2012/10/18

E agora, povo?! ...



E agora, povo?!

Esta melia em tom dulcíssono
Postada ali mesmo em frente
Está bonita cores de outono
Com seu ar cândido e dolente

Que bom seria vivermos
Esse teu contentamento
E o nosso rumo invertermos
Neste lamentável momento

Há aqueles que se  amofinam
Por agora atentarmos em ti
Presunçosos mas não atinam
Estás muito bem assim, aí

Este Orçamento está péssimo
Sem qualquer margem de dúvida
Precisamos desse empréstimo
Mais uma tranche para a Dívida

-

Se o povo é quem mais ordena
Porque é que deixámos que os “novos senhores”
Tenham feito o que quiseram
E ainda lhes cresceu tempo
Para se porem ao fresco?

E agora, povo?! …
@as-nunes

2012/10/17

Antes que seja tarde


Há dias, a meio da semana passada, talvez, 
(o tempo está a passar tão depressa, as perspetivas deste país são uma miséria, bem à vista de todos,  mas nós a querermos que tudo isto não passe dum sonho, um pesadelo que nos está a atormentar mas que ainda temos esperança que, de repente, acordamos, estrebuchamos, acendemos a luz, afinal era mesmo só um pesadelo),
pensei que seria uma boa altura para tirar uma fotografias das flores do meu jardim/quintal.

Ei-las, algumas, não fotografei a parte do quintal, que agora está em pousio, umas couves e alfaces numa estufazita pequenina, aí uns 12 metros quadrados. 
A foto do canto inferior direito mostra as folhas do meu liquidâmbar, aquele que já aqui apresentei em tempos (talvez ainda aqui deixe o link(*), vou consultar o índice temático deste blogue), com o típico mudar de cor das folhas, que irão ficar avermelhadas neste Outono, agora aí em pleno, já não era sem tempo.

Entretanto, a rádio, a minha companhia quando estou sozinho, que ouço  normalmente e por romantismo, a Antena Um, a anunciar aquilo que já estamos a ficar fartos de perceber. Os partidos da coligação governamental de candeias às avessas, estarão mesmo, não será só mais uma fita? para iludir os seus eleitores? raio de partidos que só servem para pensar nos votos que podem perder ou ganhar com as posições que assumem, importa lá o interesse do país, dos portugueses?

Se não quisessem ter de enfrentar a situação atual, assumindo-se com coragem e inteligência, tinham-se demarcado em devido tempo, impondo como condição uma investigação exaustiva ao estado calamitoso em que as contas Públicas estavam e o extremo grau de endividamento externo a que o nosso país tinha chegado. 
E que continua a aumentar, cada dia que passa, sem que se vislumbre a dose de esperança que seria indispensável para nós, os eternos pagantes, acreditarmos que vale a pena mais este descomunal sacrifício que nos está a ser imposto pela atual proposta de orçamento do Estado.

Que fadário o nosso! ...

(*) Esse liquidâmbar foi uma prenda da Junta de freguesia da Barreira por ter escrito um livro (um ensaio, que a mais não consegui chegar) sobre a freguesia.
@as-nunes

2012/10/16

Malmequer - OE2013


Uma enormidade de impostos

Uma bomba atómica fiscal

Uma calamidade

Uma monstruosidade

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Desculpa a ligação, lindo e prazenteiro malmequer amarelo! ...
És uma flor muito bonita e eu gosto muito de ti! ...

2012/10/13

O snr. Presidente anda mesmo às aranhas


A paisagem está negra, de qualquer modo as aranhas não estão invisíveis!...

Durante a reunião anual do FMI, em Tokyo, a Srª Lagarde, Directora-Geral da instituição, e o seu economista chefe, Sr. Blanchard, a propósito dos processos de consolidação orçamental na zona Euro enunciaram uma orientação que ontem fez notícia na imprensa internacional e que, vindo de quem vem, esperemos que chegue aos ouvidos dos políticos europeus dos chamados países credores e de outras organizações internacionais. Trata-se de um ensinamento elementar da política de estabilização, que eu próprio várias vezes tenho referido, e que, em linguagem simples, se pode traduzir do seguinte modo: nas presentes circunstâncias, não é correto exigir a um país sujeito a um processo de ajustamento orçamental que cumpra a todo o custo um objetivo de défice público fixado em termos nominais.
Devem ser definidas políticas que garantam a sustentabilidade das finanças públicas a médio prazo e deixar funcionar os estabilizadores automáticos. Se o crescimento da economia se revelar menor do que o esperado, o défice nominal será maior do que o objetivo inicialmente fixado, porque a receita dos impostos é inferior ao previsto e as despesas de apoio ao desemprego superiores. Assim, Blanchard conclui que"nem por isso se deve impor a adoção de medidas orçamentais adicionais, o que tornaria a situação ainda pior".



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O snr. Presidente Aníbal Cavaco Silva foi para o "Facebook" escrever este "recado"...

Só agora, snr. Presidente?
Foi preciso estudar o discurso do próprio FMI para vir agora - tarde e a más horas - tentar sacudir a água do capote?


Apesar de tudo, pode ser que esta aranha que acabei de fotografar, ao fim da tarde, aqui no Centro Oeste do extremo ocidental da Europa, o oriente no aconselhamento ao Primeiro Ministro nesta hora decisiva para Portugal e para a própria Europa no seu conjunto! ...
@as-nunes

2012/10/12

Afinal, somos mas é calhaus! ...



Esta gente

Esta gente cujo rosto
Às vezes luminoso
E outras tosco

Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis

Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre

Pois a gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É a gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome

E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais  do que a pedra
Humilhada e calcada
Meu canto se renova
E recomeço a busca
De um país liberto
De uma vida limpa
E de um tempo justo

Sophia de Mello Breyner Andresen

@as-nunes

2012/10/11

União Desportiva de Leiria: Uma Academia de Futebol a considerar

 Era de manhã cedo já estávamos em preparativos para ir a Sacavém, acompanhar os Iniciados do União Desportiva de Leiria, modalidade de Futebol de onze.
 O Sol estava a espreguiçar-se por sobre o Castelo de Leiria, sobranceiro ao espetacular Estádio de Futebol de Leiria, infelizmente na origem de gravíssimos problemas de gestão financeira para o Município.

 Já em Sacavém, no estádio do Sport Grupo Sacavenense
O momento em que o Guilherme Moura se preparava para entrar em campo, após um mês a recuperar de uma lesão num pé e no tornozelo. Afinal estes miúdos já praticam futebol a doer, como se fossem profissionais! 
@as-nunes

2012/10/09

PORTUGAL, a EUROPA e os papagaios políticos


Esta bandeira estava hasteada no quartel, em Leiria, de onde eu parti, em 1969, para terras de Moçambique, no Índico Ocidental. Eu, a minha mulher e a minha filha que lá iria nascer...
E para a Europa retornámos ...


PORTUGAL

Esperam de encontro ao Cais, como penduras (bem se conhecem):
os magníficos estupores deste consórcio espúrio em que, de volta
à pátria, rumo à Europa, nos embarcaram outra vez.
Em bicos de asa, fingem.
Escondem o esfíngico futuro do passado.
Sei o que esperam.
Como enfunada, a alma os tenta, frente à mastreação bastarda
de outros mares.
Se a Europa aqui jaz, com que fito, o rosto é Portugal?

Vergílio Alberto Vieira 

do grupo de poetas do café Orfeu, no Porto, por volta do anos 80 do século passado.
in
ORFEU 4  (ver registo biblioteca pessoal aqui)
Porto Dezembro 1988

-"Saudemos o poeta-cantor quando os usos e costumes entronizam as putas dos poderes, os papagaios políticos, tecnocratas miúdos, atletas sem cabeça, medíocres vedetas da mediatocracia."
Assim se exprimia Arnaldo Saraiva na sua nota introdutória.
-
outros poetas deste grupo:

Amadeu Baptista
Arnaldo Saraiva
Egito Gonçalves
Manel António Pina
e
tantos outros ...


-.-
@as-nunes

2012/10/07

Portugal e o mundo


Assim vai o mundo

Do cimo da alta montanha
Eu vi o mundo a passar,
E vi tanta coisa estranha
Que não dá p´ra explicar.

Vi guerras por ambição,
Vi violência e cobardia,
Vi tanta corrupção,
Vi famintos em agonia.

Tanta gente sem trabalho
Buscando a esmola do pão,
P´ra matar a fome aos filhos,
Mas que grande humilhação!

O meu grito de revolta!
Foi um grito magoado!
O bom senso não tem volta
Num mundo tão conturbado.

Há tantos ladrões à solta,
Grandes senhores do condado,
Não há crime nem derrota,
Exibem o seu rótulo cinzelado!

Povo infeliz! Povo roubado!

Alzira Bento
último poema do seu livro "Asas da minha alma" dado à estampa no passado 5 de Outubro, na Biblioteca Municipal de Alcanena.


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"O grande papel dos portugueses não foi o de conquistadores, muito menos o de conquistados, mas antes o de um povo pivô, uma espécie de conduta através da qual as ideias, o conhecimento e as tecnologias se transmitiam à Europa e ao mundo."
Martin Page
Como Portugal Mudou o Mundo
@as-nunes

2012/10/05

Dever patriótico, por assim dizer.

Dever patriótico
(convém ler a crónica abaixo para contextualizar este título)

Em Alcanena é assim. Bandeiras da República Portuguesa por todo o lado. Terra de grandes tradições republicanas, sem dúvida.
Lá estarei, hoje, 102 anos depois da Implantação da República!
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Andamos todos num sobressalto, aqui d´el Rei
(ainda que só para o ano é que os monárquicos possam cantar vitória, temporária, simbólica somente e assim será para sempre)
quem nos acode, isto é um assalto, o Governo está a perder as estribeiras, nós os portugueses
(parece que não todos, os detentores do Capital têm que ser acarinhados, não vão eles amuar e então ainda era pior, que o dinheiro de que tanto precisamos fugia mais  e mais depressa, sabe-se lá para onde)
é que estamos tramados, etc etc, a verdade é que estamos mesmo, mas porque é que chegámos a este estado de coisas, etc etc ?

Já aqui escrevi em várias oportunidades sobre este tema, da Dívida Pública Externa, do Défice Orçamental, maldita desorganização do nosso sistema político e administrativo, que permite que tenhamos andado todos a gastar mais do que seria racional, claro uns mais que outros, quiçá alguns nem disso se tenham apercebido ou são tão desinteressados e/ou poupadinhos, que está tudo bem para eles. 
E é claro, não podemos branquear os desvios colossais nos défices consecutivos dos Orçamentos dos vários anos provocados por má gestão dos sucessivos governos e, em casos que só falta a justiça "provar", por gestão deliberadamente danosa.
Enfim, o coro de protestos é mais que muito, quase unânime a condenar esta estratégia assumida pelo Governo de Gestão da crise medonha em que estamos enterrados até ao pescoço.

Vem isto tudo ao caso para dizer que achei muito interessante uma crónica da autoria de António José Laranjeira,  que acabei de ler no semanário “Região  de Leiria” desta data.

Vou reproduzir abaixo essa crónica porque a considero muito oportuna, tendo em conta a necessidade imperiosa de não nos deixarmos embalar pelos muitos oportunismos que pululam por aí à sombra da nossa desgraça!

O que não quer dizer, de forma alguma, que tenha passado a gostar (por artes da mágica desta opinião) da forma como o Governo e os partidos que o apoiam estão a defender, contra tudo e contra todos, dramatizando até ao limite do tolerável, a busca de soluções para fazer face ao atual Estado negro da Nação Portuguesa.

Senão vejamos:
 @as-nunes