é garantir um percurso em crescendo. Porque é absolutamente imperioso não perder a capacidade e a ousadia de sonhar.

Vitor diz:

Então, de imediato, o desejo de um grande aniversário. Com a família, que sabemos ser o que temos de mais precioso. Um abraço muito fraterno do teu irmão Vítor.

Respondi:

Obrigado, irmão. Abaixo a m. da crise!… e dos que a motivaram com a sua ganância desmedida!…

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Já agora, tomem lá mais esta dose:

Acabei de dar a minha semanal vista de olhos pelos semanários de Leiria.

Destaco três títulos:

1- Empresários da região investem milhões em tempos de crise;

2- Crise, por Carlos André;

3- Tenho medo, por Sílvia de Oliveira;

Um desses semanários até o assinava, isto é, pagava 30 e tal euros e recebia-o, normalmente à segunda-feira quando a sua distribuição é (e se justifica que o seja) à sexta-feira de cada semana. Há já uns tempos que não o assino, que é o mesmo que dizer que estou em maré de poupar em tudo o que me for possível. É um facto que as receitas financeiras familiares estão em decadência mas as despesas essas não há maneira de acompanharem a “deflacção” que é uma consequência lógica da lei básica da economia: os preços andavam numa subida louca que não dava para perceber. Num ápice, após notícias de alarme da finança e do Imobiliário nos Estados Unidos, as pessoas desataram a fazer contas à vida. E concluíram que o seu balanço estava negativíssimo. Que andavam a assumir compromissos em casas e carros e viagens e férias sem se prepararem com estudos de risco e económico/financeiros. Que isso era só para as empresas. Para as grandes empresas, principalmente. Resultado. As pessoas começam a pensar na vida que levam. Logo a seguir começam a divulgar-se vigarices na alta finança. E não só. Vigarices que atingem números impensáveis. E começamos a admitir que andávamos iludidos. Que nos andavam a aldrabar. E perdemos a confiança nos bancos. E nas instituições. E no sistema político em que assenta a organização administrativa, económica e social das Nações. E começamos a gastar menos. Muito menos. E a economia de consumo começa a ressentir-se. Sem vendas as empresas entram em crise, a reduzir a sua capacidade de produção. E começam pelo elo mais fraco. Os trabalhadores. Despedimentos e mais despedimentos. Se o consumo já estava em decadência mais essa tendência se reforçou. E entrámos num ciclo infernal. Sem dinheiro não há consumo. Sem consumo não há vendas. Sem vendas não há produção. Sem produção não se justificam as empresas. Sem empresas não há trabalho. E o dinheiro? Onde está o dinheiro que devia andar em circulação? Muito desse “dinheiro” nem sequer existia. Era constituído por bits a circularem nas bases de dados, estas que até já comunicam umas com as outras automaticamente. Às vezes até já autonomamente. Que fazer? Só ouvimos o eco da nossa interrogação. Ninguém parece ter soluções para esta crise. E vem o medo. O medo do que vai ser a nossa vida e a dos nossos filhos e a dos nossos netos, no futuro. Futuro, cada vez mais próximo e negro. E ficamos pessimistas… Começamos a colocar em causa todas as teorias económicas e sociais em que assentava a vida do Homem na Terra. E esta sensação amarga alastra-se como uma pandemia. Como foi possível chegar a uma situação como esta?
Temos que ir à luta. Temos que estar cada vez mais atentos e de nos darmos conta do que se passa na realidade. No entanto, não nos esqueçamos que o sonho comanda a Vida!...

2009/02/12

Tipografia centenária em Leiria

Ampliando-se esta foto podem-se admirar algumas das principais peças e ferramentas usadas na impressão com composição feita por tipos, inicialmente de madeira, até rapidamente se ter passado para os metálicos, como se mostra na foto a seguir.


Um dos aspectos do interior da oficina, decorada a gosto dos trabalhadores que por lá têm passado ao longo de mais de um século de actividade. Repare-se no pormenor curioso (clic para ampliar)duma cautela das antigas "Grandes Lotarias de Natal" de 1907.

http://dispersamente.blogspot.com/2007/01/os-tempos-hericoromnticos-da-tipografia.html
Neste endereço, ficou registada uma entrada, na qual abordei o tema das antigas tipografias de Leiria e das fortes e íntimas ligações desta cidade e do seu bucólico rio Lis à introdução da produção do papel em Portugal. Nesta oportunidade, vou deixar aqui publicada uma sequência de fotografias alusivas às máquinas e ferramentas usadas desde há décadas, há muitas nalguns casos, pela "Tipografia Carlos Silva", na esquina do Largo da Sé com a Rua da Vitória, em Leiria. As informações complementares que aqui deixo (e tenho pena de não dispor de mais tempo para aprofundar o tema) foram-me proporcionadas quer pelo actual proprietário (3 gerações, todos Carlos Silva de nome), herdeiro de uma tradição de família, que já tem mais de 100 anos, quer pelos trabalhadores que a têm mantido em funcionamento, desde os tempos das máquinas impressoras com tipos de madeira até às que utilizam a técnica do offset.
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2009/02/08

Miguel Torga em Leiria - 2 de Fevereiro, todos os anos

Andrée "... a meu lado, uma companheira de viagem, dona também da sua personalidade e do seu destino..."
O Sexto Dia da Criação do Mundo, p. 484
In ROTEIRO CULTURAL "Miguel Torga em Leiria", Maria Lucília Vasconcelos (Elos Clube da Região de Leiria), ed. Região de Turismo de Leiria - 2008.
Óleo sobre madeira "Leiria e o seu castelo", imagem cedida à organização do II Colóquio, 7 de Fevereiro de 2009, por Artur Franco.
Índice:
Programa do colóquio.......................................................................... 6
Mensagem aos participantes - Clara Rocha..................................... 7
A encruzilhada do destino: um balanço do período leiriense de
Miguel Torga - Carlos Alberto Silva.................................................. 9
O processo-crime instruído a Miguel Torga, em 1939,
pela PVDE - Renato Nunes................................................................. 23
O Dia de Miguel Torga - José Cymbron............................................ 37
Sinto o medo do avesso: perscrutando a luz e sondando a sombra
em Miguel Torga - Celeste Alves....................................................... 39
Deambulação à volta da poética torguiana - Allix de Carvalho...... 51
-
Da intervenção de Celeste Alves permito-me transcrever a seguinte passagem, na altura como que prenunciando os dias de ansiedade que se vive em todo o Planeta:
-
"4. O medo acarreta o pessimismo - Torga contrapõe-lhe a discernida esperança
...
"Basta, de resto, lermos o poema «Convite» para nos sentirmos, de forma vigorosa, interpelados e suscitados à conversão à alegria que, através ad esperança, vence toda a morte:
.
Vamos, ressuscitados, colher flores!
Flores de giesta e tojo, oiro sem preço...
Vamos àquele cabeço
Engrinaldar a esperança!
Temos a primavera na lembrança;
Temos calor no corpo entorpecido;
Vamos! Depressa!
A vida recomeça!
A seiva acorda, nada está perdido! "
-
Os oradores participantes do II colóquio comemorativo do Dia de Miguel Torga em Leiria foram os seguintes:
Alix de Carvalho - E a vida venceu a morte em «O Senhor»
Suzana Couceiro Vieira Santos - Miguel Torga - Uma força da Natureza
Sandra Duarte - Viagem pela Leiria cultural que Miguel Torga conheceu (1939-1941)
Luis Martins Fernandes - Leiria torguiana: no rasto de Eça e de Rodrigues Lobo
José Cymbron - Miguel Torga e Fernando Pessoa (Do Diário aos Poemas Ibéricos)

2009/02/06

Dia de MIguel Torga em Leiria

Termina amanhã, Sábado, dia 7 de Fevereiro, a semana das Comemorações do Dia de Torga em Leiria. Haverá um colóquio, pelas 14h30, no Auditório da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Leria, cujo tema único gira à volta desta excepcional figura das letras Portuguesas. Os oradores falarão não só sobre a sua vida e obra em geral, mas abordarão particularmente temas relacionados como a Natureza, Leiria, Fernando Pessoa, Rodrigues Lobo.Como se sabe, o Dr. Adolfo Rocha trabalhou em Leiria, entre 1939 e 1941, como médico otorrinolaringologista e aqui escreveu algumas das suas obras mais significativas como Bichos, em 1940, Montanha, em 1941,, Um Reino Maravilhoso, em Trás-os-Montes, em 1941. Aqui esteve preso em 30 de Novembro de 1939, tendo imediatamente sido transferido para a cadeia do Aljube em Lisboa, lá tendo permanecido até 2 de Fevereiro de 1940.-Para os mais distraídos convém realçar que Leiria, apesar de tudo, só não faltou completamente à comemoração do Centenário do seu Nascimento, no ano de 2007, porque o Elos Clube de Leiria, se encarregou, sem grandes apoios oficiais, com uma singela parceria com a ESTG - Escola Superior de Tecnologia e Gestão, de tal tarefa. Já tive ocasião de me referir a tal circunstância em post anterior. Para memória futura!...





........-Preservação

Chama-se liberdade o bem que sentes,
Águia que pairas sobre as serranias;
Chamam-se tiranias
Os acenos que o mundo
Cá de baixo te faz;
Não desças do teu céu de solidão,
Pomba de verdadeira paz,
Imagem de nenhuma servidão!
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