2019/01/11

Uma fatia do tempo




uma fatia do tempo
do calendário planetário
e doutro muito mais além

um peregrino
só com o mundo.
o seu só
que não é só dele

e que partilha
com quem talvez
o possa ajudar a mitigar
alguma ausência ...

Fátima, 29dez2018
a DA


2019/01/02

Possivelmente




possivelmente



tempos de solstício de inverno
dias quedos e ledos
que possivelmente estão a contrariar
uma possível ordem cósmica

possivelmente
estamos em mudança

em vias de nos transformarmos
em algo que só se pressente
quando conseguimos
boiar na corrente 
que continuamente nos transporta
para sítios inimagináveis
mas que talvez estejam  

e que só quando lá estivermos
possivelmente encontraremos
tudo o que julgávamos perdido

possivelmente

a DA
31dez2018
-
Caros amigos, que esta passagem para o calendário de mais um ano,
vos seja muito favorável.
(ensaio dum comentário/resposta a um poema de Carlos Lopes Pires
por altura da passagem de ano de 2018/19. Troca de correspondência por emeile)

2018/12/28

Oa amigos e eu em transe





Os amigos escrevem coisas
De encantar os nossos sentidos
Em tempo de sugestão
De Paz e sossego

Quiçá entrecortado
Por inefável música planetária
Que acabamos de escutar
Em transe

É que Deus está em transe
E com ele parece que o homem
Também

Recuperado da respiração
Sempre quero agradecer
Os bons augúrios dos amigos

A estação está a receber
100x100
E responde com olás

Uma luz amovível
Por alguém
Pelo poder vindo de além
Onde?! Quem?!
Chama por nós
Incessantemente

Nós é que não a conseguimos ver
Por detrás da sua mancha escura

Façamos  esse esforço
Deus não nos pode odiar
Sim ou Não?!

a d'Almeida
19dezembro2018
(original por email para amigos da irmandade X)

2018/12/23

ÀS vezes também chove



Às vezes também chove


A chuva aí tem andado
a fazer côrregos rápidos
nas valetas da minha rua
e com ela levando as bolotas
que aqueles dois sobreiros
vizinhos de baixo
vão largando ao seu destino

o negro em cinzento das nuvens
predomina na paisagem
e remete-nos para o negrume
das vidas sem norte

que sorte, que sorte
o homem e a sua desumanidade

afinal seremos mesmo uma parte do Caos ¿¡

A DAlmeida
Dez18(antes do Natal)


2018/12/22

Poesia sobre desenhos da Alice

A ninha neta Alice, 5 anos, veio mostrar-me os desenhos da gata Ema e da cadelita Tina.
Estão muito lindos. Disse eu.
E estão.
Digo.










Serão horas de dormir
Interrompi a leitura de umas coisas
do poeta Ron Padgett.


Afinal há coincidências.

Estava a ler
"Os animais e a arte".


Veio-me à ideia de que há dias
fotografei dois ensaios pictóricos
da minha neta mais nova
cinco anos, a Alice.


Mostrou-mos e perguntou:
Qual é o mais bonito?

Tratava-se duma cadelita e uma gata:
A Tina e a Ema
muito queridos entre a família.

Respondi-lhe: cada um à sua maneira
estão os dois muito bonitos.

Trocámos muitos beijinhos
e sorrisos.

É Natal.

2018/12/17

Bolotas da minha rua


Bolotas da minha rua

O passeio da minha rua
coberto de bolotas 

Aquele sobreiro 
virado a nascente
altaneiro 

Mais abaixo 
o rio Lis
serpenteante

Quatro horas da madrugada
noite desassossegada

Que somos nós
senão o movimento
de partículas ínfimas
do universo!?

Para lá do tempo
parece que ainda aqui os sinto

Ouço o tissitar
dos estorninhos
alinhados nos fios eléctricos
enquanto a tarde 
vai mudando as cores do dia

Algum sossego
finalmente

A vida a correr 


.
Vou dormir, que estou cansado, adoentado, já passou...
por ora  ...

(um comentário que deixei algures num blogue ou num e-mail do «Grupo dos Quatro=5»).

2018/12/09

O pissitar do estorninho



Lembrei-me de sugerir que o nosso mui querido e santo RuiOPascoal(*) pudesse tirar alguma inspiração deste home madevídeo.
Um estorninho é capaz de dar um bom quadro.

Abço santificado em Có-Có 
que ele nos abençõe com a sua Graça até ao fim da nossa vida

(Cf. Livro quase no prelo.

2018/12/04

iRMANDADE DNUNES - CONVÍVIO 2DEZ18
























Somos 5 irmãos, eu com 71, a Lurdes, a Sildina e o Vitor, espaçados de mim, sucessivamente, 2 anos e a nossa Isabelita, 15 anos mais nova que eu.
Vamos passar a reunir-nos em convívio mais frequentemente.
Vamos a isso.

2018/11/25

Uma visita ao Atelier Museu Júlio Pomar - 24 de Novembro de 2018

Organizada pela Biblioteca Municipal de Alcanena/Câmara Municipal, fomos - membros do Grupo de Poesia e Cultura - visitar o Atelier Museu Júlio Pomar, em Lisboa.
Captei em modo fotográfico alguns pormenores. Destaco, para já, os seguintes:













2018/11/18

Uma flor ao longe




Uma flor ao longe


Nas minhas deambulações etéreas
sintonizei uma emissão
cuja origem
só pode ser um mundo diferente
dos muitos em que nós outros
julgamos acreditar

e que alguns de nós
até olhamos e dizemos que gostamos do que vemos

só que não conseguimos descortinar
o caminho
rumo a algo que sentimos inalcançável

Demais sabemos que há outros mundos
que nos parecem cada vez mais distantes
à medida que reparamos neles

mas que talvez estejam
à mão duma simples flor
duma maçã acabada de colher
das pedras do caminho
dos detalhes do meu quintal

duma gota de chuva
nas areias do deserto
ou no fogo

redemoinhado pelo vento

nada será em vão

a DAlmeida
(comentário que deixei no blog de Carlos Pires)