2019/01/15
Será que ainda haverá um dia em que darei à estampa um livro de poesia?
Antes de mais. O que entendo por Poesia? O que é que cada um de nós entende que deve ser invocado como sendo poesia, no sentido de usar palavras para transmitir algo que nos toca no mais íntimo do que julgamos ser?
Será impossível estabelecer normas para se escrever Poesia?
Ou a Poesia é algo que não se define, que se transmite pelas mais inesperadas e inusitadas formas?!
Que Poesia é tentar pensar o universo, cada um de nós como sendo o próprio universo, como fazendo parte do Todo pressentindo que não é Nada?!
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O frio da memória
Inverno de gelo
A madrugada apressa-se
a entrar pelo dia
O frio lá fora
Invoco a memória
Porquê para quê
Não sei
A madrugada lá vai
Num percurso sinuoso
Cheio de apelos
A memórias de tantas coisas
Tempos dobados
em instantâneos difusos
O tempo continua a correr
Para onde
Por que caminho
Não sei
É melhor assim
Talvez amanhã seja outro dia
a DA
14jan18 - 4 horas
Lourais - Barreira - Leiria
2019/01/11
o sol irradia vida
em luz embrulhada em frio
correm dias de pensar
divagações intermináveis
interrogações
interrogações
e ouvem-se sons
vozes canções
lançadas no cosmos
por quem como
continuamos sem saber
continuamos à deriva
sem rumo
o azul do infinito
sem uma referência definida
quanto mais longe
julgamos ser
mais longe estamos
antónio nunes
aDA - 9jan19
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(em jeito de conversa de amigos. Carlos Lopes Pires tinha escrito e enviado a alguns amigos um poema por alturas do 4º aniversário da morte de sua mãe)
2019/01/02
Possivelmente
possivelmente
tempos de solstício de inverno
dias quedos e ledos
que possivelmente estão a contrariar
uma possível ordem cósmica
possivelmente
estamos em mudança
em vias de nos transformarmos
em algo que só se pressente
quando conseguimos
boiar na corrente
que continuamente nos transporta
para sítios inimagináveis
mas que talvez estejam
e que só quando lá estivermos
possivelmente encontraremos
tudo o que julgávamos perdido
possivelmente
a DA
31dez2018
-
Caros amigos, que esta passagem para o calendário de mais um ano,
vos seja muito favorável.
(ensaio dum comentário/resposta a um poema de Carlos Lopes Pires
por altura da passagem de ano de 2018/19. Troca de correspondência por emeile)
2018/12/28
Oa amigos e eu em transe
Os amigos escrevem coisas
De encantar os nossos sentidos
Em tempo de sugestão
De Paz e sossego
Quiçá entrecortado
Por inefável música planetária
Que acabamos de escutar
Em transe
É que Deus está em transe
E com ele parece que o homem
Também
Recuperado da respiração
Sempre quero agradecer
Os bons augúrios dos amigos
A estação está a receber
100x100
E responde com olás
Uma luz amovível
Por alguém
Pelo poder vindo de além
Onde?! Quem?!
Chama por nós
Incessantemente
Nós é que não a conseguimos ver
Por detrás da sua mancha escura
Façamos esse esforço
Deus não nos pode odiar
Sim ou Não?!
a d'Almeida
19dezembro2018
(original por email para amigos da irmandade X)
2018/12/23
ÀS vezes também chove
Às vezes também chove
A chuva aí tem andado
a fazer côrregos rápidos
nas valetas da minha rua
e com ela levando as bolotas
que aqueles dois sobreiros
vizinhos de baixo
vão largando ao seu destino
o negro em cinzento das nuvens
predomina na paisagem
e remete-nos para o negrume
das vidas sem norte
que sorte, que sorte
o homem e a sua desumanidade
afinal seremos mesmo uma parte do Caos ¿¡
A DAlmeida
Dez18(antes do Natal)
2018/12/22
Poesia sobre desenhos da Alice
A ninha neta Alice, 5 anos, veio mostrar-me os desenhos da gata Ema e da cadelita Tina.
Estão muito lindos. Disse eu.
E estão.
Digo.
Estão muito lindos. Disse eu.
E estão.
Digo.
Serão horas de dormir
Interrompi a leitura de umas coisas
do poeta Ron Padgett.
Interrompi a leitura de umas coisas
do poeta Ron Padgett.
Afinal há coincidências.
Estava a ler
"Os animais e a arte".
"Os animais e a arte".
Veio-me à ideia de que há dias
fotografei dois ensaios pictóricos
da minha neta mais nova
cinco anos, a Alice.
da minha neta mais nova
cinco anos, a Alice.
Mostrou-mos e perguntou:
Qual é o mais bonito?
Tratava-se duma cadelita e uma gata:
A Tina e a Ema
muito queridos entre a família.
muito queridos entre a família.
Respondi-lhe: cada um à sua maneira
estão os dois muito bonitos.
estão os dois muito bonitos.
Trocámos muitos beijinhos
e sorrisos.
e sorrisos.
É Natal.
2018/12/17
Bolotas da minha rua
Bolotas da minha rua
O passeio da minha rua
coberto de bolotas
Aquele sobreiro
virado a nascente
altaneiro
Mais abaixo
o rio Lis
serpenteante
Quatro horas da madrugada
noite desassossegada
Que somos nós
senão o movimento
de partículas ínfimas
do universo!?
Para lá do tempo
parece que ainda aqui os sinto
Ouço o tissitar
dos estorninhos
alinhados nos fios eléctricos
enquanto a tarde
vai mudando as cores do dia
Algum sossego
finalmente
A vida a correr
.
Vou dormir, que estou cansado, adoentado, já passou...
por ora ...
(um comentário que deixei algures num blogue ou num e-mail do «Grupo dos Quatro=5»).
2018/12/09
O pissitar do estorninho
Lembrei-me de sugerir que o nosso mui querido e santo RuiOPascoal(*) pudesse tirar alguma inspiração deste home madevídeo.
Um estorninho é capaz de dar um bom quadro.
Abço santificado em Có-Có
que ele nos abençõe com a sua Graça até ao fim da nossa vida
(Cf. Livro quase no prelo.
2018/12/04
2018/11/18
Uma flor ao longe
Uma flor ao longe
Nas minhas deambulações etéreas
sintonizei uma emissão
cuja origem
só pode ser um mundo diferente
dos muitos em que nós outros
julgamos acreditar
e que alguns de nós
até olhamos e dizemos que gostamos do que vemos
só que não conseguimos descortinar
o caminho
rumo a algo que sentimos inalcançável
Demais sabemos que há outros mundos
que nos parecem cada vez mais distantes
à medida que reparamos neles
mas que talvez estejam
à mão duma simples flor
duma maçã acabada de colher
das pedras do caminho
dos detalhes do meu quintal
duma gota de chuva
nas areias do deserto
ou no fogo
redemoinhado pelo vento
nada será em vão
a DAlmeida
(comentário que deixei no blog de Carlos Pires)
2018/10/23
Aquilino Ribeiro - 1958-2018: 60 anos de "Quando os lobos uivam"
Por alturas da apresentação em Viseu da reedição de «O Homem que Matou o Diabo» e da celebração dos 100 anos de «A Via Sinuosa».
Por Aquilino Ribeiro.
Para quem aprecia a vida e obra de Aquilino Ribeiro e pretende manter-se informado das iniciativas que se vão promovendo por esse país fora em tempos de comemorações diversas e serões Literários ... Aproveite e ouça improvisos de música para piano composta e tocada por Pedro Jordão (Leiria). Um dos diapositivos mostra uma pintura de Rui Pascoal em que nos apresenta a sua visão perspicaz da Dª Estefânia do romance deAquilino, "A Via Sinuosa", de que cuja 1ª edição se está a comemorar o Centenário.
No próximo nº (Novembro 2018) do "Notícias de Colmeias" (Fundador e Director Joaquim Santos ) sairá uma resenha da vida e obra de Aquilino Ribeiro, centrada na parte que respeita ao seu livro "Batalha Sem Fim", no qual se demonstra o quão intimamente ligado à zona de Leiria (Pedrógão, Coimbrão, Monte Real, Pinhal de Leiria, etc) ficou este consagrado autor, aquele que poderia e deveria ter sido o 1º Nobel da Literatura.
Quão estranho é a edilidade de Leiria deixar que os anos dobem uma teia de esquecimento sobre este facto tão importante para esta região de Leiria!?
Entretanto, inscreva-se como membro do grupo FB https://www.facebook.com/search/top/…
Pode-se acompanhar o que vai ocorrendo tendo em vista a divulgação da vida e obra de Aquilino Ribeiro consultando o Grupo Facebook:
https://www.facebook.com/groups/aquilinoribeiro/
2018/10/16
Oração ao Padre Eterno
Padre eterno
não te consigo ouvir
nem ver
mas foste tu
que me concebeste
à tua imagem celestial
porque sou assim
só o ruído me move
e só consigo olhar
por cima do ombro
não desistas de me ensinar
o caminho certo
rumo à mais recôndita estrela
sem medo
rezo contigo em silêncio
no meio de infinitas palavras cruzadas
a d´almeida
out18
2018/10/15
Luís Mourão: O Teatro é a sua vida
(Fotografia de Clara Marques gentilmente cedida por Carlos Fernandes. No decorrer do Serão Literário das Cortes, dia 13 de Outubro de 2018, dia do Furacão "Leslie" de medonha memória)
A propósito do último Serão Literário das Cortes em que foi convidado especial Luís Mourão (estamos sentados lado a lado) para nos falar e conversar sobre Teatro, a sua experiência em geral e a sua vivência com o mundo desta Arte ao tempo de Miguel Franco, em Leiria e não só.
AZ - Biblioteca: Luís Mourão: O Teatro é a sua vida: 2464 Livro duplo com 2377 In meu FB desta data: António DAlmeida Nunes 12 h · ...
Da badana do seu livro "Eram só Pedras quando tudo começou... e Outras Histórias" ed. O NARIZ-Grupo de Teatro respiga-se o seguinte:
« Luís Mourão nasceu em Leiria em 1958. É licenciado em Ciências da Educação pelo Instituto Politécnico de Leiria e Mestre em Artes Cénicas pela FCSH da Universidade Nova de Lisboa.
Há muito tempo que se encontra ligado ao Teatro. E à Escola.
Por razões muito variadas passou a ser a escrita dramática o seu principal interesse, sustento e orientação. Por outras razões voltou ao ensino e não se queixa. Escreve para Teatro praticamente sempre. As suas peças foram feitas quase todas e publicadas muitas. Foi durante alguns anos dramaturgo residente do Teatro da Trindade. Trabalhou com muitas Companhias, muitos encenadores, dezenas de actores e actrizes, e gente do Teatro em geral. Umas vezes trabalhou mais e outras menos. Mas isso é normal.»
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2018/10/09
A poesia e o dia 5 de Outubro de 2018
Em dias d´ouro
(para o Carlos Pires e aqueles outros 4 amigos que nós sabemos)
(comovido/emocionado com o poema-prenda evocativa do 5 de Outubro de 2018)
a poesia é das coisas boas
que o homem pode usar
e com ela
muito simplesmente
oferecer uma rosa aos amigos
em momentos de vida
determinados ou não
por isso mesmo
ficamos-te muito gratos
por esta tua prenda
das melhores
que se podem receber
em qualquer altura
oh mas esta data
talvez por já a termos
interiorizado como marcante
é uma das que se nos gravam
no coração
e queremos que fique esculpida
para todo o sempre
numa daquelas pedrinhas
que encontrámos
no nosso caminho
a guardámos religiosamente
e a conseguimos dourar
a d´Almeida
Por mim e pela Zaida
1968-2018
---
nota:
alguém terá reparado que eu, às vezes, também tento escrever uns ensaios de posia:
e aqui ficou publicado https://gazetadepoesiainedita.blogs.sapo.pt/a-dalmeida-nunes-em-dias-douro-489752018/10/03
Zaida e António Nunes: Bodas de Ouro
Aqui fica a notificação para os convidados
Para registo e memória futura
2018/09/27
A antiga Ponte dos Três Arcos e a sua sucessora Ponte Afonso Zúquete
Ponte sobre o Rio Lis - Leiria (princípios do séc. XX) - EN1
Pintura de Manuel Filipe
Espólio de Arménio Vasconcelos - Museu Maria da Fontinha - Castro Daire
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Esta é a sucessora da velha ponte de pedra conhecida pela Ponte dos Três Arcos e que foi demolida em 1902.
A deliberação para a construção duma versão adequada ao trânsito crescente com a passagem da antiga EN1 Lisboa-Porto foi tomada em reunião da Câmara Municipal de Leiria de 3 de Julho de 1935.
Mais tarde, por deliberação camarária de 16 de Dezembro de 2002, e depois de algumas obras de alargamento em 1972, esta ponte passou a ser identificada como Ponte Dr. Afonso Zúquete.
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Quiné - Lembram-se do Quiné e das peças de Teatro de Rua ?
Foto que também está em https://www.facebook.com/1794654224089359/photos/a.1794656140755834/1794665557421559/?type=3&permPage=1
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Ver outro verbete a propósito da sua morte em Maio de 2006.
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