2007/07/07

TORGA


Vamos lá a falar, mais uma vez, de Miguel Torga. Até para não esquecermos que se está a comemorar, durante o corrente ano, o Centenário do seu Nascimento.
Há dias estávamos nós, os membros do ELOS Clube de Leiria, em jantar/reunião, eis que, inevitavelmente, veio à conversa este tema. Andamos em preparativos para se efectivar uma sessão de homenagem a este nosso grande escritor, que também foi médico, o Dr. Adolfo Rocha. Mais pormenores sobre esta sessão, que irá ter lugar em Leiria, muito proximamente, serão brevemente divulgados, quer neste sítio quer no sítio do próprio
Elos Clube.
A propósito, ocorreu-me que em 2004, integrado na colecção "25 Poemas" da Ed. Folheto, foi dado à estampa o livro "De Leiria partidos - Em mim presentes" de Arménio Vasconcelos.(*)
Escreve o autor na sua introdução ao livro: ..."Os que chamamos a este livro são alguns dentre os que tiveram a ver com Leiria; e que nós vemos como a Leiria ligados, de um modo mais ou menos estreito."...
Um dos poemas insertos neste livro evoca "Miguel Torga". Permito-me, com a devida vénia, transcrevê-lo:
.
Meu Gigante

Fui parido na Montanha

Num casulo entre horizontes
De altas cumeeiras
Nevadas.

Pinchei sobre fragas e penedos.

Tomei o gosto da carqueja
Do tojo, da urze, da giesta.

Bebi a água cantante
Dos córregos e das
Levadas.

Vagueei por outros mundos.
Por longínquos horizontes.

Mas certo é ser nestes montes,
De granito,
De xisto,
Que existo.

E quando medito,
Homem,
Português
E vagabundo:

Vejo-te, Torga,
Do tamanho do Mundo
.
-
(*) Presidente do Elos Clube de Leiria

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11 comentários:

a d´almeida nunes disse...

Talvez esteja a cometer uma inconfidência. Espero que, se assim for considerada, me possa ser relevada.
O Dr. Arménio Vasconcelos tem lindas histórias para contar da sua vivência com o próprio Torga.

Anónimo disse...

Caro António: Miguel Torga, uma das nossas maiores referencias literárias da cultura do século XX, que pese embora o meu gosto por Camilo e Aquilino, tanto aprecio. Foi assim com renovado interesse que visitei o teu espaço, a fim de deixar um abraço e o desejo de um bom fim-de-semana.

a d´almeida nunes disse...

Muito obrigado, Jofre Alves, por esta simpática visita. Que abona e muito a apreciação favorável que se tem que fazer a Miguel Torga.
Espero que, aquando da sessão que estamos a preparar possa ter oportunidade de se nos juntar.
Mantê-lo-ei informado.
Um grande abraço
António

Kalinka disse...

ESTOU
MUITO
CONTENTE...
FOI
SOFRÍVEL
POIS
FOI MESMO O ÚLTIMO MONUMENTO A SER ANUNCIADO...
MAS...
VALEU A PENA
A ESPERA.
MERECIDAMENTE...
O TAJ MAHAL É CONSIDERADO COMO UMA DAS 7 MARAVILHAS DO MUNDO.

Bom domingo.

Continuo a divulgar os meus passeios pelo Alentejo, a ultima reportagem fotográfica foi de Moura.

Gostei muito do poema de Miguel Torga.Obrigado pela partilha.

António Melenas disse...

Meu Caro António
Bem andou ao colocar aqui um tão forte e belo poema de Torga, um dos cultores do nosso nobre idioma.
Também a foto do eucalipto de flor vermelha me impressionou.Nunca tinha visto.
Quanto às memórias das antigas trovoadas de tempos idos, é bom que nós, os menos novos, vamos deixando um rasto daquilo que eram os nossos tempos. E a verdade é que os mais novos, tenho-o notado, apreciam estas nossas memórias
Um abraço e boa nova semana

Anónimo disse...

Miguel Torga, presente!..É sempre bem-vinda qualquer evocação ao seu nome.O centenário da sua morte ficará para sempre na lembrança dos homens e muito particularmente na dos Leirienses.Um grande abraço

Tozé Franco disse...

Caro Antóni:
É sempre com enorme prazer que recordo Miguel Torga, que costumava frequentar a casa (restaurante) do meu pai.
Um abraço.

a d´almeida nunes disse...

Quer-me parecer que devo, neste local e agora, reforçar que o poema acima transcrito é do Dr. Arménio Vasconcelos em homenagem a Miguel Torga e com quem privou em Leiria. Convém relembrar que o Dr. Adolfo Rocha (Torga) exerceu medicina, durante algum tempo, em Leiria, donde, aliás, foi levado preso para o Aljube em Lisboa, por alturas da apreensão do seu 8º volume do "Diário" (1959).
A edição do livro, cuja capa se mostra no "post", por essa e outras evocações poétias de personalidades ilustres e ligadas a Leiria, esgotou rapidamente, tendo a Editora promovido uma segunda edição.

Bichodeconta disse...

+arabéns, a escolha de Miguel Torga é sempre sublime.. Nunca será demais lembrar Miguel Torga e o seu legado .. Boa semana..

Eva Lima disse...

Gosto MUITO de Torga, um dos grandes da nossa língua. Os meus preferidos são "Os Bichos" e "Os contos da montanha"

Anónimo disse...

ASN,

sem dúvida um belo e sensibilíssimo poema.

Abraços, GR