2011/02/24

Rua da Lapa - Pousos - Leiria: As giestas brancas aí de novo



Ao descer esta rua, vindo da zona da Igreja Matriz dos Pousos, em direcção ao Vale do Sirol, a Ribeira revolta com muita água.
Seguindo, rua abaixo, vai-se paralelamente à variante do Hospital de Sto. André para o nó rodoviário, que brevemente receberá o IC36, que vem do Alto Vieiro, para ligar a A8 à A1. Nessa rua, ainda vemos nas bermas, giestas, tojos, os restos de pinhais, sobreiros, choupos, até uma cerca com porcos pretos criados ao ar livre. Do outro lado, a   Auto-Estrada (a variante) que se vê na foto. 
Tanto alcatrão! Tanto kilómetro de automóvel a devorar!... 
Quem irá usar no futuro tanta Auto-Estrada? que, imagino, vai ser paga km a km, litro após litro de combustível, o petróleo a preços incomportáveis!... 
Já me sinto perdido a fazer contas e mais contas à vida!...
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GIESTAS


Recordo o tempo da giesta em flor
A dar uma outra cor à nossa estrada;
Caminhos que seguíamos, de amor
Ele a florir também, na alvorada.


O branco e amarelo, o bicolor
Mostravam cada encosta matizada;
O brilho à luz do sol, no seu esplendor!
De mim saía um poema, uma balada...


Depois, as auto-estradas do progresso.
Às vezes vou nas outras, que não esqueço,
Embora fique aquém das horas lestas;


É nelas que à minha alma sempre assoma
Lembrança de algum beijo... no aroma
Que vinha então selá-lo, das giestas.



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2011/02/23

Leiria: Requalificação e Dívida Externa

Estes desiquilíbrios - repare-se (clic) também no poste ao lado da "Zara", antigo "Paço Episcopal" substancialmente fora da vertical do lugar - não abonam nada ao nosso próprio equilíbrio emocional.
No Jardim Luís de Camões...
Leiria tem sido, na última década e meia, alvo de muitas e variadas obras de requalificação de espaços públicos.
Nalguns casos, desnecessários e despropositados. 
Opiniões, claro está.
Por exemplo, os bancos de jardim que estão espalhados pela zona do Largo 5 de Outubro de 1910 e do Jardim Luís de Camões, foram importados dos "States". Por acaso, ainda se lembram de como eram bonitos e mais apropriados às características do Centro Histórico de Leiria, os bancos de madeira que lá existiam, muito mais confortáveis e anatómicos? Dava gosto descansar um bocadinho e entabular uma conversa (também se namorava bem...) nesses bancos,
- ainda se podem observar alguns, talvez para ficarem para memória futura, no quadrado central do Jardim, ainda que pintados de cor de laranja (a que propósito?!)
Haveria necessidade?
Tanta empresa de serralharia civil (e até mecânica) (*) que tínhamos e ainda temos em Portugal!...

Depois, contas feitas, a «Balança de Pagamentos» com o exterior é o que se vê! Está a assumir proporções deficitárias tão ou mais graves como a própria «Dívida soberana»?
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(*) Ora aqui está uma questão prosaica mas que é correcto distinguir:
- Serralharia CivilConstrução e reparação de Portões, Grades e Coberturas de metal;
- Serralharia MecânicaConstrução e reparação de Máquinas.



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2011/02/21

Leiria: Praça Francisco Rodrigues Lobo e Ateneu Desportivo de Leiria


As instalações do Ateneu Desportivo de Leiria(*) estão de cara lavada. As obras de requalificação no edifício onde funciona a sua sede foram realizadas em tempo reduzido, o que é, nos tempos que correm, uma bênção dos Deuses para o martirizado Centro Histórico de Leiria, que atravessa uma época de obras em simultâneo em vários pontos da cidade, o que está a paralizar completamente o movimento de peões e viaturas e, consequentemente, a asfixiar o débil comércio que poderia revitalizar esta zona nevrálgica e simbólica de Leiria.


Nas fotos pode-se ver:


1- Edifício restaurado, estátua a Francisco Rodrigues Lobo, poeta bucólico e figura de relevo das letras de Leiria. Em primeiro plano, a beleza das ameixoeiras em flor na Praça principal da cidade de Leiria;
2- Plano de pormenor da estátua ao Pastor peregrino evocado na obra poética de Francisco Rodrigues Lobo.

Nota:
(*)Muito me honra ter feito parte dos seus corpos gerentes nos anos 80.
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Desde Leiria, em dia de Sporting-Benfica



Antevisões verde-rubras

Com os leões de Alvalade
O Benfica vai jogar.
Desculpem-nos, mas sem maldade,
Nós vamos mesmo ganhar.

É que o destino, por certo,
Já percebeu que na Luz,
Além de se jogar bem
Até estamos com Jesus.

Havia um tal de «levezinho»
Que valia bem por mil
Mas agora, benfiquistas,
Ele já foi prò Brasil.

Sem ele e com o Cardozo,
O Aimar e o Luisão
Até mesmo um pardalito
Ganharia a um leão,

Vamos afinar as vozes,
Prepararmo-nos pra cantar.
Logo, o Benfica, senhores,
Ao Sporting vai ganhar.

Zaida Paiva Nunes
21 de Fevereiro de 2011 - 10h30


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2011/02/20

LEIRIA: Vila Maria, para memória futura




Vim viver para Leiria em 1966. 
A cidade tinha um núcleo urbano central, a actual Zona Histórica, e mais uns quantos aglomerados urbanos, vivendas familiares e muitas Quintas, à sua volta.
Passados estes anos todos, Leiria está transformada num grande centro urbano, a deslocar-se duma forma nítida para a zona do actual "Shopping Center", ao mesmo tempo num infernal entroncamento de Auto-estradas e Itinerários Complementares, que está a alterar drasticamente o equilíbrio ambiental desta área, zonas de floresta e os vales do Lis e do Lena praticamente engolidos por estruturas megalómanas de betão e  alcatrão.
Entretanto, muitas edificações típicas, características duma época, foram abandonadas umas, transformadas em blocos de apartamentos incaracterísticos, outras. 
Dir-se-á: alterações próprias da evolução das cidades das últimas décadas. Está claro, mas teremos que nos render tão dramaticamente à ocupação dos terrenos com tão grande impacto ambiental?


Além disso, também é verdade que, a nós, os que vivem a cidade desde há mais de 30 anos, começam-nos a faltar muitas referências desses tempos passados. 
Só por isso, de vez em quando, vou deixando aqui algumas reportagens das quintas e vivendas/vilas que marcaram a Leiria de outra era. 
Saudosismo?
Talvez!
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2011/02/17

Muçulmanos: Xiitas ou Sunitas? Revolução geral?

http://dispersamente.blogspot.com/2006/08/iv-maom-e-o-islo.html

Seguindo este link pode ler-se o que em 2006 me decidi a publicar neste blogue a título duma possível síntese do que se deve saber sobre Maomé e o Islão. Ou seja, tentar perceber os fundamentos da orientação religiosa dos Muçulmanos. E da influência significativa que o Islão teve sobre a Civilização Global da actualidade, se é que assim nos podemos expressar. 


Hoje, está novamente na ordem do dia, debruçarmo-nos sobre esta questão para tentar perceber o que se passa nos países Muçulmanos na actualidade. Principalmente na zona nevrálgica do Islamismo: O Norte de África e o Médio Oriente.
Teremos forçosamente que olhar para as decididas manifestações populares que se têm verificado em países como a TunísiaEgipto, Iémen, Iraque, Bahrein, Líbia, Síria e assim por diante. Estamos na presença de movimentos de revolta contra Ditaduras de décadas e décadas, seculares bem se pode afirmar, protectoras de elites instaladas no poder sem que para isso o povo as tivesse mandatado expressamente através de eleições livres.
Já se fala na Revolução da Primavera Árabe.


Dentro do Islamismo retoma-se a velha discussão das duas principais tendências religiosas: os Sunitas e os Xiitas. Que, cíclica e localmente, se degladiam  tendo em vista a supremacia duma sobre a outra.


Afinal qual é a diferença notável entre  SunitasXiitas?


Sunitas


São os muçulmanos ortodoxos, isto é, a grande maioria dos fiéis do Islão.
O termo sunitas tem, essencialmente, a ver com o facto de serem seguidores fiéis de princípios teológicos e público-jurídicos que se regem pelo cumprimento escrupuloso da sunna (conjuntamente com o Alcorão), as acções do Profeta Maomé, tal como elas se revelaram desde os primórdios do Islão.
O Sunismo opõe-se às crenças e aos princípios dos Xiitas, na medida em que estes acrescentam outras compilações canónicas como a sunna dos doze imam e se assumem seguidores não só de Maomé mas também de Ali, seu genro, que casou com Fátima, filha de Maomé.


Xiitas


São os partidários da família do quarto califa, Ali, primo e genro do Profeta Maomé.
Os xiitas têm uma veneração superior pela família de Ali.
A característica fundamental que os distingue dos Sunitas tem a ver com o facto de que, enquanto estes só aceitam que a mediação com Deus é feita através do Profeta Maomé, para os Xiitas esta intermediação entre Deus e a comunidade é feita  pelo iman, posição  reservada a um seguidor de Ali, enquanto sucessor de Maomé, e chefe dessa mesma comunidade. 
Os Xiitas acreditam que Ali é o verdadeiro sucessor do Mensageiro de Alá. Ou seja, não renegam Maomé, mas partilham da convicção que a ligação a Deus continua através dos sucessores de Ali.


O problema que ficou por resolver entre os Muçulmanos é que não foi pacífica a aceitação de Ali como a referência fundamental na sucessão a Maomé.


Talvez que com esta breve revisão duma fase significativa da História Universal se possa melhor entender as razões que justificam o aproveitamento desta onda de contestação no mundo muçulmano-árabe para alguns ajustes de contas entre sunitas e xiitas.
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2011/02/16

Leiria ao cair duma destas noites...aí vem água...e alta de Juros da Dívida...e mais achas para a fogueira...e de arautos da desgraça...e...

Dizem os Meteorologistas
- e os locutores da rádio e da Televisão a insistirem... «meteriologistas»!?
que vai continuar a chover, forte e feio, que as ondas do mar vão atacar a costa ocidental Portuguesa com 10 metros de altura, que os ventos vão ser fortes (100 km/hora).
Valha-nos Santa Bárbara e outros ligados ao Inverno e às penas que temos que penar neste mundo!: como o Santo Amaro, por exemplo, que nos pode ajudar nos problemas com o nosso esqueleto ambulante, que bem sofre com estas humidades todas, particularmente quando o tempo objecto das reflexões de Sto. Agostinho começa a ser um problema real...e temporal!...


Esta noite
- ouvi dizer, que eu nem dei por nada
choveu a cântaros, trovejou com fragor. Aqui na zona de Leiria, pelo menos! É que, se pudesse ....
- para não me sujeitar a tanta informação em tempo real, esta e a dos juros da Dívida Pública e do Governador do BP a falar da retracção da economia em dia de Leilão no mercado externo, imediatamente após o Balanço do Bom desempenho da evolução do PIB em 2010
até fazia uma cura de repouso espiritual, desligando a rádio e a televisão e deixando de ler os jornais...

ah, pois, também não podia vir à Net!...
(Copyright ©as-nunes)
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2011/02/13

13 Fevereiro de 1947 - Uma data memorável

64 anos - fotógrafo/blogger - as-nunes            
Um freixo no Rossio em Leiria. Na foto anterior, lado direito, estátua do pastor, figura simbólica da poesia bucólica de Francisco Rodrigues Lobo, de braço dado com uma ameixoeira em flor.

Da janela do meu quarto, um melro nos ramos despidos duma figueira. Em fundo o prado viçoso da encosta da Quinta do Cabreiro - Carvalhinha - Barreira - Leiria

Charles Aznavour, cantor que sempre me acompanhou...e não se esquece dos meus aniversários!...
-
A rapaziada do Facebook anda por lá muito activa. 
Ainda não me habituei a essa moda!...
Nem sei se vou ter arcaboiço para conseguir prestar atenção a tantos "amigos", a tantas interrogações, a tanta efervescência, a tanto lirismo e outros ismos!?...
(Copyright ©as-nunes)
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2011/02/12

Um país por achar neste país.

Hotel Eurosol - Leiria, 197? - um seminário sobre trabalho e sindicalismo. Sou o jovem, de bigode, manga curta cor clara, na mesa, do lado direito. Estava-se a trabalhar na criação da UGT.
Também falou o saudoso Dr. Vasco da Gama Fernandes, com o seu inseparável cigarro, sempre aceso. Lembram-se do Dr. Marcelo Curto? Ei-lo à direita.
Tempos de ideais, de juventude, de esperança no Futuro!... Bons velhos tempos!...
              (Copyright ©as-nunes)


Canto a raiz do espaço na raiz
do tempo. E os passos por andar nos passos
caminhados. Começa o canto onde começo
caminho onde caminhas passo a passo.
E braço a braço meço o espaço dos teus braços:
oitenta e nove mil quilómetros quadrados.
E um país por achar neste país.

Manuel Alegre
o CANTO
e as ARMAS
Poesia nosso tempo, 1970
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2011/02/09

Batalha: Collipo - Palácio Randulfo - Casal do Freixo - S. Sebastião do Freixo - Quinta S. Sebastião



Há uns tempos atrás tirei algumas fotografias das actuais edificações ainda em pé, da muito referenciada Quinta de S. Sebastião, na estrada entre o limite da freguesia da Barreira e os lugares de Garruchas e Celeiro, logo a seguir aos lugares de Andreus e Palheirinhos (Barreira-Leiria).
Há muito que é conhecida a ligação da história deste local com a mítica Collipo, uma importante urbe Romana, da qual foram recolhidos alguns vestígios, o mais significativo dos quais será a estátua dum magistrado Romano encontrado nos anos 60 (agora à guarda do MCCB- Museu da Comunidade Concelhia da Batalha, recentemente inaugurado). E muitos outros, constituídos por moedas antigas, sabe-se lá do paradeiro da maior parte delas,  lajes com inscrições, algumas que foram utilizadas na construção do Castelo de Leiria (1) e, segundo se consta, noutras edificações das redondezas e até simples muros. Julga-se que muitos outros vestígios terão ficado soterrados para sempre já que a estação arqueológica que ali funcionou se encontra completamente desmantelada.
Segundo registos antigos, já no ano de 1142 (primeiro foral de Leiria, concedido por D. Afonso Henriques, em 1.5.1142), se fazia referência a um Palácio Randulfo, que tudo indicia, estivesse localizado, precisamente, nesta mesma referência geográfica.
A áurea de mistério em que ainda se encontra envolta a origem da Quinta de S. Sebastião, merecia um estudo mais aprofundado e da mais alta resolução.
Uma das melhores e mais actuais vias para se obter informações sobre esta Quinta há-de ser o livro "Villa Portela" (2) no qual se pormenoriza, no seu capítulo 3 - Os Henriques d´Azevedo, a forma como esta quinta se encontra intimamente ligada a várias famílias das mais ilustres e representativas de toda a zona de Leiria.
Nesta obra fica-se com a informação de que Manuel Henriques, que nasceu em casal do Freixo (depois Quinta de S. Sebastião) é o parente comum de várias famílias de Leiria, como os Lopes Vieira, os Veríssimo de Azevedo, os Charters d´Azevedo, os Carreira e, por sucessão, de todos os Henriques d´Azevedo.

O local, aqui revisitado, no cimo da colina, com o tempo referenciada com o nome de  S. Sebastião, onde hoje ainda existem algumas edificações habitadas, começou por ser Collipo.
O topónimo deste sítio passou, de acordo com o foral de 1142 e uma inquirição(3) de 1233, a ficar para a história, como Randulfo.
O topónimo «S. Sebastião do Freixo» teve origem na existência, no sítio de «Casal do Freixo» (antigo Palácio Randulfo), duma ermida em honra de S. Sebastião (que tinha boa renda, sendo que esta era recebida pela Fábrica da Sé de Leiria, segundo as célebres "Memórias Paroquiais" da Batalha, de 1758).

Será oportuno deixar aqui um apontamento sobre o  Visconde de S. Sebastião(4)José Maria Henriques d´Azevedo, a quem pertenceu, por herança, a já citada Quinta de S. Sebastião
Este título foi-lhe atribuído por mercê de D. Luís I, em 8 de Agosto de 1872.  
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notas:
(1) ler "Introdução à história do Castelo de Leiria" de Saul Gomes.
(2) ler "Villa Portela", Ricardo Charters d´Azevedo, ed. Gradiva 2007, pág. 73 e seguintes.
(3) Esta inquirição de 1233 refere a existência de uma propriedade da Coroa na região de Leiria, situada em «Palácio Randulfo», sensivelmente onde é hoje S. Sebastião do Freixo.
(4)
a) Existe em Leiria, em sua homenagem,  a  Rua 1º Visconde de S. Sebastião, que liga a actual Av. das Comunidades até ao entroncamento com a Av D. José Alves Correia da Silva;
b) Era proprietário de diversas propriedades nos arredores de Leiria. Destacam-se a Quinta de Vale de Lobos,  localizada na actual Estrada das Cortes, do outro lado a Quinta de S. Venâncio e a Quinta do Lagar de El-Rei, em cujos terrenos se encontram hoje instalados a Prisão-Escola de Leiria, A ESEL- Escola Superior de educação de Leiria e o IPL - Instituto Politécnico de Leiria.
(p. 83 do livro "Villa Portela" já referido em (2))