2013/04/04

Sei um ninho

Da janela do meu quarto (virada a sudeste...), dei com este ninho, acabadinho de fazer...
Pelo tamanho não deve ser de melro. Será de pintassilgo? ... Ainda há dias andei a colher umas tangerinas e não dei por nada. Talvez que um dia destes possa aqui deixar uma foto com o/os novos amigos que espero vir a conhecer...
Tratar quimicamente esta árvore? Nem pensar! Apesar de estar atacadíssima de piolho!... talvez outras pragas, até... 
O que vale é que os gatos não conseguem lá chegar! Digo eu! ...
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05-04-2013: 14h00 - acabei de os ver, os meus novos amigos. Confirmo que são pintassilgos. Inconfundíveis. Distraí-me um bocadinho, não estava com a máquina fotográfica à mão...
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Segredo

Sei um ninho.
E o ninho tem um ovo.
E o ovo, redondinho,
Tem lá dentro um passarinho
Novo.

Mas escusam de me atentar:
Nem o tiro, nem o ensino.
Quero ser um bom menino
E guardar
Este segredo comigo.
E ter depois um amigo
Que faça o pino
A voar…

Miguel Torga
1956

@as-nunes

2013/04/02

Por terras de Afonso Lopes Vieira e do Rio lis e de cheias...

O vale do Lis, belos freixos no seu hábito de folhagem primaveril e os campos, dos mais produtivos, alagados como desde sempre acontece... do lado de cá, os Lourais, do lado de lá, as Cortes, corrente da direita para a esquerda, na fotografia...


AS PAISAGENS

A cada uma, alegre ou triste,
Que inda haja, olhai-nos bem;
Que em breve já não existe
Onde poise o olhar de alguém…

Affonso Lopes Vieira
País Lilás
Desterro Azul
1922

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Descansa em paz, Afonso Lopes Vieira.
Enquanto eu estiver ciente do que ando a fazer,
Mesmo que esta e outras paisagens
Deixarem de existir ,
Nelas continuará a haver
Alguém que lhe poise o olhar!

(aqui muito perto, na margem de lá do rio Lis, ainda hoje existe (em rápida decadência) a casa onde Afonso Lopes Vieira viveu alguns anos...)

@as-nunes

2013/04/01

Ponte das Mestras- Leiria. O problema de sempre quando o rio Lis bazofia um pouco mais


Em pleno dia de Páscoa.
Os habitantes da zona da Ponte das Mestras, alí à travessia para a Barosa, preocupados com o evoluir do caudal do rio Lis, em dia de muita chuva, caudal acumulado, a limpeza do rio descuidada...

As obras lá estão anunciadas. Que obras?!...

@as-nunes

2013/03/31

É dia de Páscoa... e chove e chove e chove...


Do lado de lá, as Cortes...



CHUVA

Chove uma grossa chuva inesperada,
Que a tarde não pediu mas agradece.
Chove na rua, já de si molhada
Duma vida que é chuva e não parece.

Chove, grossa e constante,
Uma paz que há-de ser
Uma gota invisível e distante
Na janela, a escorrer...

Miguel Torga, Diário II, 1943

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chove muito e há muitos dias
os rios e barragens já estão 
a transbordar
talvez porque nós próprios
já andamos a meter água
há demasiado tempo...

2013/03/28

Janela (in)discreta ou nem por isso

Ao estilo do meu vizinho de cima...

Por vezes assalta-me esta indecisão: continuar a publicar verbetes no meu blogue, duma forma dispersa e dispersiva, como tem sido meu hábito desde 2006, ou dar prevalência à crítica política e social, dado o momento conturbadíssimo que estamos a viver.

Acontece até que, não raramente, me sinto algo desconfortável por me “entreter” e entreter os meus leitores com assuntos que não abordam especificamente temas sérios, quer dizer, as questões de interesse cívico/político. É que, cada vez mais, temos todos de ser políticos, no sentido em que se não formos nós a participar na formação duma opinião pública bem fundamentada, estaremos eternamente nas mãos de uns quantos “iluminados” que tiveram a ideia e/ou padrinhos que lhe permitiram seguir uma carreira política nos partidos e, dessa forma, virem a ser quem define e executa a estratégia tendente a nortear a nossa vida enquanto cidadãos duma comunidade, o nosso país em instância média.

No entanto, temos de admitir que já há por aí comentadores e analistas políticos  em abundância. Se calhar até já os haverá em excesso. E com a entrada em cena de José Sócrates, na RTP, a coisa promete…

De modo que a minha tentação, até por uma questão de auto-defesa mental, é manter esta minha linha de rumo, abordar duma forma mais ou menos espontânea, os temas que me forem ocorrendo, sem pretensões de poder constituir-me numa referência obrigatória como guia de quem quer que seja.

Com Sócrates de volta ou sem Sócrates, caia o Carmo ou a Trindade, vou tentar manter este rumo que tracei para o “DISPERSAMENTE…”.

Ocorreu-me escrever isto, hoje… 

em tempo:
Como ficar calado? Lá terei que dar o dito por não dito! 

@as-nunes

2013/03/27

Quinta do Cónego - Cortes (fotografia partilhada por Carlos Fernandes no Facebook)


"Copiado" do Facebook de Carlos Fernandes 
O único edifício da lavra do arquitecto Korrodi existente em Cortes (Leiria), edifício do princípio do século XX, mandado construir pelo industrioso Ricardo e localizado na que é conhecida por Quinta do Cónego, mas que é realmente a Quinta da Botarra.
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2013/03/23

Salve-se a alma da cidade de Leiria



Carlos do Carmo - Sou o ferro velho

O Largo da Sé, em Leiria, é um dos icons da zona histórica de Leiria. Uma cidade só se conseguirá impor no contexto turístico e económico se os seus administradores não permitirem que ela perca a sua alma. E isso só será possível com um forte impulso na recuperação da sua zona histórica, a área da cidade que a distingue de todas as outras. Já vai sendo tempo de todos os que querem voltar a ter uma cidade bem definida, com as suas caraterísticas próprias, pugnem pela recuperação dos edifícios, ruas, praças, jardins, árvores e comércio tradicional, única forma de manter a identidade Leiriense.

Leiria transferiu-se, de armas e bagagens, para um campo de concentração a que chamamos "Leiria Shopping".
Vamos aceitar, sem contestação, a degradação a que Leiria, como cidade histórica, está a chegar?

É que, entretanto, começamos a ver sinais preocupantes de que não há interesse em preservar a identidade de Leiria. 
Em vez de uma Praça na zona histórica, constrói-se um "equipamento" com linhas modernaças mas completamente fora da traça original da alma da cidade. Árvores que ainda se podiam e deviam manter em pé, abatem-se às dezenas, decapitando pontos de referência e de vida.

O ferro velho.
É isto que queremos para o Centro Histórico de Leiria?!

2013/03/19

Obrigado Pai

 E quando éramos todos pequenitos?! ... Claro, a Isabelita veio 17 ou 18 anos depois (depois faço melhor as contas...)

Ainda ontem a minha mãe me voltou a "segredar" aquela incrível história de quando eu me esqueci de entregar a prova de exame final (2ª ÉPOCA), eu preparadíssimo, ainda hoje estou para perceber como é que o meu pai, induzido pela fé inquebrantável da minha mãe, conseguiu convencer o diretor do Instituto a repetir o meu exame (só para mim?!... naquele tempo, no tempo de Salazar e da Pide, o meu pai era pobre, com cinco filhos, todos a estudar... como, pai? como é que conseguiram fazer isso?!... obrigado PAI)...

Obrigado PAI...

(deixei este apontamento por aí, num blogue amigo, num repente, emocionado!...)

@as-nunes

2013/03/18

Portugal, que futuro?

Nos Marinheiros, da rua da Escola, da Igreja para o horizonte crepuscular

Entre o sono e o sonho
é mudo
o diálogo.

Albano Martins
Estão agora floridas as magnólias

@as-nunes