2008/04/17

Árvores e passeios, uma convivência difícil

"Foto denúncia
Árvore no meio do passeio impede normal circulação

Na Rua Francisco Marto, entre o Museu da Vida de Cristo e a Rotunda Sul, está uma árvore no meio do passeio que para além de impedir a passagem de uma cadeira de rodas ou um carrinho de bebé, até impede a passagem de um simples peão, alerta um leitor. Na sua opinião, a árvore não deve ser cortada, até porque está ali há muitos anos, mas considera que o muro deve recuar cerca de um metro junto à árvore de forma a permitir que as pessoas possam circular em segurança."
(In notícias de Fátima de 11 de Abril de 2008) - Amabilidade do semanário, que agradeço.
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Casos como este contam-se aos milhares (com toda a certeza) só no nosso país. Torna-se nítido que: a) a árvore já estava no local e quem planeou a urbanização da zona pouco se incomodou com o traçado do passeio, da rua, da planta da casa, ou tudo ao mesmo tempo; b) a árvore (um plátano, pelo que se pode depreender) foi plantada já depois da estrada aberta, da casa construída e do exíguo passeio feito.
A verdade é esta: se fossemos resolver todos os casos semelhantes usando a solução mais simples, abate da árvore, como tem vindo a acontecer em demasiados casos, muitas e variadas árvores acabariam por desaparecer.
Que fazer, então? Adopta-se a sugestão do leitor ou abate-se a árvore?
Se o dono da casa tiver sensibilidade para a Natureza e para o futuro do ambiente na cidade de Fátima, pois poderia condescender e o problema ficaria resolvido. E seria uma boa solução.
E se o dono da casa não concordar? Alarga-se o passeio, estreitando a rua? Será viável sob o ponto de vista do trânsito automóvel? Chama-se o urbanista e ele que "invente" uma solução alternativa?
Abater a árvore? De modo algum. Quantos anos não terá este plátano? Quantas referências emocionais não terá já gerado, quer para os moradores da área quer para os visitantes de Fátima?
Estamos perante um imbróglio que, tudo leva a crer, terá sido causado por péssimo planeamento urbanístico e ganância. Alargasse-se um pouco mais o passeio, na altura de se ter construído, ou a casa ou a rua e já nada disto aconteceria!
Bom planeamento urbanístico e ambiental do território precisa-se. Urgentemente!

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8 comentários:

Maria Cristina Amorim disse...

Querido amigo, por aqui o problema surge em cada esquina e a resolução tem passado sempre pelo abate das árvores . O mais curioso é que elas têm sido plantadas depois de feitos os passeios e arruamentos. Depois crescem, ficam bonitas e são abatidas porque estorvam...emtão não as tivessem lá plantado. Enfim,.
Beijos.

Pedro Nuno Teixeira Santos disse...

António,

Excelente sentido de oportunidade na denúncia desta situação; de facto, a solução não pode passar por, pura e simplesmente, abater a árvore; tenho o maior respeito pelos cidadãos que se deslocam em cadeira de rodas e que, são autênticos "prisioneiros em suas casas", tais são as múltiplas barreiras à sua mobilidade nas cidades portuguesas.

Eu próprio, com todo o amor que tenho às árvores, cortaria esse plátano se, de alguma forma, ele resolvesse o problema de mobilidade desses e de todos os demais cidadãos.
Mas, mesmo mal conhecendo a cidade de Fátima, sei que numa escassa meia-hora, encontraria dezenas de outras "barreiras" à mobilidade que nada têm a ver com árvores.

Alguém poderá afirmar, de forma honesta, que o corte desta árvore resolverá os problemas de mobilidade dos cidadãos de Fátima?
A culpa é das árvores ou de quem planeia as cidades para os carros, desenhando ruas sem passeios ou com os passeios demasiado estreitos? E o que fazer em relação a todos os automobilistas que estacionam em cima dos passeios?

Mas claro, em Portugal a culpa é sempre toda das árvores!

Al Cardoso disse...

Infelizmente neste nosso pais em que se fazem as coisas em cima do joelho, planeamento e visao de futuro e coisa que nao conseguimos almejar.
Tambem nao e com as politicas educacionais e instrucionais em vigor que a coisa vai melhorar em anos proximos!
Queira D*us que eu me engane!

Um abraco de amizade dalgodrense.

Adriana Roos disse...

Que tal se as pessoas passassem nza beirinha da rua, quando os carros nao estao passando? Apenas desvia-se do obstaculo, que cá entre nós, é um lindo e maravilhoso obstáculo!
simplifique nao complique!

Adriana Roos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Santa disse...

Andei ausente. Explico. Muito trabalho e viagens. Mas não esqueci dos meus mais preciosos blogs. Beijos aqui do Brasil.

Anónimo disse...

Caro António: lá para trás deixei um comentário do tamanho do mundo. Aqui deixo uma saudação e desejo de boa semana.

vieira calado disse...

Quando se fazem as coisas é preciso saber prever e depois planear.
Mas neste país ninguém se preocupa com isso.

Um abraço.