Dia
14 de Janeiro de 2012, Leiria, auditório da livraria Arquivo.
Às
18 horas começaria uma sessão de apresentação do livro de Mário Soares, “… um político assume-se”. Fiz questão
em estar presente, só que devia ter
ocupado um lugar com mais antecedência, talvez meia hora antes. Quando cheguei,
todo o auditório estava tomado, as
escadas de acesso constituiam o único sítio possível para tentar seguir a
sessão.
Fui
(talvez ainda seja) militante ativo do PS desde os primeiros tempos da sua ação
pós 25 de Abril de 1974. Participei na organização dos trabalhadores através
das comissões de trabalhadores e dos sindicatos, nas grandes batalhas políticas e ideológicas
de então, integrando órgãos institucionais da Concelhia e da Federação de
Leiria, listas de candidatura do PS às
Legislativas, Câmara Municipal de Leiria, Juntas de Freguesia, militando nas Presidenciais
(as de Ramalho Eanes e de Mário Soares), até uma derradeira tentativa como
Independente fiz, acabei por me cansar de tanto remar contra ventos e marés, já
nos anos 90…
Quantas
horas despendi de microfone na mão (cheguei a guiar uma carrinha com uma mão e
com a outra a empunhar um microfone), reuniões e mais reuniões, folhetos,
auto-colantes, cartazes, escritos, na convicção de que estava a defender um
ideal de sociedade em que acreditava e ainda sonho!
O
tempo passa, a vida traz-nos muitas desilusões…
De
qualquer modo, Mário Soares foi e
será para a História, um pilar muito forte na defesa da Democracia e da
Liberdade.
Quanto
a Socialismos, acabei por constatar que esta utopia é linda mas inatingível. Que
socialismo? Que organização política duma Nação como Portugal, integrada numa
Europa inexoravelmente retalhada, resistirá à implementação de princípios
ideológicos fundamentados no Socialismo, ainda que encarados nas suas linhas
mestras mais básicas?
Está
à vista que bem podemos pregar aos sete ventos que a “luta continua”, o Homem
jamais se conseguirá organizar numa sociedade Socialista, seja qual for a capa
com que se vista.
O
próprio Mário Soares é desta
constatação uma prova irrefutável. Não foi ele que “meteu o Socialismo na gaveta”? E o que é que ele poderia ter feito,
em alternativa, nas circunstâncias em que a sociedade global tem vindo a
evoluir, a não ser apregoar os princípios em que se fundamenta uma sociedade
mais justa, mais igualitária, a tender para o Socialismo?
O
problema crucial, na atualidade, é que o Homem continua a viver como um ser iminentemente egoísta.
Como
lutar contra o egoísmo inerente à própria genes do Homem?...
Não
sei… nem consegui aprender ao longo de todos estes anos a tentar.
Alguém
sabe?!…
-
nota:
Dada a sua atualidade, apesar de editado em 1977, penso ser esclarecedor e perfeitamente adaptável ao presente, se se relerem os textos de Mário Soares no livro:
Crise e Clarificação
Ed. Artes Gráficas . Lisboa
@asnunes
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nota:
Dada a sua atualidade, apesar de editado em 1977, penso ser esclarecedor e perfeitamente adaptável ao presente, se se relerem os textos de Mário Soares no livro:
Crise e Clarificação
Ed. Artes Gráficas . Lisboa
@asnunes