http://dispersamente.blogspot.com/2006/08/iv-maom-e-o-islo.html
Seguindo este link pode ler-se o que em 2006 me decidi a publicar neste blogue a título duma possível síntese do que se deve saber sobre Maomé e o Islão. Ou seja, tentar perceber os fundamentos da orientação religiosa dos Muçulmanos. E da influência significativa que o Islão teve sobre a Civilização Global da actualidade, se é que assim nos podemos expressar.
Hoje, está novamente na ordem do dia, debruçarmo-nos sobre esta questão para tentar perceber o que se passa nos países Muçulmanos na actualidade. Principalmente na zona nevrálgica do Islamismo: O Norte de África e o Médio Oriente.
Teremos forçosamente que olhar para as decididas manifestações populares que se têm verificado em países como a Tunísia, Egipto, Iémen, Iraque, Bahrein, Líbia, Síria e assim por diante. Estamos na presença de movimentos de revolta contra Ditaduras de décadas e décadas, seculares bem se pode afirmar, protectoras de elites instaladas no poder sem que para isso o povo as tivesse mandatado expressamente através de eleições livres.
Já se fala na Revolução da Primavera Árabe.
Dentro do Islamismo retoma-se a velha discussão das duas principais tendências religiosas: os Sunitas e os Xiitas. Que, cíclica e localmente, se degladiam tendo em vista a supremacia duma sobre a outra.
Afinal qual é a diferença notável entre Sunitas e Xiitas?
Sunitas
São os muçulmanos ortodoxos, isto é, a grande maioria dos fiéis do Islão.
O termo sunitas tem, essencialmente, a ver com o facto de serem seguidores fiéis de princípios teológicos e público-jurídicos que se regem pelo cumprimento escrupuloso da sunna (conjuntamente com o Alcorão), as acções do Profeta Maomé, tal como elas se revelaram desde os primórdios do Islão.
O Sunismo opõe-se às crenças e aos princípios dos Xiitas, na medida em que estes acrescentam outras compilações canónicas como a sunna dos doze imam e se assumem seguidores não só de Maomé mas também de Ali, seu genro, que casou com Fátima, filha de Maomé.
Xiitas
São os partidários da família do quarto califa, Ali, primo e genro do Profeta Maomé.
Os xiitas têm uma veneração superior pela família de Ali.
A característica fundamental que os distingue dos Sunitas tem a ver com o facto de que, enquanto estes só aceitam que a mediação com Deus é feita através do Profeta Maomé, para os Xiitas esta intermediação entre Deus e a comunidade é feita pelo iman, posição reservada a um seguidor de Ali, enquanto sucessor de Maomé, e chefe dessa mesma comunidade.
Os Xiitas acreditam que Ali é o verdadeiro sucessor do Mensageiro de Alá. Ou seja, não renegam Maomé, mas partilham da convicção que a ligação a Deus continua através dos sucessores de Ali.
O problema que ficou por resolver entre os Muçulmanos é que não foi pacífica a aceitação de Ali como a referência fundamental na sucessão a Maomé.
Talvez que com esta breve revisão duma fase significativa da História Universal se possa melhor entender as razões que justificam o aproveitamento desta onda de contestação no mundo muçulmano-árabe para alguns ajustes de contas entre sunitas e xiitas.
(Copyright ©as-nunes)
Seguindo este link pode ler-se o que em 2006 me decidi a publicar neste blogue a título duma possível síntese do que se deve saber sobre Maomé e o Islão. Ou seja, tentar perceber os fundamentos da orientação religiosa dos Muçulmanos. E da influência significativa que o Islão teve sobre a Civilização Global da actualidade, se é que assim nos podemos expressar.
Hoje, está novamente na ordem do dia, debruçarmo-nos sobre esta questão para tentar perceber o que se passa nos países Muçulmanos na actualidade. Principalmente na zona nevrálgica do Islamismo: O Norte de África e o Médio Oriente.
Teremos forçosamente que olhar para as decididas manifestações populares que se têm verificado em países como a Tunísia, Egipto, Iémen, Iraque, Bahrein, Líbia, Síria e assim por diante. Estamos na presença de movimentos de revolta contra Ditaduras de décadas e décadas, seculares bem se pode afirmar, protectoras de elites instaladas no poder sem que para isso o povo as tivesse mandatado expressamente através de eleições livres.
Já se fala na Revolução da Primavera Árabe.
Dentro do Islamismo retoma-se a velha discussão das duas principais tendências religiosas: os Sunitas e os Xiitas. Que, cíclica e localmente, se degladiam tendo em vista a supremacia duma sobre a outra.
Afinal qual é a diferença notável entre Sunitas e Xiitas?
Sunitas
São os muçulmanos ortodoxos, isto é, a grande maioria dos fiéis do Islão.
O termo sunitas tem, essencialmente, a ver com o facto de serem seguidores fiéis de princípios teológicos e público-jurídicos que se regem pelo cumprimento escrupuloso da sunna (conjuntamente com o Alcorão), as acções do Profeta Maomé, tal como elas se revelaram desde os primórdios do Islão.
O Sunismo opõe-se às crenças e aos princípios dos Xiitas, na medida em que estes acrescentam outras compilações canónicas como a sunna dos doze imam e se assumem seguidores não só de Maomé mas também de Ali, seu genro, que casou com Fátima, filha de Maomé.
Xiitas
São os partidários da família do quarto califa, Ali, primo e genro do Profeta Maomé.
Os xiitas têm uma veneração superior pela família de Ali.
A característica fundamental que os distingue dos Sunitas tem a ver com o facto de que, enquanto estes só aceitam que a mediação com Deus é feita através do Profeta Maomé, para os Xiitas esta intermediação entre Deus e a comunidade é feita pelo iman, posição reservada a um seguidor de Ali, enquanto sucessor de Maomé, e chefe dessa mesma comunidade.
Os Xiitas acreditam que Ali é o verdadeiro sucessor do Mensageiro de Alá. Ou seja, não renegam Maomé, mas partilham da convicção que a ligação a Deus continua através dos sucessores de Ali.
O problema que ficou por resolver entre os Muçulmanos é que não foi pacífica a aceitação de Ali como a referência fundamental na sucessão a Maomé.
Talvez que com esta breve revisão duma fase significativa da História Universal se possa melhor entender as razões que justificam o aproveitamento desta onda de contestação no mundo muçulmano-árabe para alguns ajustes de contas entre sunitas e xiitas.
(Copyright ©as-nunes)
3 comentários:
Ó António, mas por que caminhos ínvios, te andas a meter!?
Eu penso que não!
Sou eu só a tentar compreender o Mundo em que vivo!...
Complicado, sem dúvida!
Palavras tuas, mas tal como o dizes...complicado, sem dúvida, entender outras religiões, crenças e povos.
Convido-te a visitar os meus blogues; num deles verás como é bom sonhar e no outro verás o meu recolhimento.
Fotos minhas, as do recolhimento, num lugar simples, mas muito zen, com paz e silêncio, no meio do Alentejo.
O recolhimento deve-se ao vazio a que a minha vida chegou...
Um pouco como a vida de muitas outras pessoas, que é um vazio imenso, só que cada qual ocupa o vazio de formas bem diferentes.
Mas, nestas idades, é o mais normal, o vazio da vida das pessoas; os filhos cresceram e foram fazer a sua vida e nós, Mães ficamos sós...
Alguém escreveu:
nós mulheres, fomos educadas para doar, dividir, servir, ajudar, sustentar.
SIM, mas já passou o meu tempo de doar, dividir, servir, ajudar...
Ainda o faço com os meus netos, mas eles são dos pais e eu fico com os restos que sobram, para mim...muito pouco ou nada...
Nem sempre formar uma família e vê-la crescer, nos dá muito orgulho...
Emociona e chora-se muitas lágrimas, acredita!
Fica bem.
Beijinhos.
Viva Tulipa
Não restam dúvidas que pensar alto e para o mundo inteiro sobre um tema tão premente como o do Islamismo, na actualidade, pode ser mal olhado ou com ar desconfiado.
Não é, nem pode ser assim.
A verdade é que a Civilização global muito deve aos Árabes, que tiveram um excepcional poder de síntese e conseguiram, na época áurea da sua fase expansionista, absorver o que de mais relevante se registava nas civilizações e culturas dos povos que subjugaram, todo o Norte de África, uma boa e significativa parte da Ásia, todo o Médio Oriente, a Península Ibérica, Sul de Itália.
Está na hora de nos sintonizarmos a nível Mundial, independentemente das diferenças de orientação religiosa!
É tempo de actuarmos globalmente.
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