Vemos o Prof. Dr. António Gordo no decorrer da sua interessantíssima exposição...
A exposição foi identificada como:
A língua Portuguesa; como defendê-la hoje?; Acordo ortográfico.
Seria interessante que os amigos que por aqui pousem o olhar se fossem manifestando...Tenho que admitir que fiquei muito impressionado com a argumentação a favor da ratificação urgente deste Acordo!...
De qualquer modo, depois de uma conversa com uma professora doutorada da Faculdade de Letras de Coimbra, tomei conhecimento dum texto da Dra. Carmen Gouveia, especialista em Linguística pela mesma Universidade, que expõe, duma forma convicta, muitos e variados argumentos contra o Acordo Ortográfico, em vias de ser ratificado por Portugal. Pode-se ler esse texto aqui.
Como se sabe, tem havido muitas reticências para a ratificação deste acordo, já assinado pelos Governos de vários países Lusófonos, em 1994. As opiniões continuam muito contraditórias, apesar do actual Governo garantir que Portugal vai ratificar o muito badalado Acordo Ortográfico, em breve. Ainda no decorrer deste ano, inicialmente até se falava que poderia ser em Janeiro próximo passado.
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O Elismo está em júbilo.
O Estado Brasileiro institui o Dia Nacional da Língua PortuguesaO Elismo está em júbilo. Acaba de ser sansionada a Leinúmero 11.310, de 12 de junho de 2006, que institui em todo oterritório nacional brasileiro, o DIA NACIONAL DA LÍNGUA PORTUGUESA,a ser comemorado anualmente no dia 5 de novembro. Esta medida legalvem contribuir na promoção e no respeito à nossa língua, símbolomaior da Lusofonia, no qual estão integrados os oito países de línguaportuguesas e todas as comunidades lusófonas do mundo. O Elos Clubedo Rio de Janeiro associa-se às manifestações de louvor pelaimportante iniciativa.
(Transcrição dum "post" colcocado do blogue do Elos Clube de Nitéroi (Brasil)
7 comentários:
Há uns anos ( poucos) qd crianças de rua foram abatidas pela polícia brasileira - a força do estado brasileiro -, a hegemonia numérica desse país cuja sociedade civil aplaudiu mais do que recriminou não abalou os princípios éticos vigentes e acatados pela sociedade cívil de países como a Noruega ou Suécia ( países pequenos em número de habitantes, como nós).
É fraco o argumento do número! Como é abjecto e ridículo colocar a possibilidade de um sim e um não ao Acordo Ortográfico.
Se o Brasil quer impor ao mundo o que quer que seja que o faça só.
Faz sentido PORTUGAL alterar o que quer que seja para servir os caprichos de um país que não se sabe comportar ( legitimando o abate de crianças de rua como uma forma de resolver um problema) nem acatar a Declaração Universal dos Direitos do Homem?
Não terão os portugueses vergonha?? Os Cangalheiros ( pseudo-poetas e romanceiros de prosa fraca) estão levianamente a expressar-se como escrevem os seus livros medíocres … “ninguém vai preso”! O VascoGraçaMoura mais não pode fazer! O Carlos Reis dá pena ( gostaria de ver a declaração de património desse Sr.! ). Os Portugueses não Têm noção nem consciência desta concessão! É ficar com o ROSTO MANCHADO, sem face! Não faz sentido! Será que há assim tantos analfabetos em PORTUGAL! Tanta gente BURRA!? Bonito!
Olá António (ou será Antônio?).
Para nós ér so vantagens pois vamos poder escrever o nome com duas grafias. Maravilha. A 13 de unho passamos a ter o dia de Santo Antônio. Não achpo grande piada, mas enfim.
Só espero que não tirem o acento ao cágado.
Já agora as mini-saias vão ficar maiores pois passam a minissaias.
Um abraço (ou será abrasso?)
Acho que cada país tem direito a ter suas diferenças linguísticas, mesmo tendo como origem a mesma língua.
Soun contra. Totalmente contra a reforma.
Abraços
Meus amigos:
Tive a rara oportunidade de participar (mais assistir que participar activamente, tenho que o dizer) na apresentação de tema tão candente. Ontem mesmo passou no Canal 1 da TV Portuguesa um programa-debate com público, muito animado que, inclusivamente, teve momentos de algum fervor na defesa de posições a favor e contra este Acordo Ortográfico. Intervieram intelectuais de Portugal (destaque para o debate aceso entre os dois mais activos defensores do sim e do não, respectivamente, Prof. Dr. Carlos Reis, Reitor de Universidade e Dr. Vasco Graça Moura, conhecido escritor e colunista português), de Angola, do Brasil.
Muito sinceramente, a opinião que estou a formar é a de que este Acordo deveria ir avante, desde que se retirassem algumas normas que estão a levantar demasiada polémica por não se conseguir estabelecer um consenso mínimo.
Não é um nim, é um sim condicionado. Aliás nem percebo muito bem alguns dos argumentos usados na defesa quer do sim quer do não. Basta lermos excertos de livros editados em Portugal no princípio do séc. passado para constatarmos as alterações à ortografia que têm sido feitas desde sempre.
Aliás a língua portuguesa é uma língua viva, logo, dinâmica. Há que conseguirmos os consensos necessários para não a desprestigiarmos com guerras intestinas, algumas a atingir as raias de nacionalismos o mais saloios que imaginar se possam.
Afinal de contas será assim tão difícil chegarmos a acordo?
António Nunes
Será que algum dia vamos escrever e falar correctamente? Ou será que todas estas iniciativas, visam apenas esconder o analfabetismo destas novas gerações, mais habituadas aos sms e mms, do que à leitura e à escrita?
Eu não sou a favor do acordo ortográfico...
E mais, tal como não se muda a escola com decretos, não é com acordos ortográficos que se muda a língua...
Fica bem
Meu caro: devorei tudo com grande sofreguidão e redobrada atenção às minudências. Segui a ligação indicada e li o texto da professora Carmem Gouveia. Tenho acompanhado a questão e lido muito sobre o acordo. Sou contra o acordo, por princípio, pois os argumentos são falaciosos, mas creio que o acordo é inevitável sobre o ponto de vista político.
Visto pela perspectiva da linguística o acordo é desnecessário e até grave cedência, mas sobre o ponto de vista político o acordo é indispensável, mas não sei se este acordo, mas sim outro acordo ortográfico.
Dois dos argumentos sobre o imperativo do acordo são ilusórios. Dizem que os estrangeiros ficam muito “atrapalhados” quando confrontados com a dobrada grafia portuguesa e brasileira da Língua Portuguesa. E dizem que quando se faz uma cimeira (ou ciumeira?), no fim há sempre dois comunicados, uma com a escrita portuguesa, outra com a norma brasileira. Alegam tudo isto para meter o acordo pelos nossos olhos a dentro, à bruta e má fila.
Pois bem, com este acordo, vai passar a ver uma só grafia conjunta? Este acordo vai resolver a divergência ortográfica e devolver a unidade linguística? A resposta, de pronto e cabal, é não, pois somente vão mudar 1% por cento das palavras no Brasil e 2% por cento em Portugal.
O resto fica tudo igual, isto é, vai continuar a persistir a dupla grafia, como ANTÓNIO = ANTÔNIO, POLÓNIA = POLÔNIA. Uma dupla grafia ficou definitivamente sanada e arrumada no canto da História: JUGOSLÁVIA = IUGOSLAVIA, mas é por terem acabado com aquele país...
Se vão manter-se milhares de palavras com duas grafias distintas, vai continuar certamente a coexistir divergências de forma e escrita, e como tal, nas cimeiras haverá sempre dois comunicados finais, para pentear o ego dos estadistas – ainda haverá disso? – dos dois lados do Atlântico. Então, para que se faz tal acordo, se nada muda, faz que muda, mas não muda?
O cerne da questão é político, e tem várias leituras. O Brasil, pela sua demografia, tem, indiscutivelmente, um peso enorme na politica linguística evolutiva do português – a Língua, claro –, e faz muito mais pela divulgação a nível mundial da nossa língua comum do que qualquer (des)governo português.
E quem faz mais a favor da língua e tem mais falantes do idioma, manda e determina, põe e dispõe. Por isso, na maior parte dos leitorados de Português e Literaturas da Língua Portuguesa em qualquer universidade da Europa e da América, são brasileiros os professores.
Os países africanos de língua portuguesa, como Angola, estão a divergir para a norma brasileira, e são, aliás, seus aliados nesta questão. Se isso acontecer, os editores e livreiros portugueses perderam irreversivelmente o mercado livreiro africano e nunca mais vendem ali um livrinho, e tal hipótese assustou de morte muita gentinha.
Havia ainda tanto para dizer, mas como isto está do tamanho dum lençol, chega. Boa semana, e obrigado pelo seu texto, que apreciei.
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