"Normalmente, associa-se a Árvore da Sabedoria, cujos frutos vencem o olvido e a ignorância, à aprendizagem e à medição do tempo natural e efémero da vida; analogia que não esconde o desempenho das árvores na fecundidade e no equilíbrio dos ecossistemas.
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Dada a sua longevidade, conhecem várias gerações e inscrevem nos seus anéis a memória dos tempos idos, pelo que nalgumas culturas são consideradas sagradas. Contudo, apesar de garantirem a vida na Terra, não estão livres do maior perigo: a estupidez humana.
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Dada a sua longevidade, conhecem várias gerações e inscrevem nos seus anéis a memória dos tempos idos, pelo que nalgumas culturas são consideradas sagradas. Contudo, apesar de garantirem a vida na Terra, não estão livres do maior perigo: a estupidez humana.
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Os cotos que sobram da monda representam o que de mais vil há no homem.
Os cotos que sobram da monda representam o que de mais vil há no homem.
Dando-nos sombra, lenha e fruto, mesmo em meio urbano, as árvores não se ficam pela função decorativa. A arborização coadjuva as mais racionais directrizes urbanísticas e arquitectónicas e, mesmo quando as não há, logra qualificar os sítios, aumentar a higroscopicidade e a estabilidade dos solos, absorver o ruído automóvel, purificar o ar, conter o vento, etc. Donde, não podermos continuar a resumir os "espaços verdes" aos canteiros residuais dos loteamentos, relvados das rotundas e floreiras dependuradas nos separadores das vias. ...
Na cidade, como no campo, há árvores que fazem lugares. Não entender isto, é não entender nada.
Na cidade, como no campo, há árvores que fazem lugares. Não entender isto, é não entender nada.
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Por que motivo os planos municipais de ordenamento do território, que supostamente servem para cuidar do bem comum, ignoram a paisagem?
Por que motivo os planos municipais de ordenamento do território, que supostamente servem para cuidar do bem comum, ignoram a paisagem?
Quando o desrespeito pelo ambiente e a violência de medidas administrativas gratuitas excede o habitual, dividimo-nos entre a tristeza e a repulsa. Infelizmente, na sociedade portuguesa vulgariza-se a tolerância para com estas atitudes insensatas e despóticas, seja pelo temor de represálias ou por simples indolência; "apagada e vil tristeza" que tolhe o avanço para um qualquer futuro não hipotecado. Ainda assim, as árvores, na sua beleza vertical, merecem o melhor da nossa sensibilidade e inteligência.
Nota: Para perceber a motivação do que acabo de expor, v. http://sombra-verde.blogspot.com, http://ocantarozangado.blogspot.com e http://dias-com-arvores.blogspot.com"
Artigo publicado pelo arquitecto Francisco Paiva na última edição d' O Interior.
Pode ler-se o artigo na íntegra, cujo presente excerto, retirei com a devida vénia, do sombra-verde, em: http://sombra-verde.blogspot.com/2008/03/rvores-no-espao-pblico.html
2 comentários:
Concordo plenamente António.Enquanto a humanidade não tiver juizo...Um abraço
António,
Obrigado pela referência (mais uma vez).
No fundo, o que se pretende com esta "luta" é que as autarquias tratem com profissionalismo os seus espaços verdes e as árvores (em particular).
Profissionalismo na hora de seleccionar as espécies (e o número de exemplares) a plantar e profissionalismo na hora de fazer a sua manutenção. É apenas "isto" que se pede.
Aceitaríamos que as nossas crianças nas escolas fossem ensinadas por pilotos de aviação e não por professores? Quando estamos doentes aceitamos ser tratados por engenheiros em vez de por médicos? Estaremos dispostos a aceitar que seja um escritor a desenhar uma casa em vez de um arquitecto?
Se não, então por que há-de qualquer pessoa sentir-se habilitada para tratar de árvores?
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